sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Lata...

O Miguel é um tipo fixe: dá latas de sardinhas, que "é menos de metade do preço de uma T-shirt"... 
Já agora: e muito a propósito, gostaria de vos comunicar que estive a fazer umas contas e descobri que  o buraco do défice de cerca de 90 milhões, cavado por 12 anos de governança PPD/PSD na Figueira, nunca existiu...

Bons negócios

"Rui Machete vendeu acções da SLN ao BPN com ganhos de 150%" - jornal Público...
Segundo o que acabei de ouvir na RTP1, "teve contornos idênticos à operação de compra e venda de acções da SLN/BPN pelo actual Presidente da República, e que resultou num ganho para a família Cavaco Silva de 350 mil euros"...
Portanto, deve estar tudo em corformidade.
"Marcelo Rebelo de Sousa põe "mãos no fogo" por Rui Machete"...

E o país foi de carrinho…

Joaquim Pais Jorge, segundo a  revista Visão, actual secretário de
Estado do Tesouro, tentou vender ao Executivo de José Sócrates, em
nome do Citigroup, três contratos de 'swap' para  "melhorar" 

o aspecto das contas públicas
Excluindo todos os outros, há três grandes escândalos que custaram uma quantia exorbitante ao país e que podem ter destruído uma geração em termos de riqueza. São eles a nacionalização de uma fraude chamada BPN, os contratos criminosos sob forma de parcerias público-privadas e os contratos swap. Todos eles são diferentes, mas há um ponto que os une: em nenhum caso foram apuradas responsabilidades políticas e os portugueses assistem a um patético arremesso de culpas entre os partidos, com autênticas manobras de diversão para no fim sair tudo ileso.
Mas a verdade é que o poder permitiu a fraude do BPN, quando todo o mundo dizia, à boca pequena, que ali só podia haver treta. Eu ainda andava na escola quando comecei a ouvir falar nos estranhos negócios do BPN. Nunca nada foi investigado, nunca a supervisão fez nada. Responsabilidades? De ninguém.
Depois o banco foi nacionalizado. O banco não, a fraude. Nacionalizou-se uma fraude, um crime financeiro. Não foi um banco. Responsabilidades? De ninguém.
Já as parcerias público-privadas podem, em teoria, ser boas. Mas na prática, o Estado português celebrou contratos ruinosos para si e que só podem esconder corrupção da mais grossa, pois ninguém é suficientemente incompetente para assinar aquilo. Os contratos existem, tanto os originais como as renegociações, as assinaturas estão lá, as decisões são públicas. Responsabilidades? De ninguém.
Os swaps são de alto risco, são contratos perigosos que podem trazer graves prejuízos. Mas foram feitos, em empresas com dívidas astronómicas. Sozinhos, meia dúzia de gestores públicos tiveram o poder de endividar gravemente os contribuintes. Bastou um par de assinaturas para pôr o país no prego. Depois, quem veio a seguir diz que não teve informação ou teve mas não era suficiente, certo é que demorou muito tempo a enfrentar o caso, sobretudo quando conhecia o assunto por experiência pessoal. Responsabilidades? De ninguém. Nem dos gestores que assinaram, nem do Governo que autorizou nem do Governo que esperou.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Que categoria...

Mais do mesmo: "os pobres que continuem a pagar a crise"...

Lá por finais de 2011, Passos Coelho disse (eu ouvi…)  que só saímos da crise empobrecendo.
Quase dois anos depois,  estamos muito mais pobres.
Mas, não só: estamos também muito mais  enterrados  na crise.
Dizia o Passos que só  assim podia ser.
E foi - para quem depende do seu trabalho.

Tanta austeridade e tantos sacrifícios com um único desígnio, mas até esse falhou: temos mais dívida, mais défice.
Este,  é um governo que até na sua obsessão se estatelou.
E deu cabo das  nossas vidas: mais desemprego, mais falências, mais pobreza, mais impostos, mais desigualdade, mais dificuldades, recessão.

Quem escondeu dinheiro em offshores para fugir aos impostos, em vez de arriscar oito anos de prisão teve 3,4 mil milhões de perdão fiscal…
Há ainda que somar os muitos milhares de milhões do BPN e das parcerias público-privadas. O paraíso de uns é o inferno de outros: corte nos salários, nas pensões, no subsídio de desemprego, no apoio social, na saúde, na educação.
O país foi colocado a saque: Águas de Portugal, CTT,  Caixa Geral de Depósitos, ANA, TAP e até os centros de saúde podem seguir o caminho da privatização. O roubo ao trabalho, a espoliação do que é de todos não é uma mera questão de forma ou de nomenclatura. É a violência da receita frustrada da troika que nos está a desgraçar cada vez mais.

E não vai parar por aqui…

Realismo…

Portugal, não sei porquê, é um país onde nos querem fazer crer que existem algumas verdades absolutas…
Uma delas, é que as autarquias são um espaço de políticos acima de qualquer suspeita, dedicados à causa pública, comprometidos com o bem comum, que gastam o dinheiro dos contribuintes de forma mais racional e eficaz.
Mentira, como quase todos disso temos conhecimento…
Os exemplos são mais que muitos. Basta olhar à nossa volta para o edificado, para verificar que sempre existiu muita demagogia, muita corrupção, muita incompetência, muito populismo, muitos oportunismos, muitos jogos sujos, muitos interesses, muito caciquismo e muito esbanjamento de dinheiro.
Como cidadão, que sempre vota e quer continuar a votar, resta-me ser realista:  votar o melhor que me for possível no próximo dia 29 de setembro.

Evidência

«É mais difícil ser livre do que puxar uma carroça.»
Vergílio Ferreira

Mira: Gente Corajosa, Construindo o (Seu) Próprio Mundo...

Mira, e a Praia de Mira… Gente corajosa - gente pobre... nascida da sua própria pobreza (nascida de si própria…) e, por isso, capaz de "dar remédio à sua pobreza"… Gente trabalhadora, que sabe o que são as dificuldades… e, por isso, sabe como vencê-las.
Gente com quem se pode, e deve, contar. Gente que ultrapassou de tal maneira qualquer estigma, ou conotação depreciativa (da antiga pobreza), do nome "Gandarês", que, numa geração, conseguiu que os seus vizinhos passassem a reivindicar (eles também...) o título, agora invejado, de "Gandareses"...
Gente que tem o mais importante de tudo (e que, em tantos "intelectuais" e "citadinos", falta totalmente): a coragem... A capacidade de criar (cultivar).
Gente corajosa, no coração do (seu próprio) mundo. Construindo o (seu próprio) mundo, e salvando-o, para o Futuro… Enquanto outros se afundam, e vão continuar a afundar (e, com eles, um país inteiro...), cada vez mais afogados no pântano das suas próprias contradições, duplicidades, hipocrisias e traições… demasiado cobardes para alterarem seja o que for das suas mentiras, das suas hesitações e das suas faltas de alternativa.
Porque é que aquela gente - numa terra pequena - é assim…?
Porque é que aqueles Homens e aquelas Mulheres, os Gandareses, numa terra pequena, vindos da pobreza antiga, conseguem ser mesmo os primeiros, e os melhores, naquilo a que, verdadeiramente, se dedicam…?
(enquanto outros, nas suas curiosas filáucias, andam a reivindicar, sem quaisquer espécies de objectividades, ou quantificações, a condição de serem, também eles, a "capital" "mundial", ou "universal", seja do que for... e que acham que só existe lá na terra deles… para assim conseguirem ser, também eles, "a capital" de qualquer coisa… seja o que fôr… desde os salsichões fritos até às urtigas...)
A pequena Praia de Mira, na Beira Litoral (Portugal), é mesmo a recordista (ininterrupta), em termos europeus (e, portanto, mundiais), da Bandeira Azul da Europa... das praias ecologicamente exemplares… (vinte e sete [27] anos... contínuos e interruptos… um feito único, de que ninguém mais se pode gabar…). É Mar...
A pequena vila de Mira (Portomar), na Beira Litoral (Portugal), é mesmo a sede, em termos mundiais (ininterruptamente), dos Campeonatos do Mundo de Columbofilia... ("Pombas", em vez de "Falcões"… mas é também em Mira que está o nosso Amigo João Petronilho, o homem que sabe fotografar as Águias… [e, às vezes, até encontra Pelicanos…). É Céu...
A partir de pequenos locais, como o Seixo, e o Casal de São Tomé, etc., a pequena vila de Mira, na Beira Litoral (Portugal), tem mesmo uma presença dominante em todas as feiras, e exposições, e negócios, e eventos públicos, de hortos, e plantações, e plantas decorativas, e flores, e fabrico de terra e de substractos vegetais, em Portugal inteiro (e, muitas vezes, até no estrangeiro)… Não há dúvida de que, para plantar, e cultivar, não há como os Gandareses (desde a Ria de Aveiro até ao Tejo…). É Terra… Espantoso…! Aqueles que, antigamente, não tinham terra, são os que, hoje em dia, a fabricam (melhor que a dos outros) e, por isso, a exportam…
Na Praia de Mira, veio mesmo a localizar-se o centro principal, em Portugal (e, portanto, "no mundo"... ou, se se quiser, "no universo", como outros gostariam de dizer na sua terra…?), do tipo emblemático de "Pesca de Cerco e Alar para Terra", heróica e arcaica, dos Pescadores Portugueses (sem portos…! somente a partir das praias…!), a pesca antigamente chamada "Arte" (e, actualmente, chamada "Arte-Xávega"), a pesca com a fabulosa embarcação, única no mundo, chamada "Barco-da-Arte" ou "Barco-do-Mar" ("meia-lua")... A pesca com "o mais belo barco do mundo"… E, por isso, foi na Praia de Mira que, no ano de 2012, vieram a unir-se todos os outros Pescadores Portugueses deste tipo de pesca, quando essa emblemática "Arte-Xávega" portuguesa foi mais do que nunca posta em perigo… e, por isso, foi nesta Praia de Mira que se criou a Associação Nacional representativa deste tipo de Pescadores… E esse movimento, nascido na Praia de Mira, já conseguiu uma recomendação, por unanimidade, na Assembleia da República Portuguesa.
Ao longo dos anos, a Câmara Municipal de Mira, com a colaboração de algumas outras entidades (entre as quais o CEMAR - Centro de Estudos do Mar), promoveu na sua terra, no "coração da Gândara", as Jornadas Culturais da Gândara, um fórum de discussão aberta, franca e pluralista (e não-bizantino, não-académico...) apontado para a reflexão e a intervenção, com verdadeira utilidade prática, sobre a Identidade e o Futuro local. E já vão na XI edição…
No ano passado, de 2012, discretamente, sem demasiado alarido — mas com decisão, e com teimosia… em contra-ciclo, contra-corrente… contra todas as dificuldades e desânimos alheios (em 2012…) — a Câmara Municipal de Mira inaugurou na sua vila um excelente museu, o Museu do Território da Gândara ("Ver Para Querer"...), baseado em excelentes conteúdos (da autoria dos mais competentes e adequados investigadores locais), e com excelentes tecnologias e metodologias expositivas (muito modernas, e de muito bom gosto, ao melhor nível da Glorybox, que as executou). E esse núcleo museológico inicial, agora já lá existente, em Mira (desde há um ano… e há quem ainda não o tenha ido visitar…?!), é só uma amostra do muito mais que se poderá fazer, no futuro (na Praia de Mira, etc.), para musealizar e para "erguer um monumento à glória" do  Património Cultural local, do mundo antigo da Cultura Popular da Gândara… do Património de Mira e da Praia de Mira... dos seus estóicos Camponeses, e dos seus heróicos Pescadores. E as amostras, os embriões, dessas outras instalações museológicas futuras, já existem, na Praia de Mira...

Com esta gente sim, vale a pena trabalhar. Trabalhar com quem trabalha.
Alfredo Pinheiro Marques

terça-feira, 30 de julho de 2013

aF207


Sobre Duarte Brandão de Buarcos, o Célebre Corsário Português...

Para quem hoje anda em "Festivais de Piratas" em Buarcos, e julga que a vila marítima portuguesa de Buarcos, na Foz do Mondego (hoje em dia, integrada na cidade da Figueira da Foz) é sobretudo célebre como alvo de ataques de corsários ingleses e holandeses nos fins do século XVI e inícios da século XVII, talvez convenha aprender qualquer coisinha de História (...de História… aquela disciplina acerca da qual, em Portugal, em geral, e na Figueira da Foz, em particular, reina a mais profunda e confrangedora ignorância…), para saber que esta vila portuguesa de Buarcos (Foz do Mondego) está também, ela própria, desde sempre, ligada aos próprios corsários portugueses… e um deles, no último quartel do século XV, foi mesmo uma extraordinária e espantosa figura de aventureiro (ao que parece, luso-hebraico-britânico…) que serviu como mercenário no mar os Ingleses, e comandou navios, e ilhas, e combates navais (e, como tal, foi dos primeiros e mais significativos "corsários ingleses"...), e viveu uma vida inteira entre Portugal e o Noroeste Europeu, cheia de estranhas peripécias, que até hoje ainda não estão totalmente esclarecidas...
Sobre Duarte Brandão de Buarcos (ou Edward Brampton), navegador, mercador e corsário português do século XV, que se notabilizou como mercenário e corsário português ao serviço dos Ingleses, e em 1987 foi pelo Rei de Portugal Dom João II feito Senhor da vila portuária e piscatória de Buarcos, na Foz do Mondego (e, depois, em Lisboa, teve também os seus navios e aí deu origem a Porto Brandão... e foi pai do João Brandão de Buarcos a quem se devem todas as estatísticas das "grandezas de Lisboa" em 1552… ) vejam-se as notícias publicadas, aqui, na Foz do Mondego (Montemor-Buarcos):

 Alfredo Pinheiro MARQUES,, “Vidas de Montemor: Duarte Brandão”, Jornal Baixo Mondego e Gândaras, Montemor-o-Velho, 2004 (Outubro 2004).

Querem Piratas, a Sério (Em Vez de Corsários)…?
E, se quiserem piratas, a sério, por conta própria (em vez de corsários)…? Também têm… (têm os melhores…).
Têm, nem mais, nem menos, do que o mais célebre (literariamente) pirata português do século XVI, António de Faria (sim… o da "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto…), o António de Faria de Sousa que nasceu na Foz do Mondego (na Quinta do Canal, Figueira da Foz…)…
O mesmo que, mais tarde, quando morreu, na Índia, em Goa -- devidamente confortado com os santíssimos sacramentos da absolvição dada pela Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana… (e... absolvição dada por um Santo… um Santo, verdadeiro, e célebre, dessa Santa Igreja…) -- ainda tinha lá consigo, guardados na arca, dois sabres japoneses...

A ter em conta

"Auto-elogio, orgulho desmedido, arrogância, mistificação." 
Gente perigosa. 
Registem.