(… passe a imodéstia, a crónica está
lindamente escrita. Vale a pena lê-la… A vida exaspera-nos, aborrece-nos,
entristece-nos, maça-nos... E, todavia, não há nada mais sublime que ela. Tem a
sua parte enfadonha, é certo, mas dá-nos tanto! Viver é ser-se surpreendido a
cada passo, é enternecermo-nos com o que é belo, é deixarmos que os sentimentos
tomem conta de nós, é sorrirmos para os outros. Vale a pena viver. E ler...)
Nas últimas autárquicas, a sede de campanha do excelso edil,
doutor Rainho Ataíde da Neves, ficou num
sítio muito visível, aprazível e,
estrategicamente, de se lhe tirar o chapéu.
E o preço?
Pois esse não sabemos. Apenas se pode dizer, que o edifício
é de um empresário figueirense de sucesso, e que o mesmo tem um pedido de
licenciamento de um hotel para o edifício em causa.
Coincidências? Pois...
A política, por
vezes, tem transparências opacas.
Não cito o ditado da mulher de César, mas a
Figueira tem tanto espaço devoluto, que é caso para dizer: - Não havia
necessidade.
Como disse o douto esotérico José Fernandes, para Nuno
Cid, o seu "cavalo de Tróia de Montemor": - o Rainho Ataíde, agora
está por sua conta. Mais do que nunca, temos que tomar conta do castelo, e só
falta colocar alguns peões de brega no tabuleiro do poder, nomeadamente o da
revolução abortada da mega freguesia Buarcos e São Julião.
E o Monteiro?
Esse é só
fumaça, corre em pista solitária e fará
sempre tudo para não voltar a dar aulas de biologia.
E os figueirenses?
São como mexilhão, quando o mar bate na rocha...
Mais quatro anos lixados.
O pior é que pagam todos na mesma medida, uns mais do que
outros - grande Orwell, e enorme José Fernandes (até já o cito. E ele bem merece. Saravá...).