De um órgão de informação espera-se que seja isento e objectivo.
Isto, é
básico no jornalismo informativo.
Mas, o que
se passa na Figueira?
Como todos
sabemos, os media estão condicionados.
Divulgam
aquilo que os poderes – politico e económico - pretendem, ou lhes interessa, e
ocultam as vozes incómodas ao sistema.
Toda a gente
sabe isto, mas é uma verdade "ignorada"...
Faz falta numa Figueira, que se quer democrática e progressista, um projecto independente de informação humanista, que
fale do concelho que realmente somos. Que fale dos problemas das empresas e dos
trabalhadores, das associações patronais e dos sindicatos, da saúde, da educação, da segurança social pública, dos pequenos comerciantes que vivem cada
vez com mais dificuldades, mas que continuam a sonhar e a lutar, das colectividades. Enfim, da vida real.
Todos
sabemos o mundo em que gravitam e funcionam os políticos figueirenses do chamado arco do poder.
Passam o tempo a divertir-se em jogos que apenas parecem visar um objectivo: “lixar-se” uns aos outros.
Exemplo
disso foi o caso das reuniões de câmara à porta fechada, que do meu ponto de vista, apenas teve como objectivo “lixar” o
Miguel Almeida ao tirar-lhe protagonismo mediático...
Quase que imagino o
comentário, do presidente da câmara e da sua entourage, - vereadores da maioria e assessores - depois da concretização da jogada. Devem, entre o contentinho e o divertido, ter dito algo parecido com isto: “já lixámos o
Miguel”.
Falta, na Figueira,
um projecto informativo que fosse a voz dos que, todos os dias, lutam e constroem a nossa terra.
Falta, na Figueira, uma voz que ultrapasse as fronteiras da Avenida Saraiva de Carvalho, do Casino, do Cae, do pequeno mundo da caridadezinha dos
rotários e dos lions...
Falta, na nossa cidade, um projecto que dê protagonismo a um concelho
que se chama Figueira da Foz e que tem vozes novas, irreverentes e incómodas.
Falta, na Figueira da Foz, como quase sempre faltou, um órgão de informação independente de todos os poderes.
Registo as três excepções de que tenho conhecimento: A Voz da Justiça, barca nova e A Linha do Oeste.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário