quinta-feira, 19 de setembro de 2013
"Os discursos são como os biquínis, querem-se curtinhos e a mostrar o essencial", disse João Portugal, provocando gargalhadas...
Como quem costuma passar por este espaço já certamente
constatou, tenho procurado acompanhar as iniciativas promovidas pelas forças
envolvidas na disputa das próximas autárquicas de 29 do corrente, no concelho e
na minha freguesia.
Pelo que tenho constatado, apesar dos meios para chegar ao
eleitor não terem comparação como o que acontecia há poucos anos atrás – a internet, pela primeira vez, está em força nesta campanha - esta é a campanha eleitoral autárquica
politicamente mais pobre e mais triste de que tenho memória.
Ontem, houve comício em Buarcos, no Largo Maria Jarra, de apoio à candidatura socialista de João Ataíde
à presidência da Câmara da nossa cidade.
Esteve presente
António José Seguro, que falou
pouco.
Segundo o que li no
jornal i, perguntou: "acham que as
coisas estão a correr bem?" E a resposta foi um sonoro "não".
E concluiu:
"então temos de mudar de caminho e temos de acabar com os cortes, os
pensionistas e os reformados estão a sentir no bolso os cortes do
Governo".
Antes, João Ataíde, independente, que procura ser reeleito
presidente da Câmara da Figueira da Foz, fez um breve discurso a sustentar que
o seu município está "em contraciclo face à política do Governo".
"Temos e estamos a aplicar uma carta social",
declarou.
Mas a pérola da tarde foi proferida pelo deputado socialista João
Portugal (também presidente da Concelhia do PS da Figueira da Foz).
Prometeu ser breve nas suas palavras e, para o efeito, citou
o que lhe foi dito um dia por uma peixeira de Buarcos - "os discursos são
como os biquínis, querem-se curtinhos e a mostrar o essencial", disse,
provocando gargalhadas.
Eu sei que a crise é grande...
Mas, tiradas como esta também não ajudam lá muito...
A degradação da
democracia continua a fazer o seu caminho...
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
No país do futebol...
Nélson Arraiolos, 41 anos, desempregado há mais de dois, vai
amanhã ao Palácio de Belém entregar ao Presidente da República, Cavaco Silva,
uma carta onde anuncia que não pagará impostos nem taxas enquanto não tiver
rendimentos. E pedirá uma audiência ao Presidente.
Sem subsídio de desemprego desde Maio e a viver dependente
do apoio dos pais e de terceiros, o cidadão quer mostrar a sua indignação a
Cavaco Silva. A ausência de rendimentos obrigou-o a deixar o apartamento
alugado em Lisboa e a voltar à casa dos pais, no Bombarral. "Acho muito
importante que o Presidente tenha consciência destas situações", afirma ao
PÚBLICO, explicando que sofre de uma doença degenerativa que destrói progressivamente o sistema muscular.
Mas, onde é que isto vai parar?
Boavista há só um: o do Valentim e mais nenhum!..
115 minutos, quanto a mim, bem aproveitados...
![]() |
| registo fotográfico de Pedro Agostinho Cruz, sacado daqui |
Gostei da forma como
decorreu o debate autárquico da tarde de ontem no auditório da Incubadora de
Empresas, no Parque Industrial da Gala, com os 5 candidatos à Câmara, sobre o
tema "Figueira, que futuro".
A organização deste debate foi da Consultraining e a
moderação de José Cardoso Bernardes.
Embora a estrutura fosse a mesma, a diferença, pela positiva, esteve no
moderador, que ao trazer questões concretas, tornou o debate mais interessante e
esclarecedor.
João Paz Cardoso, que me tinha impressionado positivamente
no debate do CAE, esteve, desta vez, uns furos abaixo, perdendo-se em respostas
globais e genéricas.
Um exemplo: “Tivemos uma frota pesqueira importante e é bom
não esquecer que Cavaco Silva foi o agente funerário do sector. A União
Europeia continua a prejudicar-nos e a enterrar-nos”.
Jorge Monteiro, entrou mal no debate. Logo na intervenção
inicial, graças a uma péssima gestão do tempo ao seu dispor, gastou os 5 minutos
sem dizer nada de concreto. Depois, com o decorrer do debate melhorou a prestação.
Um exemplo.
“Nem sempre a relação entre o trabalhador e o
empregador é a mais saudável. A Câmara pode mostrar que as pessoas são a
primeira razão de ser da sua candidatura. Eu hoje vejo que as pessoas estão
paradas, à espera de algo. Falta-lhes um líder que diga «vamos por aqui»”.
João Ataíde, pareceu-me numa posição defensiva, de quem vem essencialmente
para prestar contas.
Um exemplo.
“Este é
um processo e uma candidatura de continuidade e da necessidade de concluir
alguns projectos.
Ao longo deste ano exercemos uma actividade discreta e não
discutida ou anunciada nos jornais. Recordo a negociação com os Estaleiros
Navais. Não se perdeu uma unidade, mas lamento que não tenha cumprido o que
prometeu. Lamento ainda que o ministro da Economia não tenha tido a coragem de
avançar para uma ruptura de contrato.
Tudo isto, porém, não pode andar na praça pública, há que ser
discutido com moderação. Há muito a fazer, quero envolver-me mais nesta tarefa
de desenvolvimento local. E farei sempre de forma discreta”.
Miguel Almeida, no essencial, veio a debate para tentar explicar o
Compromisso Eleitoral, que pretende transformar, em caso de vitória, no programa de governo
municipal.
A meu ver, neste debate Miguel Almeida melhorou o
desempenho. Sobretudo, o que me agradou sobremaneira, pareceu-me mais autêntico
e sincero na defesa das suas posições.
Um exemplo.
“A resolução da acessibilidade marítima é uma questão
prioritária. Não é preciso fazer guerra, mas há momentos para tudo e em alguns
deles temos de levantar a voz. A administração portuária passou para Aveiro e
não temos um figueirense lá. A questão de fundo é esta, da questão da entrada
da barra. A dragagem é estruturante para a Figueira”.
(Abro um parêntesis, para lembrar ao Miguel Almeida que
houve, em devido tempo, quem alertasse para as consequências do prolongamento
do molhe norte. Neste blogue tem muitos exemplos, basta colocar no canto
superior esquerdo as palavras “erosão costeira” e clicar. Só para avivar
a memória, fica uma carta do SENHOR MANUEL LUÍS PATA,
publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção
Fala o Leitor, com o título “Erosão das
Praias”, que pode ser lida clicando aqui).
Falta referir a prestação de António Baião.
O candidato da CDU, que também esteve francamente melhor neste
debate, mostrou ter feito “o trabalho de casa”. Trouxe questões concretas à
discussão, logo na intervenção de abertura - saúde, escola, transportes
públicos...
Sempre alinhado e fiel à linha partidária que apoia a sua candidatura,
falou uma linguagem directa, simples e facilmente percetível.
Um exemplo.
“Sei os problemas por
que passam os pescadores, o que ganham e como vivem, como é feita a má distribuição
da riqueza. Sei como funcionam os armadores.
Sobre o molhe norte, antes de o construírem, talvez
devessem ter falado antes com os homens do mar”.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Maria Luís
Eu, se fosse mulher, ficava lixada se a imagem da
mulher-moderna estivesse a evoluir num sentido negativo, como em minha
opinião, nos últimos meses, tem vindo a acontecer relativamente ao aspecto sentimental,
emocional, afectivo, relacional.
Claro que isto, a meu ver, está intimamente ligado com a permanência de Maria Luís Albuquerque no actual governo.
Entretanto, tenho pena que tenhamos tido tão pouca sorte nas escolhas...
Todos conhecemos Ruy de Carvalho, aquele actor sagrado e consagrado que se atirou aqui há atrasado ao governo.
Mas, «porque acredita nesse tipo de formatação política», afinal não renegou o padrinho...
Deve
ter tido apenas uma branca, ou estava a ensaiar Brecht e saiu-lhe aquela carta.
Entretanto, como a foto sacada daqui mostra, enquanto não
lhe cortam outra vez a reforma, recolhe votos para o PSD/CDS entre os fregueses
de S. Domingos de Benfica.
Algo de novo na politica figueirense
A campanha eleitoral, oficialmente, começou hoje.
Como já explicou aqui, o meu Amigo Fernando
Campos não é imparcial.
Por isso mesmo, o seu blogue também vai
à luta.
Só que o Fernando, “como não sabe fazer discursos (cada
um é para o que nasce), faz desenhos. A partir de hoje, editará onze vinhetas
(ou cartazes digitais, ou lá o que é - uma por dia até ao dia 27) com outros tantos motivos visuais para tentar convencer o eleitorado a
votar (ou não votar) na CDU, a coligação cujas listas integra".
Ora cá está algo de novo na politica figueirense:
uma campanha criativa feita sem meios financeiros.
Vou estar atento.
Recomendo que façam o mesmo, pois
conhecendo o Fernando como conheço, afirmo desde já que vai valer a pena.
Feito ao bife...
2013, apesar de tudo, pelo menos para mim, tem passado muito depressa.
Parece que o dia 1 de Janeiro ainda foi ontem e eu passeava
alegremente pela baixa da Figueira, feliz por viver numa cidade com sol e uma
brisa fresca a dar as boas-vindas ao novo ano.
E agora, assim tão depressa, o ano já está velho e gasto,
com pouco de novo para revelar.
Pelo andar da carruagem, a não ser ainda mais desgraças.Como esta...
"Touros fugitivos de Viana: um está em parte incerta, outro está feito ao bife"...
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Igual a si próprio...
O Porto tem três tipos de campanha: as controladas, as mais humildes e a de Luís Filipe Menezes.
Que raio: mas o que é isto?..
Toca o telefone.
"Boa tarde", diz a voz de uma simpática menina do outro lado da linha, "fala de uma consultora. Importa-se de responder a um inquérito sobre a Câmara Municipal da Figueira da Foz?"
"Com certeza", respondo eu. "Mas, primeiro, pode dizer-me o nome da consultora?"
"De momento não posso", retorquiu do outro lado da linha a simpática menina.
"Então, assim sendo, não respondo. Se me informar para quem estou a prestar informações, terei todo o gosto em responder..."
"De momento não posso", foram as últimas palavras da simpática menina do outro lado da linha...
E desligou...
Aconteceu há pouco mais de 5 minutos...
Que estranho!..
"Boa tarde", diz a voz de uma simpática menina do outro lado da linha, "fala de uma consultora. Importa-se de responder a um inquérito sobre a Câmara Municipal da Figueira da Foz?"
"Com certeza", respondo eu. "Mas, primeiro, pode dizer-me o nome da consultora?"
"De momento não posso", retorquiu do outro lado da linha a simpática menina.
"Então, assim sendo, não respondo. Se me informar para quem estou a prestar informações, terei todo o gosto em responder..."
"De momento não posso", foram as últimas palavras da simpática menina do outro lado da linha...
E desligou...
Aconteceu há pouco mais de 5 minutos...
Que estranho!..
E se a democracia funcionasse?..
Andam para aí a espalhar que a democracia é cara.
Eu atrevo-me a dizer mais:
a democracia, além de cara, é complicada.
A democracia precisa
de pessoas conscientes, que sejam saudáveis, tenham passado pela escola e tenham trabalho.
Numa democracia ideal
(eu sei que não existe...), o cidadão com
direito ao voto, também deveria estar em condições de ser ele o eleito e poder estar à
frente dos destinos de uma freguesia, de um concelho ou mesmo do País.
Mas, para isso, era necessário vivermos numa sociedade onde
o direito à saúde, à educação e ao
trabalho fosse acessível a todos.
Só assim será talvez possível um dia termos cidadãos saudavelmente democratas e em condições de promoverem e defenderem a democracia.
Por isso, é preciso uma sociedade onde haja Liberdade a
sério (como disse o Sérgio Godinho: com paz, saúde, habitação, educação,
trabalho...)
Os grandes capitalistas nacionais e internacionais, latifundiários,
generais e ditadores não precisam da democracia para nada - só os atrapalha, prejudica e ameaça.
As sociedades pobres e miseráveis, como a que está a ser
reconstruída em Portugal por este governo - e isso é perigoso - não sabem
sequer para que serve a democracia.
Daí, como dá conta quem anda no dia a dia pela Aldeia e pela
cidade, os danos que todos os dias são infligidos à democracia no nosso país.
Algumas pessoas
chegam ao ponto de abominar a democracia...
Oxalá me engane, mas vamos todos ver os números da abstenção nas eleições de 29
de setembro próximo.
Este é um caminho perigoso. Cada vez os portugueses - nós todos – estamos mais à mercê dos
tiranos, dos brutamontes e dos
desesperados.
Todos os partidos políticos, a meu ver, têm culpas no cartório, pois nunca
se preocuparam em promover a pedagogia
do pensamento crítico no seu interior. Mais ainda: cedo fazem sentir a quem
ousar colocar “pedras na engrenagem da máquina partidária”, que esse produto (a
critica...) deve ser usado com muita moderação e parcimónia. Aliás, o mesmo se passa na
sociedade civil. Quem ousa promover o debate, colocar questões ou exprimir discordância com
o pensamento dominante não é lá muito
bem visto pelos poderes...
Aqui, convém colocar um ponto de ordem ao texto: uma democracia
precisa dos partidos.
Porém, o combate ao populismo, à demagogia, ao oportunismo, aos
aproveitamentos pessoais, enfim, tudo o que tem sido normal na vida política em
Portugal nas últimas duas décadas, pelo menos, combate-se com a limpeza e higiene intelectual em todos os partidos. Ser
inteligente não é ser da esquerda ou da direita...
Ser inteligente é tentar contribuir, dentro das suas
possibilidades e limitações, para que a democracia funcione o melhor possível.
Temos homem?
| foto sacada daqui |
Não acredito no "pai natal", mas ainda não estou incrédulo de todo...
Mesmo um líder fraco, perante uma situação difícil, pode ver-se obrigado a
tomar medidas fortes, para não se mostrar fraco...
Vejamos o que Paulo Portas afirmou ontem.
Por outras palavras.
Querem ver que a “troika” que hoje aterra , mais uma
vez, em Portugal, dificilmente
terá possibilidade de escapar à fúria de Portas!..
Será que temos homem?
"A ver vamos", como diria o ceguinho...
"A ver vamos", como diria o ceguinho...
Idiotas úteis...
Este governo especializou-se na arte de declarar guerras aos portugueses, em nome da paz, bem estar e do progresso da Pátria.
Nem se enxergam...
Por enquanto ainda são os que fazem o turno de serviço como idiotas úteis...
São os que, no actual momento, fazem o trabalho sujo dos poderes ocultos.
Dentro em pouco, outros serão os escolhidos...
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