"A vaia a que Relvas foi sujeito em Mafra revela, além da impopularidade do ministro-cancro do actual Governo, a que ponto desceu o respeito dos portugueses pelo poder político.
E do poder político por si próprio.
O que também se deve ao PS de Sócrates e Ricardo Rodrigues.
Talvez alguém deva explicar aos nossos distintísimos homens de Estado que está em jogo uma coisa chamada legitimidade. Cavaco, igualmente vaiado há dias, demitiu um ministro por causa de uma anedota. Hoje, os ministros não se demitem nem mesmo quando são a anedota."
Daqui
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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