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terça-feira, 9 de junho de 2020

Convento de Seiça (2)

"Em 2020, num concelho como o da Figueira (não tão rico assim no que à quantidade de património histórico edificado diz respeito), sermos convidados a opinar, num intervalo de quinze dias, em relação a soluções para duas das principais jóias patrimoniais, demonstra, logo à partida, o muito pouco ou nada que o respectivo proprietário tem feito nesse sentido.
Neste caso, basta uma rápida pesquisa online para constatar a real mas muito triste associação entre “Santa Maria de Seiça” e “abandonado”, “esquecido”, “à espera”… – outra atenção e outros adjetivos merece sem dúvida um edifício mandado construir por D. Afonso Henriques antes até ( 1162?) da confirmação e do reconhecimento da nossa própria nacionalidade ( 1179 ).
Dos Crúzios para a Ordem de Cister (mas sempre muito importante para a fixação e defesa das populações numa época de definição de territórios, de fronteiras e de poderes), este edifício conventual foi totalmente reedificado entre os últimos anos do século XVI e o início do século XVII, passando a funcionar como centro de estudos filosóficos da Ordem de Cister, devido à sua proximidade do Colégio de Santa Cruz de Coimbra.
No século XIX o interior foi muito alterado com a instalação de uma fábrica de descasque de arroz (!), sendo vendido em 1834 e acabando por parcialmente ruir – há já tempo demais!
No final de 2018, a confirmação de que o mosteiro de Santa Maria de Seiça tinha passado de Imóvel de Interesse Público a Monumento Nacional pressupôs que a mudança de estatuto facilitaria a sua recuperação e conservação, ainda abrindo a porta à possibilidade de co-financiamento público, mas o tempo vai passando e do projeto que a Câmara da Figueira anunciou (reabilitação das ruínas e criação de um espaço interpretativo com interesse cultural e turístico) nada se sabe.
Assim, ao contrário do Paço de Maiorca, neste caso a solução “apenas” tem de contemplar a salvaguarda da melhor solução dos pontos de vista patrimonial, económico e político, e tal só pode acontecer através da candidatura a um Programa de Financiamento Comunitário – cada dia é um dia a menos."
Via Diário as Beiras

quinta-feira, 11 de junho de 2020

E tinham como discordar?..

Via Diário as Beiras
Os presidentes das juntas do Paião e Maiorca, respectivamente, Paulo Pinto e Rui Ferreira, "em sintonia com o presidente da câmara, concordam com a venda do Convento de Seiça e Paço de Maiorca"
A possibilidade da alienação dos dois imóveis municipais e classificados é uma possibilidade admitida ontem pelo presidente da câmara, Carlos Monteiro. 
A SMS-Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça, através da presidente da direção, Maria Rosa Anttonen, defende que o facto do Turismo de Portugal “entregar o Convento de Seiça a investimentos privados não deve servir de desculpa para a câmara se alhear das suas responsabilidades”. Por isso, advoga que a autarquia deve “levar a bom termo a classificação como monumento nacional e continuar à procura fundos de financiamento”

terça-feira, 14 de maio de 2024

Município da Figueira da Foz suspende expropriações em Seiça

Via Diário as Beiras

Estava prevista a compra de três casas, mas a diferença de valores entre avaliações ditou a suspensão do processo

«Uma habitação é propriedade do antigo presidente da SMS – Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça, João Campos, e outra pertence a um familiar da atual presidente, Rosa Anttonen.
“Para já, está fora de questão, porque houve uma diferença grande entre a avaliação [encomendada pelo município] e os valores que [os proprietários] apresentaram. [A expropriação] entrou num processo especulativo e, portanto, não tem cabimento”, esclareceu, ao DIÁRIO AS BEIRAS, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes.
O autarca acrescentou: “Depois, as pessoas que não se queixem que não há a requalificação almejada da zona envolvente. Ir expropriar propriedade em vários casos pertencentes aos dirigentes da Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça, prefiro nem sequer mergulhar nesse processo; ponho-o de lado”.
“Temos muita coisa a fazer ali, e vamos trabalhar com os terremos que temos [do município]”, concluiu Santana Lopes.»

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Seiça e Maiorca à venda ... E porque não o Forte de Santa Catarina?

Notícia de ontem, via jornal EXPRESSO:
Estado compra imóveis de turismo até ao valor de cinco milhões de euros.
"A Turismo Fundos, sociedade que gere os fundos de investimento imobiliário do Turismo de Portugal, vai lançar um concurso de compra de imóveis, destinado a pequenas e médias empresas do turismo e da indústria, no valor de 60 milhões de euros, revela o “Jornal de Negócios”. Só serão comprados imóveis avaliados até cinco milhões de euros."
Foto Luís Fidalgo
Será que está aqui a oportunidade que o Presidente da Câmara aguardava para vender  o Convento de Seiça (no Paião) e o Paço de Maiorca (em Maiorca)?
Recorde-se que tanto o Convento de Seiça como o Paço de Maiorca estão à venda há anos... 
Já, agora, porque não incluir no pacote o Forte de Santa Catarina?

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Santana Lopes está a seguir o guião por si próprio anunciado no acto da tomada de posse

O património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca, “realidades que estão muito complicadas” - e a “resposta social, com os centros de saúde e o sistema de transporte das pessoas que vivem mais longe do centro do concelho”, são as áreas em que o autarca prometeu no dia da tomada de posse “trabalhar mais depressa”. Nesse dia 17 de Outubro p.p., o agora independente Pedro Santana Lopes eleito pelo movimento “Figueira a Primeira”, assumiu também como prioridades o mar, a erosão costeira,  o regresso do ensino superior e as respostas sociais. Sem esquecer, contudo, a necessidade de  "acabar as obras em curso".
Ontem, à margem da reunião de câmara, Santana Lopes disse aos jornalistas, que dá prioridade à reabilitação do património municipal. O autarca referia-se a imóveis como o Mosteiro de Seiça (Paião), o Paço de Maiorca, o Palácio Conselheiro Lopes Branco (Maiorca) ou o moinho de marés (Alqueidão). “É prioridade para mim o património ser recuperado”, afirmou. A propósito de Maiorca, Pedro Santana Lopes garantiu: “o Paço de Maiorca vai ser recuperado, não tenham dúvida nenhuma”. Por outro lado, “o Mosteiro de Seiça não pode esperar. Quero começar a intervenção, porque o mosteiro precisa”, disse ainda Pedro Santana Lopes.
Portanto, até ao momento, Santana Lopes está a seguir o guião por si próprio anunciado no dia da tomada de posse.
Via Diário as Beiras ficam as principais decisões tomadas na reunião de câmara realizada ontem, para além da reabilitação do património: aprovação da delegação de competências, videovigilância no Bairro Novo e continuação de Rui Duarte à frente da Figueira Domus.

sábado, 2 de março de 2024

Requalificação do Mosteiro de Seiça não gerou consenso na AM

Via Diário as Beiras

«O movimento independente Figueira A Primeira (FAP) e o PSD apresentaram, na Assembleia Municipal (AM) da Figueira da Foz, moções de congratulação pela requalificação do Mosteiro de Seiça

O PS, com maioria neste órgão autárquico, só viabilizou a proposta dos independentes, apresentada por Edgar Gonçalves, depois destes incluírem uma referência ao ex-presidente da Câmara da Figueira da Foz Carlos Monteiro.

O PSD, que ia votar a favor da versão original da moção da FAP, acabou por abster-se, devido à inclusão da referência ao ex-autarca do PS, frisou o líder na AM, Manuel Rascão Marques.

Todos votaram a favor da moção do PSD, exceto a CDU, que se absteve. A deputada comunista, Silvina Queiroz, justificou a opção de voto com o facto de a Associação dos Amigos do Convento de Seiça não ser mencionada. Por sua vez, a proposta da FAP obteve quatro abstenções (três do PSD, uma da CDU e outra do BE). O deputado bloquista, Pedro Jorge, absteve-se alegando que a redação não era clara.»

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

"Mosteiro de Seiça recebeu 2500 visitas em dois dias"

Video via Município da Figueira da Foz 

Texto: Fonte - Diário as Beiras

"Na inauguração das obras de reabilitação do Mosteiro de Seiça, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, defendeu que o património deve ser usufruído pela comunidade. Ora, foi com justamente esse intuito que o Município da Figueira da Foz reabilitou o imóvel municipal. Entretanto, a autarquia está a programar novas atividades para os visitantes, no espaço expositivo relacionado com a história do monumento nacional e noutras zonas do edifício.

No sábado, 900 pessoas visitaram o monumento nacional. No domingo, o número de visitantes disparou para 1600."

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

"Começou hoje um novo cilclo na vida do Mosteiro de Santa Maria de Seiça"

Na inauguração das obras de reabilitação, o Presidente da República destacou «a intervenção de Pedro Santana Lopes, cujo executivo aprovou a compra do mosteiro de Seiça há 25 anos, no seu primeiro mandato enquanto autarca da Figueira da Foz (1998-2002) e viria, este ano, a concluir a obra (uma intervenção orçada em 2,7 milhões de euros), novamente como presidente da Câmara, após o concurso lançado pelo anterior executivo socialista.

“É evidente que todos merecem elogio. Quem teve a felicidade, a intuição, e também o mérito de estar no começo e estar no fim, no mínimo tem uma longa vida, tem muita saúde e tem alguma sorte, porque tantos de nós começamos algumas obras e não vemos o seu fim, e aqui é uma pontaria enorme começar e acabar”, brincou Marcelo Rebelo de Sousa.

No entanto, para o Presidente da República, “além do talento e do mérito” dos autarcas, “o grande mérito é da comunidade” local, que não desistiu de ver o mosteiro reabilitado.»

Foto: Município da Figueira da Foz

Texto: fonte Campeão das Províncias

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Gestão do património de todos nós...(4)

"O Paço de Maiorca necessita de uma intervenção a curto termo para travar o seu acelerado processo de degradação. O Paço já teve uma oportunidade de
oferecer uma função pública quando existiam fundos do Estado disponíveis para
realizar o projeto do arquiteto Pedro Taborda. Esse projeto atribuía ao Paço uma função de apoio a artistas, incluindo ateliers e habitação, contemplando também a envolvente do edifício e a sua relação com o tecido social. As decisões entretanto tomadas, os custos que tiveram para a autarquia e o logro de uma solução para aquele espaço mereciam um apuramento de responsabilidades
mais rigoroso e consequente. Na minha opinião, Maiorca merecia um projeto que trouxesse genuína vitalidade à vila, como o proposto pelo arquiteto
Pedro Taborda, mantendo o Paço no domínio público e reforçando a sua
ligação ao tecido social de Maiorca.
Relativamente ao futuro do Convento de Seiça, é urgente consolidar o conjunto de edifícios e posteriormente intervir. O Convento é o monumento mais antigo do concelho, com uma igreja de traça única apesar de já ter sofrido intervenções destrutivas, com uma história ímpar de produção de conhecimento ligada ao Mosteiro de Alcobaça e uma singular imponência no contexto do património do concelho. Existem exemplos de conventos recuperados para o setor do turismo, como é o caso do Convento de Santa Maria do Bouro, igualmente convento cisterciense, recuperado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura e adaptado a uma Pousada de Portugal, gerida por um grupo privado. O problema é que não faltam casos de venda de património a um privado utilizando o prestígio de arquitetos de renome para assinar os projetos, mas que à primeira oportunidade mutam para soluções que desvirtuaram a ideia do próprio arquiteto e destruíram a traça histórica desses locais em benefício
de efémeros lucros.
Em Seiça, não podemos correr esse risco. Sou contra a sua venda e apoio uma solução que atribua funções públicas ao Convento, que se for executada com o devido rigor arquitetónico poderá servir para criar uma dinâmica turística mais
sólida e duradoura."
Via Diário as Beiras

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

sábado, 11 de dezembro de 2021

3 milhões para obras no Mosteiro de Seiça

« “Após sucessivas diligências levadas a cabo pelo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, nomeadamente através do Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), a Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO 2020), aprovou na passada quinta-feira, dia 09 de dezembro de 2021, a candidatura a fundos para a intervenção de requalificação e consolidação do Mosteiro de Seiça”.
A obra, com investimento total estimado de 2.924.933,33 € e um investimento elegível de 2.922.881,66 €, será cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a 85%, ou seja, com 2.484.449,41 €.
Esta candidatura teve por objetivo a recuperação e reutilização deste monumento nacional de elevado valor patrimonial e cultural, devolvendo a sua identidade à população e ao visitante, permitindo a fruição deste espaço, e o desenvolvimento da cultura e do conhecimento histórico, através da sua preservação e sustentabilidade futura. A conclusão da intervenção está prevista para o dia 31 de dezembro de 2023.»

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Gestão do património de todos nós...(3)

"Perplexa perante a pergunta apresentada. Há pouco havíamos manifestado opinião sobre a possível utilização de dois belos espaços patrimoniais do concelho, Paço de Maiorca e Mosteiro de Seiça. Quase diria como o espanhol: ”Yo no creo em las brujas pero que las hay, las hay”.
O assunto é controverso, porque tem subjacente uma série de contradições, coisas mal explicadas. A Câmara Municipal, através da senhora vereadora, continua a insistir que Seiça é Monumento Nacional desde 2018! Mau! Então por que razão a publicação do Anúncio 66/2019, publicitando a abertura de procedimento tendo em vista essa classificação?
Alguém entende? Eu não! Se assim fosse, por que razão continua a sua classificação como Imóvel de Interesse Público patente no painel em frente ao convento, painel que avisa os transeuntes para o perigo de ruína do edifício? Não diz a cota com a perdigota, diz o povo.
Estranha-se muito a demora do processo, dada a urgência de acudir ao mosteiro. Lembrar que alienar a privados património classificado é impossível, segundo o site Direitos e Deveres dos Cidadãos: “os bens imóveis do domínio público estão sujeitos a um princípio de inalienabilidade. Estão, em absoluto, fora do comércio jurídico… por exemplo, contratos de compra e venda ou similares).” Este seria o caso do Mosteiro, bastando-me tal para estar em completo desacordo com a venda, para lá das razões do coração.
Quero que o edifício continue nosso, nosso. São precisos 3 M€! Se for MN pode ser elegível a fundos estruturais. O Paço de Maiorca é um assunto diverso. Havendo o risco de a Câmara ser condenada ao pagamento da indemnização milionária, como pensar-se na alienação? Escrevi em dia de S. António e essa ideia parece advir da fé que tudo corra bem com o recurso interposto!
De minha parte desejo ardentemente que sim. A CM endividou-se para adquirir património relevante, agora que as coisas melhoraram deita-se tudo a perder, passando-o a patacos?! Não concordo e espero que tais peregrinas ideias não vejam a luz do dia, apesar da concordância dos srs. presidentes de J. Freguesia envolvidos."

Via Diário as Beiras

sexta-feira, 7 de julho de 2023

𝐏𝐔𝐁𝐋𝐈𝐂𝐀𝐃𝐎 𝐎 𝐃𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐑𝐄𝐂𝐋𝐀𝐒𝐒𝐈𝐅𝐈𝐂𝐀 𝐌𝐎𝐒𝐓𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐃𝐄 𝐒𝐄𝐈𝐂̧𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐌𝐎𝐍𝐔𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐍𝐀𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋

Via Município da Figueira da Foz

"Hoje é um dia de grande orgulho e alegria para os figueirenses: foi publicado no Diário da República deste 07 de julho, o decreto nº 13/2023, da Presidência do Conselho de Ministros, que amplia a área classificada do Mosteiro de Santa Maria de Seiça e reclassifica-o como «Monumento Nacional»."

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Seiça, há muitos anos um convento abandonado...

Via Diário as Beiras

Todos sabemos que em ano de eleições autárquicas, "propaganda, é o que continua a preocupar os "nossos" autarcas...".
O ano passado, o actual presidente da Câmara, Carlos Monteiro, admitiu que o município pudesse vir a vender o Convento de Seiça (no Paião), imóvel histórico, classificado e propriedade do município da Figueira da Foz. 
Recordo: evidentemente,  “se aparecerem propostas interessantes e bons projetos”, sublinhou o autarca.
Entretanto, a edilidade figueirense candidatou a conservação das ruínas do convento construído pela Ordem de Cister antes da nacionalidade portuguesa a fundos comunitários. Esta intervenção poderá custar cerca de três milhões de euros.
Será desta?
Citando Silvina Queiroz, recordo...
"Em finais de 2018 anunciou-se que o mosteiro obtivera a classificação de monumento nacional, condição sine qua non para candidatura a fundos estruturais. Equívoco inexplicável, pois só em Abril do ano passado é publicado o Anúncio 66/19 determinando a abertura do procedimento de ampliação e reclassificação como Monumento Nacional e indicando estarem os elementos relevantes do processo disponíveis nos sites da D. G. Património, da D. R. Cultura Centro e da Câmara Municipal."
Será desta? 2021, é ano de eleições autárquicas... Ver para crer, com S. Tomé...

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Mosteiro de Seiça: obras estão suspensas

Com um investimento total estimado em 2.924.933,33 euros, a intervenção é cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a 85%.

«As obras do Mosteiro de Seiça foram suspensas, na semana passada e por um período de dois meses, a pedido do empreiteiro, alegando indefinições por parte da Direção Regional da Cultura (DRC), avançou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes. O autarca, em declarações aos jornalistas, no passado dia 11 co corrente, mostrou-se “preocupado”.

“Temos o prazo (para concluir as obras) até 31 de dezembro de 2023”, frisou o presidente da câmara.»

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mosteiro de Seiça


Ontem, em plena reunião camarária, foi entregue na câmara, uma petição popular em defesa do mosteiro de Seiça com 1.218 assinaturas.
Duarte Silva, na oportunidade, disse que não consegue encontrar investidores. “Temos tentado encontrar pessoas interessadas em recuperar o imóvel, mas ainda não encontrámos um projecto que vá de encontro ao que se pretende”, declarou o presidente da câmara.
A oposição discorda que o edifício, anterior à nacionalidade, possa vir a ter uma utilização comercial, como admite Duarte Silva.
Perante mais esta visão economicista de Duarte Silva, concordo com Fernando Campos: “mal por mal, deixem os vestígios do passado entregues ao tempo e ao seu labor competente.”

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Gestão do património de todos nós...(5)

"Este é um daqueles temas que me levam a uma posição indefinida, criando em mim um conflito ideológico e retórico que até hoje encontrei em poucos temas. Se por um lado me vem à memória o texto de José Saramago “Privatize-se tudo!”. Por outro, não posso deixar de compreender a possível venda dos patrimónios, dado o historial recente dos dois edificados.

Sou um defensor de que o património histórico deve estar nas mãos do estado. O estado é a única instituição portuguesa que garante a sua própria existência há mais de 900 anos, algo, que nos leva a crer, que este, terá um carácter intemporal na vida da sociedade portuguesa. Fator que é importante, na hora de olhar à preservação do monumento histórico a longo prazo. O Estado, ao contrário de uma empresa, não terá como fim o lucro, mas sim a preservação da memória e da história das suas gentes.

Facilmente se rebate o argumento que apresentei em cima, exatamente com os monumentos que aqui estamos a discutir. E esse é exatamente o motivo pelo qual aceito a ponderação de uma venda a privados. A verdade é que os monumentos já estão sobre a alçada da autarquia há mais de 20 anos.

Neste tempo, o Convento de Seiça apenas ficou mais danificado e o Paço de Maiorca foi palco de um dos contratos mais ruinosos da história da democracia portuguesa. Também é verdade, que a autarquia nos últimos 20 anos teve 11 a pagar dívidas monumentais, facto que nem permite pensar numa intervenção de fundo, totalmente suportada pela autarquia.

Assim, considero que para o estado poder concretizar o seu dever, o restauro dos dois edificados deve ter o apoio direto do estado central. Se isto não se tornar uma realidade, será muito difícil para a câmara municipal fazer todo o trabalho sozinha. Se este cenário não se materializar, a única solução que afiguro, será a venda aos privados que derem mais garantias de manutenção do património a longo prazo.

Tal como escrevi no artigo anterior, é tempo de nos fazermos valer do carimbo de monumento nacional, no caso do Convento de Seiça, para o Terreiro do Paço perceber que está em falha perante os seus deveres."
Via Diário as Beiras

sexta-feira, 15 de março de 2019

A Figueira ficou mais pobre: morreu o Capitão Guerra, um dos figueirenses que tentou salvar da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor")

Imagem Diário as Beiras

Na altura, comprar o Palácio de Maiorca, o Convento de Seiça e fazer o Caríbe foram  as prioridades...


"O dr. António Cação ofereceu o navio à Câmara Municipal e não foi aceite tão preciosa oferta. Que belo seria podermos ver hoje o navio José Cação instalado numa abertura feita na Morraceira, junto à Ponte dos Arcos. Ílhavo tem um belo museu, o navio Santo André e tem o casco do Santa Maria Manuela, o qual pensam aparelhar para pôr a navegar. E o que tem a Figueira que honre os seus filhos?" - palavras de Manuel Luís Pata.

Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços para tentar salvar da destruição e da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor").
Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003.
Recordo, um pequeno excerto de uma  interessante crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14 foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja, quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!”
Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”
E, assim,  o “José Cação” foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.

sábado, 20 de junho de 2020

Gestão do património de todos nós...(6)

"Quem tem a felicidade de passear por Split, pelo Palácio de Diocleciano, uma fortaleza romana do século IV, encontra dentro, sob e sobre as suas construções milenares, um grande número de lojas, cafés e hotéis.
Se viajarmos até ao Vale do Loire, podemos visitar muitos dos seus famosos castelos de propriedade totalmente privada. Em Espanha, vemos inúmeras Plazas Mayor habitadas, com comércio e serviços, inalteradas e conservadas, mantendo a aparência que tinham há centenas de anos.
Infelizmente em Portugal, continua a faltar sensibilidade da maioria da população para a conservação do património. Passo os meus dias a tentar convencer os proprietários a manter as cantarias antigas, os azulejos, as janelas de guilhotina ou os tradicionais telhados portugueses.
Não deveria ser assim. Tal acontece porque, ao contrário do que se passa na maioria dos países europeus, continuamos a não valorizar e a não ter orgulho no que é antigo, genuíno e característico, considerando-o apenas velho e sem graça e um empecilho ao desenvolvimento. Sem perceber que, na realidade, o maior valor económico de um edifício, de uma rua ou de um lugar são precisamente esses detalhes que lhes dão a sua singularidade.
Contudo, vai havendo algumas mudanças, temos o exemplo das Pousadas de Portugal que hoje têm uma exploração privada. E, de facto, existem inúmeros mecanismos legais que protegem o património de valor cultural. Adicionalmente, todos os cidadãos têm responsabilidade na sua defesa e preservação. Pelo que os investidores privados, explorando quer o seu património pessoal quer o público, têm obrigações legais indiscutíveis e semelhantes a qualquer entidade pública.
Portanto, havendo 2 edifícios municipais que estão devolutos, pois necessitam de obras de recuperação e de uma exploração ativa, e existindo potencial financiamento público ou interesse de potenciais investidores, considero que, salvaguardando o seu valor patrimonial e visitação, o Paço de Maiorca possa ser cedido para uma exploração privada. O Mosteiro de Seiça, após a tão esperada obra para a sua consolidação e sendo um monumento nacional, deverá ter uma utilização essencialmente pública, mantendo-se propriedade do município."
Via Diário as Beiras

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Continuamos "a encanar a perna à rã"...(2)

Ontem, em directo, tive oportunidade de ver o discurso de Carlos Monteiro no Cae, na Sessão Solene Comemorativa do Dia da Cidade em 2020 e entrega de distinções honoríficas. Como estava pressionado pelo tempo, fiz uma postagem rápida onde me limitei a fazer o resumo do que tinha ouvido numa frase: continuamos a "encanar a perna à rã".
Vamos, agora, depois de ouvir de novo e de alguma leitura nos jornais, a algumas citações. 
(Para ouvir o discurso na integra, clicar aqui.)
“É necessário valorizar os espaços públicos das freguesias mais rurais, assim como viabilizar a construção de mais passeios em todo o concelho”. 
“Seria muito importante que os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano se estendessem a todas as freguesias”.
Estão “previstas novas intervenções em todas as freguesias do concelho”. O “concelho tem mil quilómetros de vias asfaltadas, que vão continuar a ser requalificadas, assim como irão ser feitas algumas intervenções de requalifi cação em áreas de reabilitação urbana”, frisou Carlos Monteiro.
O parque urbano e as ciclovias que ligarão a Figueira da Foz a Coimbra e à Mealhada e a via ciclável e pedonal europeia (Eurovelo), assim como a requalificação dos passadiços das praias da Murtinheira, Quiaios e Costa de Lavos, também integram os investimentos programados pela autarquia, lembrou o edil. Isto enquanto decorrem obras no Cabedelo e se prepara o início da segunda fase da frente marítima de Buarcos.
Plano de investimentos: ligação da rua da Vidreira, na Fontela, à A14, a estrada do Cabo Mondego e a rotunda do Galo de Ouro, em Tavarede. No campo de desporto,  está “sempre no horizonte” do executivo camarário que lidera “a necessidade da construção de uma piscina coberta na zona urbana, assim como um pavilhão multiusos com ambivalência na vertente económica”.
O presidente da autarquia figueirense realçou, ainda, o futuro centro de formação profissional e a expansão da área da zona industrial e o seu contributo para o desenvolvimento económico e a qualificação da mão de obra. Referiu as obras na Escola Cristina Torres e a requalificação que deverá ser feita na Escola das Abadias. A  Bernardino Machado, também está no pensamento do presidente, todavia, “ainda não surgiu a oportunidade”.  E, claro, a recuperação das ruínas do Convento de Seiça também está na lista de obras.
Habitação: “Não terminaremos o mandato sem definir uma estratégia local de habitação para o concelho. Queremos promover a oferta de soluções habitacionais adequadas e atrativas para os diversos níveis de rendimento, composição e estilos de vida dos agregados familiares, incluindo para aqueles que têmnecessidades especiais e que requerem integração coerente de respostas e políticas sectoriais” “Esta medida requer a mobilização extraordinária de recursos da rede social do concelho, do município e do Estado”.

Terminadas as citações, um comentário.
Que me lembre, nunca um presidente de câmara desiludiu tão depressa. A uma  entrada, em que Carlos Monteiro mostrou um deslumbramento indisfarçável, seguiu-se o habitual: mais do mesmo, que o mesmo é dizer, nada de novo. Carlos Monteiro, em Abril de 2019, surgiu como presidente de Câmara, como um produto do acaso. Claro que foi apenas um começo. Uma coisa é certa, porém: em 2021, se a ambição ganhar eleições, Monteiro arrasa todos os outros candidatos.
Para compensar a ausência de liderança, de competência política, capacidade de gestão da autarquia e desgaste rápido na opinião pública, este executivo atacou na área dos media, o que, aliás, é muito típico do PS. Para além dos políticos socialistas António Costa e José Socrates,  na memória de todos, por serem os mais recentes, lá mais para trás, os governos de Mário Soares e de António Guterres- Jorge Coelho fizeram escola, na "domesticação" dos media, que continua com seguidores fiés passados todos estes anos.
Este discurso de ontem de Carlos Monteiro, ao só falar do presente e do futuro a curto/médio prazo, mostra o que  Carlos Monteiro representa hoje na política figueirense: a figura que comanda e que tutela a não política, as não posições definidas e objectivas, a demagogia e o explorar das emoções mais básicas do pequeno mundo do PS Figueira e do eleitorado concelhio
Tornar possível o retorno da política, pura e dura, que desde a passagem de Santana pela câmara da Figueira desapareceu da vida local, seria  a melhor forma  de fazer o combate político que se impõe fazer a Carlos Monteiro. 
Teria de ser um combate político feito com Política, a sério. Mas, como promover  a discussão séria, consequente e frontal de ideias e projectos para a Figueira, se os políticos em exercício, salvo raríssimas excepções, nem oposição têm feito?..

Que não haja ilusões: para a Figueira vir a ter futuro, a longo prazo, a Política tem de regressar à Figueira. 
Esta "liderança acidental" da câmara da Figueira, foi uma oportunidade que caiu no regaço de Carlos Monteiro no ano passado. Tal como aconteceu a Bruno Lage o ano passado no Benfica. Depois do sucessso fulgurante, pelo andar da carruagem, já se percebeu que Lage não é lider, nem o treinador que o Benfica precisa. Vive à mercê do patrão, vigiado, sitiado, à espera que ele decida o seu futuro...
Quem vai decidir o futuro de Carlos Monteiro, em princípio irá ser também o patrão (o povo). O povo, em democracia, tem o seu papel. Muitas vezes, porém, o de verbo de encher o balão da demagogia dos políticos...