sexta-feira, 26 de junho de 2020

Foi aberta a época do vale tudo para caçar o voto

“É necessário valorizar os espaços públicos das freguesias rurais”. “Seria muito importante que os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano se estendessem a todas as freguesias”. 
Carlos Monteiro, via Diário as Beiras
Carlos Monteiro, recorde-se, está no poder executivo municipal, desde Outubro de 2009. Já passaram quase 11 anos!

Abriu, no Dia de S. João de 2020, de forma ostensiva e declarada,  a campanha para as autárquicas de 2021 na Figueira. Vai ser um ano penoso e medíocre de campanha eleitoral. Deliberadamente, os problemas da Figueira e do concelho vão ser apagados  do debate. Nós, os cidadãos eleitores, vamos continuar a ser tratados como se fossemos crianças ou atrasados mentais, quarenta e seis anos depois do 25 de Abril. Ainda não vai ser na próxima campanha eleitoral que a coisa vai melhorar. 
Continuamos "a encanar a perna à rã"...

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Ficção?..

Terminal Rodoviário (4)

"Se quisermos manter uma função semelhante à do antigo terminal rodoviário, de apoio à mobilidade dos estudantes, funcionários e professores das instituições de ensino vizinhas, em vez do velho terminal frequentado por fumegantes e mal afinados autocarros a diesel que conhecemos no final do sec. XX, poderíamos recuperar o mesmo espaço para uma mobilidade digna do sec. XXI.
A curtíssima distância de uma das principais escolas secundárias do concelho, o ex-terminal poderia funcionar como um silo de bicicletas ou motociclos a motor elétrico associados a terminais de carga. Poderia, de igual modo albergar viaturas de mobilidade verde de transporte de idosos e de crianças das instituições circundantes.
Muito importante, qualquer que fosse a configuração deste parque de estacionamento do sec. XXI, seria fundamental que o solo não fosse impermeabilizado. Hoje, existem inúmeras soluções de pavimentos de estacionamento permeáveis à água das chuvas. O subsolo da Figueira precisa de respirar, não podemos continuar a impermeabilizar as áreas circundantes às valas e aos cursos de água subterrâneos nas proximidades do antigo terminal rodoviário.
Outra solução alternativa, que poderia coexistir com a solução acima descrita, seria uma solução de um parque de lazer e de merendas inter-geracional que permitisse juntar seniores, jovens e crianças das instituições vizinhas em torno de atividades de lazer conjuntas e periódicas, de preferência enquadradas por pessoal especializado. Certamente, os arquitetos da nossa região teriam soluções criativas que englobariam não apenas o mero local do ex-terminal mas integrariam também as suas novas funções no tecido social envolvente.
Sou absolutamente contra a construção de mais uma grande superfície comercial de empresas que pagam os impostos na Holanda ou de mais um projeto imobiliário de alta densidade de apartamentos e de garagens que impermeabilizariam o solo e o subsolo e contribuiriam para o risco de cheias na cidade."

Continuamos "a encanar a perna à rã"...(2)

Ontem, em directo, tive oportunidade de ver o discurso de Carlos Monteiro no Cae, na Sessão Solene Comemorativa do Dia da Cidade em 2020 e entrega de distinções honoríficas. Como estava pressionado pelo tempo, fiz uma postagem rápida onde me limitei a fazer o resumo do que tinha ouvido numa frase: continuamos a "encanar a perna à rã".
Vamos, agora, depois de ouvir de novo e de alguma leitura nos jornais, a algumas citações. 
(Para ouvir o discurso na integra, clicar aqui.)
“É necessário valorizar os espaços públicos das freguesias mais rurais, assim como viabilizar a construção de mais passeios em todo o concelho”. 
“Seria muito importante que os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano se estendessem a todas as freguesias”.
Estão “previstas novas intervenções em todas as freguesias do concelho”. O “concelho tem mil quilómetros de vias asfaltadas, que vão continuar a ser requalificadas, assim como irão ser feitas algumas intervenções de requalifi cação em áreas de reabilitação urbana”, frisou Carlos Monteiro.
O parque urbano e as ciclovias que ligarão a Figueira da Foz a Coimbra e à Mealhada e a via ciclável e pedonal europeia (Eurovelo), assim como a requalificação dos passadiços das praias da Murtinheira, Quiaios e Costa de Lavos, também integram os investimentos programados pela autarquia, lembrou o edil. Isto enquanto decorrem obras no Cabedelo e se prepara o início da segunda fase da frente marítima de Buarcos.
Plano de investimentos: ligação da rua da Vidreira, na Fontela, à A14, a estrada do Cabo Mondego e a rotunda do Galo de Ouro, em Tavarede. No campo de desporto,  está “sempre no horizonte” do executivo camarário que lidera “a necessidade da construção de uma piscina coberta na zona urbana, assim como um pavilhão multiusos com ambivalência na vertente económica”.
O presidente da autarquia figueirense realçou, ainda, o futuro centro de formação profissional e a expansão da área da zona industrial e o seu contributo para o desenvolvimento económico e a qualificação da mão de obra. Referiu as obras na Escola Cristina Torres e a requalificação que deverá ser feita na Escola das Abadias. A  Bernardino Machado, também está no pensamento do presidente, todavia, “ainda não surgiu a oportunidade”.  E, claro, a recuperação das ruínas do Convento de Seiça também está na lista de obras.
Habitação: “Não terminaremos o mandato sem definir uma estratégia local de habitação para o concelho. Queremos promover a oferta de soluções habitacionais adequadas e atrativas para os diversos níveis de rendimento, composição e estilos de vida dos agregados familiares, incluindo para aqueles que têmnecessidades especiais e que requerem integração coerente de respostas e políticas sectoriais” “Esta medida requer a mobilização extraordinária de recursos da rede social do concelho, do município e do Estado”.

Terminadas as citações, um comentário.
Que me lembre, nunca um presidente de câmara desiludiu tão depressa. A uma  entrada, em que Carlos Monteiro mostrou um deslumbramento indisfarçável, seguiu-se o habitual: mais do mesmo, que o mesmo é dizer, nada de novo. Carlos Monteiro, em Abril de 2019, surgiu como presidente de Câmara, como um produto do acaso. Claro que foi apenas um começo. Uma coisa é certa, porém: em 2021, se a ambição ganhar eleições, Monteiro arrasa todos os outros candidatos.
Para compensar a ausência de liderança, de competência política, capacidade de gestão da autarquia e desgaste rápido na opinião pública, este executivo atacou na área dos media, o que, aliás, é muito típico do PS. Para além dos políticos socialistas António Costa e José Socrates,  na memória de todos, por serem os mais recentes, lá mais para trás, os governos de Mário Soares e de António Guterres- Jorge Coelho fizeram escola, na "domesticação" dos media, que continua com seguidores fiés passados todos estes anos.
Este discurso de ontem de Carlos Monteiro, ao só falar do presente e do futuro a curto/médio prazo, mostra o que  Carlos Monteiro representa hoje na política figueirense: a figura que comanda e que tutela a não política, as não posições definidas e objectivas, a demagogia e o explorar das emoções mais básicas do pequeno mundo do PS Figueira e do eleitorado concelhio
Tornar possível o retorno da política, pura e dura, que desde a passagem de Santana pela câmara da Figueira desapareceu da vida local, seria  a melhor forma  de fazer o combate político que se impõe fazer a Carlos Monteiro. 
Teria de ser um combate político feito com Política, a sério. Mas, como promover  a discussão séria, consequente e frontal de ideias e projectos para a Figueira, se os políticos em exercício, salvo raríssimas excepções, nem oposição têm feito?..

Que não haja ilusões: para a Figueira vir a ter futuro, a longo prazo, a Política tem de regressar à Figueira. 
Esta "liderança acidental" da câmara da Figueira, foi uma oportunidade que caiu no regaço de Carlos Monteiro no ano passado. Tal como aconteceu a Bruno Lage o ano passado no Benfica. Depois do sucessso fulgurante, pelo andar da carruagem, já se percebeu que Lage não é lider, nem o treinador que o Benfica precisa. Vive à mercê do patrão, vigiado, sitiado, à espera que ele decida o seu futuro...
Quem vai decidir o futuro de Carlos Monteiro, em princípio irá ser também o patrão (o povo). O povo, em democracia, tem o seu papel. Muitas vezes, porém, o de verbo de encher o balão da demagogia dos políticos... 

Terminal Rodoviário (3)

"Quando se procedeu à demolição dos edifícios, restando apenas o que está, fiquei indignada. Era parte da história da cidade que desaparecia, “coisa” que considerei condenável. Aquelas instalações abrigaram por largos anos o Liceu da Figueira da Foz, só saindo daí nos alunos no final do ano lectivo 67/68, para passarem a ocupar o Liceu Nacional da Figueira da Foz, hoje Secundária Joaquim de Carvalho, no ano seguinte. Seria este formal e pateticamente inaugurado pela figura, também ela patética, de Américo Tomaz, em 17 de Abril de 69, dia em que explodiu a crise académica.
Qual o destino a dar ao que resta do velho liceu? Certamente uma ocupação de cariz eminentemente social. Muitas são as instituições que trabalham com idosos e com jovens mas seguramente deficitárias para acudir a toda a população que necessita desse tipo de atendimento. Seria muito interessante aproveitar o que sobra, o pavilhão das Ciências, para um centro comunitário de apoio a população sénior, acolhendo também crianças, assim propiciando uma saudável e gratificante interacção entre gerações. Este desígnio obrigaria a obras de restauro e remodelação no edifício mas valeria muito a pena o esforço e a Câmara passaria a ser detentora de uma obra de impactante valor social.
Como há muito espaço, o edifício deveria ser alargado com alpendre/esplanada, espaço ao ar livre, permitindo o contacto com o exterior. A estrutura situa-se numa zona antiga da cidade e com problemas reconhecidos: população idosa e alguma com dificuldades económicas mas de coração grande. Basta atentar para o papel que desempenham enquanto famílias de acolhimento de animais de rua até que sejam adoptados.
Comovente o carinho que dispensam aos desprotegidos bichitos que sem este colinho estariam mais desamparados. É isto irrelevante ou quase? Lembremos o grande Gandhi quando sabiamente afirmou: “A grandeza de um povo pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados.” No local deverão ser plantadas algumas árvores porque tal como se encontra é demasiado desértico. E um pequeno jardim a ser cuidado pelos utentes. Maravilhoso!"
Via Diário as Beiras

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Continuamos a "encanar a perna à rã"...

Acabei de ouvir em directo do Cae o presidente Carlos Monteiro na Sessão Solene Comemorativa do Dia da Cidade em 2020 e entrega de distinções honoríficas.
Resumindo, numa expressão popular,  os largos minutos do atabalhoado discurso do presidente, que não trouxe nada de novo nem de relevante, fica a frase: "encanar a perna à rã".  

Para onde caminha o Cabedelo? E Buarcos?

Via Diário as Beiras

Para onde caminha Seiça?

Via Diário de Coimbra

E Maiorca?
Via Diário de Coimbra

Sessão Solene Comemorativa do Dia da Cidade em 2020 e entrega de distinções honoríficas.

Cidade da Figueira da Foz, uma senhora de 138 anos que não evoluiu: continua a só ter olhos para "foguetes, carnaval, folclore e espectáculos"...

A Figueira da Foz celebra hoje o Dia da Cidade. Contudo, a elevação à categoria a cidade aconteceu a 20 de setembro de 1882.
Citando a Pordata, os números que fazem a “radiografia” do concelho, de 2010 a 2018, só nos podem deixar preocupados. 
Os mais relevantes. "O concelho encontra-se no litoral, mas não está a beneficiar da tendente litoralização da população. É um dos concelhos mais industrializados e um dos principais destinos turísticos da Região Centro. Contudo, continua a ser afectado pelo longo e severo inverno demográfico europeu e pelo desemprego, mesmo em conjunturas económicas positivas.
Nos últimos oito anos, o concelho perdeu 3199 habitantes. Em sentido oposto, ganhou mais idosos, passando de 21,5 para 25,1 por cento, acima da média nacional – 18,5 e 21,7, respetivamente. Se a população sénior está em crescendo, o mesmo não se pode dizer dos jovens até aos 15 anos, que em 2010 representavam 13,5 por cento da população e, oito anos depois, descia para os 11,9, enquanto a média nacional se situava, respetivamente, nos 15,2 e nos 13,8."
Essa, porém, não parece ser a opinião do presidente da câmara: “O decréscimo de população não é específica do concelho da Figueira da Foz, é também a tendência nacional e europeia”, reagiu Carlos Monteiro em declarações ao jornal DIÁRIO AS BEIRAS

terça-feira, 23 de junho de 2020

Festa é festa...Pimba é pimba: NINGUÉM RESISTE AO PIMBA, PIMBA....



Ou vai ou racha.
Viva o amor.
Cá vai a marcha...
Viva a Margarida mais o professor.
É noite de S. João, por inteiro.
Apesar do covid, viva o presidente Monteiro...
Negócios de amor são sempre o que são,
não digas sim, não digas não.
Não há a praça dos bailaricos
mas há manjericos.
Mesmo sem a verdadeira noite de São João da Figueira,
a coisa marcha, queira ou não queira...

Humor em tempo de combate ao Covid 19

Terminal Rodoviário (2)

"As tendências da evolução assimétrica da distribuição da população em Portugal verificam-se também no concelho da Figueira, e portanto a litoralização (que é o processo de progressiva concentração de população e de atividades económicas ao longo da faixa litoral associado à perda de importância e consequente despovoamento do interior), se por um lado obriga a uma constante procura de soluções para os problemas existentes, por outro deve motivar à reflexão para o exercício de ações que contribuam para um desenvolvimento mais harmonioso e sustentável do futuro coletivo.
Assim, a utilização que proponho para o antigo terminal rodoviário está ancorada nos fatores simbólico (um dos espaços – com o Jardim Municipal – de ligação entre o núcleo urbano mais antigo virado para o rio e a mais nova cidade aberta para o mar, e não necessariamente o edifício, apesar de, em parte, ser “a ala nova do Liceu Velho da Figueira”), socioeconómico, urbanístico e ambiental.
Portanto, perante as três possibilidades (a renovação – implica a demolição total ou parcial do edifício e estruturas da área e respectiva reocupação com outras funções; a reabilitação – pressupõe uma intervenção nesta área degradada, visando a melhoria das condições físicas do edifício mas mantendo as funções para as quais foi construído; ou a requalificação – assenta numa alteração funcional do edifício e do espaço adjacente para proporcionar uma redistribuição da população e das atividades económicas ao redor), defendo a primeira, neste caso com a respetiva demolição total para, com máxima liberdade mas preservando a lógica de centralidade urbana, no espaço aí construir um Parque Verde, com as valências de Parque infantil e de lazer, e com o apoio de um quiosque com venda de café e de jornais e revistas e estacionamento à volta, mas, fundamentalmente, acessível por verdadeiras ciclovias com ligação a toda a cidade e a todo o concelho."
Via Diário as Beiras

Tanto tabu "rosa" para quê?..

«Acabou o tabu: António Costa comunicou a Carlos Costa que a escolha do Governo para o Banco de Portugal será a de Mário Centeno. 
Só falta fechar a data de sucessão.
Se dúvidas havia, ficaram esclarecidas esta segunda-feira na audiência oficial do primeiro-ministro com o governador do Banco de Portugal: António Costa comunicou formalmente a Carlos Costa que vai nomear Mário Centeno para governador do Banco de Portugal. Sem margem para dúvidas, e só ficou por esclarecer a data de nomeação.»

Via ECO

Antes que seja tarde: em defesa de Carlos Monteiro

Tornei-me adulto politicamente a pensar que as autarquias locais eram instituições que cultivavam a democracia. Depresssa me decepcionei... 
Tomar conhecimento, ao vivo, que inúmeros autarcas governam as freguesias e os municípios como se fossem propriedade sua, gerindo a seu belo prazer os dinheiros públicos e usando e abusando dos recursos humanos de forma pouco dignificante, foi um choque para um ingénuo como eu era.

Claro que não estou a falar da câmara municipal da Figueira da Foz. 
Alguém viu aqui, não acontecer o que costuma acontecer? Com a substituição e, depois, a morte do anterior líder, alguém deu conta que tivesse havido uma purga entre os  colaboradores/apoiantes do anterior líder?
Para os que dizem que não gosto do presidente Carlos Monteiro, espero que mordam a língua perante esta constatação.

A lista a apresentar pelo PS às autárquicas de 2021, vai ser a melhor prova para os eventuais incrédulos... 
Toda a gente sabe que existem critérios de competência para avaliar, por exemplo, um pedreiro, um serralheiro, um médico, um professor, um advogado, um pintor de muros, um carpinteiro, um vendedor de carros em segunda mão, um mecânico, um padre, até um bloguer... Mas, alguém sabe  como avaliar as competências que são necessárias para definir os atributos para fazer parte de uma lista candidata e, à partida, favorita a uma autarquia?
Perante isto, não acham normal que, em Outubro de 2021, venha a haver descontentamento, azedume e contestação a Carlos Monteiro ou ao presidente da concelhia que estiver à frente dos destinos do PS/Figueira daqui a um ano?
Carlos Monteiro tem culpa que andem por aí maus alunos, com cursos incompletos ou mal acabados, que fazem a vida na sombra de padrinhos e compadrinhos que os levam pela mão das secções partidárias aos gabinetes?
Em 2021 isto não vai correr bem. A vida vai estar difícil, também para os dependentes dos lugares e das benesses pagas com os impostos dos figueirenses ...

Por onde anda a CMTV?

Via Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública
Para ver melhor, clicar na imagem.

No Porto "a cidade vai nua: este ano o S. João não passa do portão"

Este ano a Festa de São João, no Porto e em Gaia, foi cancelada devido à Covid-19, coisa que nunca tinha acontecido até hoje,  nem no Cerco do Porto, nem na Patuleia, nem na pandemia de 1918

As autarquias do Porto e de Gaia não realizam, este ano, a tradicional festa, "tendo em conta o potencial de risco para a saúde pública que este evento representa".
"Uma medida que deixa os portuenses e todos os amantes desta grande festa certamente tristes mas que, nesta altura, se afigura a mais prudente, especialmente dada a incerteza de propagação do vírus e das suas consequências".
«Éramos um só. E mergulhávamos "na imensa maré de gente, subitamente barulhenta, afectuosa, entre bombos e morteiros e balões, alecrim, erva-cidreira, alho-porro, fogo preso ao céu". E íamos "num semovente frenesim carnal que afaga, como uma vaga, toda a cidade", "até que a vertigem e aturdimento da noite anónima nos engolisse também". Éramos a "desordenada multidão, na gritaria, na eufórica desrazão, no dichote, na imprecação". E "íamos apaixonados, levados num impreciso roteiro de abraços, orgíaco e pagão". E trocávamos "graças, sorrisos, abraços, a cantar e a empurrar também, exuberantes, inocentes, generosos, fraternos, vertiginosos".
Éramos um só, sabia Manuel António Pina, o eterno poeta e cronista e jornalista do JN. E éramos felizes, e sabíamo-lo, e éramos imortais.
Mas, subitamente, a cidade enche-se de silêncios, não cantamos, não gritamos, não cheiramos, não há nada, as ruas estão cheias de ninguém. O que sucedeu? Ficamos nus, como a cidade, emudecemos: o S. João, o dia da "noite mais longa do ano", o dia do solstício do Verão, o S. João foi cancelado, dissolveu-se, aboliu-se, está anulado."

«A cerimónia de descerramento da placa toponímica que atribui o nome do ex-presidente da câmara e deputado João Ataíde, falecido em fevereiro, à praça do Forte foi adiada para data a anunciar, para evitar ajuntamentos superiores a 20 pessoas». (2)

imagem via Diário de Coimbra
O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz apela a todas as pessoas para que, esta noite, «aproveitem os 30 quilómetros de praia para ver o fogo com o devido distanciamento»