“Quarenta
anos. Quarenta «redondos» anos a comandar a Madeira. Quarenta anos
que Alberto João Jardim quer que terminem agora, ou no máximo em
outubro do próximo ano. Em entrevista ao Expresso, o
social-democrata falou de Passos Coelho, com quem não “acerta”,
da falta de “dinheiro para brincadeiras” [leia-se uma possível
candidatura a Belém] e da vontade de ser esquecido. É um «rei»
que já não quer mais brincar aos tronos.” daqui
Numa
rábula que se tem repetido de quatro em quatro anos, sabe-se agora
que Alberto João
Jardim não vai,
afinal, candidatar-se de novo nas próximas eleições regionais. Após largas dezenas de anos à frente do poder madeirense - e apesar das suas renovadas e
veementes promessas de não se candidatar e encontrar um sucessor - será que é desta que vai mesmo abandonar o posto?
Não
sei não...
O
veterano presidente do governo regional da Madeira tornou-se um refém
político na sua própria ilha.
Ao
contrário de Mota
Amaral,
que teve a capacidade e soube fazer a transição, na sua carreira,
da dimensão regional para o plano nacional, Jardim nunca
foi capaz de se afirmar fora do seu reduto. Nem a nível da direcção
nacional do PSD,
nem em órgãos como o Parlamento ou o Conselho de Estado. A sua voz
não é ouvida ou, quando o é, não se leva a sério.
Daí
que sempre se tenham frustrado as suas tentativas para se libertar do
espartilho regional. Quer em rocambolescas encenações de
candidatura à Presidência da República quer em fracassadas
alianças para disputar o poder no PSD nacional.
Jardim
acabou por tornar-se um refém da Madeira.
Agora,
resta-lhe querer que o esqueçam e que o deixem em paz...
Não lhe vou fazer essa maldade. Vou
recordá-lo em cuecas, grotesco e rasca, na primeira página do
«Tal & Qual». Ou de copo de «whisky» na mão, a rir-se, no
meio da sua trupe carnavalesca. Ou, ainda, vestido de palhaço,
a fazer um manguito com o dedinho espetado para cima e a
proclamar, muito ufano: «Quero que se foda a Assembleia da
República! Já disse que me estou cagando para Lisboa! O país
não se revê em Lisboa, naqueles parvalhões que andam por lá
e têm a mania que mandam nisto tudo!».
Enfim... mais uma vez um fim anunciado que, quando acontecer, vai ser triste.
Enfim... mais uma vez um fim anunciado que, quando acontecer, vai ser triste.