Há algo, de profundo, na sociedade figueirense que tem causado danos irreparáveis ao funcionamento da democracia: a ideia que, também aqui, os políticos são todos iguais.
A aparente inocência deste pensamento contém, porém, em si um dos aspectos mais negativos no plano democrático: sendo todos iguais, não vale a pena escolher.
Daí, as taxas de abstenção que, eleição após eleição, terem vindo a subir na Figueira.
Claro que os políticos figueirenses são como os outros...
E, também, como os outros, povoaram os lugares com gente da sua confiança: preferiram, em muitos casos, “yes, man” em vez do mínimo de competência.
Repare-se, no entanto, que bastou ao PS mudar um pouco de rumo (com a célebre GERINGONÇA) para que a direita viesse, alarmada e temerosa, proclamar o fim do mundo e a chegada do diabo.
No fundo, o medo deu-se porque a direita temia que se viessem a notar as diferenças profundas entre uma coligação para empobrecer os pobres e enriquecer os ricos (Passos + Portas) e uma convergência para devolver rendimentos e para estancar a política de empobrecimento geral (PS + CDU + BE + Verdes).
Num mundo em que os tubarões são protegidos para comer os pequenos, na linguagem do grande português, Padre António Vieira, há um impulso primário para fugir à realidade e poder escapar a essa crueldade contra a qual parece não haver antídoto.
No entanto, interiorizar que os políticos são todos iguais, traduz a ausência de qualquer disponibilidade para contribuir para mudar a sua própria vida e aceitar que os outros decidam por si.
Isso tem nome: é um acto de covardia cívica, na medida em que se pretende justificar uma conduta com a dos outros. É a afirmação de que não vale a pena escolher. É uma forma consentida de auto-alienação do que se passa na freguesia, no município e no país.
Mais valia assumirem o óbvio: fazendo da política profissão desejam, também, contribuir para a sociedade.
Ninguém vai para uma empresa porque a quer ver melhor.
Vai porque será o seu emprego.
Depois se verá, ou não, se terá um contributo válido.
É assim também na política.
Escusavam de ser hipócritas...
A aparente inocência deste pensamento contém, porém, em si um dos aspectos mais negativos no plano democrático: sendo todos iguais, não vale a pena escolher.
Daí, as taxas de abstenção que, eleição após eleição, terem vindo a subir na Figueira.
Claro que os políticos figueirenses são como os outros...
E, também, como os outros, povoaram os lugares com gente da sua confiança: preferiram, em muitos casos, “yes, man” em vez do mínimo de competência.
Repare-se, no entanto, que bastou ao PS mudar um pouco de rumo (com a célebre GERINGONÇA) para que a direita viesse, alarmada e temerosa, proclamar o fim do mundo e a chegada do diabo.
No fundo, o medo deu-se porque a direita temia que se viessem a notar as diferenças profundas entre uma coligação para empobrecer os pobres e enriquecer os ricos (Passos + Portas) e uma convergência para devolver rendimentos e para estancar a política de empobrecimento geral (PS + CDU + BE + Verdes).
Num mundo em que os tubarões são protegidos para comer os pequenos, na linguagem do grande português, Padre António Vieira, há um impulso primário para fugir à realidade e poder escapar a essa crueldade contra a qual parece não haver antídoto.
No entanto, interiorizar que os políticos são todos iguais, traduz a ausência de qualquer disponibilidade para contribuir para mudar a sua própria vida e aceitar que os outros decidam por si.
Isso tem nome: é um acto de covardia cívica, na medida em que se pretende justificar uma conduta com a dos outros. É a afirmação de que não vale a pena escolher. É uma forma consentida de auto-alienação do que se passa na freguesia, no município e no país.
Porém, quando ouço dizer aos políticos que estão na política apenas por serviço à sociedade torço o nariz.
Atitudes dessas levam-me ao desprezo. Mais valia assumirem o óbvio: fazendo da política profissão desejam, também, contribuir para a sociedade.
Ninguém vai para uma empresa porque a quer ver melhor.
Vai porque será o seu emprego.
Depois se verá, ou não, se terá um contributo válido.
É assim também na política.
Escusavam de ser hipócritas...