Foi o
vereador e líder da coligação Somos Figueira quem tomou a iniciativa de abordar
o assunto, ontem, na reunião de câmara. Miguel Almeida começou por solicitar
uma reunião com a administração da Figueira Parques, a empresa municipal que requalificou
o parque de estacionamento pago do Hospital Distrital da Figueira da Foz
(HDFF), que está aliás a explorar.
O autarca da
oposição ressalvou que só não aprofundava a polémica questão por lhe restarem “algumas
dúvidas”, depois de ter lido o contrato. No entanto, acrescentou: “ficou claro que
o presidente da câmara é a favor,
porque assinou o contrato”. Miguel Almeida constatou, por outro lado, que o
documento fora assinado três meses antes das eleições autárquicas.
Porém,
atirou, ficou na gaveta e só viu a luz do dia depois do ato eleitoral, dando a
entender que o executivo socialista
não o tornou público antes devido à impopularidade da decisão que permitiu
taxar o estacionamento no hospital.
Por outro lado, frisou ainda: “tendo em conta a dimensão daquilo que estava a
ser tratado, não acho correto que a assembleia geral – a reunião de câmara -
não se tivesse pronunciado”.
“Só
quero fazer bem às pessoas”
João Ataíde,
por seu turno, afirmou que só assinou o contrato “porque pensava que não ia
prejudicar os utentes”. Para tentar remediar os prejuízos, o presidente da
câmara adiantou que tem uma proposta que visa aplicar “um
tarifário quase simbólico”, mostrando-se aberto a sugestões.
“Só quero
fazer bem às pessoas. E vai ver como vou fazer bem às pessoas”, frisou o edil.
O presidente
reiterou as razões que o levaram a rubricar o polémico contrato.
“O meu acordo
visa satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área
envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tem fins
lucrativos, pelo contrário”, sublinhou.
Assunto
fedorento
João Portugal
também se pronunciou sobre “este assunto que já cheira mal”, referiu. Para o
vereador do executivo, o que se passou foi que “o HDFF solicitou à câmara a
colaboração para melhorar o trânsito e o município disponibilizou-se a ajudar
na melhoria dos serviços dos HDFF, apesar disto ser da competência do Governo”.
Antes de
lançar um repto ao líder da oposição, Portugal classificou o debate que se
arrasta em torno do estacionamento pago do hospital “um número político para
fazer manchetes nos jornais”. A seguir, veio o desafio,
que consiste em o PSD pedir ao ministro da Saúde que autorize o HDFF a pagar os
80 mil euros aplicados pela Figueira Parques e, assim, “o problema fica resolvido”.
Miguel Almeida, porém, não se deixou impressionar e retorquiu afirmando que “ficou claro que o PS também defende o parque de estacionamento”. O vereador solicitou ainda uma reunião, com carácter de urgência, com a Protecção Civil, para esta se pronunciar sobre a entrada de viaturas de emergência no parque de estacionamento pago. E considerou, por outro lado, “perigoso” que o HDFF tivesse pedido à câmara para requalificar o parque a fim de resolver um assunto num espaço municipal. (AS Beiras)