David Pontes, jornal Público
"Há sinais que podem perdurar, independentemente dos esforços de contenção de danos feitos nos últimos dias. Um desses sinais é o da inexistência da ministra da Administração Interna. É a segunda vez que Luís Montenegro escolhe uma titular para uma pasta estratégica que aos primeiros sinais de uma crise se mostra inexistente. É ele o responsável, mas é ela o rosto da ausência governamental, lapidarmente registada na fuga do "vamos embora". O peso deste erro de elenco está não só no facto de ser uma pasta com dossiers sempre importantes, como a segurança ou a protecção civil, mas por ser a tutela de polícias e bombeiros. Ambas são forças com uma imensa implantação territorial, uma ligação forte à comunidade e onde o Chega tem conseguido uma boa implantação. Outra marca perene éa de que o Governo é frágil a gerir crises. Já tinha sido assim com o apagão, foi agora com os incêndios. Muito hábil na refrega política, o executivo atrapalha-se quando a crise a gerir está no país e não nos corredores de São Bento, do Parlamento ou dos ministérios. Para quem domina a comunicação pelo silêncio, Luís Montenegro tinha obrigação de saber quando é mesmo preciso falar."
1 comentário:
Não sei que foi dito na NOW ontem, mas com olhos na cara e um bocadinho de memória, percebemos que a serra da Boa Viagem e serra das Alhadas, têm 20 anos de combustível acumulado desde Outubro de 2005, e além de umas mini-rapagens pontuais, nada foi feito do ponto de vista da prevenção. Quando aconteceu Monchique, em 2018, salientei a evidência de nada ter sido feito na serra ( BuarcosBlog - 9 Agosto 2018 ) paea reordenar e manter limpo. Ontem foi no Alqueidão. Um dia, inevitavelmente, será aqui. O Presidente afirmou que a limpeza devia caber às autarquias. Obviamente, com verba vinda do orçamento de Estado. Concordo, claro. Mas não havendo essa disponibilidade do poder central, a autarquia vai fazer o quê? Nada?
Há verbas melhor gastas/empregues/investidas do que outras.
Enviar um comentário