António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
terça-feira, 18 de junho de 2013
Protesto emergente
"A onda de protestos que atingiu o Brasil justifica que se pondere a insensatez de os países se candidatarem a organizar eventos desportivos de grande dimensão, com um peso gigantesco no seu orçamento. Em Portugal ainda hoje estamos a pagar a loucura de construir dez estádios totalmente inúteis para organizar o Euro 2004. Só de pensar na falta que faz esse dinheiro neste momento de crise deveria motivar declarações públicas de arrependimento por parte de todos os responsáveis pela candidatura. Mas na altura ninguém se apercebeu do disparate que constituía a organização desse evento. Pelos vistos os brasileiros aperceberam-se a tempo do que lhes vais custar a organização do Mundial de 2014, já para não falar das Olimpíadas de 2016."
daqui
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