Em 2012, já nem a malinha dos trocos veio...
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Coisas do quotidiano
foto sacada daqui |
"Desculpem que mal pergunte mas, com 13 – treze – 13 processos de execução pendentes, e com o rating da empresa como de "risco comercial elevado" e de "crédito não recomendado", o genro do senhor Silva, cidadão anónimo de uma aldeia do interior, conseguia crédito do Banco Espírito Santo para comprar um palheiro, em ruínas que fosse, para tratar da lavoura?"
Nota sacada daqui:
- "o Governo, este Governo, está a preparar a criação de uma lista negra onde serão expostos à vergonha todos aqueles que acumulem mais de 75 euros em dívida aos prestadores de serviços essenciais de luz e gás, cujo IVA, recorde-se, foi recentemente agravado."
VAMOS SALVAR A ARTE DOS PESCADORES PORTUGUESES DA BEIRA LITORAL
fotos de Pedro Agostinho Cruz |
Um tipo de pesca, um tipo de património cultural marítimo, e um tipo de comunidade de pescadores que, paradoxalmente, ao mesmo tempo que em Portugal têm sido sempre infindavelmente exibidos como emblemáticos, turísticos e paradigmáticos, tem também sido sempre, ou quase sempre, desprezados e esquecidos (quando não perseguidos e asfixiados); e que por isso têm vindo a extinguir-se, e têm desaparecido "como neve diante do sol".
A Arte de Pesca de Arrasto para Terra, modernamente
designada legalmente pelas instituições administrativas e fiscais do Estado
português com o nome oficial de "Arte-Xávega" (nomeadamente segundo a
Portaria 488/96 publicada no D.R., 1ª Ser., nr. 213, de 13.09.1996) —praticada
com utilização das incomparáveis e belas embarcações artesanais portuguesas de
madeira chamadas “Barcos do Mar”, ou “Barcos da Arte” (a embarcação mais
popularmente conhecida com o nome de “Meia-Lua”, e que consideramos “o mais
belo barco do mundo”) —, é um tipo de pesca artesanal e uma realidade humana,
sociológica, tecnológica e civilizacional absolutamente única e fascinante, que
não tem equivalente em qualquer outra parte da Europa e do Mundo, e que seria
um enorme crime (um crime sem perdão) se alguma vez viesse a ser deixada
morrer.
É um tipo de pesca muito específico, muito especializado e
bastante diferente (pois, na sua aparente simplicidade, é muito mais heróico e
muito mais difícil e perigoso do que julgam os que nada sabem de mar), e que
por isso não pode ser comparado com qualquer outro tipo de pesca praticada em
qualquer outro litoral oceânico do mundo inteiro. É mesmo muito diferente, e
muito mais impressionante, em coragem e em esforço, do que os próprios modelos originais
mediterrânicos da “Xávega”, islâmica, andaluza e algarvia, que lhe estiveram na
origem há muitos séculos atrás, mas que entretanto já se extinguiram (ao longo
do século XX), e que já não existem hoje em dia (no século XXI).
A Arte de Pesca de Arrasto para Terra, característica dos
litorais portugueses da Ria de Aveiro e da Beira Litoral (hoje, legalmente,
dita “Arte-Xávega”), é uma arte que nos nossos dias ainda continua a ser
praticada por muitas centenas de homens e mulheres, desde as praias de Espinho
até à Praia da Vieira de Leiria, e actualmente com o coração na Praia de Mira
(depois de, outrora, ter irradiado sobretudo a partir das praias do Furadouro,
Torreira e Ílhavo), e é uma das realidades mais impressionantes, mais
autênticas e mais simbólicas — e, por isso, mais importantes — daquilo que
continua a ser, ainda hoje, Portugal: um país dividido entre o Passado e o
Futuro, um país sempre adiado, e sempre sem conseguir descobrir o seu caminho,
entre a tradição que não consegue manter e a modernidade que não consegue
construir. Um país sempre mergulhado no seu subdesenvolvimento secular e na sua
insustentabilidade económica. Mas que, nem por isso, pode ou deve sacrificar os
mais autênticos e verdadeiros exemplos da sua identidade nacional e da sua
cultura secular em nome de quaisquer cegas burocracias estatais normalizadoras,
ou de quaisquer imbecis aculturações televisivas, ou de quaisquer bizantinismos
“culturais” “modernizadores”, ignorantes das verdadeiras tradições e
identidades locais.
Centro de Estudos do Mar - CEMAR
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Exportar, pois claro: é esse o modelo…
foto sacada daqui |
Pelos resultados obtidos, até agora, a melhor maneira de ainda vir concretizar tudo
isso é promover ainda mais a emigração.
Com gente a emigrar ainda em maior número, teremos menos povo a encher hospitais, a
pedir subsídios ou a fazer despesa ao Estado. Poupa-se no Serviço Nacional de
Saúde, poupa-se na Educação, poupa-se na Segurança Social (incluindo o subsídio de funeral).
É só poupar.
Depois, exporta-se aquilo que cada vez há mais:
desempregados.
Ao exportar, assim em massa, não só diminuímos o desemprego, como ainda se
melhora a balança de pagamentos, quer pelas próprias exportações, quer pela remessa de poupanças dos emigrantes
para Portugal.
Para gente eventualmente resistente e teimosa,
que a há sempre, transforma-se este torrão à beira mar plantado numa pequenina China, pondo-os a produzir 24 horas por dia, por meia dúzia de tostões, para sermos competitivos e poder vender ao mundo.
Seremos um povo
pobre, cada vez mais pobre, “corno manso”,
cada vez mais “corno manso”, triste, com a tristeza de sempre, mas a fabricar para o mundo.
É este o modelo.
Por mim, já me estou a ver orgulhoso como ó caraças do meu país, a trabalhar até aos 80 anos, dez horas por dia, por 400 escudos por mês.
Mais um caso Relvas
Miguel Relvas teve, durante 10 anos, e enquanto presidente da assembleia municipal de Tomar, telemóvel e chamadas pagas pela Câmara. Sem limites.
Na revista VISÃO, edição desta semana, além de um "retrato desconhecido" do ministro, o leitor encontrará toda a história das despesas suportadas pela autarquia, que dispararam em ano de eleições.
Para se ter uma ideia das despesas, a VISÃO procurou exemplos nas duas maiores câmaras do País. Em 2006, ano em que Relvas gastou ao município de Tomar quase 4 mil euros em chamadas, a autarquia de Lisboa, então presidida por Carmona Rodrigues (PSD), estabelecera 85 euros como plafond máximo para os seus autarcas e funcionários. Acima disso, pagavam os próprios. Os dados do município do Porto são mais atuais: Valente de Oliveira, presidente da assembleia municipal, tem direito a telemóvel, mas prescindiu dele. Se o usasse, teria direito a um plafond máximo de 135 euros. A última fatura de Relvas em Tomar é de 27 de junho do ano passado, seis dias após tomar posse no Governo PSD/CDS. O valor acumulado nesse período ultrapassava 1200 euros. Segundo dados do próprio executivo camarário de Tomar, a dívida global da autarquia é hoje de 39 milhões de euros, 22 milhões dos quais à banca. O ministro não esteve disponível para falar à VISÃO sobre os temas que constituem a reportagem da edição desta semana.
Na revista VISÃO, edição desta semana, além de um "retrato desconhecido" do ministro, o leitor encontrará toda a história das despesas suportadas pela autarquia, que dispararam em ano de eleições.
Para se ter uma ideia das despesas, a VISÃO procurou exemplos nas duas maiores câmaras do País. Em 2006, ano em que Relvas gastou ao município de Tomar quase 4 mil euros em chamadas, a autarquia de Lisboa, então presidida por Carmona Rodrigues (PSD), estabelecera 85 euros como plafond máximo para os seus autarcas e funcionários. Acima disso, pagavam os próprios. Os dados do município do Porto são mais atuais: Valente de Oliveira, presidente da assembleia municipal, tem direito a telemóvel, mas prescindiu dele. Se o usasse, teria direito a um plafond máximo de 135 euros. A última fatura de Relvas em Tomar é de 27 de junho do ano passado, seis dias após tomar posse no Governo PSD/CDS. O valor acumulado nesse período ultrapassava 1200 euros. Segundo dados do próprio executivo camarário de Tomar, a dívida global da autarquia é hoje de 39 milhões de euros, 22 milhões dos quais à banca. O ministro não esteve disponível para falar à VISÃO sobre os temas que constituem a reportagem da edição desta semana.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Puta que pariu o clima...
Estive de férias na primeira quinzena deste mês e apanhei frio, vento e chuva!..
Hoje em Cantanhede, Passos Coelho, depois de ter sido vaiado à porta da câmara por cerca de uma centena de manifestantes, disse que não é o Governo que está a “exigir de mais” ao país – é antes o tempo que “é muito exigente”!..
Puta que pariu o clima.
Isto, está pior do que o cenário mais pessimista...
Hoje em Cantanhede, Passos Coelho, depois de ter sido vaiado à porta da câmara por cerca de uma centena de manifestantes, disse que não é o Governo que está a “exigir de mais” ao país – é antes o tempo que “é muito exigente”!..
Puta que pariu o clima.
Isto, está pior do que o cenário mais pessimista...
Passos Coelho vai estar hoje à tarde em Cantanhede
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho vai inaugurar esta quarta-feira, pelas 17H00, a Expofacic - Festas do Concelho de Cantanhede/2012.
Antes, pelas 14h30, o governante vai presidir à sessão solene comemorativa do feriado municipal de Cantanhede que se realiza no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Via AS BEIRAS
Mediocridade
De 2006 para cá – ano em que nasceu este blogue - muita coisa mudou.
Ficámos a saber, pelo menos, uma coisa nova.
Os políticos medíocres (os chamados de segunda) reagem à bruta aos blogues cujo conteúdo não conseguem controlar.
As suas limitações democráticas exigem unanimidade.
Temos pena…
Há notícias felizes...
Um reformado do Banco de Portugal e respectiva esposa, para quem "tudo somado não deverá dar para pagar as despesas!.." |
Em comunicado, o Banco de Portugal diz que "não tendo sido consultado sobre a aplicação do artigo 25.º da Lei do Orçamento do Estado ao Banco de Portugal antes da aprovação da lei em novembro último, o Banco Central Europeu considera que as dúvidas suscitadas pelo Banco de Portugal devem ser avaliadas e decididas pelas entidades envolvidas na aplicação da lei ou pelos tribunais".
Em tempo.
Mais uma do ainda ministro Relvas: "Governo poupa administradores da RTP aos cortes salariais."
terça-feira, 24 de julho de 2012
Às vezes apetecia-me não ler livros, ver televisão, ouvir rádio, ler jornais e ter computador…
Parece incrível, mas é verdade!
Conheço gente que não quer saber o que se passa no mundo…
Não lêem livros, não vêm televisão, não ouvem rádio, não lêem jornais e não têm computador.
Mas, quando pergunto se sabem o que se passa em Portugal, a resposta surge rápida e pronta: "ouço dizer os outros na rua, que é só roubar, lá por Lisboa... E a polícia não faz nada…"
De facto, para que é preciso os livros, a televisão, a rádio, os jornais ou o computador?..
Esses meus conhecidos que não ligam a essas ninharias, sabem mais do que muitos que, lá por Lisboa, mandam no País...
Portugal não era a Grécia. A Espanha não era Portugal… Agora, deve ter chegado a vez da Alemanha dizer que não é a Espanha… E muito menos Portugal ou a Grécia…
Há uns meses atrás, o
Governo português andou armado em “carapau de corrida”, para se demarcar, custasse o que custasse, da Grécia. Depois, veio a Espanha a
dizer que não era Portugal.
Abreviando. Já nem dá para disfarçar: aqui pela Europa estamos quase todos na merda, interessa é fazer crer que se pertence aos que
estão menos na merda.
Qualquer dia, não me admira que a Alemanha venha dizer que
não é a Espanha, Portugal ou a Grécia. Ou vice-versa: a Grécia dizer que não é
a Alemanha!
A solidariedade europeia é tão enternecedora!..
Em causa está a sobrevivência da arte xávega
foto Pedro Agostinho Cruz |
Na linha do anterior governo
O teste está feito e, pelos vistos, com excelentes resultados!
Relvas já provou que as escolas são desnecessárias...
Portanto, é perfeitamente natural que o " Ministério da Educação encerre mais 239 escolas do primeiro ciclo do ensino básico no próximo ano lectivo".
Relvas já provou que as escolas são desnecessárias...
Portanto, é perfeitamente natural que o " Ministério da Educação encerre mais 239 escolas do primeiro ciclo do ensino básico no próximo ano lectivo".
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