sábado, 28 de fevereiro de 2015

A EXPOSIÇÃO CENSURADA PELO PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE S. PEDRO


Este é o trabalho que o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz tinha preparado para inaugurar hoje, às 10.30, no Mercado de S. Pedro, na Gala. No entanto, por não ceder ao pedido do presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, António Salgueiro, para retirar uma fotografia da sua narrativa fotográfica ALERTA COSTEIRO 14/15, a exposição foi cancelada. 
A exposição não se vai realizar, mas o problema esse vai continuar. 
O alerta foi dado!

JE SUIS COVAGALENSE: "a exposição foi cancelada, o problema mantém-se, o alerta está dado"...

Foi há quase 89 anos que foi instituída a censura prévia à imprensa em Portugal, pela ditadura militar saída do golpe de 28 de Maio de 1926. Como é sabido, iria durar 48 anos.
Vivemos agora com liberdade de expressão e dispomos de uma diversidade de meios de acesso à informação com que nem sequer podíamos sonhar nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril. E, no entanto...

Alerta: Fotografia "incómoda" leva ao cancelamento de exposição fotográfica sobre erosão costeira em S. Pedro 
“O fotojornalista figueirense Pedro Cruz, que fotografou os avanços do mar sobre as praias da margem sul durante os últimos dois anos, já tinha dado o alerta. Em entrevista ao programa da Foz do Mondego Rádio, "Tem a Palavra", afirmou que o presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, António Salgueiro, lhe tinha dito que, quando o convidara para expor no renovado Mercado da freguesia, não era "aquilo" que tinha em mente. Pedro Cruz, porém, queria mostrar, mais do que os habituais postais das zonas piscatórias, "um problema grave, que ameaça casas com gente dentro". A exposição foi programada, mas ontem, ao final do dia, acabou por ser cancelada, depois de o fotógrafo se ter recusado a retirar uma das imagens. Para além de fotografias que permitem constatar as alterações provocadas pela erosão costeira só nos últimos dois anos, depois do prolongamento do molho norte, a exposição incluía imagens de visitas de responsáveis políticos aos locais mais afectados. "A exposição foi cancelada, o problema mantém-se, o alerta está dado", sintetiza Pedro Cruz.”
Je suis covagalense. 
Um alerta final.
A pressa e a leveza com que quase tudo é abordado nos dias que passam, acaba por influenciar muitíssimo a opinião pública, aquela que está para além das elites, sempre minoritárias, que são capazes de filtrar o que lêem, o que vêem e o que ouvem. É assim que estamos.  
"A exposição foi cancelada, o problema mantém-se, o alerta está dado".
É útil não esquecer.

Eu é que sou o presidente da junta...

“Chego a concordar que a Censura é uma instituição defeituosa, injusta, por vezes, sujeita ao livre arbítrio dos censores, às variantes do seu temperamento, às consequências do seu mau humor (...). Eu próprio já fui em tempos vítima da Censura e confesso-lhe que me magoei, que me irritei, que cheguei a ter pensamentos revolucionários”
António de Oliveira Salazar em entrevista a António Ferro (1933)

A foto que o presidente da junta
não autorizava na exposição é esta.

O que é que, na realidade, acagaçou o
o presidente António Salgueiro? 
Quase 41 anos depois daquela manhã de Abril, em que os militares decidiram devolver a Liberdade aos portugueses, falar em Censura é algo que soa a passado e cuja memória colectiva se vai lentamente esboroando no percurso do tempo. É pelo menos essa a sensação com que se fica, ao falar com pessoas que durante o Estado Novo foram vítimas da Censura.
Quase 41 anos depois daquela manhã de Abril, um covagalense foi vítima de censura por um presidente de junta.
Gostava de ver alguns dos indignados com a falta da liberdade de expressão, apavorados com o regresso da Censura e defensores da Liberdade comentarem a decisão do presidente da junta de S. Pedro. 
Confesso que fiquei surpreendido, pois o que estava em causa não envolvia sequer matéria política.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Fernando Alvim

"Pedro Agostinho Cruz, o fotógrafo inconveniente" *

A verdadeira fotografia é aquela que nos ajuda a compreender e a interpretar a realidade.
A fotografia pode ser mais directa do que a escrita, pois pode transmitir “a pura verdade”, a tal verdade por vezes inquietante e incómoda, que um artista inquieto acabará por descobrir e transmitir e que pode ser compreendida por todos - mesmo pelos analfabetos.
Isto tornou-se ainda mais verdadeiro com a “democratização” do próprio acto de fotografar.
Há muitas formas de pensar a fotografia, mas é preciso fazê-lo criticamente. Se não o fizermos há o perigo de a reduzir ao seu lado estético.

As fotos que o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz vai mostrar na exposição que vai ficar patente ao público no Mercado da Gala, a partir de amanhã, têm essa vertente, mas têm, ao mesmo tempo, algo que nos inquieta e que nos agride, pois mostra a violência de uma força da natureza brutal e poderosa – o mar em todo o seu esplendor e crueldade.
É claro que também há beleza nas paisagens fotografadas, mas é uma beleza estranha - é uma beleza que nos causa desconforto.  

* Título roubado à entrevista que a jornalista Andreia Gouveia fez ao Pedro Agostinho Cruz, hoje publicada no Diário de Coimbra.

João Proença

O ex-”sindicalista” - espero que os verdadeiros sindicalistas me desculpem, relevem a ousadia e me perdoem … -  João Proença vai fazer uma intervenção nas Jornadas Parlamentares do PSD,uma iniciativa exclusivamente "laranja", sem a presença do CDS, "ao contrário do que aconteceu em outubro, após a apresentação do Orçamento do Estado." 
Há pessoas capazes tudo para tentar conseguir apanhar por um "tachinho" na Concertação Social... 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O preço do "cherne" anda pela hora da morte...

"Durão Barroso passou a cobrar 75 000 euros por cada conferência, chamando a atenção de Jorge Mendes que, apurou o IP, passou a agenciá-lo. Durão Barroso terá assim que agir em consonância com o seu novo papel de estrela milionária, passando a usar um penteado absurdo, tatuando no braço o rosto da Angela Merkel e passando a namorar com alguma modelo russa ou com o José Milhazes. Jorge Mendes está tão entusiasmado que vai agora tentar agenciar Pacheco Pereira, “o Fábio Coentrão do PSD”."

Alfredo Barroso, um dos fundadores do Partido Socialista...(II)

Era outro tempo.  
José Sócrates era primeiro-ministro.
Cavaco já era presidente.
Parece que foi ontem...
Mas foi há 4 anos.
Entretanto, havia jornalistas e comentadores desiludidos com António Costa, ou porque não falava sobre as coisas, ou porque falava pouco, ou porque não falava nada. 
Mas, entretanto, falou...
Cum caneco!..
Alfredo Barroso, “um dos fundadores do PS (em 1973) e, hoje, o militante número 15 do partido (com as quotas em dia)", passou-se.... 
"Já chega! Nunca me passou pela cabeça que um secretário-geral do PS se atrevesse a prestar vassalagem à ditadura comunista e neoliberal da República Popular da China, e se atrevesse a declarar, sem o menor respeito por centenas de milhares de desempregados e cerca de dois milhões de portugueses no limiar da pobreza, que Portugal está hoje melhor do que há quatro anos. A declaração de António Costa é uma vergonha! Ainda esta semana, enviarei à direcção do PS (hoje tenho vergonha de escrever por extenso Partido Socialista) uma carta muito simples, sem considerandos ou justificações, solicitando, pura e simplesmente, a minha desfiliação do partido”...

Alfredo Barroso, um dos fundadores do Partido Socialista...

"Depois da ignóbil chinesice de Costa, abandono o PS, e é já" !..

Em tempo.
Finalmente, Costa fazer resolveu fazer oposição!

Agora, é só uma questão de alguém lhe explicar que deve fazer oposição ao governo e não a si próprio...

O tal “arco do poder local”...

Segundo o jornal AS BEIRAS, “a administradora executiva da Figueira Domus vai sair da empresa municipal.”
Ainda de harmonia com o referido matutino, “Anabela Gaspar já comunicou a sua saída aos restantes membros da administração e aos funcionários, devendo apresentar a demissão nos próximos dias, invocando razões pessoais, mas este não deverá ser o único motivo da sua saída.”
Ao que o jornal que temos vindo a citar apurou, “o ambiente entre Anabela Gaspar e o presidente do conselho de administração, Hugo Rocha – que não quis pronunciar-se sobre o assunto –, tem-se vindo a degradar, com conhecimento do executivo camarário.”
Entretanto, o gabinete da presidência da Câmara da Figueira da Foz informou que “este assunto será tratado em sede própria”. Ou seja, na assembleia geral da empresa.
A “batata quente”, vai estar nas mãos do presidente da autarquia, João Ataíde, que terá que decidir se vai substituir apenas o elemento demissionário ou toda a administração, que se completa com Matos Rodrigues.
Anabela Gaspar foi convidada para a Figueira Domus em finais de 2011. Entrou como administradora não executiva, passando a exercer funções executivas em novembro de 2013.
Anabela Gaspar, a exemplo de outras ilustres personalidades figueirenses, como por exemplo, Joaquim de Sousa, José Elísio Oliveira e João Russo, faz parte do núcleo dos tais que nos últimos 40 anos têm sido militantes dos chamados partidos do arco geral de interesses locais - leia-se, PS e PSD -, que têm controlado facilmente o poder político figueirense - e os tais negócios, alguns deles manhosos, e as tais clientelas, e a tal gestão controlada da "afundação local"– porque a larga maioria dos figueirenses, em 40 anos de democracia, nunca tiveram coragem, nem engenho e muito menos arte, para darem um safanão nos seus destinos, que os tivesse livrado desta gente ilustre, que nos intervalos apregoa aos sete ventos, que "os políticos são todos iguais", para que as eleições, também na Figueira, não sirvam para nada.
Anabela Gaspar, foi vereadora do PSD, quando Duarte Silva, entretanto falecido, presidia à Câmara da Figueira da Foz. Em 2009, alinhou pelas listas do PS, partido que desde então governa o município, tendo sido eleita deputada municipal... 

ALERTA COSTEIRO 14/15, uma exposição fotográfica de Pedro Agostinho Cruz, vai ser inaugurada no próximo sábado, 28, pelas 10H30M no Mercado da Gala

No sábado, o Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz) vai mostrar mais uma série de fotografias.
Nesta mostra, o Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz) põe-se à prova.
Vai mostrar o que aprendeu em quase 10 anos de fotografia e provar que a sua fotografia tem a ver com a maneira como vê as coisas, as mesmas coisas, aliás, que estão à disposição de toda a gente para serem vistas, fotografadas e analisadas.
Ao Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz) não interessa apenas a estética - as suas fotografias comportam mensagens e pretendem contar «estórias».
Como escreveu um dia - já lá vão mais de 5 anos - o Fernando Campos, o Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz) é “um jovem “pas tout a fait comme les autres”; ao contrário do que é típico na sua idade (neste momento, tem apenas 27 anos) não é daqueles que descobriram a pólvora seca das verdades insofismáveis; gosta mais de ouvir (e observar) do que de falar. O Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz) é um andarilho (tem o projecto de uma viagem a África...) e, sobretudo, um observador incansável.
No seu olhar silencioso e perscrutador há algo que o distingue de um mero fotógrafo competente, algo intangível e difícil de descrever: uma sensibilidade poética; ou seja, aquilo que o torna capaz de, com enquadramentos ousados e um sentido da composição notável, transformar o mais banal retrato do quotidiano numa imagem carregada de sentido(s).
É este Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz), que depois de ter exposto noutros lados para onde foi convidado, vai mostrar o seu trabalho, pela primeira vez, na sua Terra e sobre a sua Terra.
Dia 28, sábado, no Mercado da Gala, (a inauguração acontecerá pelas 10H30M) vai estar patente ao publico o seu mais recente trabalho - ALERTA COSTEIRO 14/15.
- ALERTA COSTEIRO 14/15 é um retrato informativo, crítico e cru de uma realidade da costa portuguesa, nomeadamente na Cova-Gala - erosão costeira.
- É um olhar preocupado e inconformado que vive na esperança e ânsia de uma solução.
ALERTA COSTEIRO 14/15 é a exposição que o Pedro (o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz) não queria fazer, mas que infelizmente sente que é importante a sua realização.
- ALERTA COSTEIRO 14/15 é mais uma sensibilização a quem de direito.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

António Costa...


Limitou-se a constatar o óbvio....

Santana Lopes...

"Portugueses defendem o Syriza porque protegem «os coitadinhos»" - Santana Lopes, ontem à noite na SIC Notícias...
Diz quem o conhece, que Pedro Santana Lopes quando tem um objectivo perde a noção da racionalidade. Quem o conhece dos bastidores das campanhas, na luta político-partidária, sabe isso bem... 
A meta, agora, ao que parece, é Belém. Tem tido avanços e recuos, próprios de quem anda perdido: gosta, mas está a observar quem também avança... 
Contudo, o que, Santana Lopes, um antigo primeiro-ministro, ontem à noite desabafou na SIC-Notícias, era perfeitamente evitável.  
Além do mais, Santana tem protegido, nos últimos anos, tantos «coitadinhos» lá pela Misericórdia...

A propósito de erosão costeira, recordo...

Engenheiro Baldaque da Silva, João Pereira Mano e Manuel Luís Pata.

Na Aldeia da subserviência...

Dizia Einstein que existiam duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana.
Ainda não estamos seguros sobre se o Cosmos é ou não infinito mas, seguramente, a estupidez humana não conhece barreiras ou limites.
Quando a subserviência a interesses de terceiros, prejudica o interesse de quem o elegeu, a isso chama-se traição.
Vivemos numa Aldeia domesticada...
Domesticados já estamos há muito...
Até fomos elogiados por sermos bem comportados.
Não há movimentação social.
Nas próximas eleições ganharão os mesmos ou os «outros», os tais do arco...
É isto uma Aldeia democrática?..
Parece-me mais uma ditadura moderna onde em vez de partido único há, no máximo dos máximos, o bipartidarismo «do arco».
Mas, sobretudo, vivemos numa Aldeia onde o que não há é política, que o mesmo é dizer, não há ideias.
Neste momento, na Aldeia, o cargo de político começa a parecer desnecessário...
Domesticados, há muito, já fomos...
E isso nota-se...  

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O mar continua a “engolir” sistema dunar em S. Pedro

foto de António Agostinho
Estávamos em 11 de abril de 2008, uma sexta-feira.
O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado nesse dia, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
A obra, considerada fundamental pela tutela e comunidade portuária, visava permitir a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz.
Cerca de 7 anos depois de concluída a obra, a barra, para os barcos de pesca que a demandam está pior que nunca e a erosão, a sul, está descontrolada. 
Neste momento, pode dizer-se, sem ponta de demagogia, que é alarmante: o “mar continua a “engolir” sistema dunar em S. Pedro”.
Repito a pergunta que fiz neste Outra Margem, nesse dia 11 de abril de 2008, pois ainda não obtive resposta:
Será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego?