quarta-feira, 12 de março de 2014
Alerta vermelho
foto António Agostinho |
“2,4
milhões de euros é quanto o governo vai gastar para
protecção das praias a sul da Figueira da Foz com a reabilitação dos esporões.
Depois de “casa roubada, trancas na porta”.
Uma
reportagem emitida na RTP1, no dia 9, dava conta que “as alterações climáticas,
o desordenamento do território e a vulnerabilidade da costa portuguesa são três
variáveis de uma equação explosiva.
Anualmente o mar avança em média quase 10 metros. As tempestades do princípio do ano foram mais um aviso para uma calamidade que ameaça dezenas de milhares de pessoas e habitações”.
Anualmente o mar avança em média quase 10 metros. As tempestades do princípio do ano foram mais um aviso para uma calamidade que ameaça dezenas de milhares de pessoas e habitações”.
Técnicos,
autarcas e pessoas conhecedoras do comportamento do mar foram unânimes na
opinião de que as soluções habitualmente adoptadas, como os esporões, podem
agravar a situação em lugar
de a resolver.
O
Engº Redondo, da Câmara Municipal, vaticinava no Plano Regulador da Cidade em
1962, que, “Por virtude das obras do porto… crescerá a praia de tal modo que
venhamos a ter, até ao mar, um areal imenso, desértico, incómodo e impróprio para
veraneio, perdendo deste modo a Figueira da Foz o seu principal motivo de
atracção?”...
Premonitório!
E
mais: “Se for fixada uma largura ideal, está ao alcance da técnica mantê-la, ou
por periódicas dragagens ou por conveniente transporte mecânico das areias para
sul do molhe sul, por bombagem”.
Quantos
mais milhões irão por água abaixo se continuarem a não ser ponderadas opiniões sensatas
e se insista em soluções avulsas? Com o dinheiro dos nossos impostos!”
Engº. Daniel Santos, no jornal AS BEIRAS.
Consciência e sentido de responsabilidade, para com os portugueses e para com o futuro de Portugal
Manifesto: Preparar a reestruturação da dívida para crescer
sustentadamente (na íntegra).
O assoreamento do portinho da Gala
foto sacada daqui |
A Câmara da Figueira da Foz vai proceder à dragagem do Portinho da Gala para melhorar as condições de atracagem dos barcos de pesca artesanal, informou ontem a vereadora Ana Carvalho.
O Departamento de Obras Municipais e Ambiente, em anúncio publicado no Diário da República, abriu um concurso público para a realização da empreitada, pelo preço base de 114 mil euros.
O Bairro Novo e a pesada herança do edifício "O Trabalho”...
para ler a crónica, clicar na imagem. |
"... não conseguimos perceber como pode a Açoreana, empresa proprietária do chamado edifício "O Trabalho", fazer perpetuar e permitir a degradação constante do mamarracho que todos conhecemos, para mais situando-se numa zona nobre da cidade e de grande fluxo de turistas e locais..."
A Figueira é mesmo uma cidade que não se leva a sério...
terça-feira, 11 de março de 2014
"A Vida num Instante" uma exposição de Fotografia que está patente ao publico até ao dia 25 de Maio, no Cae...
A palavra a quem percebe do assunto...
"Esta exposição de fotografia de Fidalgo Pedrosa Fotografia merece a atenção de todos. Até dos mais distraídos. Não se vê muitas vezes fotografia desta qualidade na cidade (infelizmente)."
Fica a sugestão de Pedro Agostinho Cruz.
"Esta exposição de fotografia de Fidalgo Pedrosa Fotografia merece a atenção de todos. Até dos mais distraídos. Não se vê muitas vezes fotografia desta qualidade na cidade (infelizmente)."
Fica a sugestão de Pedro Agostinho Cruz.
As nossas árvores
foto António Agostinho |
"Há árvores bem tratadas, com uma copa natural e equilibrada, e há árvores mal tratadas: a copa completamente destruída por podas camarárias mal dirigidas e executadas. Os "biscateiros" pegam na moto-serra, sobem ao escadote e destroem a copa (rolamento). Para quê? É tradição, sempre assim se fez e continuará a fazer. Quem perde? Todos nós. As árvores ficam fragilizadas, aumenta o risco de caírem, envelhecem precocemente sujeitas a feridas que demoram anos a sarar. Quando a ferida sarar, lá vem outro corte (poda)!
Nos velhos tempos, cá por S. Pedro, a poda era ainda mais radical “à maneira”!..
Não é o consenso de Cavaco, mas...
"Quem haveria de dizer que um dia veríamos Manuela Ferreira Leite e Francisco Louçã ou Bagão Félix e Manuel Carvalho da Silva unidos na defesa de uma mesma causa. Cavaco Silva anda há tanto tempo a pedir um consenso alargado que deve estar radiante. Caramba, não é o seu consenso, mas mais alargado do que isto é impossível. São 70 personalidades, da esquerda à direita, desde sindicalistas a representantes das confederações patronais, que se uniram para romper o espectáculo degradante proporcionado pela maioria de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas e por aquela espécie de oposição de António José Seguro, que nos andam a entreter com uma escolha afunilada entre saídas limpas e planos cautelares, como se fossem soluções minimamente viáveis para o país e como se fossem as únicas. Estas 70 personalidades defendem que não. Alguns, os mais à esquerda, sempre o defenderam. A realidade encarregou-se de convencer os restantes de que a “reestruturação responsável da dívida”, é uma condição sem a qual, dizem, continuará a imperar a política da austeridade pela austeridade que tornará impossível o crescimento e o emprego. Este consenso diz-nos que continuar a ceder incondicionalmente às exigências externas é uma irresponsabilidade que compromete decisivamente o futuro do país."
Para continuar a ler clicar aqui.
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Quem é mecenas, quem é?..
Os deputados do PSD, CDS e PS chumbaram o projecto de resolução apresentado pelo Partido Ecologista "Os Verdes" que queria pôr a EDP a pagar a intervenção prevista para a Via Navegável do Douro.
Conclusão e moral da "estória": pagam os do costume - nós.
Conclusão e moral da "estória": pagam os do costume - nós.
Cavaco, o presidente!
Cavaco é coerente e sabe o que faz. Como defensor do
neoliberalismo, Cavaco sabe – e concorda – que o neoliberalismo afastou a
democracia das questões económico-financeiras e por arrastamento de todas as
questões em que a importância daquelas se reflecte. Quem dita as regras nestas
matérias não é o povo, directamente ou por intermédio dos seus representantes,
mas os mercados. Os mercados é que dizem o que se pode ou não pode fazer. Por
outro lado, o poder político, a política – por outras palavras, a democracia –
não pode interferir com a “justiça” do mercado. Não há justiça social que se
sobreponha à “justiça do mercado”.
Portanto, o que Cavaco está a dizer aos portugueses é, por
outras palavras, o seguinte: “A democracia acabou. O que se pode ou não fazer
nos domínios da governação, seja em que campo for, depende das imposições do
mercado. Quanto a isso nada poderemos fazer. O que nós podemos e devemos é
tentar agradar aos mercados, tentar “amaciar” a sua acção para que o tratamento
deles relativamente a nós seja o mais brando possível. E é minha convicção que
se o PS, o CDS e o PSD fizerem simultaneamente essa profissão de fé e derem
garantias aos mercados de que não tentarão interferir com as suas normas, eles
nos tratarão melhor do que nos tratariam se essa garantia lhes não for dada”.
“A melhor de todas as obras, desde sempre, e para sempre, sobre as Pescas e os Pescadores, e a História das Pescas, em Portugal”
O fundo bibliográfico e cartográfico especializado que,
desde há muitos anos, tem estado a ser reunido na nossa cidade pelo CEMAR-Centro
de Estudos do Mar, ficou enriquecido em janeiro passado com o livro oferecido por Pedro Manuel Garrido da Silva, o
bisneto e representante da Família do próprio Autor, Com. Antonio Arthur
Baldaque da Silva com um exemplar, muito
especial (por ter pertencido a esse mesmo Autor), do célebre livro de 1891-1892
intitulado ESTADO ACTUAL DAS PESCAS EM PORTUGAL, o célebre livro
(com 520 páginas, e profusamente ilustrada com gravuras da época) que, que na
opinião do dr. Alfredo Pinheiro Marques, “é a melhor de todas as obras, desde sempre, e
para sempre", por ser da época que é, e por mérito e esforço de quem então o
publicou, sobre as Pescas e os Pescadores, e a História das Pescas, em
Portugal.
Esta obra essencial da bibliografia científica e histórica
portuguesa encontra-se desde há muito esgotada (e esgotada ficou também uma
reedição facsimilada que dela depois foi feita, por ocasião do seu centenário,
em 1991), e por isso o Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de
Albuquerque-CEMAR tem em curso o projecto, que desde há muitos anos acalentava, de promover dela uma nova edição facsimilada. Uma nova edição, em homenagem aos
Pescadores Portugueses, "os mais pobres dos pobres", e em homenagem
ao seu Autor, o Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva (1853-1915), o oficial da
Marinha Portuguesa e Engenheiro Hidrógrafo particularmente ligado à cidade da
Foz do Mondego (filho do também Engenheiro Hidrógrafo Alm. Francisco Maria
Pereira da Silva que foi quem no século XIX reabriu a barra do rio Mondego e
construiu o Bairro Novo da Figueira da Foz).
Baldaque da Silva foi um homem absolutamente notável, de
coragem e competência absolutamente invulgares - e, por isso, capaz de enfrentar
a mediocridade e a cobardia reinantes, para combater os bons combates, e para
deixar para o Futuro as obras verdadeiramente marcantes e definitivas sobre as
matérias a que se dedicou.
Apesar das dificuldades da produção editorial de uma obra
monumental como esta (somadas às dificuldades asfixiantes das situações
incompreensíveis com que o CEMAR desde há muito tem sido confrontado), o projecto da edição desta "magnum opus" continua em curso por parte da
associação científica sem fins lucrativos, e dotada de estatuto de Utilidade
Pública, centrada na região da Foz do Mondego e na Praia de Mira. Será uma
edição a partir da Figueira da Foz, a mesma Cidade de Mar à qual o Com.
Baldaque da Silva esteve sobretudo ligado ao longo da sua vida.
O CEMAR espera que a prossecução deste difícil mas
importante projecto editorial, em situações de parceria, venha a poder ser
possível no âmbito das colaborações que está a estreitar, a nível local e regional, com
outras entidades públicas e privadas que, para um projecto como este, também
poderão e deverão estar naturalmente vocacionadas.
Exposição alusiva ao Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal vai estar aberta ao público a partir de amanhã no Museu
Amanhã, quarta, 12 de
março, pelas 18 horas, no Museu Municipal, a Comissão Concelhia da Figueira Foz
do PCP, com a colaboração do pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Figueira
da Foz, inaugura uma exposição alusiva ao Centenário do nascimento de Álvaro
Cunhal.
Estará presente nesta iniciativa Manuel Rodrigues, membro da
Comissão Politica do PCP, director do Jornal Avante e responsável Nacional
destas comemorações.
A cerimónia, onde estarão também presentes dirigentes
comunistas locais e representantes da autarquia figueirense, estará aberta à
participação do público.
segunda-feira, 10 de março de 2014
Querida europa
Completaram-se no dia 7 de Março, 40 anos sobre a vitória de Paulo de Carvalho no Festival da Canção, com a histórica “ E Depois do Adeus”.
O fracasso no Festival da Eurovisão, semanas mais tarde, parecia dar razão aos milhares de portugueses indignados que contestaram a escolha de “E depois do Adeus” em detrimento da canção de José Cid “A Rosa que te dei”. (Uma belíssima canção também, há que dizê-lo...)
Portugal ficou em último lugar no festival do eurocançonetismo, mas foram muitos os que justificaram a má classificação, com o facto de Paulo Carvalho ter sido impedido de cantar em inglês.
A verdade, porém, é que nessa altura a Europa não estava connosco, porque não apoiava ditaduras.
Semanas mais tarde, “E Depois do Adeus” seria senha para o 25 de Abril.
Dois anos depois Mário Soares, em campanha para as legislativas, seria o anfitrião dos principais líderes europeus, sob o signo "A Europa Connosco". E nessa altura estava mesmo, porque a Europa ainda era um lugar habitável, dirigido por gente com memória, apesar da ( ou precisamente porque) Guerra Fria e de um muro dividir a Europa "dos bons" da Europa "dos maus"
Pois, já lá vai muito tempo... nessa época os líderes europeus ainda viam a democracia como um modelo a seguir e não como um entrave aos seus desígnios. Os "bons" venceram, mas deram cabo desta m.... toda e reduziram a Europa a um bando de carniceiros babados com dinheiro fresco a escorrer-lhes pelas mãos manchadas de sangue.
Sportinguista sofre...
Citando o Pedro Duarte: "O Sporting é o clube do contribuinte: não pára de ser roubado."
Carnaval...
foto sacada daqui |
Carlos Monteiro, vereador, hoje no jornal As Beiras.
“A autarquia quer devolver a organização do Carnaval Buarcos
– Figueira da Foz a uma comissão, como acontecia até finais da década de 1990.”
Tenho quem me faça simpáticas chamadas de atenção por causa do meu pessimismo.
Contudo, o meu
pessimismo tem-se revelado um objecto utilitário.
Tem sido como um relógio...
Como tal, prometo que quando falhar,
vai para o lixo.
Como não tem falhado, vai continuar ao serviço.
Além do mais, e continuando a citar o vereador Monteiro, “o Carnaval é um espaço de crítica”.
Não só por isso, mas também por isso, “não faz sentido ser a câmara a poder
causar constrangimentos aos participantes”.
Recorde-se, 6 de fevereiro de 2013, quando o presidente João Ataíde, defendia que o carnaval deveria voltar a ser
organizado por coletividades da cidade, com a extinção, no final desse mês, da
empresa municipal de turismo: "a solução é que as próprias coletividades tomem a iniciativa de organizar o Carnaval, deverá ser essa a estratégia"...
Ontem, foi o vereador Monteiro a dizer mais ou menos o mesmo...
Para o ano é que vai ser?..
domingo, 9 de março de 2014
Um perigosíssimo esquerdista
Vasco Pulido Valente |
«O primeiro-ministro anunciou que Portugal não voltará tão
cedo, se voltar, à relativa prosperidade de 2011. Outras personagens que o
apoiam e o aprovam prevêem tranquilamente o empobrecimento progressivo do país.
Nenhuma delas parece ter vivido os tempos de fome e desespero que duraram muito
mais de 40 anos, durante a República, Salazar e Caetano. Com 30 anos no “25 de
Abril”, não me esqueci depressa do que era a vida nessa altura. Não falo da
esquálida miséria do campo, que numa região rica a uns quilómetros de Lisboa,
em que as pessoas trabalhavam o dia inteiro, envelheciam depressa e morriam de
qualquer maneira, sem diagnóstico e sem assistência. Como não falo da província
– do Minho ao Algarve – onde o horror se tinha tornado a normalidade. Na falta
de uma experiência directa, seria um impudor. Mas não me importo de falar da
classe média (de resto privilegiada) em que nasci: e posso dizer que a pobreza
contaminava tudo. O que se vestia, o que se comia, o que se fazia, o que se
pensava. Mais do que na gente que mandava no Estado e no cidadão comum, a
tirania estava, como dizia o outro, na necessidade de poupar, na privação
perpétua da frivolidade e do prazer, no mundo imóvel e sem saída, que pouco a
pouco se tornava numa prisão a céu aberto. As dores de crescimento num liceu de
crianças caladas, que muito manifestamente esperavam o pior e, a seguir, numa
Faculdade, que se destinava a premiar os filhos de família e a submissão, não
levavam a uma descoberta ou sequer a uma aprendizagem, no seu melhor levavam a
uma espécie de punição que moía e predispunha à desistência e ao cansaço. O
Portugal de hoje não conseguiria nunca perceber o Portugal de 1950 ou de 1960.
Agora, até se glorifica o crescimento da economia e a estabilidade financeira
do regime. O primeiro-ministro com certeza nunca se deu ao trabalho de imaginar
aquilo a que a pobreza haveria condenado um rapazinho de Trás-os-Montes com uma
mediana boa voz. Nem lhe descreveram o deserto que foi Lisboa nessa época de
chumbo, onde ir ao café ou a um cinema de “reposição” tomavam as proporções de
um acontecimento. Os sinais que o país começa a voltar atrás são claros.
Verdade que a civilização que entretanto se criou não vai desaparecer. Mas nada
disso consola se imitações substituírem o que existia antes e acabarmos na
mediocridade e na tristeza de uma simples sobrevivência sem destino.»
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