sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Graçola de oportunidade local?..
Hoje de manhã, quando fui tomar
café, ouvi dizer que alguém sugeriu o
Desportivo Clube Marítimo da Gala como o local mais apropriado para realizar a votação para as
autárquicas de 29 de setembro, em S. Pedro!..
Ora, como um dos candidatos, por mero acaso, é o Presidente
do Marítimo da Gala, se
eu acreditasse em teorias da conspiração, escreveria mais alguma coisa...
Como não acredito, tenho a certeza que aquilo que ouvi hoje, logo de manhã, não vai acontecer...
Mais: tudo isto que hoje de manhã era comentado na vila, apenas não passou
de uma graçola de oportunidade local...
Em tempo.
1. Que felicidade não é viver na
Cova-Gala, uma Terra onde os temas, mesmo os da actualidade política em tempo de eleições, são debatidos com um refinadíssimo nível de humor e elevação cívica e democrática a toda a prova...
2. Sei que este post se afasta ligeiramente da linha editorial deste blogue. Aos que aqui procuram diariamente algum sal e pimenta para os seus dias, as minhas desculpas. De vez em quando dá-me para "avariar".
Os autarcas modelo estão salvos...
Limitação de mandatos é territorial, dizem os juízes. Fernando Seara e Luís Filipe Menezes, entre outros, podem candidatar-se. Tribunal Constitucional criticou Parlamento e na dúvida optou pela interpretação menos restritiva.
Em tempo: alguém sabe informar para que hora está marcada a reacção de Passos Coelho sobre os insensatos juízes do Tribunal Constitucional...
Mais uma ilusão...
E assim chegámos ao que
interessava: «ao desvio de verbas do ensino público para subsidiar - em nome de
uma pretensa
«liberdade de escolha» - escolas privadas e colégios, massivamente
frequentados pelos filhos das elites.»
Bem-vindos ao «cheque-ensino»...
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
O crime, a notícia no jornal e os papalvos...
O crime dá emprego e ocupação a muito boa gente, como, num raro momento de ironia, lembrou o mais insuspeito dos autores...
(“Um filósofo produz ideias, um poeta poemas, um padre sermões, um professor tratados, etc. Um criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto para a relação deste último ramo da produção com a sociedade como um todo, libertar-nos-emos de muitos preconceitos. O criminoso não produz apenas crimes, mas também o direito penal e, por conseguinte, o professor que dá cursos de direito penal e o inevitável tratado, graças ao qual o dito professor lança as suas conferências no mercado geral como uma “mercadoria”. Verifica-se assim um aumento da riqueza nacional, abstracção feita do prazer que – como nos assevera uma testemunha competente, o professor Rocher – o manuscrito do tratado proporciona ao seu autor. Por outro lado, o criminoso produz toda a polícia e a justiça criminal, os esbirros, juízes, carrascos, jurados, etc, e todas estas diferentes ocupações, que constituem outras tantas categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem as diferentes capacidades do espírito humano e criam novas necessidades e novas maneiras de as fazer. Foi assim que a tortura deu lugar às mais fecundas invenções mecânicas e ocupou muitos e honestos artesãos na produção dos seus instrumentos. O criminoso produz um efeito ora moral ora trágico, consoante os casos, “servindo” assim os sentimentos morais e estéticos do público. Não se limita a produzir tratado de direito penal e códigos penais, com os seus respectivos legisladores; produz também arte, literatura e até tragédias, como o provam o Schuld de Mullner, Die Rauber de Schiller e mesmo o Édipo [de Sófocles] e o Richard the Third [de Shakespeare]. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana e banais da vida burguesa. Impede a estagnação e suscita aquela tensão e aquela mobilidade inquietas sem as quais o próprio aguilhão da concorrência se embotaria. Estimula assim as forças produtivas. Enquanto o crime elimina uma parte excedentária do mercado de trabalho, diminuindo assim a concorrência entre os operários e, até certo ponto, impedindo que os salários caiam abaixo do mínimo, a luta conta o crime absorve outra parte dessa mesma população. O criminoso desempenha assim o papel de uma dessas “compensações” naturais que conduzem a um adequado nivelamento e abrem vastas perspectivas e profissões “úteis”.)
Karl Marx, “Matériaux pour l´économie”, in Économie II, La Plêiade, Paris, pp. 399-400
P.S. -
No tempo que passa, o crime serve também para vender jornais...
(“Um filósofo produz ideias, um poeta poemas, um padre sermões, um professor tratados, etc. Um criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto para a relação deste último ramo da produção com a sociedade como um todo, libertar-nos-emos de muitos preconceitos. O criminoso não produz apenas crimes, mas também o direito penal e, por conseguinte, o professor que dá cursos de direito penal e o inevitável tratado, graças ao qual o dito professor lança as suas conferências no mercado geral como uma “mercadoria”. Verifica-se assim um aumento da riqueza nacional, abstracção feita do prazer que – como nos assevera uma testemunha competente, o professor Rocher – o manuscrito do tratado proporciona ao seu autor. Por outro lado, o criminoso produz toda a polícia e a justiça criminal, os esbirros, juízes, carrascos, jurados, etc, e todas estas diferentes ocupações, que constituem outras tantas categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem as diferentes capacidades do espírito humano e criam novas necessidades e novas maneiras de as fazer. Foi assim que a tortura deu lugar às mais fecundas invenções mecânicas e ocupou muitos e honestos artesãos na produção dos seus instrumentos. O criminoso produz um efeito ora moral ora trágico, consoante os casos, “servindo” assim os sentimentos morais e estéticos do público. Não se limita a produzir tratado de direito penal e códigos penais, com os seus respectivos legisladores; produz também arte, literatura e até tragédias, como o provam o Schuld de Mullner, Die Rauber de Schiller e mesmo o Édipo [de Sófocles] e o Richard the Third [de Shakespeare]. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana e banais da vida burguesa. Impede a estagnação e suscita aquela tensão e aquela mobilidade inquietas sem as quais o próprio aguilhão da concorrência se embotaria. Estimula assim as forças produtivas. Enquanto o crime elimina uma parte excedentária do mercado de trabalho, diminuindo assim a concorrência entre os operários e, até certo ponto, impedindo que os salários caiam abaixo do mínimo, a luta conta o crime absorve outra parte dessa mesma população. O criminoso desempenha assim o papel de uma dessas “compensações” naturais que conduzem a um adequado nivelamento e abrem vastas perspectivas e profissões “úteis”.)
Karl Marx, “Matériaux pour l´économie”, in Économie II, La Plêiade, Paris, pp. 399-400
P.S. -
No tempo que passa, o crime serve também para vender jornais...
Políticos, politiqueiros, a política do betão na minha Terra e a importância do próximo dia 29 de setembro...
Também na Figueira, a política do betão já
conheceu melhores dias...
Pena que, em 2013, muitos – candidatos, eleitores e eleitos - ainda pensem apenas em espalhar alcatrão e
fazer paredes.
Incrível e dramático, é verificar como o betão ainda serve
para medir o trabalho de uma autarquia - mesmo com esta crise; e com o país e com os municípios falidos...
Nisto de política, como
sabemos, o que na prática interessa são os resultados. Mais que as boas intenções, promessas e tudo o
resto.
Se olharmos para a
Figueira, depois de Santana Lopes e Duarte Silva, os resultados estão bem à vista de todos: uma
economia parada, anquilosada e arcaica -
e betão, muito betão; e dívidas, muitas dívidas...
Se o desenvolvimento se medisse pelas quantidades de cimento
e asfalto e pelas ruínas compradas, a Figueira,
em 2009 depois de 12 anos de gestão PSD,
era o paraíso na terra.
Mas, infelizmente, a quantidade de rotundas, campos da bola sintéticos,
nos locais mais inconvenientes e sem
medidas oficias, as piscinas cobertas e descobertas, o alcatrão nas estradas, a
ciclovia, o CAE, o Oásis, a discoteca na
Morraceira, as compras de ruínas, criaram uma dívida camarária descomunal, mas não criaram postos de
trabalho nem desenvolvimento planeado e sustentado.
E nem podemos dizer - pobrezinhos mas honrados - o Município figueirense continua fortemente endividado,
apesar do bom trabalho de João Ataíde e
da sua equipa nestes últimos 4 anos - no que a este aspecto da gestão camarária
diz respeito.
Resta-nos esperar que o voto dos figueirenses, no próximo dia 29, não nos faça deixar de acreditar em melhores dias.
Autárquicas 2013 em S. Pedro (XI)
Não devíamos odiar as eleições autárquicas, porque as eleições autárquicas nos torna hipócritas.
Devíamos amar as eleições autárquicas, porque as eleições autárquicas nos mostra
hipócritas.
Big Show Maduro...
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Nunca fui grande espingarda em piropos...
... mas, como a "opinião pública portuguesa é incomparável na sua capacidade de fazer descer uma discussão ao seu nível mais básico", quando o Bloco de Esquerda se lembrou de discutir o fenómeno da omnipresença das bocas grosseiras no espaço público, metade do país dedicou-se a desconversar, de forma especialmente intensa e indignada, talvez por isso, ignorei a polémica.
Mas, agora, constato que houve de tudo...
Mas, agora, constato que houve de tudo...
O antigo presidente do Carris afirmou hoje no Parlamento que o Governo conhece a existência dos quatro swaps tóxicos contratualizados pela Carris entre 2005 e 2007 "desde que é Governo", ou seja, desde 2011...
Num dia com uma manhã
como a de hoje, muita serena, tépida, luminosa, calma, no decorrer da minha
caminhada matinal deu-me, como habitualmente, para reflectir.
Mas, foi já em casa, esta tarde, que percebi que a desolação dos dias que passam, não é das ideias, das instituições, da
mediocridade das gentes.
Até estou tentado a acreditar que “Maria Luís Albuquerque casou virgem”...E, claro, também não sabia nada sobre as swaps...
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