terça-feira, 24 de setembro de 2019

Os prestamistas de antigamente desapareceram e deram lugar à Banca selvagem destruidora dos dias de hoje

Há 50 anos, sobretudo nas grandes urbes como Lisboa, em cada rua existia uma casa de penhores através das quais o Zé povinho conseguia obter dinheiro para fazer face a certas dificuldades inesperadas. 
Em muitas dessas casas os seus proprietários e colaboradores, mantinham um relacionamento com determinadas pessoas que, tendo-as como honestas lhes facilitavam, a vida em momentos de grande dificuldade. E assim iam sobrevivendo uns e outros. 
A partir dos anos 70 a Banca começou a surgir em força e as conhecidas casas de penhores, foram desaparecendo tendo esta actividade deixado de existir. 
Obviamente que os moldes de obtenção de dinheiro não são comparáveis, porquanto os prestamistas entregavam dinheiro com base em bens que ficavam depositados nas suas casas sendo que o seu valor era sempre calculado muito abaixo do real. 
As pessoas quando tinham possibilidade de ir resgatar o bem, devolviam o dinheiro emprestado pagando os juros pelo período então acordado. 
A Banca, através da publicidade enganosa, alicia pessoas de mente fraca, a endividar-se de tal forma que acabam por vezes por não conseguir respeitar os seus compromissos, face ao elevado montante de juros que o crédito pessoal oferecido lhes rouba. 
O mundo mudou. E Portugal também... 
Nos dias de hoje, a lata dos banqueiros é igual à lata dos políticos: não tem fim. 

Da vaca que voa à vaca que foge do prato

"Há anos que vivemos em emergência climática, com poucas decisões estruturais, decisões estruturadas e Estados que cumpram os objectivos. Aliás, estados e cidadãos, porque, por exemplo, nas metas de reciclagem e de adesão à economia circular estamos muito aquém dos objectivos e basta percorrer o território urbano e suburbano para perceber que os comportamentos individuais ditam a lei do mais poluidor. Portanto, alegram-se as consciências que as cantinas da Universidade de Coimbra deixem de ter carne de vaca nos seus menus – que alívio para a tesouraria da academia – mas conformam-se que quem puder possa ir a uma cadeia de fast-food emborcar um hambúrguer e de seguida aliviar os sobrantes na berma de uma estrada qualquer do tecido urbano. São as mesmas consciências que se conformaram com o abandono do Interior que conduziu ao despovoamento desses territórios, à redução das actividades agroalimentares e silvícolas e a um foco geral em apenas uma parte do país. E voltam a atacar com uma popularidade proibitiva que fustiga o mundo rural. Longe vão os tempos em que a academia era um fervilhar de liberdade, agora envereda pelo proibicionismo, em linha com as tendências.
Com tantas habilidades e transformismos políticos, não espantará que a vaca que voa do próximo ciclo político se apresente sem género definido, como convém a quem faz da coerência uma coisa do século passado, descontinuada e sem possibilidade de reciclagem.
À cautela, o melhor mesmo é não deixar que outros decidam por si, a 6 de outubro, vote!"

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Nunca falta animação e diversão na Rua 5 de Outubro, em Buarcos...

Hilariante...

"Um incêndio numa habitação em Soure durante a madrugada de hoje deixou duas pessoas desalojadas", é a notícia publicada pelo O Figueirense.
Porque carga de água aparece esta foto com o presidente da câmara da Figueira da Foz?
Estes publicitários são cá uns exagerados!..

Para ler e pensar...







"A abstenção não se combate com posts dizer a “eu já votei”. 
A abstenção não se combate com posts publicados na véspera e no dia das eleições a fazer o elogio do voto. 
A abstenção não se combate a apontar o dedo a quem não vota, a enumerar culpados. 
As pessoas que se abstêm não o vão deixar de fazer por vergonha ou culpa. Ou para não parecer mal aos que têm a atitude certa, correcta. As pessoas que se abstêm poderão deixar de o fazer se houver uma discussão politica que os envolva nos 4 anos que antecedem as eleições. E, acima de tudo, se desde cedo, sim, muito cedo, forem despertados em casa, na escola, para a vida política. Para uma consciência de que o voto é um direito precioso e um dever ainda maior. Não se cria um leitor por se lhe apontar o dedo, dizendo em tom paternalista: “ah, tu não lês, és preguiçoso, não queres saber e por isso não és merecedor de uma coisa qualquer”. Cria-se um leitor dando-lhe livros para as mãos desde cedo, cria-se um leitor em casa de pais leitores, dando o exemplo. 
Demora tempo, exige espera, dedicação e, acima de tudo, crença no outro. Na política é a mesma coisa.
Já agora, para que não haja dúvidas, eu voto."

Pombal reforça apoio a clubes com instalações próprias

"A Câmara Municipal de Pombal deliberou reforçar o apoio aos clubes com instalações próprias do concelho, visando minimizar os custos inerentes despesas de funcionamento e manutenção das mesmas.
Este apoio extraordinário visa fomentar a igualdade de tratamento entre os clubes, uma vez que as instalações próprias acarretam um conjunto significativo de custos que os clubes que utilizam infraestruturas municipais não têm de suportar.
Os custos que este apoio pretende minimizar prendem-se com aquisição de produtos de limpeza, higiene e manutenção, eletricidade, gás, água e aquisição de seguros para as instalações.
Os apoios a conceder neste âmbito podem ir até ao máximo de 5.000€ por clube, dependendo do tipo de equipamento e da sua utilização."

Via Noticias de Coimbra

Progressão na carreira...

Via Diário as Beiras

"É aquilo que se esperava..."

Via Diário as Beiras

CORRUPÇÃO COM NOVA CARTILHA

"Os cargos de Francisca Van Dunem, Pedro Nuno Santos e Graça Fonseca estão garantidos.

Contudo, não é através de decreto que os cidadãos passam a respeitar, respectivamente, os ministros da Justiça, das Infraestruturas e da Habitação e da Cultura.

Para "salvar" os três governantes, António Costa jogou tudo no alívio da pressão sobre a rolha da garrafa da corrupção ao mais alto nível do Governo e da Administração.
E Lucília Gago, procuradora-geral da República, chancelou a maior brecha no combate aos crimes de colarinho branco, desde o 25 de Abril de 1974, na proporcional medida em as suas toilettes esvoaçam colorida e suavemente sobre as críticas do Conselho da Europa e de outras instituições internacionais.

Resta ainda saber se Lucília Gago vai determinar o carácter vinculativo do parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ainda assim, como já parecem remotos os tempos em que Joana Marques Vidal sustentava a tese das «redes de corrupção instaladas no Estado» - aliás, corroborando Maria José Morgado -, a qual teve o mérito de perturbar a tranquilidade do bailete instalado e em curso.

Vamos aos factos, por exemplo em relação ao sector da Saúde, em que a grassa a suspeita da grande corrupção, para observar, salvo melhor opinião, a monstruosidade política da tese defendida por António Costa, e agora secundada pela PGR:

76% dos portugueses consideram que a qualidade dos serviços públicos de Saúde ficou na mesma ou piorou no último ano;

 65% dos portugueses consideram que a corrupção ficou na mesma ou aumentou no último ano.

A relevância destes dois números, recentemente publicados pelo "Expresso", obriga a fazer mais e muito melhor, mas o Governo e o MP optaram por recuar em relação à Lei, com efeitos ainda pouco perceptíveis quanto ao futuro.
Só um serventuário do poder pode confundir o escrutínio implacável e o reforço da transparência com uma qualquer suspeição que tem subjacente uma avaliação de carácter dos titulares de cargos políticos e públicos.

De facto, com o parecer do Conselho Consultivo da PGR quase metade do PIB nacional controlado pelo Estado passou a estar mais exposto ao compadrio e às redes de influências.
Já sabíamos que esta espécie de PS que ocupa o poder padece de uma alergia crónica em relação à ética republicana, um princípio, aliás, cada vez mais abastardado, como comprova a extraordinária fantasia, tão impune quanto mirabolante, de ninguém ter dado conta no Largo do Rato do elefante no meio da loja.

Agora, desgraçadamente, ficámos a saber que a nova cúpula do Ministério Público atirou a toalha ao chão, quiçá plasticizando o atrevimento passado de incomodar um par de poderosos, e reforçou a percepção generalizada de um perdoa-me rastejante."

RUI COSTA-PINTO

A CAMPANHA ELEITORAL DAS LEGISLATIVAS DE 2019

O QUE SE PODE ESPERAR

"A última sondagem tende a reflectir a posição do eleitorado depois dos debates televisivos. Como era de esperar, Rio sobe, não necessariamente à custa do PS, o que é pena para quem não deseja uma maioria absoluta, mas porventura à custa da abstenção e do voto branco (eleitores do PSD desiludidos), porventura também à custa dos novos eleitores, que se não deixaram seduzir pelas “tontices” fundamentalistas do PAN e ainda alguma coisa à custa do depauperado CDS de Cristas.
A subida do PSD para níveis que o aproximem dos 28% garantirá a continuidade de Rio à frente do partido e deixá-lo-á em excelente posição para se tornar no parceiro privilegiado de Costa na próxima legislatura. Certamente, se não houver maioria absoluta, assistiremos a uma retórica da parte do PS tendente a deixar na opinião pública a ideia (que o PS que conta nestes últimos dois meses já se encarregou de desmentir) de que a solução de 2015 só não se repetirá se os partidos da esquerda a não quiserem. Como porém esta solução é irrepetível, não apenas por ser outro o contexto político, também por terem sido bastante enfatizados os seus resultados negativos, mas acima de tudo por ela só ser viável se se propusesse alcançar conquistas e garantir avanços em áreas claramente de esquerda (direito laboral, serviços públicos, investimento público e outras garantias sociais) que o PS do “tratado orçamental” e do “pacto de estabilidade e crescimento” não está em condições de satisfazer, o mais provável é que para a base principal da governação o PS (sem maioria absoluta) busque o apoio do PSD, calada que esteja a sua facção mais agressivamente neoliberal.   
Da parte do Bloco a não participação indirecta no governo não constituirá uma boa coisa. Toda a sua estratégia, aliada à extraordinária capacidade de Catarina Martins para captar votos, apontavam para uma participação mais activa no governo. Esta estratégia do Bloco colide, porém, frontalmente, como já se viu, com a do PS que vê no BE não apenas o seu mais directo concorrente à esquerda, mas também aquele em cujo eleitorado não “pesca” votos por mais que tente reverter a seu favor os efeitos das medidas que com muita relutância aceitou pôr em prática. O Bloco sabe também, como partido de esquerda e como partido que não dispensa o eleitoralismo, que há limites que não poderá ultrapassar por mais tentadora que continue a ser a sua participação indirecta no governo. Ou seja, o Bloco sabe que não poderá prescindir das bandeiras de esquerda por que sempre se bateu, mesmo aquelas que aparentemente não dão votos (como o fortalecimento dos serviços públicos), embora os tirem a quem governa se não forem devidamente acauteladas, e sabe também que a sua participação só se justificará aos olhos do seu eleitorado se houver avanços significativos no plano da distribuição directa de vantagens, como, por exemplo, a satisfação das reivindicações de certas classes profissionais. Ou seja, tudo matérias a que o PS não pode chegar.
O PCP, por seu turno, sempre com uma visão mais estrutural da política, muito embrenhado nas tais lutas que não dão votos, e sem grande capacidade para tirar partido eleitoral dos avanços conseguidos à custa da sua acção, acaba por ser o partido que mais à vontade se sentirá no tempo pós eleitoral, a menos que o resultado das eleições seja uma verdadeira catástrofe. Embora o PS preze a colaboração do PCP, não apenas pela fidelidade aos compromissos assumidos, mas, principalmente, por ser o partido que eleitoralmente menos prejuízo lhe causa, antes pelo contrário, a verdade é que não estando o PS em condições de responder satisfatoriamente às novas exigências do PCP, o mais natural é que este não encare como prioritária a sua participação na solução governativa, quer o BE venha nela a participar, quer, por maioria de razão, não venha.
Em grandes dificuldades, lutando pela sua sobrevivência política, estão Cristas e o CDS. Como partido apêndice do PSD, perturbado pelas suas oscilações estratégicas, entre um neoliberalismo puro e duro e uma democracia social-liberal, o CDS depois de se ter afastado da herança da sua última experiência governativa, sem contudo se posicionar numa alternativa credível, vive hoje o drama do descrédito a que o eleitorado o votou, como se confirmou, ao contrário do que foi dito, nas autárquicas entendidas na sua totalidade, nas europeias e mais logo nas regionais da Madeira. A perturbação é tanta que Cristas já procura Marcelo como bóia de salvação. Já não pede o voto nela, pede que não votem exageradamente na esquerda para conservar o papel “equilibrador” do Presidente da República. Como se a maioria de dois terços na AR tivesse uma importância decisiva em todos os eventuais vetos presidenciais…
Finalmente, o PAN que conseguiu durante quatro anos deixar transparecer uma ténue imagem da sua verdadeira natureza - a imagem que mais lhe convinha. É difícil antecipar até onde poderá ir. Mas irá certamente bastante além do que seria razoável…"
JM Correia Pinto

domingo, 22 de setembro de 2019

Acordem para a vida...

RODRIGO SERRÃO

O algodão não engana...

Sentido de oportunidade ou de oportunismo político?.. Qual foi a diferença entre o que se passou no caso do abate das árvores, em Buarcos, e na aprovação do projecto do Jardim Municipal? Onde está a tal "a mudança de quase 180 graus por parte da governação, desde Abril deste ano", vista pelo Dr. Carlos Tenreiro?.. Até acredito que o defeito possa ser meu: têm é de me provar que estou enganado, com exemplos concretos... Não com "paleio de chacha"...
Imagem sacada daqui

PARA MEMÓRIA FUTURA - O BIFE

Pela habitual ironia. Pela explanação culta e bem conseguida. Pelo apurado sarcasmo. Pela irreverência de sempre. E pela persistência que já vai longa, leiam este texto de Nelson Fernandes. Garanto que são dois ou três minutos que valem a pena.
"A carne entrou na minha vida aos bocadinhos, bem misturada com muita massa, muito arroz, muitas batatas; a carne era cara e nós éramos muitos à mesa. O «Fonisca» quando se referia ao chouriço dizia: - O meu pai come-lhe a carne, a minha mãe come-lhe as peles e eu «chucho-lhe» os baraços.
Um bife! Ouvia-mos falar no bife. E pasmava-mos como é que se podia comer, sozinho, um bife inteiro. Que me lembre, penso que a minha primeira vez, terá sido no ano de 1957, ou 1958, na pensão Areias em Vila Real. Por alguma razão que se foi, num dia de Verão, há hora de almoço, uma toalha vermelha e branca pousada em cima de uma mesa de madeira, recebeu uma travessa com dois bifes inteiros. Um deles era-me destinado. O outro calhava ao meu pai.
Ainda hoje o sabor daquele bife é o padrão gustativo dos bifes que, acompanharam o meu crescimento, e, mais tarde, temperam o meu corpo de ácido úrico.
Um bife, hoje, é ir ao Miguel, vê-lo a pegar na peça de alcatra e examiná-la com amor e sabedoria. Pousa-la na mesa de corte, pegar na faca e no afiador e casa-los como só um talhante sabe fazer. Dois dedos? Pergunta por desfastio; e, enquanto a mão direita desfere o golpe certeiro, a mão esquerda ampara carinhosamente o bife, como que a impedir que se magoe na queda.
Prepara-se com sal grosso (outra espécie em vias de marginalização social), dum lado e doutro. Quem quiser pode pincela-lo com manteiga e alho esmagado, mas evite complicações. Esbraseie até ficar com as marcas do arame, e coma mal passado, depois de um pequeno repouso que a carne merece, e o seu palato agradece.
Este «prazer da carne» está vedado ao Magnifico Reitor da Universidade de Coimbra, e por via dele aos estudantes, ou antes aos frequentadores das cantinas universitárias. Eu há tempos que ando com medo que um dia, um qualquer «maduro» nos imponha, como dieta, palha ao almoço e erva ao jantar. Morreremos cheiinhos de saúde. Mas tão sensaborões que nem os bichos nos hão-de querer."

sábado, 21 de setembro de 2019

Gente que não tem vergonha na cara...

Nenhuma gota de chuva se julga culpada pela inundação...

Às vezes, ao tentar lavar as mãos acabamos por sujar a consciência...

Imagem via Diário as Beiras

A Figueira é uma cidade pequenina. Assim parece que somos. Assim parece que vamos. Atentos, venerandos e obrigados. Seguidistas, flexíveis até onde fôr preciso para obedecer, bem comportadinhos para não destoar. 
Os da maioria querem? Faz-se. 
Este é o concelho “óbvio” da geração que nos desgoverna, ostentando com garbo, mas singular amnésia, o voto quadrienal na lapela, que lhes serve para tudo. 
O voto, para esta geração de políticos de plástico não é um compromisso, apenas um trampolim. 

Sonho tem significado...

... quando eles acontecem, significa que quem sonha está a dormir.
6 de outubro está à porta. 
Acorde e pense...

Os abstencionistas dizem que não votam porque não acreditam na classe política...

Mas, o que é que fazem para a melhorar?..