quarta-feira, 4 de março de 2009

Pérola do dia




Fado dos Contentores, de Manuel Alegre

É fácil ter êxito, mas há mais vida para além do futebol….

Foto de Pedro Cruz
Um dia destes, a propósito de um jogo de futebol local, este blogue publicou uma foto e informou o resultado.
Tal, e não foi a primeira vez, foi suficiente para que a nossa caixa de comentários ficasse inundada!...
Já imaginaram o que aconteceria se fizessemos o acompanhamento, dia a dia, da vida do Clube?..

Por aqui, até gostamos de futebol (eu, confesso, já gostei muito mais). Mas, daí, a abrir portas à melhor imbecilidade local, existe uma fronteira que não desejamos passar.
A não ser assim, tudo o que havia a dizer sobre a Terra, resumia-se à opinião de um qualquer emplastro, sobre a prestação de qualquer craque da equipa local. Como por magia, evaporavam-se os problemas cá da Terra...
E como isso dava jeito!...
A falta de estruturas desportivas condignas e em condições para a prática do desporto, a inexistência de uma sala com condições mínimas para espectáculos, a erosão costeira, a ausência de uma política cultural concelhia e local, por exemplo, passariam a assuntos secundários. Virava-se a página, porque o futebol clube local lidera o campeonato.
Parabéns, mas há mais vida para além do futebol!..

Portugal, 35 e cinco anos depois do 25 de Abril de 1974, País europeu, democrático, vive ainda os tempos do fado, futebol e Fátima. Delapida energias, recursos económicos, massa encefálica e tempo, com futilidades. Damos o nosso melhor no apoio ao clube da terra ou nacional, e descuramos a nossa vida e o nosso trabalho. Se necessário, somos capazes de brigar pelas cores dos nossos clubes, mas assistimos impávidos e serenos ao encerramento de uma maternidade, ao desmantelamento dos nossos postos de trabalho, à degradação da qualidade do aceso à saúde, à educação, ao encolhimento das nossas reformas, à corrupção…

O Concelho da Figueira da Foz, como tantos outros, mantém com o nosso dinheiro dois campos de futebol, um relvado e um pelado, onde uma agremiação desportiva, disputa uns campeonatos que são importantes para os praticantes, para alguns dirigentes, para alguns jornalistas locais e proporcionam entretenimento para alguns adeptos do concelho. É certo que, por isso, não vem grande mal ao mundo. Os contribuintes lá vão pagando (sem darem por isso, ou sem se importarem), a estrutura e a respectiva manutenção, e mais uns subsídiozitos para ir aguentando o barco num mar encapelado e difícil, como é o futebol...

É uma forma de manter e preservar a alienação no deserto de ideias em que nos movemos. Enquanto se ocupa o povo com frivolidades - que sempre ajudaram a manter qualquer regime – este não questiona coisas sérias.
Pagámos – e continuamos a pagar - a nossa própria estupidificação em estádios e em erva.
E 2018 está aqui tão perto.

A pérola do dia

Todos nos recordamos dela como embaixadora de Portugal em Jacarta.
Agora, é eurodeputada. E continua sem papas na língua. Num tempo, "em Portugal, em que enriquecer ilicitamente não é crime", ficam as palavras de Ana Gomes, no Congresso do PS:

“É preciso parar de encobrir os corruptos com palavreado e má técnica jurídica. Os portugueses sabem que as pessoas sérias não têm dificuldade em fazer prova de onde veio o dinheiro com que compraram casa, carro, férias ou acções.”

X&Q606


terça-feira, 3 de março de 2009

A pérola do dia

"Crime e castigo", por Manuel António Pina

O Homem tem o “dever de proteger e melhorar o ambiente para as gerações actuais e vindouras”...

O problema agrava-se. A foto do Pedro Cruz, tirada a norte do parque de estacionamento da praia do Hospital, não deixa lugar a dúvidas.
Apesar da melhoria do tempo dos últimos dias, a erosão continua a fazer estragos na orla costeira da freguesia de São Pedro.

aF42




Quem se lembra desta Figueira?...

...............................................................Foto sacada daqui

“Entre o progresso e a decapitação da beleza natural”, decidiu-se pelo progresso.
O porto fluvial foi a aposta. Com a “construção dos molhes de protecção da barra”, veio a “melhoria da segurança no acesso às zonas portuárias" e o “aumento, embora gradual, na movimentação de mercadorias”.
Mas em “contrapartida, a outrora praia vê-se transformada, ao longo dos anos Setenta, num depósito gigante de areia.”
Surgiu o dilema: “Turismo ou desenvolvimento comercial”.
E o vencedor foi “o elo mais forte”.
Morreu “o que havia feito sobreviver a cidade após o declínio comercial de finais do século XIX. De Rainha das praias transformaram-na em Praia da Claridade. De Praia da Claridade, num amontoado inestético de areia.
Simplesmente. A aposta de um sector económico da cidade na sua transformação em porto intermédio pode indiciar a sobrevivência, ou provocar o desaparecimento, de um turismo que, valha a verdade, apenas vendia sol, mar e beleza natural. Desperdiçada a beleza natural, o que sobra existe a esmo por esse litoral fora.”

Contudo, isto não vai ficar assim: o molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz está a crescer.
A obra, iniciada em Setembro passado, vai acrescentar mais 400 metros ao molhe norte.
Mas, a praia da Figueira, já de si enorme, vai “ganhar” 100 a 200 metros ao mar.

Continua a falar o poder económico.
E a Figueira continua com o futro adiado. Que o mesmo é dizer: a Figueira já não é o antes. Mas, também, ainda não é o depois.

segunda-feira, 2 de março de 2009

A pérola do dia

“Estou convicto que a Concelhia do PSD se prepara para prolongar o Carnaval na Figueira da Foz por muito tempo…"José Elísio, antecessor de Lídio Lopes e membro da mesma equipa na vereação da Câmara da Foz, em declarações ao jornal As Beiras de hoje, a propósito do processo de escolha de candidatos para as próximas eleições autárquicas.

Cova d´oiro

Foto de Pedro Cruz
"... algures na costa portuguesa mesmo a sul da foz do rio Mondego. Era, como se dizia então, um bom pesqueiro. Havia fartura de pescado e as artes, ainda novas e de não fácil manuseio, vinham carregadas até á vergueira de espécies saltitantes..."
In blogue cova d´oiro

PROMESSAS PARA 2010

"A obra de pro­lon­ga­men­to do molhe nor­te do por­to da Figuei­ra da Foz, em exe­cu­ção, vai per­mi­tir, quan­do con­cluí­da, em 2010, que aque­la infra-estru­tu­ra por­tu­á­ria pos­sa ope­rar em con­tí­nuo, asse­gu­ra o res­pon­sá­vel da empre­sa admi­nis­tra­do­ra."
«A emprei­ta­da envol­ve, igual­men­te, a dra­ga­gem de cer­ca de 90 mil metros cúbi­cos de arei­as, dois ter­ços das qua­is serão depo­si­ta­dos nas prai­as a sul, repe­ti­da­men­te asso­la­das por fenó­me­nos de ero­são cos­tei­ra."
In Diário de Coimbra

X&Q604

Ver aqui o que diz a este respeito a Gramática da Língua Portuguesa

domingo, 1 de março de 2009

Que tempo este, que tempo!...



«Umas vezes, o Estado evitou e adiou falências ou amparou falidos. Outras vezes, deu garantias aos bancos. Em poucas palavras, o Estado instalou-se. Pretende estimular o crédito. Sem êxito aparente, pois não há dinheiro, há risco a mais e os spreads são altíssimos. Algumas esquerdas estão felizes: acham que isto é uma espécie de socialismo. Outras esquerdas criticam, mas não escondem a satisfação de ver o Estado na economia: pode ser que venha para ficar. As direitas políticas não sabem muito bem o que dizer, limitam-se a discutir pormenores. Quanto aos empresários, apesar de sentimentos oscilantes, o alívio parece ser a regra. O Estado ajuda a empresa privada e a banca tem alguns recursos. Em resumo, o Estado ajuda os capitalistas, algo com que sempre sonharam muitos dos os nossos empresários.»

«O entusiasmo e o alívio, relativo, que muitos revelam, não chegam para esbater uma outra inquietação: e a seguir? Quem e quando se vai pagar isto? Desde quando deitar dinheiro para cima dos problemas os resolve? Este ano, o endividamento vai ultrapassar os 160 mil milhões, mais de 100 por cento do produto. E o serviço dessa dívida continua a galopar, até porque o dinheiro internacional está cada vez mais caro. É mesmo possível que Portugal, em breve, por este andar, não arranje mais financiamentos.Por outro lado, o modo como esses dinheiros estão a ser usados levanta cada dia mais questões. Para que servem? Quem servem? Como serão pagos e reembolsados? Por quem? Estas perguntas não têm resposta.»

Artigo de António Barreto, hoje, no Público

Nada mais justo...


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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mercado Municipal da Figueira da Foz (II)

Foto sacada daqui
Segundo fonte dos concessionários do Mercado Municipal da Figueira da Foz, contactada por este blogue, “a reunião entre a referida comissão de concessionários do Mercado Eng. Silva e Lídio Lopes, o vereador com o pelouro dos mercados municipais figueirenses, realizada ontem, teve resultados positivos.” A saber:

“- Houve mudança de atitude do vereador Lídio Lopes, que se mostrou mais aberto e mais sensibilizado para os objectivos desta comissão.

- Foi reaberto o diálogo e espírito de colaboração conjunta no sentido do engrandecimento e vitalidade do espaço.

- Pela primeira vez no mandato de Lídio Lopes, vai haver licitação de bancas e lojas em Abril / Maio (data a definir), o que evita a desertificação e a ideia falsa de falecimento prematuro do espaço "sala de visitas da Figueira da Foz" -Mercado eng. Silva”.

- Ficou assente o reforço no cumprimento do Regulamento Municipal em todas as suas vertentes legais. Pelo menos ficou a expectativa que assim seja.

- Foi prometido melhor ordenamento e organização do espaço, privilegiando, cada vez mais, a higiene e sentido prático de utilização por concessionários e clientes.”

Relativamente às questões de permuta de bancas e tratamento igual dos concessionários, ficou estabelecido que iriam ser transparentes os pedidos que surgissem caso a caso, mas com um só padrão de critério: "igualdade de oportunidades para todos, sempre em consonância com o regulamento municipal."
Pode afirmar-se, portanto, que, por agora, a comissão saiu satisfeita com a postura mais sensível do vereador Lídio Lopes para o problema, pois no fundo o que aos concessionários interessa “é a defesa dos seus postos de trabalho”, por um lado. Por outro, “como figueirenses a defesa desta autêntica sala de visitas da Figueira da Foz.”
Apesar de nem tudo estar resolvido, deram-se passos importantes na concretização dos objectivos programados por esta comissão.
Depois desta reunião, "sem vencedores nem vencidos, pode vir a ganhar o Mercado eng. Silva, enquanto espaço de comércio tradicional."
Custódio Cruz e seus pares prometeram estar atentos ao desenrolar dos acontecimentos futuros em tudo o que diga respeito à defesa deste espaço comercial, continuando a tentar perceber as intenções de outras forças políticas locais para com esta matéria, estabelecendo contactos periódicos de esclarecimento se assim obviamente estas forças o entenderem.

Outra Margem, tal como já fez em 19 do corrente mês, vai continuar a estar atento a esta questão, pois para além dos concessionários do mercado eng. Silva, afecta também os consumidores, sejam do nosso concelho ou visitantes.

Grupo Desportivo Cova-Gala

Seniores: Cova-Gala/São Caetano
Resultado e fotos aqui.
Escolas: Cova-Gala/ Ala-Arriba
Resultado e fotos aqui.

Hoje é o dia de apoiar o Sporting

A seguir ao jogo com o Bayern de Munique, vieram as carpideiras defender que o Paulo Bento não é treinador à altura de um clube como o Sporting Clube de Portugal. Consideraram esse jogo, aliás, como a prova derradeira da total incapacidade do actual treinador do clube.
Poucos dias antes, porém, galvanizados pela vitória com o eterno rival, para quase todos eles, o Paulo Bento, se não era bestial, andava por lá perto...
É claro que o Paulo Bento há muito que perdeu a mão no balneário, com sucessivos casos com jogadores que nunca foram postos na ordem e que, mesmo assim, continuaram a jogar, ao passo que outros foram liminarmente afastados…
É claro que o Paulo bento, do ponto de vista táctico e técnico, não é um treinador perfeito…
Mas, o Sporting, neste momento, tem o técnico que pode para o plantel que tem.
Portanto, hoje, é dia de os sportinguistas se unirem para apoiar o Paulo Bento e o plantel que representa o Sporting.
Viva o Sporting!..