Foto sacada daqui
Agora, o sítio está mais deserto.
Há areia, alguma verdura e o pensamento do cata-vento!..
Sopra o vento sem retorno, enquanto a poente, o fundo, é o mar um tanto morno.
No pinhal, o vento faz as carumas dançar.
Cata-vento, dos anos do quase ontem da minha infância, hoje, o céu esta triste...
E a chorar... A linha do horizonte difícil de encontrar.
Cata-vento: na minha memória tens história.
Para os demais, se calhar, és apenas poeira no vento ...
Lamento... Cata-vento...
Agora, o sítio está mais deserto. Há areia, verdura e perdura o pensamento do cata-vento!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
3 comentários:
Lindo poema...escrito provávelmente por alguém,que vive profundamente a sua terra,os meus sinceros parabéns.
É um prazer ver uma foto minha,tão bem acompanhada...
Obrigado, catavento.
Estas imagens antigas trazem à memória sítios, cheiros (ali, junto ao antigo cata-vento o cheiro das camarinhas era uma tentação...), momentos, memórias - vida.
Venham de lá essas fotos.
Bem pensado,essa de trazer de volta o velho cata-vento,infelizmente já levado pelo mar.
Outros tempos,velhas lembranças do passado,que o tempo não apagou.
Bom tema,que já deu muito que falar,sobretudo relacionado com a erosão da costa portuguesa.
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