sexta-feira, 28 de julho de 2023

Aguardadas há mais de meio século...

 Via Campeão das Províncias

"Passados cerca de quatro meses depois da visita de Pedro Santana Lopes ao Largo de Santo António (Misericórdia Obra da Figueira), que aguarda há mais de meio século por obras de recuperação e arranjo urbanístico, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz e o vereador Ricardo Silva voltaram ao final da tarde da passada quinta-feira, a reunir com o provedor da Instituição, Joaquim de Sousa, a quem apresentaram os projectos previstos para executar a obra, que foram do agrado do provedor pela “simplicidade que sempre defendeu para aquela espaço” disse.
Tal como em Março foi explicado ao edil figueirense, há décadas que o Largo Silva Soares (Largo de Santo António/Misericórdia Obra da Figueira) aguarda por um arranjo urbanístico bem como substituir todo aquele muro que mais parece uma fortaleza e que regresse à beleza e simplicidade do que existiu até ao final dos anos 40.
Depois de analisado os projectos que mereceram a concordância do provedor, por configurarem com a dignidade de todo aquele espaço histórico que vem desde o século XVI (1536), Santana Lopes manifestou o seu regozijo por os mesmos serem do agrado de todos e explicou que vão prosseguir com a conclusão dos “detalhes do projecto” para que, a obra do arranjo do Largo de Santo António, arranque antes do final de ano em curso.
Joaquim de Sousa, acompanhado de alguns mesários da Instituição, aproveitou a oportunidade para uma conversa informal com os autarcas, trocando sugestões sobre coisas de interesse para a Figueira da Foz."

Causa Pública: vem aí um think tank para a esquerda que gostou da “geringonça”

Alexandra Leitão e Pedro Delgado Alves são deputados do PS e vão integrar a Causa Pública
Foto 
NUNO FERREIRA SANTOS
«Não é um “clube de apoio a Pedro Nuno Santos” nem um grupo de convívio de nostálgicos da “geringonça”, embora estejam lá pessoas que defendem a candidatura, no futuro, de Pedro Nuno a secretário-geral do PS (embora outras nem por isso).

É verdade que, entre os membros da Causa Pública, “há uma avaliação positiva sobre o período dos acordos parlamentares à esquerda”, como diz ao PÚBLICO o economista Ricardo Paes Mamede, um dos fundadores. No entanto, a repetição da “geringonça” “não está no centro das actividades” da associação e “nem é o mínimo denominador comum”.

Afinal, então, o que vai ser a Causa Pública, a que também já pertencem os deputados socialistas Alexandra Leitão (que faz parte da comissão instaladora), Pedro Delgado Alves e Isabel Moreira?

Segundo Ricardo Paes Mamede, o think tank Causa Pública surgiu da “ideia de ter uma entidade capaz de produzir reflexão e propostas sobre política pública da mesma forma que a Sedes o faz no campo conservador e o Mais Liberdade no campo do neoliberalismo”.

A Causa Pública aparece, assim, com a ideia de, para além de promover a reflexão, “apresentar propostas de soluções de governação em várias áreas”. Ou seja, fazer menos “política” e mais “políticas” – aquilo que em inglês se chama “policies” e não “politics”.

“Há pouco trabalho sistemático no sentido de discutir, consensualizar e propor soluções de políticas públicas”, diz Paes Mamede, que ficará a coordenar a área de políticas económicas do novo think tank.

As primeiras reuniões começaram no início do ano – e nelas participou activamente o antigo ministro socialista do Planeamento João Cravinho – e há dois meses a Causa Pública registou-se como associação. O manifesto será apresentado em Setembro, numa sessão pública, assim como o grupo de fundadores, que deverão ser cerca de 100.

Ricardo Paes Mamede, economista e cronista do PÚBLICO, é independente. Paulo Pedroso, que, tal como a ex-ministra Alexandra Leitão, é da comissão instaladora, foi ministro da Solidariedade e dirigente do PS, mas há uns anos desvinculou-se do partido.

Também Ana Drago pertence à comissão instaladora – é hoje independente, depois de ter sido militante e deputada do Bloco de Esquerda. Era a líder do Fórum Manifesto (movimento sucessor da Política XXI de Miguel Portas) que integrava o Bloco de Esquerda e que abandonou o partido em Julho de 2014, juntamente com Rogério Moreira (que também faz parte da comissão instaladora do novo think tank) e o professor e investigador Nuno Serra.

O antigo secretário-geral da CGTP Manuel Carvalho da Silva, o comentador Daniel Oliveira (antigo militante do PCP e do Bloco) e o bloquista João Teixeira Lopes também integram a Causa Pública, que conta ainda com a participação de alguns militantes comunistas.

As políticas da Habitação ficam a cargo de Ana Drago; as do Trabalho sob a responsabilidade de Carvalho da Silva; Alexandra Leitão fica com as políticas de Justiça, direitos, liberdades e garantias; José Reis com as políticas do território.

A Causa Pública vem preencher um espaço que, segundo os dinamizadores, está por preencher. “O espaço de debate público sobre alternativas à governação actual é hoje dominado pelos conservadores, representados, por exemplo, pela Sedes e pelo espaço liberal que se revêem na Fundação Mais Liberdade”, argumenta Ricardo Paes Mamede. “É preciso que aqueles que se revêem numa governação à esquerda, e que defendem que é possível ir-se mais longe, afirmem esses propósitos”, defende o economista.

O novo think tank tenta pôr novamente o PS a “falar” – ou, pelo menos, alguns dos seus destacados militantes – com os partidos à sua esquerda, pela primeira vez desde o afastamento gradual entre PS, Bloco de Esquerda e PCP, na sequência das eleições legislativas de 2019. Foi aí que o PS obteve uma maioria relativa e dispensou os acordos escritos – desejados pelo Bloco, mas que o PCP também não queria.

Depois da maioria absoluta obtida em Janeiro pelo PS, o diálogo institucional só não parece mais distante do que nunca porque até Outubro de 2015 era considerado pura e simplesmente impossível.

Este será um fórum para reabilitar o diálogo à esquerda. É aqui que entra a conexão com Pedro Nuno Santos, que, no programa da sua candidatura a secretário-geral no pós-costismo, obviamente defenderá conversações pós-eleitorais à esquerda. No entanto, Ricardo Paes Mamede avisa que a Causa Pública está longe de ser um espaço de apoio ao “pedro-nunismo”: “Uma certeza que lhe dou é que, mesmo no núcleo dinamizador inicial, as pessoas têm posições diferentes relativamente ao próximo ciclo político.”»

Na Bernardino Machado, as matrículas do ensino profissional para o próximo ano letivo regressam à “normalidade”...

 Via Diário as Beiras

Férias com Livros no Jardim Fernando Traqueia, em Buarcos

 Via Diário as Beiras

«O Mar é a Nossa Terra» vai ter 2 visitas guiadas

Nos próximos dias 29 de julho e 5 de agosto, pelas 19h00, os curadores Miguel Figueira e André Tavares realizam uma visita guiada à exposição «O Mar é a Nossa Terra».

As visitas livres realizam-se de quarta-feira a domingo, às 14H00 e às 19H00. A exposição exibe a perspetiva de arquitetos, tendo o mar como cenário.

Compareça. Verá que vale a pena.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Amanhã há reunião de Câmara

Via Diário as Beiras 
Nota de rodapé.
Agenda da reunião de Câmara do dia 28 de Julho de 2023. 

"Parque situado junto às muralhas de Buarcos é pago, todos os dias, de 15 de junho a 15 de setembro. A concessão é de 2020 e a medida começou a ser aplicada este ano"... (continuação)

Há quem esteja a recusar-se a pagar estacionamento em Buarcos

Via Diário as Beiras


"Vários automobilistas “multados” no parque pago junto às muralhas de Buarcos estão a recusar-se a pagar a taxa, cujo valor máximo é de 16,80 euros. Sustentam que a cobrança do estacionamento e da “coima” é ilegal porque o respetivo regulamento ainda não foi publicado no Diário da República.

A concessionária, afiançando que está a cumprir a lei, frisa que aquele procedimento é da responsabilidade do Município da Figueira da Foz. Entretanto, há dúvidas legais sobre se o regulamento ainda em vigor acomoda a exploração do referido parque de estacionamento, que foi iniciada em 15 de junho deste ano, embora o contrato tivesse sido assinado, em 2021, pelo anterior executivo camarário."

É incompreensível, que o Governo PS, através do seu Ministério da Economia, tenha lançado recentemente um concurso público onde não acautelou o funcionamento do Casino entre 30 de Junho de 2023"

 Via Diário as Beiras

Tensão entre os Sapadores da Figueira da Foz e a Câmara Municipal continua

 Via DIÁRIO AS BEIRAS

Sinéad O-Connor

Raul Almeida é o novo presidente da RTC

Raul Almeida, vai suceder a Pedro Machado no cargo e foi eleito para um mandato de cinco anos.
O acto eleitoral, que determinou a composição da Comissão Executiva, da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho de Marketing, realizou-se em três mesas de voto, em Aveiro, Guarda e Leiria.
A lista liderada por Raul Almeida foi a única a apresentar-se a sufrágio. Votaram 115 associados, que representam 72,3% dos 159 elementos do colégio eleitoral. Entre estes, registaram-se 113 votos a favor, um voto branco e um voto nulo, o que totaliza 98,2% de votos a favor.
Pedro Machado e Jorge Almeida Loureiro foram eleitos presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho de Marketing, respectivamente.
Raul Almeida venceu as eleições para a Câmara de Mira em 2013, e 2017 e 2021. Encontra-se a meio do terceiro e último mandato e ainda não sabia o que iria fazer depois. "Provavelmente, regressaria à advocacia, que é a minha profissão. Exercia advocacia em Mira e em Lisboa".
Continuará em funções como presidente da câmara d Mira até tomar posse como Presidente da Turismo Centro de Portugal, no dia 1 de Setembro, às 11h30, no Convento São Francisco, em Coimbra.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Mário Soares, na Figueira sempre uma vedeta política...

 Via Diário as Beiras

Mário Soares, de seu nome completo Mário Alberto Nobre Lopes Soares, nasceu em Lisboa, em 7 de Dezembro de 1924, filho de João Lopes Soares, professor, pedagogo e político da 1ª. República, e de Elisa Nobre Soares. 
Casou com Maria de Jesus Simões Barroso Soares em 1949, falecida em 7 de julho de 2015. 
Tiveram dois filhos, Isabel Soares, psicóloga e directora do Colégio Moderno, e João Soares, advogado e antigo deputado à Assembleia da República, e cinco netos - Inês, Mafalda, Mário, Jonas e Lilah. 
Faleceu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, às 15:28 do dia 7 de Janeiro de 2017.

Em 9 de Janeiro de 2017, dois dias depois da sua morte, Carlos Beja, candidato pelo PS, em 1997, ao cargo de presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, disse o seguinte sobre Mário Soares:
"Mário Soares partiu!
Foi com ele que muitos de nós apreendemos o significado da Democracia e Liberdade!
A sua ligação a Figueira da Foz era profunda e genuína!
Aqui passou férias enquanto adolescente atacado pela asma e com seu pai desterrado nos Açores!
Aqui, junto ao actual Teimoso, reuniu em 1949 com Álvaro Cunhal como nos confidenciou um dia ao almoço íntimo em Buarcos!
Aqui realizou alguns dos maiores comícios do PS!
Aqui realizou um sonho de gerações de figueirenses ao adjudicar a Ponte sobre o Mondego e as obras de regularização do mesmo rio!
Aqui veio inaugurar a primeira Fimar e aqui chegou na noite dos acontecimentos trágicos da Marinha Grande!
Aqui voltou na sua última campanha presidencial, no seu apoio a candidatos autárquicos e para receber a justíssima homenagem da Medalha de Ouro da cidade!
Tive a honra e o privilégio de o ter como amigo e de o ter acompanhado de perto em múltiplas eleições legislativas, presidenciais e em Viagens de Estado!
Hoje, como muitos Figueirenses, fui à sede concelhia do partido que fundou para assinar o livro de condolências!
Lamentavelmente estava fechado como se nada se tivesse passado, para além dum comunicado de circunstância!
Mas Soares é superior a tudo isso!
Viverá na nossa memória individual e coletiva como o Homem mais livre e mais jovem que conheci!
Obrigado Mário Soares!
Viva Mário Soares!!"

Lembro Mário Soares como uma grande vedeta política. No País e na Figueira.
Encheu a Fonte Luminosa em Lisboa. Mas, mais difícil ainda, também encheu a Fonte Luminosa na Figueira.
Mário Soares, consta,  continua a ser  uma referência. Foi  o homem a quem Portugal deve não ter sido arrastado para o bloco comunista em 1975, tendo como expoente mais visível a manifestação da Fonte Luminosa, em Lisboa, no chamado Verão Quente.
Na altura, Portugal dirimiu. Portugal sentiu. Portugal decidiu.
Entretanto, Portugal deprimiu. Portugal ressacou. Resultado: Portugal recuou.

Em 1977 Mário Soares era Primeiro-Ministro e Henrique Medina Carreira ocupava o cargo de Ministro das Finanças. 
Dizia o primeiro ministro de então, ao Diário de Notícias.
"Sou partidário de uma sociedade totalmente aberta e livre, em que se assegurem largamente os direitos humanos, mas não pode haver tolerância com a criminalidade, mesmo que esta se oculte sob o pretexto falacioso da razão política".
O povo andava entretido e, numa "alocução" ao País em 28/02/77, Mário Soares, o primeiro de então expressava a ideia do seu País.
"Nós não queremos, em Portugal, constituir ou criar uma sociedade de burocratas, uma sociedade de homens que vivem à mesa do Orçamento e à sombra do Estado. Queremos, em Portugal, criar uma sociedade de homens livres que tenham a capacidade de iniciativa própria, capazes de contribuir para a riqueza nacional".

Já nessa altura o problema era o "pilim". Portanto, nada melhor que uma crise para acordar os portugueses - mas isso foi em 1977.
"Não nego que exista uma crise em Portugal, crise que, no seu aspecto fundamental - o aspecto económico - poderá sintetizar-se em três tópicos: défice da balança de pagamentos, inflação, isto é aumento do custo de vida e do desemprego"(Comunicação ao País em 07/06/1977).
1977, tempo de dificuldades que, felizmente, agora foi ultrapassado.
E, "felizmente", foi ultrapassado através de uma reforma profunda das mentalidades, uma das principais causas para o nosso atraso e para a falta de produtividade...
Em 1977, os alicerces fundamentais do Portugal moderno foram, erguidos por Mário Soares. Hoje, como todos sabemos, respira-se um ar saudável e pujante.
“Um quarto da riqueza de Portugal está nas mãos de 1% da população”!..
Mas, isso são águas passadas...

Em Junho de 2014Mário Soares, o fundador do PS e sempre um político virado para o futuro, teve, talvez, o seu derradeiro momento político, como interveniente importante: viu que António Costa era o socialista indicado para "unir a esquerda", coisa que António José Seguro, secretário-geral de então, não conseguia...
Mário Soares fez a previsão de que o PS iria "ganhar por pouco" as eleições europeias e acertou. Foi então que Mário Soares, o ex-Presidente da República, decidiu tomar partido na guerra interna que depois das eleições europeias foi aberta no Partido Socialista, por causa daquilo a que foi o primeiro a chamar "vitória de Pirro". 
Na altura, Mário Soares, o ex-primeiro ministro, apoiou claramente António Costa para a liderança do PS e fez críticas muito violentas a António José Seguro, que, na sua opinião, nunca "ouviu os socialistas que não o bajulassem" e "nunca falou à esquerda".
Em 2015, sabemos o que aconteceu: "Geringonça", uma nova palavra entrou para o dicionário da política portuguesa. Apesar de não ter sido o mais votado nessas eleições, o executivo socialista conseguiu governar quatro anos graças a um acordo escrito com os principais partidos à esquerda: PCP, Verdes e Bloco de Esquerda.

Na Figueira, Mário Soares continua  a ser uma vedeta.
Já muita coisa foi dita sobre Mário Soares. Muito estará por contar. Até hoje não faltaram elogios e críticas. Não é de agora. Soares nunca foi consensual. A história vai-se escrevendo.
Mário Soares, por talvez ter vivido em tempos em que a política era uma arte nobre reservada aos grandes homens, nunca foi dado  ao politicamente correto. 
Soares nunca se escondeu e afirmou-se como político. Tomou decisões e defendeu opções. Fez escolhas difíceis e assumiu-as. Escolheu lutar contra o fascismo e os saudosistas nunca lhe perdoaram. Escolheu a democracia liberal e a CEE e os comunistas nunca o suportaram. Escolheu a descolonização e os "retornados" sempre o odiaram. 
Foram essas escolhas que definiram o país  que somos hoje.

Nota de rodapé.
Nos bastidores da política figueirense, elementos ligados ao PS/Figueira, acusam-me de várais coisas. Entre elas, de não gostar do PS. 
E, se calhar, têm razão. 
Previno, desde já, que a explicação é longa. 
Quem tiver curiosidade, continue. Basta clicar aqui.
Para mim será um gosto visitarem esta reflexão que publiquei em 13 de Junho do corrente ano.