No passado dia 25 de Abril, completei três anos de blogosfera. Para além de outros motivos de carácter mais pessoal, como o gosto e o prazer que escrever sempre me deu, confesso que tudo começou pelo desejo, concreto e imediato, de poder dar expressão pública, por este novo meio, aos que não têm voz. É conhecida a situação de bloqueio existente nos meios de informação tradicionais a quem só aceita publicar opinião livre. É assim no País e é assim na Figueira da Foz. As últimas tentativas para mudar este estado de coisas, aqui pela Figueira, tiveram em mim um actor interveniente e activo. Estou a referir-me, como é óbvio, aos projectos Barca Nova e Linha do Oeste.
Foi, pois, com naturalidade, que investi muito de mim próprio e apareci neste novo espaço. Encarei a blogosfera como uma oportunidade de dar voz aos que não a tinham nos restantes media. Três anos decorridos, confesso que desde o princípio também esteve presente uma visão objectiva da utilização da blogosfera e da Internet. Contudo, para descansar os espíritos mais sensíveis, declaro também que a conspiração nunca esteve no meu pensamento, até porque este Outra Margem é um projecto que nada tem de oculto ou inconfessável.
Como objectivo meramente pessoal, tenho tentado trazer a esquerda figueirense, democrática e pluralista, arredada dos media, de novo para a vida pública, para o debate político, para a batalha das ideias. Sei que pode constituir ambição a mais para tão fracos recursos, mas, como não quero endireitar a Figueira, muito menos o País e o mundo, decorridos três anos, sinto que dentro dos condicionalismos de que sou possuidor (falta de tempo, carências pessoais, etc.) tenho a consciência de ter “levado a carta a alguns garcias”.
Passados três anos por aqui, foram feitas coisas boas e algumas menos conseguidas, mas estivemos presentes, fomos lidos, fomos apoiados e criticados, houve quem gostasse de nós e quem se nos pudesse bater, batia mesmo. Seja qual for a opinião que tenham deste espaço, ele cá está feito e assumido, sem truques nem malabarismos, à vista de todos e disponível, podendo cada um fazer o seu próprio inventário de prós e contras.
Mas, se quiser dar opinião, para estarmos todos em igualdade de circunstâncias, tem de a assumir. Por aqui, os tempos do anonimato para os comentadores, não voltam mais.