quinta-feira, 16 de abril de 2020

A escolha vai ser feita por si



"É obsceno que o governo conte os tostões nos apoios aos 'de baixo'. As regras do euro são a razão principal por que o faz. O que está em jogo nesta pandemia é a sociedade que queremos ter depois da tragédia que nos atingiu.

Queremos manter um SNS sub-financiado, com os seus trabalhadores desconsiderados por falta de condições de trabalho e salários medíocres?

Queremos um país que forma bons enfermeiros e médicos e depois os empurra para a emigração, ou para o sector privado que vive das rendas que os nossos impostos lhe pagam?

Queremos um país profundamente desigual, em que uns acedem facilmente ao dinheiro do Estado, enquanto tantos outros ficam sem rendimento algum, até obrigados a ir pedir comida a uma IPSS, porque a sua situação precária, na economia informal, não encaixa nos apoios previstos?

Queremos ficar, para sempre, metidos num colete de forças económico-financeiro e político que obriga o Primeiro-Ministro a mendigar a autorização de Bruxelas para gastar o que for preciso, para salvar todos os que estão em estado de necessidade e não cabem na burocracia montada para que o défice e a dívida não cresçam demasiado?

E os que já têm dívidas que cheguem e, nesta emergência, estão convidados a aceder a mais endividamento (vulgo "linhas de crédito" em que o Estado só gasta com os que não cumprem), porque dinheiro a fundo perdido é demasiada despesa para uma dívida que, passada a tempestade, pode fazer Bruxelas perder a boa-disposição?

E foi assim que trataram os bancos e os banqueiros na crise financeira?

No vídeo de 5 minutos que aqui vos deixo o meu ponto é este:
vai ser preciso escolher entre
- uma vida soberana e digna, em que teremos de construir com esforço o nosso futuro, e- uma vida decadente, de mão estendida, num protectorado em que a Alemanha tem a última palavra.

A escolha vai ser feita por si."


JORGE BATEIRA

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Estas máscaras vão ser distribuídas pela população a partir da próxima semana...

Comportamento dos figueirenses... (3)

"Este é um espaço livre de opinião e não a busca de uma “bíblia” de procedimentos, acerca de realidades do concelho. Só que, desta vez, eu tenho dificuldade em opinar, em boa verdade, por falta de conhecimento que repute como credível. Perguntam “As Beiras” se consideramos estarem os figueirenses a agir de acordo com as actuais circunstâncias. Difícil!
Estou em confinamento há uma série de dias e hoje, véspera de Páscoa, fui até sítios remotos da Serra da Boa Viagem, condoída com a situação do meu cachorro, também ele sem ir à rua, apesar do que tem vindo a ser dito sobre os animais de companhia.
Certo que tenho uma garagem ampla onde ele se “passeia” à vontade, quando as portas para o jardinzinhoda frente ou para o quintal da parte traseira estão fechadas, por força do passeio dos gatos. Lavar patas desta bicharada toda é uma trabalhadeira!
Confio nas palavras do sr. Presidente da Câmara ao afirmar que o concelho se tem portado à altura da gravidade da situação pandémica. E o facto do baixo número de infectados na nossa zona, parece apontar para uma boa compreensão por parte da população. Receio que os últimos dias, com as compras de Páscoa, possam de algum modo comprometer os resultados até aqui obtidos.
Soube do cidadão que foi interceptado pela PSP, após ter violado o confinamento mandatório, já que havia testado positivo. Interrogo-me por que acontecem estes casos, isolado julgo, mas fico pensando se não teria havido uma razão de fundo: isolamento, necessidade absoluta, sei lá! Mas é sempre possível contactar telefonicamente entidade - câmara municipal, Junta de Freguesia, Cruz Vermelha, Bombeiros…
De algum lado haveria de ter surgido uma mãozinha de ajuda mas quem sou eu para julgar? Mais cedo do que tarde, todos acabamos por cometer erros e alguns de palmatória, a “menina dos sete olhos” de que falavam os nossos avós. Havia uma pendurada na despensa da minha casa de criança, impondo respeito – eu tinha!
Mas nunca saiu de lá."

Cantanhede reforça aquisição de equipamento de proteção individual

Via Noticias de Coimbra

«No seguimento das medidas de prevenção e contenção da pandemia SARS-COV-2/Covid-19 que têm vindo a ser aplicadas e perante as necessidades crescentes que implicam medidas extraordinárias, a Câmara Municipal de Cantanhede procedeu a nova aquisição de material de protecção individual, de forma a melhorar as condições de trabalho dos profissionais de diversas áreas, nomeadamente da saúde, serviço social, segurança e proteção civil.»

Anel das Artes, uma confusão que já vem longe...

ACTA N.º 15/2018
REUNIÃO ORDINÁRIA DE 30-08-2018, ponto 12

- ANEL DAS ARTES
O Vereador Ricardo Silva deu nota de que, segundo a Comunicação Social, de finais de fevereiro de 2017, o Anel das Artes englobaria uma área de dois mil metros quadrados, cujo orçamento rondaria o milhão de euros. Sendo uma estrutura com formato redondo, destinada a acolher eventos e que vai ficar parcialmente descoberta. Pelo que conclui que será um novo Touril, em ponto pequeno, mas sem touradas. -----------------------------------------------------------------------
Salientou que, em reunião de Câmara Municipal, de 28 de maio de 2018, questionou o Presidente, se o Anel das Artes era para avançar, que respondeu que daria nota isso oportunamente, quando o projeto estivesse concluído. Perante essa posição, alertou, nessa reunião, que o projeto, antes de avançar, devia ser amplamente  discutido pelas forças vivas da cidade, como qualquer intervenção a ser realizada pela Câmara Municipal. ------------------------------------------------
Realçou que, numa entrevista, em abril de 2015, a Vereadora Ana Carvalho
Oliveira deixou cair que a 2ª fase da Beneficiação do Areal da Praia ficaria
para uma próxima e eventual oportunidade, uma etapa que incluía o Anel das
Artes, constituída por um anfiteatro redondo e uma piscina. Mas porque o Touril
ficava muito próximo, apesar de ser privado, podia ter uma utilização mais
pública, não fazia sentido avançar com o Anel das Artes. ------------------------
Questionou, afinal, em que é que se ficava, adiantando que partilhava, tal como
os restantes elementos do PSD – Partido Social Democrata, da opinião da 
Vereadora Ana Carvalho Oliveira, de que aquele projeto seria mais um
esbanjamento de recursos públicos. ----------------------------------------------
Desta forma, vem requerer o estudo de viabilidade económica do projeto do Anel das Artes, para saber qual a sua função e utilidade ao longo do ano. ------------
O Presidente salientou que havia ali uma ligeira confusão, e explicou que o Anel
das Artes, anteriormente, tinha uma configuração completamente diferente,
aquando do Concurso de Ideias. Presentemente, denomina-se Anel das Artes ou
Centro Multiusos e vai ter outra configuração, porque aquele espaço, por
natureza, capta uma série de eventos, e justifica-se, por possuir um nível de
utilização surpreendente, superior a 50%, ao ano. -------------------------------
Salientou que, entretanto, será apresentado um projeto, em alternativa àquele
espaço, mas que não tenha um impacto agressivo à vista e à paisagem tal como o que lá está agora. --------------------------------------------------------------
Acrescentou que o projeto há muito tempo está pré-anunciado, e logo que possível vai ser feita a devida apresentação, que julga estar na fase final, mas espera que entendam que aquele não é mais do que um aproveitamento de um espaço, para dar continuidade ao que já lá se concretizava. ----------------------------------
Concordou que o projeto inicial era diferente, mas que não fazia sentido, pela
sua configuração, realmente semelhante à do Touril. -----------------------------
O Vereador Ricardo Silva realçou que isso não implicava que não lhe fossem
entregues os elementos solicitados. ---------------------------------------------
O Presidente informou que o projeto ainda estava em fase de decisão, e logo que estivesse pronto, iria ser apresentado a todos, em reunião de Câmara Municipal. -
A Câmara Municipal tomou conhecimento. ------------------------------------------

A cobertura digital do concelho

 Via Teo Cavaco
"A pergunta, feita de acordo com a ata da sessão da Assembleia Municipal de 27 de fevereiro de 2019; a resposta, na mesma sessão, e a evidência de que tinha razão - está demonstrado, no Diário "As Beiras" de hoje.
Para quando a transmissão online das sessões da Assembleia Municipal da Figueira da Foz?"

Bendita reunião de câmara por videoconferência...

Mafra (é preciso dizer mais alguma coisa)...

A Câmara de Mafra começou hoje a distribuir um pacote de oito máscaras cirúrgicas por cada habitação do concelho, um investimento de meio milhão de euros para combater o contágio da pandemia da covid-19.
"Estamos a distribuir um 'kit' de oito máscaras em todas as casas do concelho" afirmou à agência Lusa Hélder Sousa Silva, presidente deste município do distrito de Lisboa.

O que é figueirense pode ser bom: senhoras e senhores - Joaquim Afonso

Na Figueira, a autarquia vende às IPSS´s!...

Via Público

«A Câmara de Cascais vai ceder a partir de quinta-feira 850 mil máscaras de protecção individual a instituições particulares de solidariedade social (IPSS), que irão disponibilizá-las depois aos cidadãos a 70 cêntimos por unidade.

Em comunicado, a autarquia, no distrito de Lisboa, explica que a iniciativa se insere no programa “Máscaras Acessíveis”, que tem uma série de regras de forma a evitar “situações de açambarcamento” e a alcançar um vasto número de pessoas.

Cada cidadão terá direito a comprar três máscaras, por semana, apresentando um comprovativo de morada e o número de identificação fiscal.

De acordo com a nota, o município de Cascais garantiu já o fornecimento de equipamento “a todos os que estão na primeira linha” e mais expostos à possibilidade de “serem contaminados e contaminarem a comunidade, em especial os lares de idosos”

Bendita reunião de câmara por videoconferência...

Imagem via Diário as Beiras

Fica a minha veneração e o meu respeito, a todos os responsáveis e trabalhadores pelas estruturas residências no nosso concelho, que tudo têm feito para evitar casos de COVID-19

Via Notícias ao Minuto
"Covid-19: Misericórdia da Figueira da Foz mantém-se sem casos"
A Misericórdia da Figueira da Foz tem 128 trabalhadores e cerca de metade está a trabalhar.

«"Todos os dias entram e saem pessoas, mas à entrada todos têm que tirar a temperatura. Ninguém entra na instituição sem seguir esses procedimentos", vincou o provedor Joaquim de Sousa.
Todos os cuidados são poucos e, apesar de todo o investimento feito na prevenção, não se pode "garantir" que não apareça um dia um caso naquela instituição, que está atenta a qualquer sinal.
"À mínima suspeita, [o funcionário] ou chega e vai embora ou não chega sequer a vir e vai logo fazer testes ao hospital", explicou, criticando o facto de não haver um uso generalizado de testes para utentes e funcionários de lares.
Ao longo de todo o processo, Joaquim de Sousa salienta a colaboração com o delegado de saúde pública da Figueira da Foz, que fez uma sessão de formação na Misericórdia, bem como a cooperação do INEM e do Hospital Distrital da cidade.
"A qualquer momento pode-nos acontecer qualquer coisa, mas fazemos tudo o que podemos", frisou.»

Hoje no Diário as Beiras: o direito de oposição no município figueirenses e o pensamento de Carlos Monteiro, presidente da Câmara, e a Democracia...

Pergunta: Nota alguma diferença na forma como a oposição actuava com o seu sucessor João Ataíde e actua consigo?
Resposta: É evidente que, tendo personalidades e feitios diferentes, haja diferenças. Temos duas oposições: uma que alerta e quer contribuir para a melhoria do concelho e o bem dos figueirenses, que tem esta linha como principal orientação, e outra que tem uma preocupação essencialmente partidária.
Pergunta: Quem é quem nessas oposições?
Resposta: Em termos de vereação, os vereadores Carlos Tenreiro e Miguel Babo têm a primeira postura. E também, às vezes, Ricardo Silva. Mas quando assume o papel de líder da Concelhia do PSD, tem uma postura diferente.
Pergunta: E na Assembleia Municipal?
Resposta: É onde a oposição tem preocupações essencialmente da conquista do poder, independentemente de haver um grupo dentro do PSD que tem preocupações diferentes, que são as de servir o concelho.

A entrevista pode ser lida na edição de hoje do Diário as Beiras. Cada um tirará as conclusões que entender. Eu tirei as minhas. Para tanto bastou-me o resumo que havia lido ontem na promoção da entrevista.
A Figueira é uma Aldeia pobre em valores. A Democracia já teve melhores dias. Há muita gente que desconhece que "a ordem jurídica portuguesa consagra constitucionalmente e através de lei ordinária dedicada para o efeito, um direito de oposição (Lei 24/98, de 26 de maio)."
A aplicação deste instrumento regulador, sobretudo na esfera de  política local (Câmara, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia) onde as tensões entre quem exerce o poder e quem está na oposição se fazem sentir com maior proximidade e acuidade. 

O exercício da cidadania e o exercício da oposição política são componentes fundamentais de qualquer democracia.
O papel da oposição não se resume a opor-e a quem está no poder para conquistar o poder. A oposição tem outra missão: representa os interesses e aspirações dos “perdedores” do jogo eleitoral. Isto é: deveria ser o porta-voz dos anseios e das aspirações dos votantes que estão sistematicamente excluídos de soluções de formação da equipa do poder, integrando-os no sistema político.
É normal, em democracia, haver alguma  crispação entre quem governa e quem faz oposição. É  anormal, que o foco da preocupação política se concentre na definição das regras do jogo e na condução da governação, tendo em conta os calendários eleitorais. Tem de haver respeito pelos mais elementares princípios de convivência democrática, mas isso não quer dizer que as diferenças ideológicas e programáticas sejam anuladas.
Estamos a poucos dias do 25 de Abril, data daquela que foi a grande revolução portuguesa, a Revolução do Cravos. O golpe militar veio pôr fim à ditadura do Estado Novo e trouxe consigo a democracia.
Muita gente não sabe o que é viver sem liberdade de expressão, não ter direito ao voto livre, não poder reunir-se em grupo com pessoas para falar ou discutir ideias.

As coisas mudaram. Quando uma Câmara, por exemplo, tem um projecto controverso, os cidadãos têm a obrigação de o colocar em questão.
Um exemplo concreto: o caso do Anel das Artes. 3 de Setembro de 2018, via jornal as Beiras.

Todos tínhamos direito a saber coisas concretas. Fê-lo a oposição ao colocar as seguintes perguntas:
"1- Qual estudo de viabilidade económica do Anel das Artes?
2- Qual a sua função?
3- Qual a utilidade ao longo do ano?"
Cá está, a meu ver, um exemplo "de oposição que alerta e quer contribuir para a melhoria do concelho e o bem dos figueirenses".
O tempo veio dar razão a quem colocou, em devido tempo, estas questões.
Neste momento,  "o Anel das Artes está adiado sem prazo. Antes de se colocar o Anel das Artes, é preciso perceber se é possível fazer a cobertura do Coliseu Figueirense e se há necessidade de haver um espaço multiusos, que poderá ter uma valência desportiva."
Isto, aliás, já tinha  sido também uma preocupação da actual vice-presidente anos antes. Vou citar Ana Carvalho, em declarações  ao jornal AS BEIRAS, publicadas em 29 de Abril de 2015.
 “O touril está muito próximo e, apesar de ser privado, pode vir a ter uma utilização mais pública”. 
“Se calhar, o Anel das Artes não faz sentido”...

Ainda bem que já não estamos na Figueira do antes de 25 de Abril de 1974, quando vivíamos num regime de ditadura em que a liberdade estava vedada aos figueirenses. Hoje, podemos exercer o nosso direito à cidadania. E a oposição pode ter direito a ser oposição.
Todos conhecemos bem a Aldeia em que vivemos. Carlos Monteiro, também conhece bem o concelho onde vive...
Ainda há quem se vá apercebendo do deserto do pensamento e de exigência política que vigora por cá. 
Somos poucos, mas na Figueira há ainda quem pense e não desista de pensar. Mas, infelizmente, somos pérolas raras.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Câmara de Mira cancela marchas populares

Comportamento dos figueirenses... (2)

"Para responder à questão desta semana, julgo ser necessário definir o que entendo, neste caso, por “figueirenses”; também pelo que me parece que são as “atuais circunstâncias”; e, finalmente, o que será isso do “de acordo”.
Começo pela última: “de acordo” será comportarmo-nos segundo as orientações nacionais e internacionais das Instituições que tutelam a Saúde, as quais, na fase de mitigação em que nos encontramos, referem que importa reforçar as medidas de prevenção e de controlo da infecção, de forma a evitar, diminuir ou limitar o impacto da COVID-19.
Em relação aos figueirenses, lembro a sociedade civil, pedindo desculpa a quem eventualmente não esteja representado na lista seguinte: quem é pai ou mãe e tem fi lhos menores todo o tempo em casa, cuidando do bem-estar físico, psíquico e escolar no lar; quem é sénior e não pode sequer dar o seu passeio higiénico, mas que, ainda assim, está em sua casa; quem está num Lay-off expectante; quem é empresário e vê os seus sonhos, pelo menos, adiados; quem está abnegadamente a cuidar do Outro, seja no Hospital, em Centros de Saúde, em Lares ou Residências; quem assegura a ordem pública; quem espera entrar ainda este ano no Ensino Superior e continuou a preparar-se; quem criou o seu próprio emprego e se sente abandonado à sua sorte, mas não desiste; quem sai todos os dias para trabalhar porque tem uma função considerada vital...
Tenho para mim que o maior desafio das “atuais circunstâncias” é a consciencialização da mudança de paradigma civilizacional: se muito ou pouco será como dantes é um exercício de futurologia para o qual não me sinto motivado; mas sim, estou muito para, humildemente, contribuir no sentido de que todos estejamos conscientes da imprescindibilidade de nos mudarmos e ativamente colaborarmos na construção de um futuro mais sustentável. Sim, a sociedade civil figueirense está a comportar-se de acordo com as atuais circunstâncias, mas temos de construir o futuro - diferente; melhor!"

“Vai Ficar Tudo Bem”

“O dia-a-dia de uma pessoa de 89 anos quando se vê privada da sua liberdade, sem entender bem a dimensão da tragédia.
A ordem é clara: FICA EM CASA e ela ficou!
Uma homenagem, uma celebração de uma longa e feliz vida e de uma amizade que se estreitou com o confinamento obrigatório!” – Débora Sousa


Via Aventar

COVID19: Figueira tem 14 casos confirmados

Este é o Portugal profundo: o dos felizes e mais mais ingénuos que acreditam !..

Vila Verde. Centro Social de Freiriz cumpre tradição e deu cruz a beijar


"O Centro Social de Freiriz através das suas redes sociais fez um direto do compasso pascal no seu lar, onde se reconstitui na íntegra com a presença de um padre, os sininhos a tocar e o beijar da cruz por parte dos utentes e no final o tradicional “beberete” de páscoa.
“A Páscoa é celebrada também pela reunião da família, sendo um momento de confraternização e de alegria”, anunciou o centro social de Freiriz."

Passam os anos e não se aprende nada...

MAIS OLHOS DO QUE BARRIGA

"Há uma velha tradição dos aparelhos partidários do PSD e do PS que tem passado incólume e sem grandes críticas, que é a confusão entre Estado e partidos quando estes estão no poder. Confunde-se o trabalho dos serviços do Estado e dos seus quadros como obra dos partidos. Tudo o que é feito no Estado resultou da ação dos Governos, tudo o que o Estado faz serve de propaganda dos partidos.

O caso mais recente sucedeu com um cartaz do PS onde mostrava as quantidades de máscaras e de ventiladores distribuídos pelas diversas regiões do país, como se isso fosse mais um milagre que só foi possível graças ao governo. Aliás, as sucessivas idas da Jamila Madeira onde mais parecia uma transitária ou um despachante oficial, dando entrevistas em frente de aviões de onde eram descarregados caixotes, dando ares que se não fosse ela nada tinha chegado.

É pena que os partidos insistam nestas estratégias pacóvias, não entendendo que os eleitores já não são assim tão parvos. Neste caso as coisas correram muito mal pois ao mostrarem a “grandiosa obra” para captar simpatias a norte do país, acabaram por provocar revolta e indignação em todo o Algarve, precisamente uma região que deu uma preciosa ajuda eleitoral a António Costa.

O Algarve tem sido preterido por sucessivos governos e é actualmente uma das regiões, senão mesmo a região do país mais desprezada pelos ministros da Saúde e onde o SNS tem uma das piores imagens. Ainda recentemente o governo ignorou a necessidade de um novo hospital da região, não admirando que mal se avizinhava a pandemia a incansável Jamila Madeira, correu para o Algarve para tranquilizar os algarvios, assegurando que o hospital distrital do Algarve estava pronto para uma boa resposta.

Pois, o problema é que o Algarve tem pouco mais de duas dezenas de ventiladores, uma pena UCI em Faro (onde já fui residente durante um mês), uma ainda mais pequena em Portimão e mais uma dúzia ou pouco mais de ventiladores em unidades de saúde privada. Assim, quando à data da manobra propagandística oportunista o Algarve tinha direito a uma bolinha pequena onde não cabia nenhum ventilador deu-se o escândalo.

Talvez seja tempo de os militantes dos partidos deixarem de pensar que o Estado é uma extensão obediente dos aparelhos onde quem manda são os seus caciques locais, distritais ou nacionais."