O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
O que é feito do PPD/PSD fundado por Francisco Sá Carneiro? Onde estão os princípios, os valores, as causas e a ética política defendida por Sá Carneiro? O PPD/PSD de Sá Carneiro era um partido do centro que, comparado com este “novo PSD“ com toda a certeza seria, hoje em dia, um partido de centro-esquerda que defendia o estado social assente em três pilares basilares, a saúde, a educação e a segurança social. E que estes pilares deveriam ser garantidos pelo Estado. Há vários anos que o PSD está doente porque o exemplo de destacados militantes como Dias Loureiro, Duarte Lima, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Arlindo de Carvalho e Oliveira Costa, feriram de “morte“ a credibilidade do Partido Social Democrata, a partir de meados da primeira década de 2000, em que foram tornados públicos vários casos escandalosos que envolveram estes e outros militantes do partido. Entretanto as maiores distritais do partido foram tomadas por dirigentes políticos medíocres, carreiristas, sem quaisquer méritos, completamente dependentes da política. A partir daí passou a valer tudo para manterem os seus lugares, porque estes e apenas estes valiam para a manutenção dos seus lugares e das suas enormes clientelas. Mais tarde, em 2010, com Pedro Passos Coelho ascenderam a lugares cimeiros do partido dirigentes políticos do tipo “trepa-trepa“, em que o mérito era medido em função do número de votos dos “exércitos“ que comandavam e que valiam exclusivamente para a eleição do presidente do partido. A mediocridade passou a ser premiada. Quanto pior melhor que assim não incomodavam. E esta passou a ser regra. Se até então o PSD estava doente passou a viver em “estado de coma“. As estruturas partidárias, ao nível local e distrital, passaram a servir apenas para preencher lugares com salários chorudos. A actividade política da maioria destas estruturas passou ser bienal, coincidindo com o respectivo calendário eleitoral interno. O debate terminou. Passou-se a considerar anormal a existência de listas opositoras. O regime vigente passou a ser o de lista única. O pensamento passou a ser único. Os que pensam de forma diferente passaram a ser excluídos, silenciados e marginalizados. E até se passaram aprovar listas de deputados de braço no ar ao melhor estilo “estalinista“. E com a chegada ao governo, em coligação com o CDS, houve uma clara deriva neo-liberal que encostou o PSD à direita. Ao longo dos quatro anos de governação foi patente que na acção quotidiana do governo a social-democracia foi morrendo lentamente. E se vamos ter um governo socialista com um acordo parlamentar alargado ao Bloco de Esquerda, ao Partido Comunista e aos “Verdes“, os únicos responsáveis são os actuais dirigentes máximos do PSD onde está incluído o seu responsável máximo, Pedro Passos Coelho porque o golpe final aconteceu, curiosamente, no dia 25 de Abril de 2015 quando o PSD assumiu uma coligação pré-eleitoral, com o CDS, liderado por um Paulo Portas, sem qualquer credibilidade política, que encostou definitivamente o PSD à direita inviabilizando, desde logo, qualquer tipo de entendimento político futuro com o Partido Socialista. Lamento dizer isto como militante do PSD há quase 25 anos mas são estes os verdadeiros responsáveis pelo facto da primeira vez toda esquerda, em conjunto, poder vir a ascender ao poder. Não venham com desculpas de “golpes de estado“. É a Democracia a funcionar. Ou será que queriam governar o nosso país conforme têm, nos últimos tempos, dirigido internamente o PSD?
Para todos os que têm criticado as políticas neoliberais da austeridade, e sofrido com as suas devastadoras consequências, a possibilidade de haver um governo em Portugal com base num acordo de incidência parlamentar determinado a repor os rendimentos da maioria dos trabalhadores e pensionistas, a recuperar o emprego, a combater a precariedade e a defender o Estado social e os serviços públicos, só pode ser motivo de esperança. Uma esperança há demasiado tempo negada e, por isso mesmo, mais urgente e saborosa.
Sandra Monteiro, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Novembro de 2015.
Dará certo o governo do PS? Pois não sei. O que se sabia, há um mês, é que o PS, podendo ser governo, não podia ser governo. Porquê? Ora, porque, sabíamos todos, o PS era minoritário e não tinha apoio de outros partidos! Certo? Não. O BE e o PC, afinal, apoiam um governo PS. Se fôssemos humildes, já teríamos aprendido alguma coisa com este facto. Facto que era impossível, ainda há um mês, para quase todos nós. Seria prudente, perante a lição tão recente, que acalmássemos a nossa vontade em falar de cátedra. Por exemplo, os comunistas comem crianças ao pequeno-almoço... Pelo menos o tempo verbal está errado, não comem. Talvez ontem comessem, dou de barato. Mas, hoje, com as escutas haveria de se saber. A dieta alimentar de Jerónimo está escrutinada. E não, não come. Sobre os hábitos carcerários dos comunistas, sim, está mais do que provado que eles fizeram o gulag durante décadas. Mas aqui, Portugal e hoje, mesmo que quisessem, não podiam. O embaixador americano não deixava, nem os mercados, nem Rajoy, nem, acreditem, os portugueses. Está bem, pronto, os comunistas já não nos prendem mas, argumentam alguns, os políticos em geral são uns inúteis e uns palhaços. Pois mesmo isso é contestável. Assim: não, não são. Então, o que fazer deste diálogo? Eu digo: sair do táxi. Cá fora, mais arejados, podemos perguntar: dará certo o governo do PS? Pois não sei. É, não adiantamos muito. Mas pelo menos a conversa já não mete nojo.
O Agente de 1ª. Classe da Polícia Marítima, Carlos Alberto Silva Santos, mais conhecido pelo Agente "Chapas", foi condecorado esta manhã com a Medalha de Coragem, Abnegação e Humanidade, grau ouro, pelo importante serviço prestado na salvação de náufragos, no passado dia 6 de outubro, na Barra da Figueira da Foz. O tempo faz esquecer. O tempo é malicioso. Para memória futura fica a ligação para uma belíssima homenagem que o Pedro Agostinho Cruz prestou hoje a um verdadeiro herói e um Homem solidário. A solidariedade deveria ser o sol a iluminar a vida da Figueira e dos figueirenses. Como isso é coisa muito rara por estas paragens, fica o merecido registo para que a passagem do tempo não mate a memória.
Não sou anti-anónimo. Os anónimos é que são anti-gajos que gostam de assumir responsabilidades. Devido aos anos que ando pela vida, já me vou habituando a que me considerem um pouco polémico. Escrito isto, não tenho motivo algum para recear críticas por manifestar o que sinto - venham elas de onde vierem. Apenas faço um pedido: assinem e terão as vossas obras primas publicadas no espaço de comentário deste Outra Margem. Assim, anónimos, não obrigado!.. Para esse peditório já dei o que tinha a dar... Já cá ando há tempo suficiente para saber o seguinte: ninguém que se julga com poder - desde o presidente da junta, ao vereador, ao presidente de câmara, ao secretário de estado, ao ministro, ao primeiro-ministro, ao presidente da república, isto na vida pública, porque nas empresas é a mesmíssima coisa... - gosta da democracia, porque sabe que só a democracia me dá a mim, vulgar cidadão, sem poder político ou económico, o direito e a possibilidade de derrubar alguém que se julga com poder...
"Uma oportunidade para a esquerda e para o país, que não pode ser malbaratada, sob pena de não a voltarmos a ver, os que têm mais de cinquenta anos, até ao fim das nossas vidas!
Um exemplo de grande humildade do PCP, que soube ler e interpretar a situação do país e a necessidade de acabar com a desgraça a que fomos chegando ao longo de tantos anos de centrão...
E como há anos vem sendo dito, em todas as campanhas eleitorais, o fortalecimento relativo do PCP é o único argumento que pode obrigar a fazer a diferença no comportamento do PS e a acautelar a sua mudança de políticas!" - Jorge Camarneiro
Dá para continuar a acreditar na capacidade do homem na luta contra a adversidade. Do lado direito, a foto de Pedro Agostinho Cruz, mostra o rosto de um herói desconhecido.
"Vai ser condecorado amanhã, dia 9 de novembro, segunda-feira, pelas 12h00, em cerimónia pública a realizar no Comando-local da Polícia Marítima da Figueira da Foz, o Agente de 1ª Classe da Polícia Marítima Carlos Alberto Silva Santos. O Agente Santos é condecorado com a Medalha de Coragem, Abnegação e Humanidade, grau ouro, pelo importante serviço prestado na salvação de náufragos, no passado dia 6 de outubro, na Barra da Figueira da Foz. A medalha é concedida pela Autoridade Marítima Nacional, Almirante Luís Macieira Fragoso, que preside à cerimónia." Via site da AUTORIDADE MARÍTIMA NACIONAL
"Tendo em conta o risco associado a diversas barras marítimas do país, particularmente durante o inverno, assim como a necessidade de melhorar a resposta à emergência em situações de acidentes com embarcações por parte de todas as entidades intervenientes do Sistema Nacional de Busca e Salvamento Marítimo e agentes de protecção civil, foram desenvolvidos planos de emergência de salvamento marítimo para as barras de Caminha, Vila Praia de Âncora, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Douro, Aveiro, Figueira da Foz e S. Martinho do Porto."
Ampla maioria socialista aprova programa de Governo à esquerda: entre os militantes presentes, 163 votaram favoravelmente, dois abstiveram-se e sete votaram contra. Ainda é cedo para saber se o PS vai ganhar alguma coisa em formar Governo com o apoio do PCP, do PEV e do Bloco. Ainda é cedo para saber se o Bloco vai ganhar alguma coisa em viabilizar um Governo PS. Ainda é cedo para saber se o PCP vai ganhar alguma coisa em viabilizar um Governo PS. Ainda é cedo para saber se o PEV vai ganhar alguma coisa em viabilizar um Governo PS. O futuro o esclarecerá... No entanto, corram as coisas como correrem no futuro, algo de novo já aconteceu em Portugal:pela primeira vez, em 40 anos de democracia, ninguém mais terá dúvidas de que a esquerda se pode entender para formar Governos de coligação. Se olharmos para o novo momento que passa na democracia portuguesa numa perspectiva histórica, o que o PS de António Costa está a criar de novo, juntamente com o PCP, o PEV e o Bloco, era algo improvável ainda há 2 meses atrás: os portugueses, finalmente, viram plasmado no governo do seu país, o sentido de voto da maioria dos eleitores - que são de esquerda. A tradição só deve servir até ao dia que deixa de servir. Felizmente, a tradição já não é o que era.
Este senhor, que hoje se multiplicou em declarações, zurzindo no acordo que Costa está prestes a alcançar, há cerca de um ano fazia esta afirmação numa entrevista ao Diário Económico:
Quarenta anos depois, tivemos oportunidade de recordar que a direita não mudou muito. Este, continua a ser o país onde alguns, durante o dia, são grandes defensores da democracia e, à noite, escolheram Salazar como o melhor português da nossa história. Neste últimos mês, o país percebeu que a democratização da direita tem muito de utópico e, isso, explica muito do que por aí se passa... Nunca fui de carneiradas, não era agora que ia ser. Contudo, o óbvio já é oficioso quase há um mês. Em breve vai ser oficial: a não ser que ocorra algo de absolutamente anormal, iremos ter um governo à esquerda do PàF. Contudo, ainda há, pelo menos, um ministro que espera o "milagre" de a esquerda se desentender...
O arrastão naufragado à entrada do porto da Figueira da Foz, há um mês e um dia, poderá ser posto a flutuar e rebocado para os estaleiros ao longo do dia de hoje, informa na sua edição deste sábado o jornal AS BEIRAS, citando fonte portuária. Os trabalhos de preparação da remoção da embarcação decorrem há vários dias e o Olívia Ribau, que estava submerso em posição invertida junto ao molhe sul da Figueira da Foz, encontra-se desde ontem de manhã na posição original, depois de ter sido rodado, em duas fases. A última decorreu na manhã de ontem. De harmonia com o mesmo jornal, que continua a citar a fonte da Administração do Porto da Figueira da Foz, nas próximas horas a empresa de salvação marítima contratada pelo armador irá continuar a esvaziar a embarcação da “água limpa” que se encontra no interior, no intuito de ser possível por o arrastão a flutuar e rebocá-lo para os Estaleiros Navais do Mondego. "Está a fazer-se o esgoto da água o que ainda vai demorar algumas horas. É água limpa, mas se a água que está nas máquinas apresentar hidrocarbonetos, para-se”, garantiu a fonte, indicando, no entanto, que o arrastão está circundado por barreiras de combate à poluição e possui uma quantidade não totalmente determinada de gasóleo nos depósitos. Quem tem estado no local a acompanhar os trabalhos, como é o caso do autor deste blogue e largas dezenas de pessoas, porém, tem notado no ar um forte cheiro a gasóleo... Fica o registo: se tudo correr como o previsto, em princípio o arrastão será hoje removido. Posteriormente, segue-se o reboque do arrastão para o estaleiro, a remoção do fundo do rio de uma rede que ali se encontra e a ponte da embarcação que está partida “mas fora do canal de navegação”. Neste momento, a prioridade é retirar o arrastão. Na próxima semana os trabalhos deverão ficar concluídos. Espera-se, no entanto, que a segurança na entrada da barra da Figueira não fique, mais uma vez, esquecida. O saldo de mais um naufrágio ocorrido nesta nossa barra foi trágico: no arrastão Olívia Ribau naufragado a 06 de outubro, seguiam sete pescadores. Dois foram resgatados com vida, uma hora depois do acidente, por uma moto de água da Polícia Marítima e cinco morreram. A segurança e o salvamento marítimo, continua a ser um caso grave na barra da Figueira que o acidente do Olívia Ribau pôs a nu...