terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Recordando Jaime Neves, o soldado que foi condecorado
“Costa Gomes contará que o comandante do Batalhão de Comandos de Moçambique, major Jaime Neves (sob cuja tutela se encontravam também as tropas de Wiriyamu), lhe entregou certa vez um relatório de operação em que era referida a morte de cinquenta e quatro pessoas, tendo a tropa gasto apenas dez munições. Solicitado a dar explicações, Jaime Neves dirá que as vítimas foram executadas com arma branca, nelas se incluindo mulheres e crianças. E adiantará que tal atitude fazia parte do regulamento dos Comandos, o que era verdade: na instrução, aconselhava-se a eliminar todos os que pudessem denunciar uma operação em curso.”
in Os anos de guerra, 1961-1975 : os portugueses em África: crónica, ficção e história / organização [de] João de Melo. - [Lisboa] : Círculo de Leitores, 1988
A realidade e os políticos...
foto antónio agostinho |
"A situação está a afetar 30 a 40 embarcações e cerca de 100 famílias. A barra tem estado sempre fechada de há uns meses para cá. Desde outubro ou novembro, só fomos 10 dias ao mar ou pouco mais", disse à agência Lusa Alexandre Carvalho, pescador e proprietário de uma embarcação.
Embora admita que no inverno é "comum" a barra estar fechada à navegação de embarcações mais pequenas - um balão negro, "a meio pau", no Forte de Santa Catarina, sinaliza a proibição de navegação a embarcações com menos de 11 metros -, Alexandre Carvalho sustenta que depois de terminadas as obras nos molhes do porto, a draga "deixou de atuar" e a barra "está assoreada", dificultando o acesso aos pequenos barcos de pesca, com cerca de nove metros."
José Nunes André, é um geógrafo e investigador universitário e tem
vindo a monitorizar a acumulação de sedimentos através de três perfis
transversais, elaborados numa faixa de dois quilómetros de comprimento no areal
entre a Figueira da Foz e Buarcos.
Em 5 de Março de 2012, quase há um ano, li a seguinte notícia:
"Tem dado uma média de 40 metros ao ano de crescimento
da praia. E a sul [dos molhes do porto] temos o reverso da medalha, as praias
estão a recuar assustadoramente. As praias da Cova Gala e da Leirosa recuaram
15 metros num ano".
De acordo com o investigador, o ritmo de crescimento do
areal da Figueira da Foz é, atualmente, superior ao verificado aquando da
construção original do molhe norte, nos anos 60 do século passado.
A praia, explicou na altura (conforme dei conta neste blogue), cresceu cerca de 440 metros até à década
de 1980 e, a partir daí, nos últimos 30 anos, a acumulação de sedimentos
reduziu de intensidade e praticamente estabilizou.
No entanto, com a obra de prolongamento do molhe - concluída
no verão de 2010 -, o areal voltou a crescer e, atualmente, apresenta 580
metros de largura máxima entre a marginal e a orla marítima, segundo as
medições feitas por José André.
Este geógrafo recordou que, por ocasião da obra, o período
estimado de crescimento do areal foi estabelecido em 12 anos. Segundo os dados
de que dispõe, e a manterem-se os valores observados, o prolongamento da praia
vai ocorrer "apenas em seis, sete anos, até que as areias contornem o
molhe".
O crescimento da praia em largura representa ainda, segundo
o geógrafo, uma acumulação anual de 290 mil metros cúbicos de areia na faixa
estudada, o equivalente a 290 mil toneladas.
Mas, se a norte do Mondego a areia acumula, a erosão cresce nas
praias a sul.
Na Leirosa, no extremo do concelho da Figueira da Foz, as
autoridades construíram, no final de 2011, uma duna artificial para proteger um
bairro habitacional do avanço do mar, com areia retirada a norte de um pequeno
esporão ali existente, procedimento que merece críticas do investigador.
"Interrompeu-se a alimentação a sul. Nunca era de
tirarem a areia a norte do esporão, porque ela estava já a passar naturalmente
para sul, tinham era de se ir buscá-la onde ela se acumula e não faz falta, na
praia a norte do rio Mondego".
Há uns dias, o presidente da Câmara da Figueira da Foz preocupado com a erosão costeira, que destruiu a duna natural, está a engolir a duna artificial e ameaçar o bairro da empresa municipal de habitação social Figueira Domus, visitou a Leirosa.
Ontem, políticos do PS e do PSD, andaram à pesca para os lados da Leirosa...
Presumo que a pescaria não deve ter sido lá grande coisa, pois este "peixe já está congelado há muito"...
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
E o essencial, neste momento, para quem vive e trabalha no concelho da Figueira é a erosão costeira a sul do estuário do Mondego e o assoreamento da barra da Figueira.
Para já, porém, ao que parece, existem outras preocupações prioritárias: a pré-campanha eleitoral…
É do conhecimento geral a forma como as máquinas partidárias se desligaram das vidas reais das pessoas: mas isso é culpa das pessoas reais - as máquinas não pensam...
Enfim, estamos a viver um momento em que quase apetece arrumar as botas, que a razão já tem pouco a ver com o que se passa e vai continuar a passar nesta bela cidade da Figueira da Foz, em particular, e no país, em geral.
Mas, tenhamos um restinho de esperança: um dia ainda hão-de ser de forma genuína as pessoas a contar.
Nota de rodapé.
Para poupar tempo e trabalho, destacamos apenas algumas postagens que temos feito ao longo dos anos de existência deste espaço, sobre o tema da erosão costeira na Figueira, para tentar alertar os diversos "quens" de direito.
Por exemplo, esta, esta, esta, esta, esta, esta.
Mas há mais. Basta escrever no canto superior esquerdo a palavra erosão e clicar.
Querem ver que ainda vão decidir por grandes penalidades?..
Luís Filipe Menezes vai voltar a convocar a Comissão Política Concelhia do PSD/Gaia, anulando, assim, a escolha de José Guilherme Aguiar como candidato social-democrata à Câmara.
A votação de José Guilherme Aguiar, que é o melhor colocado nas sondagens realizadas pelo PSD, foi marcada por vários incidentes. Na contagem de uma primeira votação, conseguiu uma vantagem de dois votos. No entanto, foram levantadas dúvidas sobre a atribuição de um dos oito votos favoráveis, decidindo-se fazer uma segunda votação. Foi nessa que se verificou um empate de sete votos na indicação do antigo presidente da Junta de Arcozelo.
Isto, aconteceu ontem, segunda-feira, à tarde.
Entretanto, ao final da noite, deu-se um volte face!..
Via JN
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Está encontrado o novo D. Sebastião do PS e do País...
António Costa, “é um homem de estado”…
No trono mais alto da Aldeia, de Lisboa, do País ou do Mundo,
continuamos a estar sentados no nosso cu…
O estado a que chegámos é pequeno demais ou grande demais?..
Pequeno demais para os nossos reais problemas do quotidiano.
Grande demais para os nossos artificiais problemas do quotidiano.
domingo, 27 de janeiro de 2013
Praia vazia
foto António Agostinho |
Como é normal nesta altura, não havia ninguém na praia.
Estava agradável: o vento frio não conseguia levantar as areias consistentes como açúcar
mascavado.
O horizonte apresentava-se opaco.
A linha do horizonte que separa o céu e o mar estava quase
indistinta e eu não não via bem porquê.
Tive sorte: logo que cheguei a casa, começou uma chuva que ainda se mantém por
estes lados.
Há coisas que escrevemos, apenas, para que a nossa memória
não as perca.
Chover no molhado
Isto não é ficção.
Por exemplo, aconteceu em 2004.
“Na Figueira da Foz, a chuva condicionou o desfile do
Carnaval de Buarcos que acabou por se realizar com entrada livre, resultando
numa perda de receitas. A organização do evento chegou a equacionar o
cancelamento do desfile cerca das 13h00, mas, com a paragem da chuva minutos
depois, decidiu-se pela sua realização, embora sem cobrar o bilhete (3,5 euros)
de acesso ao recinto.”
A água molha.
foto sacada daqui |
Por isso, quem anda à chuva molha-se.
Naturalmente.
Numa altura em que na Figueira o assunto do momento é o carnaval, o mínimo que se devia exigir era que a
natureza aquosa da água fosse uma unanimidade.
No entanto, sempre que São Pedro decide ligar a torneira
celestial, a reacção que se observa nas pessoas é a de uma surpresa desconcertante!
Os seres humanos, como os animais terrestres que são,
consideram que o contacto involuntário com a água é desagradável.
Logo é
natural que fiquem surpresos.
O que estranho, é que
aqueles que se encontram dentro de edifícios, debaixo da protecção concreta de
tectos e paredes, apresentem surpresa e incredulidade pelo facto de, no meio do
segundo mês mais chuvoso do ano, chover.
O frio esfria.
O facto de temperaturas baixas incomodarem os seres humanos,
nesta altura do ano, também faz todo o
sentido.
Como a nossa temperatura corporal é cerca de 37 graus, sentimo-nos
mais confortáveis em temperaturas amenas.
No entanto, sempre que os termómetros registam temperaturas
ligeiramente abaixo dos 10 graus, o espanto e o choque surgem como se
tivéssemos sido transportados, numa questão de segundos, do calor do deserto do
Saara para o frio das tundras da Sibéria.
Estamos em plena época da demoníaca trindade de chuva, vento
e frio.
Os portugueses transformam-se em criaturas ainda mais soturnas
e traumatizadas.
Sempre que podem, aproximam-se das lareiras e aquecedores com a paranóia de
gazelas perseguidas. Cobrem-se de mantas e cobertores.
Ficam carentes, irritadiços, frágeis e sonolentos.
Podemos discordar sobre quase tudo.
Mas, por estes lados, está mais do que na altura de chegar a um consenso sobre os fenómenos
meteorológicos.
Todos sabemos o essencial sobre a matéria.
No Verão está calor e não chove; na Primavera está ameno e,
às vezes, chove; no Outono está ameno e, frequentemente, chove; e no Inverno
está frio e chove – muitas e muitas vezes.
Eu sei que existe muita incerteza na previsão do estado do
tempo.
A meteorologia é uma ciência traiçoeira.
Ela partilha isso com os piratas, os políticos e as ciências
económicas.
Mas, no Inverno, o
natural é estar frio e chover – muitas e muitas vezes…
Será que também vai ser necessária a força da "troika" para percebermos isso de uma vez por todas?..
sábado, 26 de janeiro de 2013
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
In dubio pro reo
Depois de ter feito desaparecer 1 165 freguesias pediu hoje a demissão…
A demissão do governante segue-se a ter sido notificado na passada segunda-feira pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra de um despacho de acusação pela alegada prática, em 2008, enquanto presidente da Câmara de Penela, de um crime de "prevaricação de titular de cargo político, de forma a que um primo em segundo grau fosse o escolhido para o cargo."
Segundo o jornal i "o esquema terá sido montado “em inícios do ano de 2008”, quando Paulo Júlio decidiu abrir um concurso interno para o cargo de chefe da Divisão de Cultura, Turismo, Desporto e Juventude. O primo, Mário Duarte, já era funcionário da autarquia de Penela há mais de 20 anos. Sabendo que o primo era licenciado em História de Arte, o secretário de Estado terá excluído todas as outras licenciaturas da lista de requisitos. De seguida terá decidido que o júri do concurso seria composto por ele próprio, um jurado na área do Desporto e um ex-professor do primo. Terá ainda proposto que o factor “experiência profissional” fosse especialmente valorizado: Mário Duarte já trabalhava no sector da cultura e património e o presidente propunha que a esse factor fossem atribuídos 12 valores acrescidos de 1 valor por cada ano suplementar. No final, quando chegou a altura das entrevistas, também terá sido Paulo Júlio a decidir quais as perguntas a fazer. No final, feitas as contas, os únicos dois pontos da avaliação em que Mário Duarte teve melhores notas que a outra candidata foram precisamente a entrevista e a experiência profissional. Nas habilitações académicas e na formação profissional, a outra candidata teve melhores resultados.
Segundo o jornal i "o esquema terá sido montado “em inícios do ano de 2008”, quando Paulo Júlio decidiu abrir um concurso interno para o cargo de chefe da Divisão de Cultura, Turismo, Desporto e Juventude. O primo, Mário Duarte, já era funcionário da autarquia de Penela há mais de 20 anos. Sabendo que o primo era licenciado em História de Arte, o secretário de Estado terá excluído todas as outras licenciaturas da lista de requisitos. De seguida terá decidido que o júri do concurso seria composto por ele próprio, um jurado na área do Desporto e um ex-professor do primo. Terá ainda proposto que o factor “experiência profissional” fosse especialmente valorizado: Mário Duarte já trabalhava no sector da cultura e património e o presidente propunha que a esse factor fossem atribuídos 12 valores acrescidos de 1 valor por cada ano suplementar. No final, quando chegou a altura das entrevistas, também terá sido Paulo Júlio a decidir quais as perguntas a fazer. No final, feitas as contas, os únicos dois pontos da avaliação em que Mário Duarte teve melhores notas que a outra candidata foram precisamente a entrevista e a experiência profissional. Nas habilitações académicas e na formação profissional, a outra candidata teve melhores resultados.
Assunção Cristas diz que sector da água é “insustentável do ponto de vista económico”!..
O quê: só a água senhora ministra?..
Então e o que fazer à
terra, ao ar, ao sol, ao vento, ao mar, à lua, a mercúrio, a vénus, a marte, a júpiter, a saturno, a urano, e a neptuno?..
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