sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A comunicação social anda a brincar com coisas sérias...

Cem ou duzentos mil, a desfilarem do Marquês ao Rossio, enquadrados pela CGTP, com um caderno reivindicativo definido e propostas concretas, merece meio minuto no telejornal a seguir ao intervalo.
Uma manif de palermas inventada pelas televisões, teve directos intermináveis, dois jornalistas por manifestante, drones com câmaras de filmar.

Rewind

Discutiram-se, mais uma vez, em sessão camarária, os problemas de segurança e de acessibilidade na barra da Figueira.
Estou a seguir a reunião com muitas dificuldades, por causa da péssima qualidade da transmissão que é proporcionada pela Câmara Municipal, via internet.
"Espírito guerreiro", foi o pedido da Miguel Babo ao presidente da Câmara perante este problema que preocupa muitos figueirenses. Mais à frente, o senhor presidente mostrou disponibilidade para exibir o seu "espírito guerreiro", mas espera "que os vereadores vão à frente"...
Espero, apesar das interferências, ter conseguido captar o espírito revolucionário em que está a decorrer esta sessão camarária.
Por falta de condições, vou desistir. Vou deixar a secretária, para ir à procura das gaivotas a voejarem em contraluz de encontro ao, ora alaranjado, ora avermelhado do poente, que todos os dias tenho a soerguer-se deste meu mar lindo.
Neste momento, o silêncio é total, mas a atenção e a maravilha estão presentes no voo das gaivotas. Elas planam, planam e planam neste crepúsculo gradativo que se repete dia após dia. Não quereria dizer uma boutade, mas diria que é invisível o som do seu planar... Tão invisível, quanto gracioso. Tão invisível, quanto belo! E assim vou estando em paz! Uma paz relativa, mas ainda assim paz!
E, tudo por a qualidade da transmissão da reunião camarária que se está a realizar neste momento ser completamente insuportável. Mesmo para uma alma casta e inocente como a minha.

Crónica da semana

Via DIÁRIO AS BEIRAS

Dez & 10, com o convidado João Ataíde (III)

MUSEU DO MAR
"Indagado acerca da localização do futuro museu do mar, João Ataíde mostrou-se inclinado para São Pedro, em detrimento de Buarcos, tendo em vista a existência de espaço no Cabedelo, zona da margem sul da cidade com rio e mar e cujas obras de requalificação arrancam em breve. No entanto, o edil ressalvou que ainda nada foi decidido, sendo certo que, segundo revelou, prefere um espaço museológico interactivo."

Via DIÁRIO AS BEIRAS

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Dez & 10, com o convidado João Ataíde (II)

A sucessão.
Jot´Alves, cerca dos 47 minutos: "a propósito de Carlos Monteiro: se ele for o candidato à Câmara vai contar com o seu apoio?"
Ataíde: "claro que sim. Se ele for candidato do PS à Câmara, claro que sim. O candidato terá de ser sempre escolhido pelo Partido Socialista."
Jot´Alves: "vai fazer campanha ao lado dele?"
Ataíde (engasgou-se ligeiramente...):  "depende em que papel eu estiver nessa altura?"
Se vai cumprir o mandato, se não pode candidatar-se mais à Câmara, o que obsta o presidente em exercício, nessa altura, de fazer campanha ao lado do candidato apresentado pelo PS em 2021?


Pelos vistos, Vossa Excelência, senhor presidente, a três anos de distância, tem já um problema.
O problema, o grande problema, é que Vossa Excelência, tem dificuldades na forma como resolver o problema.
É claro que, para Vossa Excelência, é um gravíssimo problema, uma vez que não foi eleito para resolver problemas.
Nove anos são disso a melhor prova. Não se lhe conhece a solução de um problema, fosse ele qual fosse. A maneira como resolveu o caso Figueira Parques vai ser disso prova.
Vossa Excelência quer estar de bem com todos, em especial com os da sua classe, portanto, o povo que se sacrifique.
Quando há problemas, como o que ora existe, Vossa Excelência pode  ouvir os "senadores da Figueira", mas ignora o Povo, os que o elegeram.
Na Democracia, os problemas resolvem-se com o Povo, pelo Povo, nunca nas costas do Povo, em manobras palacianas, no escuro, na arrogância dos silêncios, como se quem elege nunca mais tivesse voz activa no que o eleito faz e vai fazendo.
Os  donos da Figueira, Vossa Excelência, neste momento, é um deles, discutem na sombra, nos sofás do poder, nos palácios e não prestam contas do que pensam, do que acham dever fazer, do que nos espera. Somos a "carne para canhão". Os eleitos exercem os poderes sem ter em conta a mais profunda natureza de um estado de direito e do significado de uma palavra tão simples quanto esta - Democracia.
Impingem-nos um governante "eleito" por meia dúzia de confrades, no silêncio (sempre o silêncio) de um salão partidário, sem, ao menos, o acordo do partido em causa. É a sucessão monárquica.
Neste momento, Vossa Excelência e a sua equipa  tornou-se o problema -  é o problema.

Vossa Excelência deve saber, como há muito ensinam os pensadores sérios, que as crises geram condições para a acção. A Figueira permanece na crise porque não crê na acção e na força da acção democrática de quem a governa há mais de 9 anos.
Vá lá, em 2021 preste um serviço à Figueira: não aceite um príncipe designado para o substituir na governação da Figueira e do concelho.
Até lá decida-se e confie no Povo que o elegeu.

Sapataria da Figueira da Foz encerra a três anos do centenário

Foto: DB-J.A.
"A sapataria Quaresma da rua Cais da Alfândega (existe outra, na rua 5 de Outubro) é dos espaços comerciais mais antigos da cidade. E uma dos últimos representantes do comércio tradicional histórico da zona das praças da Baixa da Figueira da Foz. No entanto, vai encerrar, em finais de janeiro de 2019, dois meses antes de cumprir 97 anos.
“Éramos quase os últimos resistentes dessa era”, frisou o empresário Hugo Quaresma. Os postos de trabalho poderão estar em risco. “Estamos a analisar a situação. Se houver transferência de clientes para a outra loja, não haverá despedimentos”, garantiu."
 

Via DIÁRIO AS BEIRAS

Dez & 10, com o convidado João Ataíde

Uma hora e quase 50 minutos, neste tipo de programa, parece-me um formato muito longo.
Dado que para o senhor presidente, "é mais fácil dizer mal", vou apenas referir o momento que, para mim, valeu a pena ter aguentado aquela estopada.
Por volta da 1 hora e 22 minutos desta edição do Dez & 10 pergunta o Jot´Alves: "a tempestade Leslie foi  o momento mais difícil dos seus mandatos?"
Resposta, pareceu-me que sentida, de João Ataíde: "o mais difícil, aquele que verdadeiramente me tocou mais, foi  a morte dos pescadores (em 2015). O ver aquele homem naquela situação, ainda hoje me está presente..." 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Ataíde encerra Dez & 10...

A primeira temporada do ciclo de entrevistas ao vivo Dez&10, na Filarmónica Dez de Agosto, à quarta-feira, pelas 21H30, chega hoje ao fim.
O último convidado da série é o presidente da Câmara da Figueira da Foz.

João Ataíde, juiz desembargador em licença sem vencimento, cumpre o terceiro mandato como Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz e lidera também, desde 2014, a Comunidade Intermunicipal da CIM Região de Coimbra. 
Motivos de conversa não irão faltar, numa entrevista informal e descontraída conduzida pelo jornalista Jot'Alves.
Na sessão da passada quarta-feira a convidada foi Ana Machado.




Para daqui a pouco recordar...

Num concelho normal seria insólito. Na Figueira, um concelho insólito, é normal...

Em qualquer situação o importante era conseguir descobrir o fio à meada...

"Sobre o fecho-éclair"...

Uma crónica de Pedro Silva, publicada no DIÁRIO AS BEIRAS.

"Numa das 21 lições para o Século XXI, Yuval Noah Harari fala-nos sobre a ignorância. Nos seguintes termos. Numa experiência foi pedido a vários pessoas que avaliassem o seu próprio conhecimento sobre o funcionamento do fecho-éclair. A maioria vangloriou-se quão bem compreendia o sistema. No entanto, quando lhes foram solicitados os passos necessários ao seu funcionamento, a tal maioria, qual fecho-éclair encravado, engasgou-se. Chegamos assim ao conceito da “ilusão do conhecimento”: pensamos que sabemos muito, quando na verdade não pescamos patavina, pois assumimos o conhecimento dos outros como nosso.
A minha relação com o conhecimento em política viverá sempre esta ilusão. Durante algum tempo casei com a sensação de que se tratava de um mundo complexo, é certo, mas quando bem espremido, resumido em: conquistar o poder, exercer o poder e manter o poder.
No entanto, a recente “quezília-para-se-resolver-internamente-na-comunicação-social” do PSD figueirense diz antes que esta particular conquista do poder – “a vitória de 2021” – , poderá sofrer várias metamorfoses ao longo do processo, sendo mais correto afirmar-se que se encontra de momento na fase “miragem do poder”, tal a quantidade de areia que os próprios colocaram no seu caminho. Vá-se lá entender. Por isso, Pai Natal, peço-lhe encarecidamente: para mim, são umas calças com botões, que isto do fecho-éclair é um sistema muito complicado."

Bombeiros Voluntários estão de parabéns

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Na Ponta Da Língua - 5ª crónica


A moda, afinal, não passará de uma epidemia induzida?..

"Epidemia ou surto?!", uma crónica de Isabel Maranha Cardoso.

Na Figueira, a maioria absoluta do Partido Socialista manda nisto tudo

"O PSD apresentou um conjunto de propostas de desagravamento fiscal na Assembleia Municipal da Figueira da Foz para o Orçamento da Câmara de 2019, mas foram inviabilizadas pela maioria socialista.
Os socialdemocratas propuseram reduções no IMI, IRS e Derrama.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, o líder da bancada do PS naquele órgão autárquico, João Portugal, justificou o “chumbo” com a falta de contexto orçamental.
“Essas três propostas podiam ter um impacto de 2,4 milhões de euros. Numa altura em que a câmara teve de fazer um reforço de dois milhões de euros para fazer face à tempestade “Leslie” e abdicar de 1,5 por cento do IRS, que tem um impacto orçamental de um milhão de euros, as propostas não fazem sentido”.
Teotónio Cavaco, PSD, faz uma leitura diferente do contexto. “Era importante darmos um sinal claro de que a câmara quer participar no regresso à vida normal das pessoas e empresas afectadas pala tempestade “Leslie”, advogou. “Foi-nos dito que a renegociação do Plano de Saneamento Financeiro daria melhores condições de liquidez à autarquia. Assim, uma parte dessa verba podia se utilizada agora”.
Segundo as propostas do PSD, a compensação da quebra de receitas podia ser compensada com cortes nas despesas diversas de aquisição de capital.
O PSD propôs uma redução no IMI de 86 por cento para pessoas singulares e 14 por cento para empresas, com um impacto orçamental de entre um e 1,5 milhões de euros. Na Derrama, a autarquia deixaria de receber entre 200 mil e 250 mil euros (entre os três vereadores do PSD, na reunião de câmara, Carlos Tenreiro e Miguel Babo já haviam votado a favor da proposta da maioria socialista e Ricardo Silva votou contra).
Por último, para o IRS, o PSD propõe duas versões de redução. A mais “suave” podia ter um impacto negativo máximo nas contas do município de 400 mil euros e a outra rondaria os 800 mil euros."

A capa da The New Yorker