São Pedro, freguesia, existe desde 1985.
Em São Pedro, freguesia, ao fim de 20 anos, termina hoje um ciclo. Como tudo na vida teve coisas boas e coisas negativas.
À hora em que a cerimónia protocolar está a acontecer, encontro-me a cerca de 200 quilómetros - em Lisboa.
Por isso, ao contrário do que era meu desejo e propósito, não vou poder estar
presente no acto de posse do novo
presidente da junta de freguesia de S.
Pedro.
20 anos é muito tempo. Mas, não para a minha memória.
No princípio, estive com o presidente que, hoje, cessou funções.
Afastei-me, quando notei que se começava a sobrepôr, na minha opinião, ao colectivo que o
levou ao colo. Começou aí o "efeito eucalipto"
Os últimos 8 anos tornaram isso mais visível: secou tudo à volta.
Quem não se revia no “grande líder”, era por mais colectivo e menos one man show, foi saindo.
Não confundo, nunca confundi e espero nunca confundir, pessoas com ideias.
Não combato, nunca combati, não ataco e nunca ataquei
pessoas, mas sim as ideias e as posturas políticas que as originam.
Mesmo que as pessoas - e não me estou a referir a ninguém em concrecto - sejam de baixo carácter, ou mal formadas ética, moral e democraticamente.
Confesso que por amor
à minha Aldeia, a Cova-Gala, gostava de ter visto sair o veterano autarca que
hoje cessa funções, depois de 20 anos de dedicação à sua e minha Terra, por cima - sobretudo, com dignidade institucional.
Espero que isso tenha acontecido.
Como escrevi aqui em 6 de setembro de 2009:
“Sem demagogia, tenho consciência dos poderes limitados de
uma Junta de Freguesia.
Mas, também tenho consciência, e não esqueço, que o
Presidente de Junta, é a autoridade máxima em São Pedro, freguesia.
Não só por isso, mas também por isso, tem de ser a primeira
entidade a intervir e a incentivar na defesa dos interesses de São Pedro,
freguesia.
Seja no que for, quando se fala São Pedro, freguesia, quando
se discute São Pedro, freguesia, quando se reivindica ou se alerta para a
resolução das carências de São Pedro, freguesia, o que deve estar sempre em
primeiro lugar é o POVO e os verdadeiros interesses da Terra.
Não estamos em tempo de promessas ocas e balofas.
O tempo é de reivindicar aquilo que São Pedro, freguesia,
tem direito, não só como Terra turística, que, em parte, é, mas, sobretudo,
como freguesia urbana, que realmente é.”
Mas, isso, hoje, já não interessa para nada - é apenas passado.
Não tenhamos ilusões, estamos noutra realidade, acabou o tempo da construção, da "obra" despesista e da megalomania.
A partir de agora, o que interessa é o futuro.
Felicito o
António Samuel, que hoje inicia um dos maiores desafios da sua vida, num momento novo da nossa vida colectiva, enquanto País, desejando que faça um bom trabalho em prol daqueles que, tal como ele, gostam de viver na Cova-Gala.
Fica, também, uma
palavra de saudação para o António Lebre,
que vai encabeçar, na nova assembleia de freguesia, a sempre necessária e imprescindível oposição.
Grosso modo, a democracia é, mais coisa, menos coisa, isto.