quarta-feira, 28 de julho de 2010

Porto Comercial e Zona Industrial e os erros estratégicos de localização

O assoreamento do rio Mondego é um problema antigo e complicado.
Mas, para a Figueira, esse assoreamento nem sempre foi desvantajoso.
Antes do século XI, o Mondego navegável era a estrada natural para o comércio existente nos princípios da nacionalidade. Coimbra, Soure, Verride, Montemor-o-Velho, eram então importantes praças comerciais e influentes portos fluviais no centro do país. Por sua vez, a Figueira limitava-se a ser um pequeno ponto localizado na foz do Mondego.
A partir do século XII, porém, o assoreamento do Mondego, com a natural perca da navegabilidade que daí resultou, fez com que um pequeno povoado pertencente ao concelho de Tavarede viesse a ganhar actividade e importância e se desenvolvesse até à cidade na moda, cosmopolita, mas ainda provinciana, dos dias de hoje.
E tudo começou, em boa parte, por há cerca de oitocentos anos o rio ter começado a ficar impraticável para a navegação. Como em tantos outros casos, o mal de uns foi a sorte de outros.
O rio e o porto estão associados ao crescimento da Figueira e são factores de desenvolvimento concelhio, pelo que deveria ter havido o máximo de cuidado e planeamento na execução e expansão das obras portuárias.
As razões são óbvias: basta verificar qual será a função principal do porto comercial.
Fácil de responder: proporcionar o escoamento a mercadorias da zona centro do país, em especial das empresas sediadas na zona industrial da Figueira da Foz e das celuloses.
Sendo a Figueira, como sabemos, um porto problemático a vários níveis, nomeadamente por sofrer a influência das marés, enferma de um erro estratégico de fundo: a localização. A teimosia, ou a falta de visão, em manter o porto na margem norte é um condicionante para as condições de funcionalidade da estrutura portuária.
Duas razões simples:
1ª. Se estivesse na margem sul estaria mais perto das fábricas, o que pouparia as vias de comunicação que dão acesso ao porto comercial e evitaria a sobrecarga no tabuleiro na ponte da Figueira.
2ª. Principalmente no inverno, os navios atracados no cais comercial têm frequentes problemas de segurança, ao ponto de, por vezes, ser necessária a sua deslocação para a zona abrigada do porto de pesca com as demoras e despesas daí resultantes, o que torna mais onerosa e menos operacional a vinda de navios à barra da Figueira.
Tempo é dinheiro no competitivo mercado dos transportes marítimos. O mal, está feito, mas não pode ser escamoteado, até porque a vinda para a margem sul do porto de pesca não foi inocente. Era poluente...
Contudo, também podemos aprender com os erros. E erro estratégico foi, igualmente, a implantação da zona industrial logo a seguir à zona habitacional da Gala, quando teria sido perfeitamente possível e fácil a sua deslocação mais para sul, possibilitando assim a criação de uma zona tampão entre as fábricas e as residências.Com erros, ou sem erros, porto comercial e zona industrial são estruturas complementares no progresso e desenvolvimento do nosso concelho. Contudo, convém que o planeamento seja devidamente sustentado, pois erros já foram cometidos bastantes. Apesar dos alertas feitos em devido tempo.Historicamente, é conhecido que a ocupação espanhola dos Filipes foi penosa para Portugal. Na Figueira, conforme pode ler-se no Manifesto do reino de Portugal “nos séculos XV e XVI até as pescarias não eram seguras, porque nos nossos portos tomavam mouros e turcos as mal defendidas barcas de pesca; cativavam e faziam mercadoria humana dos miseráveis pescadores; e ainda se atreviam licenciosa e insolentemente ao mesmo nos lugares marítimos, como senão tiveram rei que os pudesse defender; e proibida a pescaria faltava ao reino uma considerável parte do seu sustento”.
Isto aconteceu na dinastia dos ocupantes Filipes. Nesse tempo, mouros, turcos e habitantes do norte da Europa, todos piratas, saquearam e flagelaram Buarcos e a Figueira. Essa realidade só veio a mudar com a independência, a partir de 1640.
Todavia, só em meados do século XVIII o porto da Figueira conheceu o esplendor, beneficiando, é certo de factor exógeno: a quase inutilização da barra de Aveiro. Mais uma vez, o mal de uns foi a sorte de outros.
A região interior centro passou a processar o movimento de importação e exportação das mercadorias pelo porto da Figueira da Foz, a tal ponto que embora com demoras, dificuldades e riscos, a nossa cidade “foi considerada a terceira praça comercial e marítima do país do século XIX”.
De então para cá aconteceram períodos mortos, avanços, recuos, estudos e mais estudos técnicos, ilusões, desencantos, mentiras, mas, nas últimas dezenas de anos, apesar de tudo, avançou-se desde o cais de madeira obsoleto e podre, o chamado Trapiche, apenas equipado com uma grua a vapor, tempos esses aliás ainda presentes na nossa memória.
Pena foi o cais comercial ter morto e enterrado as memoráveis regatas de outros tempos.
Também por isso, não teria ficado melhor na margem sul o cais comercial?

A quem de direito

foto sacada daqui

"Sete segundas-feiras e outros tantos espectáculos, no Salão Caffé do Casino Figueira. As duas primeiras sessões superaram as expectativas da organização, que se encontra, agora, animada em relação ao balanço final. Afinal quem são os protagonistas desta história? As associações afectas à Associação de Colectividades do Concelho da Figueira da Foz (ACCFF)."
O Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz , um equipamento cultural cuja manutenção custa largos milhares de euros ao contribuinte figueirense, não deveria servir para dar visibilidade ao magnifico trabalho que, apesar de tudo, algumas colectividades ainda vão fazendo um pouco por todo o concelho?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Será Serviço Público?..





Compete à figueira grande turismo continuar a apoiar a realização de corridas de toiros?
É verdade que isso
em 2006 já acontecia, mas este executivo não foi eleito para realizar a mudança que se impunha na gestão da CMFF?

O que terá acontecido, entretanto?...

No dia 19 de Junho deste ano, há um mês e 7 dias, portanto, escrevia Rui Beja da Silva no seu blogue Rua da Liberdade:
“Ontem à noite José Cid actuou sem qualquer problema, esta noite não temos, também, nenhuma tempestade à vista. Ainda por cima provou-se que este é o melhor local para instalar palco para concerto, a audiência pode ser duplicada com a esplanada Silva Guimarães a servir de 1º Balcão.”

Dia 26 de Julho deste mesmo ano, ontem, portanto, um mês e sete dias depois, o mesmo Rui Beja da Silva, escreve no seu blogue Rua da Liberdade, sobre o mesmo local:
“Depois, a Maioria foi incapaz de dizer sim à realização de um festival de bandas de rock junto ao Forte de Santa Catarina. É verdade que o Executivo propôs aos organizadores do evento que o rock passasse para o anfiteatro ao ar livre do CAE, pois com os meios técnicos e humanos do Centro de Artes a coisa ficaria praticamente de borla.
Que descaramento! Dizer não ao rock no forte que custaria 15 mil euros aos cofres municipais!
Mesmo que fosse de borla no CAE, alguém idealiza rock sem forte, muito pó e esplanada por perto?!”


O que é que aconteceu, entretanto, no decorrer destes 37 dias?
Derreteu-se o alcatrão do largo junto do Forte de Santa Catarina?
Ou terá vindo abaixo o “1º. Balcão”?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

À atenção de quem de direito, responsável pela vigilância das praias da freguesia de São Pedro

A segurança dos utentes das praias, é um assunto de extrema importância.
Os acidentes mortais podem acontecer a qualquer momento e pelas mais variadas causas.
Apesar de ser um espaço de diversão, a praia esconde alguns perigos. Além dos óbvios cuidados com o sol, alimentação e horários de banhos, nadar em segurança e exposição solar, o aspecto da segurança dos banhistas é cada vez mais uma preocupação a ter em conta.
Este ano tem havido, infelizmente, acidentes graves, alguns deles mortais. No passado dia 18, um jovem de 22 anos perdeu a vida numa praia da nossa freguesia. Mas, o acidente pode acontecer a qualquer momento, numa qualquer praia portuguesa. Infelizmente, ainda no passado domingo, um jovem de 13 anos desapareceu nas águas da Praia Grande, em Sintra.
O assunto é sério e preocupa os leitores deste blogue. Leia o comentário, colocado neste post, do nosso atento leitor Francisco Sanchez, focando um caso concreto que se passa numa praia vigiada da freguesia de São Pedro, a Praia do Hospital, que deixamos à consideração de quem de direito:

“Agostinho
Gostaria que fizesses referência a uma situação flagrante de vigilância da praia do hospital.
Os nadadores/salvadores estão colocados ao cimo da praia, junto às dunas, a mais de 50 metros do rebentamento das ondas, o que em números reais representa que, se por acaso, há um caso de salvamento urgente, não só os nadadores não se apercebem, como não vão conseguir a tempo do salvamento, já que me parece que a corda de salvamento não deve chegar à água. Por outro lado passam o tempo dentro de uma barraca à sombra ( coitados não devem gostar de apanhar sol )sem se aproximarem dos que estão ao banho para dar as indicações do perigo se necessárias.
Pergunto será para isto que pagamos a vigilância da praia? Penso que não, e quanto a mim a vigilância não está a ser feita, pelo que considero a praia do hospital uma praia sem vigilância.
Um abraço”

É claro que a segurança nas praias também depende de cada um de nós que as utiliza. O respeito pelas regras básicas é essencial.
No entanto, é também claro que o facto de haver vigilância deixa as pessoas mais tranquilas.
Daí, que se exija que quem tem a obrigação de fiscalizar, que fiscalize.

Para quem gosta de ler


Levantado do chão
Ou a história da epopeia do operariado agrícola
Alentejano contada ao mundo

Um estudo de João Aguiar “que vem comprovar como o talento do escritor se sobrepõe á identificação com esta ou aqueloutra escola ou estilo literário quando ele desce com segurança e criatividade “às raízes da condição humana e transmit(e), a grandeza e as misérias, a angústia, a alegria e o medo que acompanham a aventura absurda da vida”.
Para ler na íntegra, aqui.

Com uma caloraça destas, só apetece postar futilidades!..

Crise

Na Figueira, os restaurantes estão às moscas e as praias desertas!..

domingo, 25 de julho de 2010

Há ainda melhor dr. Almeida Santos!..

O dr. Almeida Santos admira o primeiro-ministro, de quem é amigo e dele tem orgulho, ao ponto de dele dizer: “Sócrates é como Deus nosso Senhor, está em todo o lado”.
Lamento contrariar o dr. Almeida Santos.
Melhor que Sócrates, ainda há um, também amigo, e de quem o dr. Almeida Santos deve também ter muito orgulho: Mário Soares.
Se Sócrates e Deus nosso Senhor estão em todo o lado, Mário Soares já esteve!...

aF130

A frase...


Leia aqui, a frase com que o professor Queiroz brindou os médicos do controlo antidopagem quando estes entraram no estágio da selecção nacional, na Covilhã, no passado mês de Maio.

Visão da Figueira

Vejo-a doente,
dependente,
encalacrada,
esgotada,
cansada.

Amansada.

Descrente
e sem alma.

Aparentemente,
tudo é calma
e paz...
Mas, verdadeiramente,
jaz.

Vejo a aldeia,
sem uma ideia!..

Infelizmente...

Bom domingo

sábado, 24 de julho de 2010

Buscas para encontrar o jovem que se afogou no mar da Cova-Gala estão suspensas

Segundo As Beiras de hoje (link não disponível), “as buscas para encontrar o jovem de 22 anos, natural de Castelo Branco que, no passado domingo, desapareceu no mar da praia da Cova Gala, Figueira da Foz, foram suspensas indefinidamente”.
Ainda de harmonia com o mesmo jornal, esta informação foi confirmada por Malaquias Domingues, Comandante do porto da Figueira da Foz.
O mesmo diário adianta ainda, que “até domingo vai ser mantido um dispositivo reforçado, com uma motoreta permanente na faixa Figueira da Foz-Pedrógão, e saídas esporádicas para o mar”.

Em nome da coerência...


... e da lisura de processos, se isso existisse na política, o mínimo que Pedro Passos Coelho deveria fazer, desde já, era baptizar de novo o seu partido.
Deveria ficar Partido Democrata...
Em rigor, com esta Direcção, o Social está nitidamente a mais!...

Pela Câmara...


Mais uma despesa que é uma autêntica bagatela, para os exauridos cofres municipais: 48 400 euros (9 680 000#00, em moeda antiga), para fazer mais um diagnóstico!..
Vamos ser optimistas e acreditar que vai valer a pena...
Será desta que vão encerrar as empresas municipais?...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quase no final de um dia tramado, como o de hoje, só esta me faria rir...

"Há disciplina ou não há disciplina?"

Ao que parece, a vida vai complicar-se para Queiroz...

“Gilberto Madaíl tem em mãos um inquérito conduzido pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP) visando o seleccionador nacional. Carlos Queiroz, sabe o DN, é acusado de comportamento incorrecto e linguagem insultuosa visando, sobretudo, o presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Luís Horta, aquando do primeiro controlo antidoping realizado durante o estágio da selecção nacional na Covilhã.
O assunto irá agora, caso o líder da federação o entenda, a reunião de direcção para ser analisado. E perante os factos relatados no inquérito, Carlos Queiroz poderá ser alvo de um processo disciplinar interno. Pela legislação antidopagem pode incorrer numa sanção desportiva ou no pagamento de uma multa.
O seleccionador de Portugal considerou inoportuna a presença, a 16 de Maio, no hotel da selecção dos médicos da Autoridade Antidopagem de Portugal. Apesar de se tratar de um procedimento habitual, Queiroz não concordou e dirigiu-se aos médicos com um palavreado agressivo e insultuosa. Luís Horta, que não estava presente, foi o maior alvo do descontentamento. Por parte dos responsáveis da FPF, departamento médico da selecção e jogadores sujeitos ao controlo registou-se total colaboração.
O comportamento de Queiroz, considerado ofensivo e difamatório, foi alvo de um inquérito aberto pelo IDP. Durante cerca de mês e meio foram ouvidas várias testemunhas, desde funcionários do hotel até elementos do staff federativo, alguns dos quais confirmaram de forma concreta os excessos do seleccionador. Concluído, o inquérito foi enviado para a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, que por sua vez o remeteu para a Federação. A Gilberto Madaíl foi pedido que agisse em conformidade com a gravidade da situação.”