A comissão mista para o acompanhamento da arte xávega reúne-se,
hoje, em Lisboa.
Esta reunião, para José Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Xávega,
com sede na Praia de Mira, tem na
apreciação do relatório preliminar como o ponto mais importante da agenda. Entre outras propostas, o dirigente vai tentar focar a questão
importantíssima de não serem englobados nas quotas gerais, pois na sua opinião “esta
problemática está mais do que explicada.”
Este é um ponto vital para a xávega, pois se não for
rapidamente aplicada, poderá representar
a morte imediata desta secular arte de
pesca.
A venda directa ao
público é outra reivindicação da associação.
A este respeito, José Vieira defende que “os compradores (intermediários) continuam
a pagar um valor irrisório pelo peixe, o que torna injusta a remuneração do
trabalho dos pescadores”. No fundo, os armadores desta arte piscatória ancestral
reclamam da Comissão Europeia, via Governo português, um regime de excepção, o
que não tem sido fácil de fazer entender aos decisores de Bruxelas, pois estes, concentrados na gestão dos stocks de peixe,
têm-se mostrado poucos sensíveis às reclamações dos pescadores de arte xávega.
Para Raul Almeida, presidente da Câmara de Mira, “se Bruxelas não tiver em conta as especificidades
da arte xávega, a comunidade piscatória da Praia de Mira , a maior do litoral
Centro, será severamente afetada”, o que, em última análise, seria uma questão grave, pois “se a arte xávega
acabasse, teríamos um grave problema social”.