Por norma, não sou adepto de campanhas de solidariedade
personalizadas.
Não por não achar que a pessoa em concrecto não merece, mas, por geralmente, fazerem
esquecer os outros milhares de pessoas, igualmente merecedoras e exactamente na
mesma situação, mas que simplesmente não têm uma rede social tão activa e
prolífica que se mova por elas.
E como tal o seu destino e das suas famílias é independente da acção de
solidariedade movida em favor de alguém em particular.
Clarificado este
ponto prévio, vamos à divulgação da
iniciativa.
“ A Associação Figueira com Sabor a Mar em colaboração com a
Delta Cafés vão promover no próximo dia 1 de
Junho, uma “Caminhada Solidária” em prol da família do Polícia Marítimo falecido
recentemente no mar, quando tentava salvar tripulantes de um iate.
A
concentração da Caminhada está marcada para as 9h00, e far-se-á num percurso
entre o Forte de Santa Catarina e a Rotunda do Pescador em Buarcos, com
regresso ao ponto de partida.
As inscrições (3 euros) poderão ser feitas em
vários restaurantes e instituições, que terão direito a um “kit” que inclui
diverso material, oferta da Delta e Recheio, a levantar antes da partida.”
Recorde-se que Adriano Martins morreu em serviço quando, no
passado dia 10 de Abril, tentava, juntamente com outros agentes, salvar a
tripulação de um veleiro alemão que naufragou junto à Praia do Cabedelo.
Casado e com dois filhos menores, um deles com necessidades
especiais, Adriano Martins foi justa e unanimemente apelidado de herói – não
por ter morrido, mas por ter escolhido e honrado uma profissão que lhe permitia
salvar vidas, ainda que colocando em risco a sua.
A Adriano Martins aconteceu o pior: ser português e ter pago com a vida a sua escolha de carreira profissional.