"Nietzsche opinou assim sobre a opinião: “Não poríamos a mão no fogo pelas nossas opiniões: não temos assim tanta certeza delas. Mas talvez nos deixemos queimar para podermos ter e mudar as nossas opiniões.”
Ao longo de cerca de mais de uma centena de crónicas publicadas neste local tive a ocasião de expressar os meus pontos de vista acerca da actualidade nacional, regional e local.
Umas mais generalistas, outras mais relacionadas com momentos ou acontecimentos no país ou na Figueira. Algumas mais profundas, outras mais superficiais. As mais das vezes com intencionalidade. Criticando ou aplaudindo comportamentos.
Está ainda longe o momento de recordá-las. Se o fizesse, certamente que não perfilharia hoje tão veementemente opiniões que construí e publiquei. E isso que importa? De momento, preocupa-me mais o presente e o futuro que gostaria de poder influenciar para que se construa uma melhor cidade, um melhor país. Sem presunção.
Faço parte daqueles que têm o privilégio de poderem partilhar as suas opiniões com alcance público, graças à disponibilidade deste órgão de comunicação, a quem agradeço o espaço e que cumprimento pelo seu recente vigésimo segundo aniversário. Parabéns.
Saúdo, também, todos aqueles que comigo o compartilham e, sobretudo, aqueles que têm disponibilizado uns momentos do seu tempo para me ler. São apenas opiniões em processo contínuo de gestação."
Em tempo.
Foto António Agostinho |
Nunca critiquei ninguém por ser fulano, sicrano ou beltrano.
Cada um é como cada qual...
Outra coisa, são as medidas que essa pessoa toma no exercício de um cargo político. Isto é, as políticas, algumas delas absurdas, que as pessoas defendem e executam.
São essas ideias - as suas ideias - e as políticas que executam, enquanto detentores de cargos políticos, que afectam as nossas vidas.
Sobre políticas e causas públicas, opino: defendo-as os combato-as. O resto não me interessa.
Contudo, admito, que numa altura em que toda a gente tem opinião sobre tudo, que há questões sobre as quais não consigo ter certezas.
Todos sabemos que as redes sociais deram voz a uma carrada de idiotas. Antes desta ferramenta chamada Internet existir, as discussões eram mais terrenas e feitas cara a cara na tasca ou no café acompanhadas de uns copos...
Essa desgraça já existia, portanto antes das recentes tecnologias. Não culpem a internet: as rádios já antes tinham dado voz a legiões de imbecis. E as televisões também. E os jornais.
Isso coloca outra questão: os imbecis devem ser calados?
Não tenho a certeza...
A Figueira, hoje, é, lamentavelmente, a Figueira que muitos dos seus habitantes merecem.
Todavia, apesar de tudo, a Figueira merecia políticos que não tentassem resolver os seus problemas e as suas limitações propondo "soluções" iguais às que nos trouxeram até ao ponto actual.
A escolha pelo elitismo, como princípio orientador das políticas públicas da nossa cidade, poderia ser uma lição do passado a ter em conta nas escolhas do presente.
Os resultados estão bem à vista de todos...
Numa cidade em que não se aprende nada com os erros do passado, como poderá a opinião dos outros servir para alguma coisa?