O PSD está sempre a acusar o PS de gestão ruinosa e a
vangloriar-se de pôr as contas em dia. Os laranjinhas deviam ser mais
comedidos. Bastava olharem para Gaia, onde a gestão ruinosa de Meneses deixou a
autarquia numa situação insustentável,
para meterem a viola no saco. Mas
vamos aos factos.
As megalomanias de Meneses obrigaram a autarquia a pedir um
resgate ao governo de 22 milhões de euros que, no entanto, não será suficiente para pagar as dívidas aos
fornecedores.
Advinha-se, por isso, aumento dos impostos municipais para a
taxa máxima e o fim da autonomia financeira de Vila Nova de Gaia, cujas
despesas passarão, obrigatoriamente, a estar sujeitas a um visto prévio do
ministério das finanças.
O PS deverá ganhar folgadamente a câmara de Gaia, mas será
uma vitória amarga e à partida envenenada, pois vai herdar uma Câmara falida e
sem autonomia financeira.
Claro que tudo isto será em 2015 aproveitado pelo governo
para demonstrar que a gestão do PS é ruinosa e omitindo que o descalabro se
deve à gestão do Meneses Laranja
Entretanto, do lado de lá do rio, os tripeiros embasbacados
pelo trabalho de Meneses em Gaia, dão uma vitória clara a Meneses. Sabem o que lhes irá acontecer, mas fingem
ignorar e vão votar no PSD, seu clube político do coração. Dentro de uns anos
sairão para a rua a gritar "Aqui d'el Rei, que Lisboa quer mandar em nós!".(daqui)
Este, é um filme conhecido dos figueirenses que, porventura, tenham alguma memória.
Recordemos, por exemplo, aqui e aqui, a situação financeira da câmara municipal da Figueira da Foz...
Mas, abusando um pouco mais da memória (o que para alguns e algumas é um esforço completamente impossível), viajamos, via À Beira Mar, até abril de 2006, já lá vão mais de 7 (sete) anos.
Então, pelas contas do PS, uns redondinhos 82 milhões de euros era o montante da dívida do município da Figueira da Foz, incluindo a Câmara e as empresas municipais. Pelas contas de Duarte Silva, o presidente da altura, entretanto falecido, a dívida era "só" de 61 milhões. Uma justificação que colocava parte das dívidas das empresas municipais no passivo da Câmara.
Jogava-se com os números. Agora, como constatamos, alguém está a pagar a conta. Infelizmente, somos sempre os mesmos!
Alegava o executivo de então, que tinha reduzido as despesas em 11,1 por cento em relação a 2004. Contrapunha o PS que a dívida de curto prazo - coisa que, explicando, é o mesmo que deixar fornecedores a "arder" com o dinheirinho - tinha subido 500 por cento desde 2002.
Da dívida de médio e longo prazo - basicamente empréstimos que estão para pagar à banca - era melhor nem falar, para não assustar os mais impressionáveis.
Conforme constava pelos corredores camarários, a vertigem dos empréstimos começou por servir para pagar os gastos do "outro", sendo o outro o antecessor de Duarte Silva nos Paços do Concelho. Lembram-se dele? O senhor que foi primeiro-ministro deste país durante uns meses? Ele mesmo! Nos dias de então (estamos em abril de 2006) a capacidade de endividamento da autarquia estava esgotada. O "buraco", esse, foi aumentando. E ia, na moeda antiga, em 12,2 milhões de contos (versão PSD), 16,4 milhões na versão do PS.
Isto, em abril de 2006.