O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
Carlos Carranca nasceu na Figueira da Foz a 9 de Novembro de 1957.
Foi professor do ensino superior, poeta, ensaísta e declamador. Licenciado em História e doutorado em Língua e Cultura Portuguesa pela U.A.L., exerce docência na Escola Superior de Educação Almeida Garrett, Universidade Lusófona como professor associado convidado e na Escola Profissional de Teatro de Cascais.O intelectual e professor universitário Urbano Tavares Rodrigues, que morreu em 2013, definiu Carlos Carranca, especialista na obra literária de Miguel Torga, como "um D. Quixote que se revela contra a mesquinhez do mundo e cavalga, à procura de si, de um sentido, de um segredo, de um sinal".
É mais do que evidente, neste momento, o desejo dos dirigentes máximos do PS de se desembaraçarem dos partidos de esquerda que têm dado suporte ao actual governo. A fórmula da “geringonça” era, evidentemente, para ser transitória, obedecendo a imperativos de táctica na conjuntura em que surgiu. Porém, apesar de tudo, foi um dos melhores governos que tivemos em Portugal. É incómodo partilhar o poder e ter de negociar com outros partidos? É. Todavia, a verdadeira democracia exige esse esforço permanente. O PS, com maioria absoluta, ganha em arrogância o que perde em capacidade democrática. As maiorias absolutas têm sempre um défice de democracia. Recuemos a 2009 e vejamos o que aconteceu na Figueira.
Depois de 2013 tudo mudou com a maioria absoluta...
No dia 4 de Novembro de 2013, realizou-se a primeira reunião camarária fechada da história da democracia figueirense pós 25 de Abril de 1974.
Em 2019, regra geral, as empresas de media são geridas por empresários que não conhecem ou, sequer, gostam dos media. Constituem um meio de promoção social ou puro negócio. A ideia de serviço público morreu nos anos 70 e não ressuscitou, nem mesmo com a tendência da responsabilidade social. Os empresários estão entre dois mundos: o da banca e outros financiadores, a quem têm de devolver o retorno anual dos seus investimentos; e o público. Ninguém gosta de pagar a um empregado para ele lhe dar tiros no pé. E o que o público não descortina, não precisa de saber. No final dos anos 70 do século passado, grosso modo, o modelo do jornalismo era simples: as empresas pagavam (a jornalistas, comerciais, administrativos, a impressão, o papel, a distribuição, por brindes) e recebiam (da venda de exemplares, da publicidade e de produtos associados). O online veio baralhar as coisas. Quem se safou? Como na guerra, quem vendeu o armamento. Empresas de tecnologia, de telecomunicações, de consultoria, todas tiveram anos excelentes.
Neste momento, se ainda escrevesse em jornais, já teria colocado a questão, a meu ver, mais pertinente da Figueira. Que é simples e visível: por onde anda o executivo camarário? Ele está, ele existe, é o maior de sempre, mas não se nota. Porém, é como se não estivesse. É como se não existisse. Damos pela sua presença, mas não pela sua missão: governar, cuidar e tratar da pólis. Decidir. Planear. Planificar. A cidade e o concelho. Apontar metas. Dizer por onde vamos. Alguém consegue dizer que é isso que está a acontecer? Ontem, o presidente da câmara da Figueira da Foz deslocou-se ao Rovisco Pais, para assinar um protocolo para a constituição de uma equipa de andebol em cadeira de rodas, levou uma comitiva num autocarro e a imprensa foi e fez a notícia e tirou a foto de família... Em 2019, na Figueira, jornalismo é isto. O que o público não descortina, não precisa de saber.
Este cabo eléctrico, em 2016, já estava assim há uns 2 anos! Entretanto, passaram mais 3, o que perfaz pelo menos 7, estamos em 2019, com uma requalificação no espaço pelo meio, e nada aconteceu: continua tudo na mesma!..
Tinha 20 anos quando aconteceu o 25 de Abril. Vivi 20 anos numa ditadura. Hoje, em Portugal, vive-se em várias, das quais a que chateia é a ditadura do politicamente correcto. Não é politicamente correcto ser honesto. Repare-se hipocrisia e na ganância para conquistar votos. Neste momento, as mentiras dos partidos políticos enojam. Perante a passividade e a inércia dos políticos, temos um nível de corrupção assustador, uma justiça que é célere com quem rouba um pacote de arroz, mas deixa prescrever quando se cometem os grandes roubos, uma educação onde os professores deixaram de ser professores para serem burocratas e a quem dão um tempinho para dar umas aulas, uma saúde onde faltam médicos e enfermeiros e os que há estão profundamente desmotivados e uma comunicação social que, no intervalo em faz fretes ao poder, levanta umas “ondas” mas deixa que o tempo as esqueça. A única classe política satisfeita é a dos políticos. Em 2019, não é este o Portugal que, em 1974, esperava. Quem diz Portugal, diz Figueira...
"Há 27 anos, o líder cubano Fidel Castro pronunciou o seu discurso na conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento que acolheu o rio de Janeiro (Brasil). As suas palavras provocam calafrios se se tiver em conta a destruição da Amazónia hoje em dia."
Rui: porquê e para quê a reforma eleitoral? Rio, nas próximas eleições, mesmo sem a reforma do sistema eleitoral, vai atingir o objectivo: alcançar menos deputados!