António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 24 de fevereiro de 2019
Coisas realmente importantes: continua a mama do carnaval...
Imagem via Diário de Coimbra |
A câmara faz muito bem em dar toda esta atenção, importância e a tolerância de ponto no Carnaval. Os figueirenses deveriam aproveitar para gozar com o presidente da câmara e com os vereadores: todos, da situação e da oposição.
Nem se teriam de esforçar por aí além para caricaturar o Monteiro como uma amostra de putativo candidato a presidente, a Ana Carvalho como uma Santa, o Nuno como ele é, a Mafalda como uma competência, desportivamente falando e o Miguel, como o óptimo e potente piripiri que produz. Na oposição teríamos o Tenreiro, acompanhado pelo Babo e um by pass. O Ricardo poderia ser portador de uns frascos de sais de frutos. O presidente Ataíde, seria apresentado como um líder musculado, tipo obreiro.
A Câmara faz muito bem em financiar tão generosamente o carnaval. O tempo, para os figueirenses, não está para férias na neve ou para debandadas em direcção ao Algarve. E a Figueira precisa de se divertir.
A bem da concelho, viva a Câmara, viva o presidente. Viva o Carnaval, vivam os reis!
A cereja em cima do bolo seria os figueirenses, aproveitando o carnaval que é a época em que se pode brincar sem suas excelências levarem a mal, para rifarem o presidente e oferecerem o vice como bonificação.
sábado, 23 de fevereiro de 2019
"Meu Largo das Alminhas"...
Video via João Manuel Fidalgo Pimentel
Não consigo compreender quem diz que pode viver em qualquer lugar....
A Cova e Gala de há 50 anos, não era bela nem tinha uma qualidade de vida invejável. Mas tinha outra coisa, não menos importante, a sua história.
Era "uma pequena aldeia de 2.500 habitantes, localizada à beira do Atlântico, perto da importante cidade balnear da Figueira da Foz (Portugal), onde se vive pior que nas localidades vizinhas: a ausência de esgotos, a corrente eléctrica considerada uma excepção, a miséria material, as condições de trabalho desumanas, a deterioração das células familiares, a má nutrição é, lamentavelmente, a situação de toda uma região economicamente desfavorecida".
O Largo das Alminhas teve o aspecto que o video mostra até quase à década de 90 do século passado. Lembro-me, decorria o ano de 1986, tinha acabado de tomar posse como membro do primeiro executivo da junta de freguesia de S. Pedro, que das primeiras coisas que pedimos ao então presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, engº Aguiar de Carvalho, foi que viesse visitar-nos.
Percorreu, a pé, a Cova e Gala. No Largo das Alminhas ficou horrorizado com o que viu. Aquele espaço, na altura, há pouco mais de 30 anos, parecia um zona do médio oriente, em guerra. Foi essa visita o ponto de viragem para o agradável espaço público dos dias de hoje.
Muito mais poderia estar feito. Mas, a independência tem sempre o seu preço...
Em política, quem opta pelo deserto, que é sempre a terra-de-ninguém, sujeita-se a levar porrada de todos os lados.
Porém, sempre me deu gozo desmascarar os hipócitas e a hipocrisia.
Neste dia, em que passam 32 anos sobre o desaparecimento de Zeca Afonso, cada vez o admiro por me ter ensinado o caminho para sermos nós próprios o nosso "comité central"...
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Estão a acabar as memórias de quando Portugal era a preto e branco
Morreu Arnaldo Matos, o fundador do MRPP.
O político tinha 79 anos. Conhecido pelos ataques impiedosos que fazia aos seus rivais políticos (muitos deles militantes do seu próprio partido) ficou conhecido nos tempos do PREC como o "grande educador da classe operária".Quando o humano é autêntico, o divino é presumível. Quando o divino é fingido, o humano é uma máscara...
Crónica publicada no DIÁRIO AS BEIRAS, no dia 22 de fevereiro de 2019
As preocupações causadas por esta nossa barra continuam presentes... E vão continuar a acompanhar-nos...
Armadores e pescadores reclamam segurança na barra
António Miguel Lé, José Festas e José Miguel, presidentes, respectivamente, da Cooperativa de Produtores de Peixe Centro Litoral, Associação Pro-Maior e Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro, reuniram-se recentemente com o comandante da Capitania da Figueira da Foz, Silva Rocha, tendo na agenda o assoreamento da barra.Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, o figueirense António Miguel Lé adiantou que a reunião teve como objectivo “sensibilizar aquela autoridade para pressionar quem de direito para zelar pela segurança dos homens do mar na Figueira da Foz, que estão completamente ao abandono”. E acrescentou que “nenhuma das recomendações feitas pelo grupo de trabalho para a segurança da barra foi cumprida”. O grupo de trabalho foi constituído em 2015 pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, do qual também fez parte António Miguel Lé. Surgiu na sequência do naufrágio do pesqueiro “Olívia Ribau”, em outubro daquele ano, à entrada da barra da Figueira da Foz, que provocou a morte de cinco dos sete tripulantes.
“Em relação às conclusões do grupo de trabalho, nada foi feito, o que revela uma total falta de consideração e respeito pela ministra e pelo sector das pescas, que começa a ficar muito inquieto e revoltado”, disse António Miguel Lé.
“As dragagens resolvem no imediato, mas, depois, tudo fica na mesma. Por isso, tem de se encontrar outra solução”, concluiu o armador.
A Administração do Porto da Figueira da Foz tem feito dragagens correctivas junto à barra. A próxima arranca no início de março. No entanto, a dinâmica sedimentar faz o jogo do gato e do rato: basta haver uma tempestade marítima para as areias regressarem à zona de onde foram retiradas, alimentando um círculo vicioso que preocupa armadores e pescadores.
“A afirmação de António Miguel Lé está focada na questão das dragagens. A questão que me foi colocada tem a ver com o assoreamento dos fundos da barra”, ressalvou o comandante da capitania ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Depois da tragédia do Olívia Ribau, a Autoridade Marítima Nacional preencheu o quadro da estação do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), cujos elementos (seis) operam todos os dias. Por outro lado, os meios encontram-se todos operacionais.
Via DIÁRIO AS BEIRAS
Notícias (verdadeiramente importantes...) da terra...
Via DIÁRIO AS BEIRAS |
Não esqueçam: e se há coisa verdadeiramente importante, é pertencer a equipas com alguma possibilidade de ganhar.
Foi ausência do que fazer?.. (II)
"Quanto mais passo em Buarcos, mais saudade tenho do que lá estava antes e, até do Duo Sampedro sinto falta…"
Isabel Maria Coimbra.
Nota.
Na falta do que fazer, o melhor era terem ficado sem fazer nada mesmo.
Eu seria um viúvo mais consolado se tivessse sido o mar a arrasar a minha Praça… Mas, o mar na zona já não bate como antigamente.
"Sejam honestos e comparem com o que já está feito da Requalificação! Era necessário intervir naquilo que era belo? Na minha opinião, quem decidiu esta Requalificação devia ser preso! Estragar dinheiro é Dolo, logo Gestão Danosa!"
Casimiro Terêncio
Eu seria um viúvo mais consolado se tivessse sido o mar a arrasar a minha Praça… Mas, o mar na zona já não bate como antigamente.
"Sejam honestos e comparem com o que já está feito da Requalificação! Era necessário intervir naquilo que era belo? Na minha opinião, quem decidiu esta Requalificação devia ser preso! Estragar dinheiro é Dolo, logo Gestão Danosa!"
Casimiro Terêncio
APRESENTAÇÃO LIVRO DA URAP: FORTE DE PENICHE MEMORIA, RESISTÊNCIA E LUTA
A Biblioteca Municipal acolhe mais logo a sessão de apresentação do livro “Forte de Peniche, Memória Resistência e Luta”, uma edição da União de Resistentes Antifascistas Portugueses destinada a divulgar o Forte de Peniche como cadeia política e a vida dos antifascistas lá encarcerados.
Na obra encontram-se temas como o preservar da memória do Forte, a breve história da fortaleza, as diversas fugas para retomar a luta - nomeadamente a fuga coletiva de 1960, que incluía Álvaro Cunhal -, a libertação dos presos a 27 de abril de 1974.
No final, há a menção ao nome das 2.494 pessoas que ali estiveram detidas, um levantamento feito pela URAP.
A apresentação da obra, que vai já na sua quarta edição, estará a cargo de Domingos Lobo, um dos seus coautores.
A entrada é livre.
Na obra encontram-se temas como o preservar da memória do Forte, a breve história da fortaleza, as diversas fugas para retomar a luta - nomeadamente a fuga coletiva de 1960, que incluía Álvaro Cunhal -, a libertação dos presos a 27 de abril de 1974.
No final, há a menção ao nome das 2.494 pessoas que ali estiveram detidas, um levantamento feito pela URAP.
A apresentação da obra, que vai já na sua quarta edição, estará a cargo de Domingos Lobo, um dos seus coautores.
A entrada é livre.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Humor a sério, ontem no parlamento
"O prémio da melhor intervenção de ontem na Assembleia da República, vai para o deputado António Filipe, do PCP, que teve o talento oratório para pôr a direita a rir-se de si própria, enquanto procura determinar quem no PSD faz papel de idiota.
Isto é absolutamente maravilhoso.
A parte mais engraçada são os risos da bancada do CDS a cada canelada que o António Filipe dá ao PSD e ao Aliança, até que o António Filipe lança a canelada final em direção ao CDS: fim das risadas, tudo de boca aberta!"
RESUMIDAMENTE FOI ISTO!
A parte mais engraçada são os risos da bancada do CDS a cada canelada que o António Filipe dá ao PSD e ao Aliança, até que o António Filipe lança a canelada final em direção ao CDS: fim das risadas, tudo de boca aberta!"
RESUMIDAMENTE FOI ISTO!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Ramalho, o enfermeiro mártir
Para memória futura, relembro os factos.
Há alguns meses, dois sindicatos dos enfermeiros iniciaram uma luta a favor daquilo que consideram justas reivindicações dos enfermeiros.
Entre essas reivindicações destacam-se o aumento salarial de 400 euros (de 1200 para 1600) para todos os enfermeiros em início de carreira e a reforma aos 57 anos (neste momento, a reforma é aos 66 anos e 5 meses).
Como o Governo não cedeu, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros e a Associação Sindical dos Enfermeiros (ambos formados recentemente), declararam greves prolongadas em novembro e dezembro do ano passado e todo o mês de fevereiro deste ano.
Em resposta, o Governo pediu um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República sobre esta greve e a PGR considerou que a greve era ilícita, por dois motivos.
Em primeiro lugar, porque o pré-aviso de greve indicava que ela seria total e, afinal, só os enfermeiros dos blocos operatórios fizeram greve e, mesmo assim, em regime rotativo. Graças a esta artimanha, bastava que um enfermeiro fizesse greve para que o bloco não pudesse funcionar. No dia seguinte, outro enfermeiro faria greve e o bloco continuava parado. Deste modo, milhares de cirurgias tiveram que ser adiadas. Entretanto, os restantes enfermeiros, quer os hospitalares, quer os dos Centros de Saúde, não faziam greve.
Em segundo lugar, a PGR considerou ser ilícito o financiamento dos grevistas por um crowdfunding, angariado no Facebook, e que era gerido por uma empresa e não pelo sindicato.
Após este parecer da PGR, a Associação recuou e desconvocou a greve, mas o Sindicato reagiu, através do seu presidente, e levou a luta para novos patamares.
Carlos Ramalho, o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros, criado em 2017 e cujos estatutos foram alterados e republicados no final do mês passado, afirmou aos jornalistas:
“Se era necessário um mártir, ele está aqui, sou eu, Carlos Ramalho, presidente do Sindepor”.
E, por esse motivo, iniciou hoje uma greve de fome à porta do Palácio de Belém.
Acho pouco.
Considerando as reivindicações – aumento salarial de 400 euros e reforma 9 anos antes dos restantes trabalhadores – Carlos Ramalho deveria, pelo menos, imolar-se pelo fogo, em frente ao Ministério da Saúde.
Só assim o nome de Carlos Ramalho poderia figurar no monumento patente no Campo Mártires da Pátria!
Via O Coiso
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