"Negar as evidências", é uma crónica de João Vaz, consultor de ambiente, publicada na edição de hoje do jornal AS BEIRAS.
Passo a citar:
"Esperamos das entidades públicas um dever de respeito pela verdade. O mínimo que se pode pedir à Câmara Municipal, quando confrontada com situações de poluição e insalubridade, é que tenha uma postura séria. Ora, após as imagens colhidas, na praia da Figueira, por Pedro Silva, onde se viam copos de plástico e muito lixo do festival RFM Somnii Sunset, o chefe de gabinete do presidente João Ataíde afirma que as imagens são “falsas”. Sendo o Pedro Silva uma pessoa conhecida e respeitada na cidade, ficamos com a ideia que o chefe de gabinete é quem está a “mentir”. E tal atitude é inaceitável, vinda de quem tem a responsabilidade de “filtrar” a informação que chega ao presidente da câmara. Deveria ser demitido. Igualmente criticável é atitude da Câmara Municipal. Negam-se as evidências, mas assumindo-se implicitamente o falhanço do sistema: “Como sabem, as praias da Figueira da Foz são muito ventosas e existe lixo que se encontra enterrado que surge à superfície, constantemente. A intervenção é diária, mas não se consegue fazer tudo de uma só vez”. Isto é, como não fizeram nada para evitar que os copos de plástico sejam descartados (e há alternativas em vigor há décadas no resto da Europa, sistema de tara e devolução com reembolso), então há que limpar, com custos directos e indirectos, que todos pagamos. Os decisores locais não dão sinais de terem compreendido a gravidade do problema dos plásticos nos oceanos, apesar de todas as imagens e notícias que informam sobre o assunto."
Nota de rodapé:
Resumindo: isto, cá pela Figueira, está muito pior do que diz a propaganda.
Desgraçadamente, porém, o medo e a autocensura de costumes impôs a fantasia, transformando a credulidade numa espécie de código obrigatório: não perguntes, não queiras saber, não coloques questões.
Também, neste caso não foi apenas a mensagem que foi julgada, foi também o mensageiro.
É isto a Figueira política em finais de julho de 2018, 44 anos passados depois do 25 de Abril de 1974.
Em 1969 não havia liberdade. Mas em 2018 não há muito mais. Claro que as eleições são sempre importantes.
No antigo regime já se sabia isso (e por isso se promoviam aquelas ficções). Acontece que as eleições, por exemplo de 2017, não foram feitas em plena liberdade.
A seguir ao 25 de Abril de 1974 não passámos a viver em Liberdade. Essa foi a data que em que nos permitiram a Liberdade.
O que é muito diferente.
No tempo que passa, a Figueira mostra a realidade da situação e o fetiche português, o feitiço do salazarismo e do provincianismo, usado à má-fila pelos profissionais da máquina de agitação e propaganda do PS, alimentada e paga com o nosso dinheiro, por quem é dono do poder político, na outrora Rainha das Praias de Portugal - a Praia da Claridade -, agora transformada na praia da calamidade.
Se ainda não estão habituados, vão habituando os olhos.
E não adianta esfregar.
Passo a citar:
"Esperamos das entidades públicas um dever de respeito pela verdade. O mínimo que se pode pedir à Câmara Municipal, quando confrontada com situações de poluição e insalubridade, é que tenha uma postura séria. Ora, após as imagens colhidas, na praia da Figueira, por Pedro Silva, onde se viam copos de plástico e muito lixo do festival RFM Somnii Sunset, o chefe de gabinete do presidente João Ataíde afirma que as imagens são “falsas”. Sendo o Pedro Silva uma pessoa conhecida e respeitada na cidade, ficamos com a ideia que o chefe de gabinete é quem está a “mentir”. E tal atitude é inaceitável, vinda de quem tem a responsabilidade de “filtrar” a informação que chega ao presidente da câmara. Deveria ser demitido. Igualmente criticável é atitude da Câmara Municipal. Negam-se as evidências, mas assumindo-se implicitamente o falhanço do sistema: “Como sabem, as praias da Figueira da Foz são muito ventosas e existe lixo que se encontra enterrado que surge à superfície, constantemente. A intervenção é diária, mas não se consegue fazer tudo de uma só vez”. Isto é, como não fizeram nada para evitar que os copos de plástico sejam descartados (e há alternativas em vigor há décadas no resto da Europa, sistema de tara e devolução com reembolso), então há que limpar, com custos directos e indirectos, que todos pagamos. Os decisores locais não dão sinais de terem compreendido a gravidade do problema dos plásticos nos oceanos, apesar de todas as imagens e notícias que informam sobre o assunto."
Nota de rodapé:
Resumindo: isto, cá pela Figueira, está muito pior do que diz a propaganda.
Desgraçadamente, porém, o medo e a autocensura de costumes impôs a fantasia, transformando a credulidade numa espécie de código obrigatório: não perguntes, não queiras saber, não coloques questões.
Também, neste caso não foi apenas a mensagem que foi julgada, foi também o mensageiro.
É isto a Figueira política em finais de julho de 2018, 44 anos passados depois do 25 de Abril de 1974.
Em 1969 não havia liberdade. Mas em 2018 não há muito mais. Claro que as eleições são sempre importantes.
No antigo regime já se sabia isso (e por isso se promoviam aquelas ficções). Acontece que as eleições, por exemplo de 2017, não foram feitas em plena liberdade.
A seguir ao 25 de Abril de 1974 não passámos a viver em Liberdade. Essa foi a data que em que nos permitiram a Liberdade.
O que é muito diferente.
No tempo que passa, a Figueira mostra a realidade da situação e o fetiche português, o feitiço do salazarismo e do provincianismo, usado à má-fila pelos profissionais da máquina de agitação e propaganda do PS, alimentada e paga com o nosso dinheiro, por quem é dono do poder político, na outrora Rainha das Praias de Portugal - a Praia da Claridade -, agora transformada na praia da calamidade.
Se ainda não estão habituados, vão habituando os olhos.
E não adianta esfregar.