sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O medo

Foto: Pedro Cruz
Se me acusarem de ser benfiquista, desminto, mas não vou dizer que não é digno.
Seria um insulto para todos os benfiquistas.

Se me acusarem de ser socialista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos socialistas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser social-democrata, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos sociais-democrtas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser centrista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos centristas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser bloquista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos bloquistas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser comunista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos comunistas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Neste momento, o contexto social e mental na Cova-Gala é favorável ao medo.
O medo e a intolerância relativamente às ideias diferentes, leva vários agentes a encaixarem-se e a tirarem partido dessa predisposição, desse solo fértil para o medo, onde abunda a cautela, a resignação, a submissão, o politicamente correcto, o situacionismo, o estar a bem com deus e com o diabo, a falta de massa crítica, o acautelar do interesse individual.

Mas, os despoletadores do medo têm medo. Medo de coabitar e conviver com ideias diferentes e a crítica, por mais fundamentadas que sejam.
Estes medos originais propiciam e incentivam o medo.
Mas, o medo combate-se activamente e não passivamente.

A História está cheia de exemplos de medo e intolerância face a ideias diferentes.
Numa Terra que se quer competitiva e moderna, não faz sentido a hostilização das ideias diferentes. Numa Terra que se quer moderna e competitiva, as ideias deveriam prevalecer pela sua pertinência intrínseca e não por outros factores secundários.
Isso, meus amigos é confundir o principal com o acessório.

Quem tem acompanhado com um mínimo de atenção os últimos 14 anos da vida autárquica local, não fica surpreendido com este conceito de democracia, pois o mesmo é parte genética da ideologia da força maioritária.
Contudo, se tal não nos surpreende, também não nos impede de publicamente demonstrarmos o nosso repudio, por atitudes que contribuem para desacreditar a política e a democracia local, afastando cada vez mais os eleitos dos eleitores.
Estiou a falar muito concretamente da menorização do papel da Assembleia de Freguesia de São Pedro.
Querem dados concretos?
Para não sermos longos, focaremos dois, recentes e importantes:
o caso da venda dos terrenos, em que um dos lotes é o Campo de jogos do Grupo Desportivo Cova-Gala; e as comemorações do bicentenário da guerra peninsular na Figueira da Foz. Estou a falar, como é evidente, na parte do programa que decorreu em São Pedro.

Como diria o recentemente falecido Aleksandr Solzhenitsyn: «Quando privais alguém de tudo, ele deixa de estar sob o vosso poder. Ele volta a ser inteiramente livre.»
Existe, portanto, alguma razão para ceder ao medo?
Claro que não. Vivemos num Estado Democrático e de Direito.

Portas da vida - 13 da sorte ou do azar?

Foto: Pedro Cruz

X&Q423

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Espaço publicitário

Rota ambiental


Sei que, por aqui, as rotundas continuam a estar na moda!...
Mas, já que falamos em moda, mudemos a agulha...
Agora, o que está mesmo na moda é as autarquias viraram-se para os percursos da natureza. Salvo melhor e mais abalizada opinião, como não temos produtos genuínos locais para criar rotas culturais ou turísticas, como por exemplo, vinho, pão, sal, peixe, sabores, sobreiros, castanheiros, queijos, grilos, ou qualquer outra coisa que desse para criar uma rota indígena, poderíamos deitar mão ao que temos e criar a rota ambiental dos pinheiros e das dunas.
Teríamos alguma coisa para mostrar: nomeadamente, o Parque de Merendas de São Pedro e as passadeiras da praia.

X&Q422


Devanear

foto: Pedro Cruz

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Liberdade?

Foto: Pedro Cruz

“Destino
Fado, … canção da vida.”
Assim começa um Poema do João Pita, publicado no
Cova d' Oiro.
Mas o que é a Liberdade?
“Em filosofia, "liberdade" designa, de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano”.


Liberdade, sempre.
Do pensamento único ao único pensamento, é um saltinho.
Mesmo que não vislumbremos alternativa, nunca, mas nunca mesmo, podemos acomodar-nos ao único pensamento.
Isso, é um perigo: o único pensamento transformava-se rapidamente em pensamento único.
Que o mesmo é dizer: estaria iniciado o caminho para o comodismo, para o adormecimento da mente, para a repressão da criatividade.
Para o absoluto, para o autoritarismo.

Chegados aí, seria fácil deixarmos que aqueles que têm um único pensamento o transformem na salvação suprema.
Depois, viria o inevitável: o acolhimento dos gestos sábios, da voz certa e segura.
E a seguir o pior: o mal disfarçado desdém com que se não consegue enfrentar a opinião dos outros.

Mas, a vida é enfrentar aprendizes de magos na venda de milagres.
O importante, o importante mesmo, é não abdicar dos nossos pensamentos, dos nossos raciocínios, das nossas críticas, da nossa Liberdade.

Liberdade, sempre.
Gostei do Poema do João Pita.
E penso que o entendi...
E, tal como tu, também
“ eu… Sorri, sorri e, sorri ainda mais.
Abri os olhos e vi!”

DISCURSO SOBRE A INVEJA

Leia, aqui, Baptista-Bastos, escritor e jornalista : “a inveja nasce do ressentimento, o ressentimento não tem rosto e é tão contundente como a luta de classes”.

X&Q421


Reflexos

Foto: Pedro Cruz

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Esquecimento








“Eu não falo de vinganças nem de perdões; o esquecimento é a única vingança e o único perdão"

(Jorge Luis Borges)

Leirosa, uma fábrica, uma povoação

Foto:Pedro Cruz

Não são coisas incompatíveis.
Conseguir, ao mesmo tempo, gostar da sua Terra e raciocinar.
Acreditem que tudo ganha logo uma outra cor.

O mercado continua a funcionar


Há uns tempos atrás, andava por aí gentinha a gabarolar-se de ganhar 4 euros por cada 1 que investiu em acções da Galp!..
Depois, o preço do barril disparou e passaram a dizer cobras e lagartos do aumento dos preços dos combustíveis.
Entretanto, o barril de petróleo já baixou...
Mas, pelo andar da carruagem, como o dólar está mais forte, logo, o euro mais fraco, muito dificilmente o diferencial de preços do crude permitirá baixar os preços dos combustíveis...
Portanto, quem investiu 1 euro na Galp, ainda vai voltar a poder gabarolar-se que voltou a ganhar 4!..
Tudo continua no seu lugar: o mercado continua a funcionar.

ÚLTIMA HORA: Desde a meia-noite que a Galp desceu em meio cêntimo o preço do litro da gasolina e em 2,5 cêntimos o do gasóleo.

X&Q419


Palavras actuais

«Porque somos homens, seres inteligentes e livres chamados a lutar pela realização desses dons na vida, formamos a nossa opinião e exprimimos as nossas ideias, pelo menos no círculo de pessoas que nos cercam. Mas se nos limitarmos a isso, se nos demitimos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café».

Discurso de Francisco Sá Carneiro em Matosinhos, 12.10.1969