Lá vai ele, sem capacete, o famoso boy da JS, eng. electrotécnico...
Deve andar a ver a que horas ligam as luzes!..
Sabe bem um passeiozinho de bicicleta eléctrica, sobretudo neste tempo...
E quando se apanha uma descidinha, é a cereja em cima do bolo!
É bom sentir o ar a bater na cara e o exercício (sobretudo, o das descidas...) faz muito bem!..
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Eis um bom, bonito e belo exemplo do desleixo dos poderes públicos figueirenses...
"Autarquia quer resolver dossiê Naval 1.º de Maio" é o título da notícia hoje publicada no jornal AS BEIRAS, assinada por J.A. Passo a citar.
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas. O que está em causa é o incumprimento do pagamento, por parte dos navalistas, pela utilização dos campos de relva sintética do complexo do Estádio Municipal José Bento Pessoa. A dívida ronda os 14 mil euros.
O edil revelou que a Naval não paga porque o saldo é negativo. João Ataíde também se mostrou preocupado com o estado de degradação do relvado natural do campo principal, afirmando que a autarquia não tem, neste momento, capacidade financeira para realizar obras no estádio. Por outro lado, devido à situação financeira e ao processo de insolvência, lembrou o edil, a Naval está impedida de receber apoios públicos. Assim sendo, também não tem acesso aos subsídios da autarquia, ao contrário dos restantes clubes que utilizam os campos sintéticos, ressalvou o autarca. Por isso, rejeitou a “dualidade de critérios” invocada pelo vereador do PSD Miguel Almeida, ontem, na reunião de câmara, onde o presidente se pronunciou sobre o assunto.
Foi, aliás, João Ataíde quem teve a iniciativa de lançar o tema para o debate político, na sequência da tomada de posição pública do Ginásio Clube Figueirense. “Parece que se quer passar a ideia que só protegemos a Naval. Que fique claro que, em sete anos, demos zero à Naval!”, disse o presidente.“Se a Naval pudesse receber apoios públicos, teria verbas para pagar”, defendeu, acrescentando: “Dentro de um quadro aceitável, estamos disponíveis para encontrarmos uma solução que não ponha em causa os campeonatos em curso”.
“Estranho que só agora tenha acordado para este problema. A câmara tem de encontrar uma solução para a Naval. Os problemas são antigos. Podia ter-se evitado a degradação do estádio”, defendeu, por seu turno, Miguel Almeida. E acrescentou: “Este processo é muito nubloso, porque não se percebe bem por que motivo, durante este tempo todo, esta situação não teve desenvolvimentos, por responsabilidade da Naval e da câmara, por não ter tentado estancar a situação mais cedo”.
O vereador da oposição advogou que o clube deve levar as contas à câmara antes da reunião anunciada por João Ataíde. "
Nota de rodapé.
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas"!..
O mesmo presidente Ataíde revela "que a Naval não paga porque o saldo é negativo"!..
E que tal começar por saldar este tabu?..
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas. O que está em causa é o incumprimento do pagamento, por parte dos navalistas, pela utilização dos campos de relva sintética do complexo do Estádio Municipal José Bento Pessoa. A dívida ronda os 14 mil euros.
O edil revelou que a Naval não paga porque o saldo é negativo. João Ataíde também se mostrou preocupado com o estado de degradação do relvado natural do campo principal, afirmando que a autarquia não tem, neste momento, capacidade financeira para realizar obras no estádio. Por outro lado, devido à situação financeira e ao processo de insolvência, lembrou o edil, a Naval está impedida de receber apoios públicos. Assim sendo, também não tem acesso aos subsídios da autarquia, ao contrário dos restantes clubes que utilizam os campos sintéticos, ressalvou o autarca. Por isso, rejeitou a “dualidade de critérios” invocada pelo vereador do PSD Miguel Almeida, ontem, na reunião de câmara, onde o presidente se pronunciou sobre o assunto.
Foi, aliás, João Ataíde quem teve a iniciativa de lançar o tema para o debate político, na sequência da tomada de posição pública do Ginásio Clube Figueirense. “Parece que se quer passar a ideia que só protegemos a Naval. Que fique claro que, em sete anos, demos zero à Naval!”, disse o presidente.“Se a Naval pudesse receber apoios públicos, teria verbas para pagar”, defendeu, acrescentando: “Dentro de um quadro aceitável, estamos disponíveis para encontrarmos uma solução que não ponha em causa os campeonatos em curso”.
“Estranho que só agora tenha acordado para este problema. A câmara tem de encontrar uma solução para a Naval. Os problemas são antigos. Podia ter-se evitado a degradação do estádio”, defendeu, por seu turno, Miguel Almeida. E acrescentou: “Este processo é muito nubloso, porque não se percebe bem por que motivo, durante este tempo todo, esta situação não teve desenvolvimentos, por responsabilidade da Naval e da câmara, por não ter tentado estancar a situação mais cedo”.
O vereador da oposição advogou que o clube deve levar as contas à câmara antes da reunião anunciada por João Ataíde. "
Nota de rodapé.
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas"!..
O mesmo presidente Ataíde revela "que a Naval não paga porque o saldo é negativo"!..
E que tal começar por saldar este tabu?..
Aldeia do Mar...
"Não querendo ser saudosista...há imagens que nos fazem saudades de uma verdadeira Aldeia do Mar..." - Luís Pena.
A simples visão de uma imagem pode levar-nos a belas recordações que emocionam.
Sorrimos, quando deparamos com imagens que nos lembram a forma simples como vivíamos.
Não precisávamos de muito, porque também não tínhamos onde o ir buscar.
Mas, aproveitávamos bem o pouco que a que podíamos chegar.
A distinção, seria uma das formas de nos afirmarmos e de mantermos uma identidade que tanto nos é necessária.
Nada disso aconteceu. Na Figueira, nem uma Aldeia foi preservada.
Os eleitores figueirenses são mais facilmente seduzidos por sonhos do que por mensagens baseadas em promessas exequíveis ou em obra feita.
É claro que há políticas com mérito, que são mal explicadas, ou cuja “explicação”, ou a falta dela, acaba por ser o seu principal óbice. Contudo, não são tantas como isso, são mais a excepção do que a regra.
O seu reverso é igualmente verdadeiro, há políticas erradas que uma boa comunicação torna “boas”.
Mas, isso não é sustentável durante muito tempo...
Não se esqueçam, portanto, de olhar para os mais de 7 anos de gestão autárquica do presidente Ataíde e da sua equipa...
O saldo espectacular, que apurariam se se dessem a esse trabalho, assenta numa fórmula mágica.
Já testada por outros políticos, é uma fórmula com riscos mínimos. Funciona quase sempre e pode ser aprendida em pouco tempo de poder...
A separação de águas, que se verifica - e é visível - no seio do poder político, na Figueira, entre o PS local, e quem manda na câmara, foi feita à custa da exclusão do partido.
É típica de políticos da "escola" tipo eucalipto.
Ao PS figueirense ficou entregue a agenda menor, ligada à partilha do pequeno poder pessoal e à dádiva de um ou outro tacho partidário - a entrada, neste segundo executivo liderado por Ataíde, do jotinha Portugal à frente de António Tavares, explica-se por ter tido tudo a ver com isso...
Daí, a gestão da câmara ter perdido dimensão e condução política, neste segundo mandato de João Ataíde.
Mas, isto, pelos vistos, não interessa para nada...
A simples visão de uma imagem pode levar-nos a belas recordações que emocionam.
Sorrimos, quando deparamos com imagens que nos lembram a forma simples como vivíamos.
Não precisávamos de muito, porque também não tínhamos onde o ir buscar.
Mas, aproveitávamos bem o pouco que a que podíamos chegar.
A distinção, seria uma das formas de nos afirmarmos e de mantermos uma identidade que tanto nos é necessária.
Nada disso aconteceu. Na Figueira, nem uma Aldeia foi preservada.
Os eleitores figueirenses são mais facilmente seduzidos por sonhos do que por mensagens baseadas em promessas exequíveis ou em obra feita.
É claro que há políticas com mérito, que são mal explicadas, ou cuja “explicação”, ou a falta dela, acaba por ser o seu principal óbice. Contudo, não são tantas como isso, são mais a excepção do que a regra.
O seu reverso é igualmente verdadeiro, há políticas erradas que uma boa comunicação torna “boas”.
Mas, isso não é sustentável durante muito tempo...
Não se esqueçam, portanto, de olhar para os mais de 7 anos de gestão autárquica do presidente Ataíde e da sua equipa...
O saldo espectacular, que apurariam se se dessem a esse trabalho, assenta numa fórmula mágica.
Já testada por outros políticos, é uma fórmula com riscos mínimos. Funciona quase sempre e pode ser aprendida em pouco tempo de poder...
A separação de águas, que se verifica - e é visível - no seio do poder político, na Figueira, entre o PS local, e quem manda na câmara, foi feita à custa da exclusão do partido.
É típica de políticos da "escola" tipo eucalipto.
Ao PS figueirense ficou entregue a agenda menor, ligada à partilha do pequeno poder pessoal e à dádiva de um ou outro tacho partidário - a entrada, neste segundo executivo liderado por Ataíde, do jotinha Portugal à frente de António Tavares, explica-se por ter tido tudo a ver com isso...
Daí, a gestão da câmara ter perdido dimensão e condução política, neste segundo mandato de João Ataíde.
Mas, isto, pelos vistos, não interessa para nada...
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
A natureza é pródiga, mas não abusem...
"Está dada licença para construir no litoral alentejano", lê-se no jornal Público.
"Com a abertura dada por uma revisão da lei em 2008, as autarquias estão a reduzir as áreas dos seus concelhos que até agora estavam a salvo da construção devido à sua sensibilidade ambiental — ora porque protegiam linhas de água, ora porque defendiam a costa da erosão, para dar alguns exemplos. É a Reserva Ecológica Nacional (REN), que muitos autarcas vêem como um espartilho do desenvolvimento dos seus concelhos. No Alentejo litoral, já começou a drástica redução destas zonas. Espera-se que a mesma onda varra o país. A oposição à REN fez o seu caminho e está a impôr-se..."
"Com a abertura dada por uma revisão da lei em 2008, as autarquias estão a reduzir as áreas dos seus concelhos que até agora estavam a salvo da construção devido à sua sensibilidade ambiental — ora porque protegiam linhas de água, ora porque defendiam a costa da erosão, para dar alguns exemplos. É a Reserva Ecológica Nacional (REN), que muitos autarcas vêem como um espartilho do desenvolvimento dos seus concelhos. No Alentejo litoral, já começou a drástica redução destas zonas. Espera-se que a mesma onda varra o país. A oposição à REN fez o seu caminho e está a impôr-se..."
A história e a memória deveriam ser abrangentes...
Na opinião de Teotónio Cavaco, "Mário Soares foi um dos principais construtores do Portugal contemporâneo." E, citando João Miguel Tavares, na sua habitual crónica das segundas no jornal AS BEIRAS, "pergunta por que foi tão pouca gente ao seu funeral, apesar das honras, do luto, dos altos dignitários, da cerimónia; e da overdose informativa e da conjugação político-partidária que nos governa, quer a nível nacional quer a nível local, acrescentarei eu. E quando ainda temos na memória os funerais de Eusébio e de Amália, e o feriado «decretado” pelo Éder quando os campeões europeus chegaram a Portugal»..."
Já que Teotónio Cavaco referiu os funerais de Eusébio e Amália, aproveito para recuar ao dia 13 de Junho de 2004, altura em que desapareceu um mito do século XX português: Álvaro Cunhal.
Afastado da liderança do PCP desde 1992 – 12 anos antes – o choque perante a sua morte não foi exclusivo dos comunistas.
Uma multidão oriunda de todo o país – militantes do partido e simpatizantes, gente sem filiação partidária, membros de outras forças políticas, operários, empregados, estudantes, intelectuais – participou naquela que foi a maior cerimónia fúnebre alguma vez realizada em Portugal. Na altura, o “Diário de Notícias” falou em mais de 250 mil pessoas presentes.
Eu posso garantir que foi impressionante, pois estive lá a prestar a minha homenagem anónima e a agradecer o papel de Cunhal na resistência antifascista pela liberdade e a democracia, antes do 25 de Abril d e 1974, e nas transformações revolucionárias de Abril e em sua defesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista.
E, no entanto, Cunhal era tudo menos uma personagem consensual – os anos de 1975 e o domínio do PCP sobre várias áreas da sociedade tinham causado choques sociais – mas, ao contrário do que o PCP pediu na altura - a melhor homenagem que poderia ser prestada ao antigo secretário-geral era “prosseguir a luta que travou até aos últimos dias de vida pelos interesses e direitos dos trabalhadores” -, o povo quis sair à rua e o seu funeral foi uma das manifestações de luto mais impressionantes da memória recente. A maior a que assisti.
Woody Allen achava que «parecia que o mundo se divide entre pessoas boas e pessoas más. As boas dormem melhor. As más gozam muito mais durante as horas em que estão acordadas.»
Voltando a Teotónio Cavaco: "quando ainda temos na memória os funerais de Eusébio e de Amália, e o feriado “decretado” pelo Éder quando os campeões europeus chegaram a Portugal... É verdade que a nossa democracia é incapaz de produzir os seus próprios heróis políticos? Acredito que tal tem a ver, sobretudo, primeiro com um deficit de ensino da História, em geral, e da de Portugal, em particular – a grande maioria dos jovens em idade escolar deixa de ter a disciplina de História no 9.º ano (aos 14 anos!). Depois, e em resultado daquela, a absoluta ignorância, sobranceria, desfaçatez e impunidade com que se (des)trata (nas redes sociais e não só) as pessoas, só por que tiveram a ousadia e a coragem de se apresentarem ao sufrágio (nacional e local), afastando-se assim muitas vezes os mais capazes mas que não querem/não conseguem resistir a tal martírio pessoal e familiar. Temos heróis? Temos! Conheçamo-los e reconheçamo-los, pela História."
Contudo, a meu ver, a História e a memória também não deveriam ser selectivas... Mas isso tem a ver com o sectarismo. Que existe, na sociedade portuguesa - à esquerda e à direita.
Já que Teotónio Cavaco referiu os funerais de Eusébio e Amália, aproveito para recuar ao dia 13 de Junho de 2004, altura em que desapareceu um mito do século XX português: Álvaro Cunhal.
Afastado da liderança do PCP desde 1992 – 12 anos antes – o choque perante a sua morte não foi exclusivo dos comunistas.
Uma multidão oriunda de todo o país – militantes do partido e simpatizantes, gente sem filiação partidária, membros de outras forças políticas, operários, empregados, estudantes, intelectuais – participou naquela que foi a maior cerimónia fúnebre alguma vez realizada em Portugal. Na altura, o “Diário de Notícias” falou em mais de 250 mil pessoas presentes.
Eu posso garantir que foi impressionante, pois estive lá a prestar a minha homenagem anónima e a agradecer o papel de Cunhal na resistência antifascista pela liberdade e a democracia, antes do 25 de Abril d e 1974, e nas transformações revolucionárias de Abril e em sua defesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista.
E, no entanto, Cunhal era tudo menos uma personagem consensual – os anos de 1975 e o domínio do PCP sobre várias áreas da sociedade tinham causado choques sociais – mas, ao contrário do que o PCP pediu na altura - a melhor homenagem que poderia ser prestada ao antigo secretário-geral era “prosseguir a luta que travou até aos últimos dias de vida pelos interesses e direitos dos trabalhadores” -, o povo quis sair à rua e o seu funeral foi uma das manifestações de luto mais impressionantes da memória recente. A maior a que assisti.
Woody Allen achava que «parecia que o mundo se divide entre pessoas boas e pessoas más. As boas dormem melhor. As más gozam muito mais durante as horas em que estão acordadas.»
Voltando a Teotónio Cavaco: "quando ainda temos na memória os funerais de Eusébio e de Amália, e o feriado “decretado” pelo Éder quando os campeões europeus chegaram a Portugal... É verdade que a nossa democracia é incapaz de produzir os seus próprios heróis políticos? Acredito que tal tem a ver, sobretudo, primeiro com um deficit de ensino da História, em geral, e da de Portugal, em particular – a grande maioria dos jovens em idade escolar deixa de ter a disciplina de História no 9.º ano (aos 14 anos!). Depois, e em resultado daquela, a absoluta ignorância, sobranceria, desfaçatez e impunidade com que se (des)trata (nas redes sociais e não só) as pessoas, só por que tiveram a ousadia e a coragem de se apresentarem ao sufrágio (nacional e local), afastando-se assim muitas vezes os mais capazes mas que não querem/não conseguem resistir a tal martírio pessoal e familiar. Temos heróis? Temos! Conheçamo-los e reconheçamo-los, pela História."
Contudo, a meu ver, a História e a memória também não deveriam ser selectivas... Mas isso tem a ver com o sectarismo. Que existe, na sociedade portuguesa - à esquerda e à direita.
domingo, 15 de janeiro de 2017
A máscara que todos usam, embora alguns prefiram não ter disso consciência...
Via facebook do meu amigo Quim João, tomei conhecimento que Pedro Santana Lopes, in CM 13.1.2017, escreveu o seguinte:
"Eu admito que, tal como as pessoas, os partidos possam sentir arrependimento, mas se o sentem têm de o assumir e de o declarar. Têm que dizer ‘expressis verbis’ que se enganaram há quatro anos e que seguiram o caminho errado. Só isso é que dá alguma legitimidade para essa mudança tão grande."
Num P.S., no mesmo post do facebook, escreveu o Quim João.
"É quase poético que seja ele a escrever sobre o tema dos apoios partidários, nas autárquicas que aí vêm, a renegados do partido e independentes.
O Passos deve estar às voltas na campa. Espera! Esse não morreu.
Na Figueira, além dos que já fizeram o respectivo acto de contricção, há uma fila deles para confessionário."
Ao longo da vida, sempre me preocupei mais com a minha consciência do que com a minha reputação.
Quanto à consciência, é o que eu sou. Já quanto à reputação, é o que os outros pensam de mim.
E o que os outros pensam de mim, nunca foi problema meu, foi sempre problema deles.
Ao longo da vida tive as minhas dificuldades!
E quem é que as não teve...
Mas, essas dificuldades nunca me condicionaram a atitude.
Se quiserem saber, foi a revolta que sempre me deu a força suficiente para inverter o que me queriam impor!
A meu ver, passa pela tomada de consciência daquilo que se está a passar na nossa cidade, a possibilidade de mudar algo na Figueira...
Contudo, continuo a pensar o que sempre pensei: essa tomada de consciência, só colectivamente poderia mudar algo.
Para melhor, claro...
Entretanto, enquanto alguns fazem cálculos para 2021, até lá aceitam como uma fatalidade que temos obrigatoriamente de suportar, a gestão do presidente mais incompetente e inábil, politicamente falando, que a Figueira tem, desde que tenho memória, à frente dos seus destinos.
Cada um responde por si e pela conjuntura pessoal e colectiva em que se envolveu. Porém, a meu ver, a curva em que o Partido Socialista local meteu a Figueira, está tão apertada que - penso eu com os nervos - não há tempo para esperar por 2021. Pode ser mais um fim de tarde... Mas, também pode ser o fim da tarde. Isto é, pode ser tarde de mais...
Mas, será que toda a Figueira perdeu a inteligência e a consciência moral? Será que todos os costumes estão dissolvidos e todos os caracteres estão corrompidos? Já não se crê na honestidade e competência de todos os políticos? O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia que passa? Andamos todos a viver ao acaso? O tédio invadiu todas as almas?
A Figueira está acomodada.
Contudo, viver é um risco permanente. Nunca há a certeza de nada. A certeza, também na Figueira, em Janeiro de 2017, é a incerteza.
Ainda por cima, o que constitui factor agravante, a Figueira não tem jornalismo estável, forte e independente, o que contribui para dificultar, na nossa cidade, o exercício da cidadania. E sem informação, também não há democracia sólida e de qualidade que só é possível existir numa sociedade bem informada e livre. Sem jornalismo de qualidade, forte e independente, que não se vergue aos poderes políticos, económicos, financeiros e sociais vigentes, não pode haver uma democracia sólida.
Como disse recentemente Marcelo Rebelo de Sousa, "o jornalismo só tem poder se não se vergar aos poderes políticos, económicos, financeiros, sociais, formais ou informais vigentes, antes deles se mantendo distanciado e perante eles permanentemente crítico, se quiserem, sendo um anti-poder, nesse sentido".
O passar dos anos retirou-me algumas coisas. Mas, deu-me muitas outras.
Entre estas está, nomeadamente, uma certa imunidade ao que vão pensando de mim.
A idade retirou-me o calculismo e deu-me uma melhor consciência - o que me permite estar confortavelmente "nas tintas" para essa coisa do parecer bem!
E, acreditem, é uma válvula de escape que tem estado a funcionar na perfeição...
"Eu admito que, tal como as pessoas, os partidos possam sentir arrependimento, mas se o sentem têm de o assumir e de o declarar. Têm que dizer ‘expressis verbis’ que se enganaram há quatro anos e que seguiram o caminho errado. Só isso é que dá alguma legitimidade para essa mudança tão grande."
Num P.S., no mesmo post do facebook, escreveu o Quim João.
"É quase poético que seja ele a escrever sobre o tema dos apoios partidários, nas autárquicas que aí vêm, a renegados do partido e independentes.
O Passos deve estar às voltas na campa. Espera! Esse não morreu.
Na Figueira, além dos que já fizeram o respectivo acto de contricção, há uma fila deles para confessionário."
Ao longo da vida, sempre me preocupei mais com a minha consciência do que com a minha reputação.
Quanto à consciência, é o que eu sou. Já quanto à reputação, é o que os outros pensam de mim.
E o que os outros pensam de mim, nunca foi problema meu, foi sempre problema deles.
Ao longo da vida tive as minhas dificuldades!
E quem é que as não teve...
Mas, essas dificuldades nunca me condicionaram a atitude.
Se quiserem saber, foi a revolta que sempre me deu a força suficiente para inverter o que me queriam impor!
A meu ver, passa pela tomada de consciência daquilo que se está a passar na nossa cidade, a possibilidade de mudar algo na Figueira...
Contudo, continuo a pensar o que sempre pensei: essa tomada de consciência, só colectivamente poderia mudar algo.
Para melhor, claro...
Entretanto, enquanto alguns fazem cálculos para 2021, até lá aceitam como uma fatalidade que temos obrigatoriamente de suportar, a gestão do presidente mais incompetente e inábil, politicamente falando, que a Figueira tem, desde que tenho memória, à frente dos seus destinos.
Cada um responde por si e pela conjuntura pessoal e colectiva em que se envolveu. Porém, a meu ver, a curva em que o Partido Socialista local meteu a Figueira, está tão apertada que - penso eu com os nervos - não há tempo para esperar por 2021. Pode ser mais um fim de tarde... Mas, também pode ser o fim da tarde. Isto é, pode ser tarde de mais...
Mas, será que toda a Figueira perdeu a inteligência e a consciência moral? Será que todos os costumes estão dissolvidos e todos os caracteres estão corrompidos? Já não se crê na honestidade e competência de todos os políticos? O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia que passa? Andamos todos a viver ao acaso? O tédio invadiu todas as almas?
A Figueira está acomodada.
Contudo, viver é um risco permanente. Nunca há a certeza de nada. A certeza, também na Figueira, em Janeiro de 2017, é a incerteza.
Ainda por cima, o que constitui factor agravante, a Figueira não tem jornalismo estável, forte e independente, o que contribui para dificultar, na nossa cidade, o exercício da cidadania. E sem informação, também não há democracia sólida e de qualidade que só é possível existir numa sociedade bem informada e livre. Sem jornalismo de qualidade, forte e independente, que não se vergue aos poderes políticos, económicos, financeiros e sociais vigentes, não pode haver uma democracia sólida.
Como disse recentemente Marcelo Rebelo de Sousa, "o jornalismo só tem poder se não se vergar aos poderes políticos, económicos, financeiros, sociais, formais ou informais vigentes, antes deles se mantendo distanciado e perante eles permanentemente crítico, se quiserem, sendo um anti-poder, nesse sentido".
O passar dos anos retirou-me algumas coisas. Mas, deu-me muitas outras.
Entre estas está, nomeadamente, uma certa imunidade ao que vão pensando de mim.
A idade retirou-me o calculismo e deu-me uma melhor consciência - o que me permite estar confortavelmente "nas tintas" para essa coisa do parecer bem!
E, acreditem, é uma válvula de escape que tem estado a funcionar na perfeição...
sábado, 14 de janeiro de 2017
Figueira, uma cidade entalada pela ficção que esconde a realidade...
Diga o que disser, João Ataíde, nunca será o personagem de ficção da minha preferência. Deus, continuará a ser, penso eu, o personagem de ficção que eu mais gosto!
E, com isto, que ninguém tire a conclusão simplista que estou a afirmar que o presidente está a mentir. Nada disso. Para mim, o presidente tem, isso sim, uma capacidade de fazer ficção com a boca digna de registo.
Nesse aspecto, aliás, os executivos de Ataíde são imbatíveis: até têm no seu seio um Prémio Leya. Talento não falta: podiam bem dedicar-se ao romance, à banda desenhada, à ficção e até à feitura de dicionários...
Só que a vida é a realidade. Não a parte que interessa da realidade. Uma parte da realidade é sempre uma outra realidade. Quando a história não está toda contada, é uma outra história. A realidade para o senhor presidente é, apenas, aquilo que lhe dá jeito ou consegue aperceber-se.
Mas, a realidade da Figueira tem outra dimensão e não fica pelo limite visto pelo presidente da câmara.
O senhor presidente, tem toda a legitimidade para sonhar governar uma cidade, onde todos os seus habitantes lhe são fiés e obedientes. Só não deve é viver na ficção e transformar o sonho em realidade.
Na Figueira, há quem pense no futuro.
Há sempre tempo para pensar no futuro, mesmo quando já não temos muito futuro em que pensar.
"Discutir a cidade - O PEDU", uma crónica de João Vaz, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, é um contributo. Passo a citar.
"Nos próximos dois anos anunciam-se obras de elevado valor para a Figueira.
A discussão quanto às prioridades, e visão para a cidade, foi reduzida. O envolvimento dos cidadãos é quase nulo na apropriação dos projetos que vão mudar zonas históricas da cidade.
“Prometem-nos” a regeneração das Praças 8 de Maio e “Velha”; a rua dos Combatentes, Bombeiros, Santos Rocha e vias adjacentes. No Cabedelo há a intenção de retirar a “carga automóvel das zonas mais próximas dos sistemas dunares” e “ainda a construção de um cais de acostagem para servir um barco que ligue as margens norte e sul”. Em Buarcos estão previstas obras na frente do largo Caras Direitas, privilegiar os circuitos pedonais (incluirá o alargar dos passeios?), mais esplanadas e estacionamento. Há ainda a construção de uma ciclovia entre a estação e Vila Verde e um sistema de bicicletas partilhadas.
Tudo isto no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). O dinheiro vem da União Europeia, financiado a 85%, e os projetos técnicos são da responsabilidade da Câmara Municipal.
Um investimento desta natureza, 7,6 milhões de euros, merecia debate público. As obras anunciadas deveriam ser apresentadas em detalhe, com rigor e transparência. Nada disto foi feito, apesar do envolvimento dos cidadãos neste tipo de decisões ser prioritário.
Assim, não admira que aumente a desconfiança perante as instituições."
E, com isto, que ninguém tire a conclusão simplista que estou a afirmar que o presidente está a mentir. Nada disso. Para mim, o presidente tem, isso sim, uma capacidade de fazer ficção com a boca digna de registo.
Nesse aspecto, aliás, os executivos de Ataíde são imbatíveis: até têm no seu seio um Prémio Leya. Talento não falta: podiam bem dedicar-se ao romance, à banda desenhada, à ficção e até à feitura de dicionários...
Só que a vida é a realidade. Não a parte que interessa da realidade. Uma parte da realidade é sempre uma outra realidade. Quando a história não está toda contada, é uma outra história. A realidade para o senhor presidente é, apenas, aquilo que lhe dá jeito ou consegue aperceber-se.
Mas, a realidade da Figueira tem outra dimensão e não fica pelo limite visto pelo presidente da câmara.
O senhor presidente, tem toda a legitimidade para sonhar governar uma cidade, onde todos os seus habitantes lhe são fiés e obedientes. Só não deve é viver na ficção e transformar o sonho em realidade.
Na Figueira, há quem pense no futuro.
Há sempre tempo para pensar no futuro, mesmo quando já não temos muito futuro em que pensar.
"Discutir a cidade - O PEDU", uma crónica de João Vaz, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, é um contributo. Passo a citar.
"Nos próximos dois anos anunciam-se obras de elevado valor para a Figueira.
A discussão quanto às prioridades, e visão para a cidade, foi reduzida. O envolvimento dos cidadãos é quase nulo na apropriação dos projetos que vão mudar zonas históricas da cidade.
“Prometem-nos” a regeneração das Praças 8 de Maio e “Velha”; a rua dos Combatentes, Bombeiros, Santos Rocha e vias adjacentes. No Cabedelo há a intenção de retirar a “carga automóvel das zonas mais próximas dos sistemas dunares” e “ainda a construção de um cais de acostagem para servir um barco que ligue as margens norte e sul”. Em Buarcos estão previstas obras na frente do largo Caras Direitas, privilegiar os circuitos pedonais (incluirá o alargar dos passeios?), mais esplanadas e estacionamento. Há ainda a construção de uma ciclovia entre a estação e Vila Verde e um sistema de bicicletas partilhadas.
Tudo isto no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). O dinheiro vem da União Europeia, financiado a 85%, e os projetos técnicos são da responsabilidade da Câmara Municipal.
Um investimento desta natureza, 7,6 milhões de euros, merecia debate público. As obras anunciadas deveriam ser apresentadas em detalhe, com rigor e transparência. Nada disto foi feito, apesar do envolvimento dos cidadãos neste tipo de decisões ser prioritário.
Assim, não admira que aumente a desconfiança perante as instituições."
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
O silêncio proporcionado pela noite na Aldeia, permite que o pensamento se solte...
Politicamente falando - estou a pensar na Figueira - hoje, sinto-me assim como que em modo de convalescença, que é aquele momento gostoso que faz a doença ter valido a pena.
Apresentação pública do Programa de Monitorização da Faixa Costeira de Portugal Continental (COSMO)
Esta sexta-feira, 13 de Janeiro, vai proceder-se, na Câmara da Figueira da Foz, à apresentação pública do Programa de Monitorização da Faixa Costeira de Portugal Continental (COSMO).
Com início às 15:00, a cerimónia será presidida pelo Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
A protecção da Orla Costeira Portuguesa, há muito que é uma necessidade de primeira ordem...
O concelho da Figueira, tem problemas de erosão costeira a norte e a sul.
Em Buarcos, em S. Pedro, na Costa de Lavos, na Leirosa, o problema há muito que está detectado.
Mas, continuamos no paleio, palavras, palavras e mais palavras...
E a tomada de medidas concretas?
A tomada de medidas continua a ser ficção.
E quanto a resolver os problemas?..
Continua a ser pura ilusão...
Contudo, a protecção da nossa orla costeira, nomeadamente das dunas, areais e frentes edificadas que lhe são próximas, é, mais do que um imperativo, uma necessidade elementar para a sobrevivência - NOSSA, DA NOSSA TERRA, E DO NOSSO CONCELHO.
Com início às 15:00, a cerimónia será presidida pelo Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
A protecção da Orla Costeira Portuguesa, há muito que é uma necessidade de primeira ordem...
O concelho da Figueira, tem problemas de erosão costeira a norte e a sul.
Em Buarcos, em S. Pedro, na Costa de Lavos, na Leirosa, o problema há muito que está detectado.
Mas, continuamos no paleio, palavras, palavras e mais palavras...
E a tomada de medidas concretas?
A tomada de medidas continua a ser ficção.
E quanto a resolver os problemas?..
Continua a ser pura ilusão...
Contudo, a protecção da nossa orla costeira, nomeadamente das dunas, areais e frentes edificadas que lhe são próximas, é, mais do que um imperativo, uma necessidade elementar para a sobrevivência - NOSSA, DA NOSSA TERRA, E DO NOSSO CONCELHO.
"Rio defende a nacionalização temporária do Novo Banco"!..
Colocando o Novo Banco temporariamente ao encargo do Estado, poder-se-ia “evitar ainda mais despesa pública com o sector bancário”, defende o ex-autarca do Porto...
Afinal, mais tarde ou mais cedo, todos, sem excepção, precisamos dum amparo.
O aconchego, seja ele sentimental ou material, é-nos necessário.
A fragilidade é posta à prova todos os dias e acontece sempre um momento em que cedemos...
Até tu Rui!..
Afinal, mais tarde ou mais cedo, todos, sem excepção, precisamos dum amparo.
O aconchego, seja ele sentimental ou material, é-nos necessário.
A fragilidade é posta à prova todos os dias e acontece sempre um momento em que cedemos...
Até tu Rui!..
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Estamos em ano de agitação eleitoral autárquica... (II)
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asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de pensar...
"Vai ser possível fazer surf à noite na Figueira da Foz", é o título da reportagem da SICN.
Disse o presidente Ataíde no trabalho jornalístico. Passo a citar.
"Dar mais qualidade de... de..., requalificar em termos ambientais toda... toda... toda esta zona, é uma diferenciação, é uma mais valia que pode ser apelativa, nós queremos criar boas condições para a prática da modalidade dos desportos náuticos, em particular aqui no que respeita ao desafio, ao surf".
Perceberam ou tiraram algo de concreto das palavras do presidente Ataíde?..
Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de sonhar...
Contudo, podemos continuar a voar!
Se poeta sou,
sei a quem o devo,
ao povo a quem dou,
os textos que escrevo...
A generalização tem sempre o seu quê de demagógico e perigoso...
"Os figueirenses gostavam de Soares", escreveu hoje no jornal AS Beiras Rui Curado da Silva.
Olha que aparentemente, nem todos, Rui, nem todos partilham da tua opinião...
Olha que aparentemente, nem todos, Rui, nem todos partilham da tua opinião...
Estamos em ano de agitação eleitoral autárquica...
Da série, o meu contributo, pra juntar ao rol das promessas da propaganda "do regime socialista figueirense", que pretende levar Ataíde até ao terceiro mandato...
E se as “paredes vingativas” do Edifício "O Trabalho", ou das escadas que dão acesso à Esplanada Silva Guimarães, devolvem-se o mijo a quem usa estes locais como urinóis públicos?..
Fica a sugestão à atenção do candidato Ataíde (atenção Durão...) e candidatos a Buarcos/S. Julião (... para já, do conhecimento público a José Esteves e Rui Duarte...)
Existe uma tinta que repele a urina das paredes se alguém as usar indevidamente.
Para combater o mau cheiro e apelar ao civismo...
A vida
"A vida que nos é dada tem os seus minutos contados e, além disso, é-nos dada vazia. Quer queiramos quer não, temos que preenchê-la por nossa conta: isso é temos de ocupá-la, de um ou de outro modo. Por isso, a substância de cada vida reside nas suas ocupações. Ao animal não somente lhe é dada a sua vida, mas também o reportório invariável da sua conduta. Sem a sua intervenção, os instintos dão-lhe já decidido o que vai fazer e evitar. Por isso, não pode dizer-se do animal que se ocupa nisto ou naquilo. A sua vida não esteve nunca vazia, indeterminada. Mas o homem é um animal que perdeu o sistema dos seus instintos, ou, o que é igual, deles conserva só resíduos e cotos incapazes de lhe impor um plano de comportamento. Ao encontrar-se existindo, encontra-se perante um pavoroso vazio. Não sabe o que fazer; tem ele mesmo que inventar os seus afazeres ou ocupações. Se contasse com um tempo infinito diante de si, não importaria grandemente: poderia ir fazendo o que lhe ocorresse, experimentando, uma após outra, as ocupações imagináveis. Mas - aí está! - a vida é breve e urgente; consiste sobretudo em pressa, e não há outro remédio senão escolher um programa de existência, com exclusão dos restantes; renunciar a ser uma coisa para poder ser outra; em suma, preferir umas ocupações às restantes." ( pág. 18 )
José Ortega y Gasset ( Madrid, 1883/Madrid, 1955 )
José Ortega y Gasset ( Madrid, 1883/Madrid, 1955 )
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