quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

"Está dito", está dito...


"Sempre tive a mania de que percebia alguma coisa de arquitectura."



Diálogo com o mar

Mar,
tenho-te no ouvido,
num murmúrio lento e sentido.
Murmuras ao de leve, longamente,
mais pareces um suspiro!...
Será o som das tuas ondas salgadas?
Não...
Murmuras o teu nome incessantemente...
nas asas do vento que me chega ao ouvido
É um som gelado e dorido.
Que sussurro mais cativante…
Brisa fresca? brisa de ar gelado?

Não...
Apenas o teu cheiro.
Intenso e inebriante...

Mar,
os sussurros do vento,
falam-me tanto de ti,
sempre e a todo o momento
que se num qualquer dia sisudo
te desse para deixar de me falar,
deixava-me levar no vento,
e em silêncio e mudo,
afogava-me em ti,
sem hesitar.

António Agostinho (texto)
Pedro Cruz (foto)

Músicas da minha vida (XXVII)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Liberdade


Ser livre é querer ir e ter um rumo

e ir sem medo,

mesmo que sejam vãos os passos.

É pensar e logo

transformar o fumo

do pensamento em braços.

É não ter pão nem vinho,

só ver portas fechadas e pessoas hostis

e arrancar teimosamente do caminho

sonhos de sol

com fúrias de raiz.

É estar atado, amordaçado, em sangue, exausto

e, mesmo assim,

só de pensar gritar

gritar

e só de pensar ir

ir e chegar ao fim.

Armindo Rodrigues.

Poeta, que não merecia estar assim tão esquecido.

“Licenciou-se em Medicina pela Universidade Nova de Lisboa, tendo sido dirigente da Associação Académica da respectiva Faculdade, participando na organização de uma greve, o que conduziu à sua primeira prisão.

Participou activamente no MUD e nas campanhas eleitorais para a Presidência da República sendo, de novo, preso.

Desenvolveu toda a sua vida profissional como médico nas zonas pobres de Lisboa”.

Num dia que está a ser particularmente difícil e doloroso, olho em frente, embora com certos sinais de tristura e desencanto, mas, também, de esperança, deleito o olhar no rio da minha Aldeia, a correr, ali mesmo, ao lado, em direcção à Figueira, e lembro, com saudade, esses dias de Abril já quase perdidos de vista…

A entrar...

foto Pedro Cruz

X&Q820

Estado psicótico ...

"O PS reagiu esta noite ao caso de Mário Crespo. O jornalista da SIC acusa o primeiro-ministro e dois ministros de conspirarem para que abandone a apresentação do Jornal das Nove da SIC Notícias. O deputado e dirigente socialista José Lello afirmou esta noite à Antena1 que Mário Crespo está “num estado psicótico” e criticou a oposição de esquerda pela forma como reagiu a este caso."

Que se passará com as mulheres!...

“Uma mulher de 34 anos foi detida domingo no IC-2, junto ao Fornos, pelo Destacamento de Trânsito de Coimbra da GNR por conduzir com uma taxa de alcoolemia de 2,16 gramas/litro no sangue. Eram 10h10.

Meia hora antes, também no IC-2, mas em Trouxemil, uma jovem de 25 anos foi igualmente detida, por conduzir com uma taxa de álcool de 2,09 gramas/litro.”

Queríamos!


Palavras do coordenador do Movimento Cívico de Coimbra para as Comemorações do Centenário da República, Amadeu Carvalho Homem.
“Queremos uma República sem oportunistas” .
Queremos, não, queríamos!...

Músicas da minha vida (XXVI)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Portugal, terra de mentirosos....

Via Albregue dos Danados:

Agora é a vez de Mário Crespo se vir queixar… Mais um! Não é que as suas “acusações” venham acrescentar alguma novidade na sucessão infinita dos “ataques sórdidos e infundados” feitos a Sócrates. Vem apenas para nos colocar perante uma verdade terrível, de que não podemos fugir se formos sérios. Em Portugal - porque Sócrates não mente, nunca mente - estamos rodeados por "mentirosos"...”

"Fim da linha"?...

Viva o Carnaval!...

foto Pedro CruzLi no Diário de Coimbra: “A presença de João Baião na Figueira da Foz tem ainda outra particularidade, pois, no segundo corso, a 16 de Fevereiro, a RTP vai transmitir em directo o Carnaval da Figueira da Foz, durante quatro horas (entre as 14h00 e as 18h00), em que o rei será também animador e apresentador televisivo para conduzir, em directo, o programa da RTP.”

Pronto, estão justificados os 150 mil euros, que é o que está orçamentado para o evento: a Figueira, vai ocupar quatro horas de tempo de antena na televisão paga por todos nós, a RTP1, num daqueles inenarráveis programas de entretenimento!..
Serão, certamente, mais quatro horas de televisão gastas como normalmente: com o habitual vazio que caracteriza o país.
Nada de novo, portanto. Do tema, o carnaval, aliás, pouco se poderá esperar, para além das normais imbecilidades próprias dum acontecimento desta natureza.
Façamos, porém, votos para que, apesar disso, a imagem dada pela Figueira venha a ser, no mínimo, digna.
O Concelho, apesar do desastre autárquico dos últimos quatro anos, ainda tem algo a mostrar: escondam a miséria cultural, económica e social, mas aproveitem as quatro horas para divulgar instituições e colectividades, bandas filarmónicas, grupos de teatro, ranchos folclóricos, grupos musicais, a verdadeira gastronomia figueirense…
E os senhores políticos, apontem bem na agenda e fixem a hora e a data: a partir das 14 horas do próximo dia 16 do corrente têm de estar completamente livres e disponíveis para as câmaras da televisão…
Programem bem a vossa agenda, não vá alguma reunião,“importantíssima e imprevista”, atrapalhar a vossa presença no Carnaval de Buarcos e, sobretudo, na RTP1.
Eu, a Buarcos, nesse dia, não vou de certeza, mas vou procurar estar frente ao ecrã!...
A não ser que me surja alguma coisa de mais interessante para fazer nesse dia. O que, aliás, também não será difícil de acontecer.

Mário Quintana *


Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e subtil recreio...

* poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

X&Q819


Músicas da minha vida (XXV)

domingo, 31 de janeiro de 2010

Derby no Inatel

Costa de Lavos / Chã
Resultado e fotos aqui.

Divisão de Honra da AFC:
tudo cada vez mais difícil: Penelense 3 - 0 Cova-Gala

Revolução na blogosfera figueirense?..

No dia em que se comemora a Revolta do 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto, de que ela se deve lembrar ainda muito bem, pois presumo que já era viva, ti hortênsia do iselindo, IDOXA? XIM? MAS COM A LÍNGUA AINDA MUITO AFIADA!, começou finalmente a postar!...

Programas e intenções eleitorais e a realidade cultural na Figueira…


No programa do dr. José Ataíde, “Figueira com rumo”, no que à CULTURA diz respeito, lê-se:
“As infra-estruturas, como o Museu, a Biblioteca e o CAE têm de atrair mais públicos e envolver nos seus programas as escolas e as famílias. Em suma, é necessário aprofundar a relação dos figueirenses com a cultura.”
No que à CULTURA diz respeito, o programa eleitoral do dr. João Ataíde, preconizava algumas medidas e projectos. Nomeadamente:
“Promover na comunidade local e para o turismo os espaços culturais como o Museu, os núcleos museológicos, a Biblioteca, o CAE e outros”.
Um dia destes, um jovem fotógrafo abriu a sua primeira mostra. Um momento sempre importante para um jovem a dar os primeiros passos no campo da arte fotográfica. Uma iniciativa, aliás, que estava programada desde a ano passado, portanto, ainda da responsabilidade do anterior executivo municipal.
Os competentes serviços camarários devem ter feito a divulgação normal, a família fez o que pode na promoção do evento e, ao mesmo tempo, do espaço cultural onde ele iria ser inaugurada: O Núcleo Museológico do Mar, em Buarcos.
Fosse por isso, fosse por mérito ou simpatia pessoal e natural do jovem fotógrafo, o certo é que no dia da inauguração estavam presentes largas dezenas de pessoas, o que para um acontecimento do género é significativo.
Passaram as 16 horas, horário aprazado para a inauguração, e nada aconteceu. Esperou-se mais e nada. Até que muito em surdina lá se soube que o Vereador da Cultura, não iria comparecer, por outros afazeres.
E foi assim, sem políticos e sem discursos, mas com um número significativo de público, a inauguração da primeira exposição do jovem fotógrafo.

Termino com duas pequenas notas:
1. Acredito que o dr. António Tavares não cumpriu o compromisso de estar presente na primeira exposição do jovem fotógrafo, por impossibilidade total e absoluta.
Mas, isso, quanto a mim, coloca outra questão, essa sim importante e preocupante, a este executivo, em termos políticos e de gestão global camarária: quando, dada a proliferação de pelouros que ocupa, houver sobreposição horária com compromissos anteriormente assumidos, o pelouro sacrificado à última hora, o parente pobre, vai continuar a ser a CULTURA?

2. Com um grande abraço ao Pedro, fica aqui a minha visão da inauguração da sua primeira Exposição "Recortes da Aldeia". A festa foi bonita, pá, pois estiveram lá, para "ouvir" as tuas fotos e apreciar a tua Arte, as pessoas tuas Amigas e teus Amigos. E fomos muitos, meu!..
António Agostinho