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Se isto fosse para levar a sério, o problema estaria no simples facto de a "rapaziada" que tem governado a Figueira, nos últimos cerca de 40 anos, ainda não ter percebido que já se está no domínio da insustentabilidade.
O porreirismo figueirinhas, o deixa andar, que nos caracteriza permitiu a criação de uma sociedade figueirense estratificada por castas, onde uns podem opinar e mandar bitaites, quiçá ter acesso a informação privilegiada, e outros não.
O esquema, tem barbas e não deu grandes resultados.
Eles - os que se julgam tocados por algo superior - quais guardiões do templo, acham-se únicos e imprescindíveis. Mesmo quando arrufam entre si, não vislumbram, muito menos desejam, qualquer alternativa que não sejam eles próprios. Nos entretantos esperam e desejam que o povo continue a votar neles ao mesmo tempo que canta e ri, levados, levados sim.
Só que, subsiste um pequeno pormenor: ao impedir - por acção e omissão - toda e qualquer espécie de escape e de equilíbrio - através do próprio sistema - estes senhores vão ajudando a cavar, não só a sua própria sepultura, como também a do regime democrático em que se dizem inserir, já que impedem toda e qualquer capacidade deste - ao mesmo tempo que a Figueira - se auto-regenerar por dentro.
Esta não é uma prosa pessimista. Quanto muito, será uma prosa levemente fatalista e resignada.
Isto vai ainda mesmo ficar pior, antes de haver uma réstia de esperança de poder ficar melhor. As coisas são o que são.
"Que é o futuro para a Figueira?", eis a pergunta das perguntas que resta, depois de ler o que está escrito na imagem acima, que saquei hoje do jornal AS BEIRAS.
E, a resposta, surgiu-me como se fora o verso de um poema: "o futuro terá de passar por uma coisa cá dentro que nos dá coragem."