segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Porque é necessário relembrar

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O poder mediático

Desde que me conheço e disso tenho memória, que a meu ver, na Figueira, em Portugal e no Mundo, o que está verdadeiramente em causa é a liberdade de expressão e não a liberdade de informação. 
Sobre a liberdade de informação, nomeadamente por aquilo que conheço em Portugal, na Figueira e no Mundo, há muito que deixei de ter quaisquer ilusões. 
Confundir estas duas liberdades é  um erro grave e básico. 
Claro que concordei com a manifestação de Paris. 
Todavia, isso não me impediu de ver o óbvio: algumas das figuras que por lá estiveram não passam de uns grandessíssimos hipócritas. 
Se discordam, digam como apelidar personagens que disseram defender em Paris aquilo que abominam e esmagam dentro dos seus Países? 
Estiveram milhões de pessoas a manifestar-se, ontem, em Paris, em defesa da liberdade e da democracia. 
Ontem, porém, a contradição foi ainda mais visível e mais profunda. 
Políticos da família de Merkel ou Juncker a desfilar permitiu registar a forma oportunista como o poder vigente apanhou a onda da resposta dos cidadãos que têm sido vítimas das políticas europeias. 
A fila da frente tinha ainda personagens com uma história recente de arrepiar. Foi uma encenação organizada com o poder mediático. 
Hoje já é a normalidade. 
Os profissionais do Charlie Hebdo considerariam isto uma nova morte e era tremendamente injusto. 
Embora presente - por breves minutos, é certo - a fila da frente podia integrar, mesmo que como convidada especial, uma manifestação da ausente Frente Popular ou empunhar um cartaz do Goldman Sachs ou do grupo de Bildeberg. 
Poucos estranhariam. 
Esta liderança europeia, fraca com os fortes (e com os comprovadamente corruptos) e impiedosa com os fracos, parece capaz das mais sofisticadas coreografias.  
Seguem-se, para análise, duas fotos obtidas de ângulos diferentes da fila da frente.

Olhando o Mar e o Joaquim Gil*

«Conheci o Joaquim Gil quando ele colaborou com a FGT, durante o período que presidi ao Conselho de Administração daquela Empresa Municipal. Ficámos amigos e eu sou-lhe grato pelas críticas que me fez, pelos conselhos que me deu e pelos bons momentos que passámos juntos. Apesar de não ser natural da Figueira, adoptou esta terra como sua e emprestou-lhe as suas distintas capacidades humanas e intelectuais. Foi um livre pensador, dotado de uma inteligência notável, que partilhava, de forma natural e espontânea, com todos aqueles com quem convivia e com todos os que seguiam os seus espaços de comentário e opinião, escritos e falados. Inteligência que lhe permitia ser dono de um sentido de humor notável, muitas vezes desconcertante, mas pleno de cabimento. Era o exemplo de como uma pessoa pode facilmente adaptar-se a uma comunidade e intervir assiduamente na mesma. Encarnou sempre de forma assertiva e esclarecida a liberdade de expressão, com envolvimento na comunicação social e assertividade na forma de transmitir informação e opinião aos figueirenses. Certamente não terá agradado a todos, mas também nunca foi essa a sua preocupação. Preocupou-se apenas em respeitar a sua consciência e ser fiel a si mesmo, o que aliás alcançou. Onde quer que seja, continuará “Olhando o Mar”.»

* Uma crónica de Miguel Almeida, hoje publicada no jornal AS BEIRAS.

domingo, 11 de janeiro de 2015

A luta é constituída por pequenos nadas...

Algumas figurinhas estiveram na fila da frente da manifestação de hoje em Paris.
Imaginem quanto lhes não terá custado...
Esta manifestação defendeu valores que alguns destes personagens despreziveis abominam.
Mas tiveram de ir...
Sejamos optimistas: no tempo que passa, os valores da liberdade tomaram conta da maioria das consciências.
De tal modo isso acontece que, até estes – para defesa da sua sobrevivência política – vergaram a espinha!...
Vale o que vale...
As pequenas vitórias valem pouco, mas quem as despreza não vai longe...  

sábado, 10 de janeiro de 2015

Há blogues que são bons na oposição...

Um exemplo:
Câmara Corporativa.
Pena que, daqui a alguns meses, quando estiverem no poder percam qualidade.
O dirigente socialista António Costa alertou hoje que se o PS pensar como a direita, acabará por governar como esta, enaltecendo os governos de Guterres e Sócrates e considerando que os socialistas são europeístas mas não podem ser "euro ingénuos".

À atenção do novel presidente da Aldeia

Mesmo na Aldeia, a História também está na rua e está bem visível na fachada destas Alminhas.
Quem transformou a imaginação em realidade, estava longe de adivinhar que estaríamos – desde há longos anos, como mostra a foto.
As ruas da Aldeia têm várias cicatrizes e mazelas, que se manterão até que os poderes públicos e privados assim o permitam e autorizem.
Dada a inércia, até parece que nos esquecemos que estas Alminhas são uma edição de um só exemplar, irrepetível – que, portanto, a meu deveria ser preservada no seu estado original.
Quem consentiu ou legitimou a entidade que colocou aquelas caixas nas Alminhas, uma pequena edificação de 1917 e um raro vestígio do nosso passado, ainda praticamente intacto na Aldeia?
Isto é o progresso? O progresso não trouxe conhecimento técnico, e científico, e histórico, e tecnológico? O progresso não aumentou a visão de conjunto?
Insurgimo-nos contra a devastação do património no Iraque por causa da guerra, mas na Aldeia de que nos serve a paz se não existe bom senso?
Reponha-se urgentemente a dignidade ao raro vestígio ainda existente do passado da Aldeiase possível, já!..

Todos Charlie?..

«Ligo a televisão e vejo a Assembleia da República que não deixou falar os "capitães de Abril" e que está tão chocada com esta falta de respeito pelo direito de expressão. Julgava que, para a presidente da Assembleia da República, "os carrascos" eram os que faziam barulho nas bancadas para o povo.» 

"Não me levem a mal, ou levem, mas vou ser Charlie: por favor, jornalistas portugueses a dizer que são o Charlie quando nem coisos (tomates) têm para não fazer favores ao Governo etc., tenham dó. Não, não são todos Charlie. Pelo contrário, há meia dúzia que são e ainda bem que há. Agora não se façam passar por eles. Hoje somos todos Charlie Hebdo, mas amanhã voltamos ao que éramos. Aos jornais, televisões, etc., que aparecem a dizer-se Charlie, pergunto: quantas semanas durava o Charlie Hebdo em Portugal antes de ser cancelado por causa de chatices com a Igreja, Angola ou o Governo? Força, Charlie. Quantos jornais portugueses teriam coragem ou vontade de publicar os "cartoons" do Charlie? Espero que estes jornais que se dizem Charlie, durante a semana toda publiquem os "cartoons" na capa."

"Vivemos num país em que o Presidente da República, como representante de todos os portugueses, não vai ao enterro de um escritor (Nobel) porque não gosta dele, ou que não dá os parabéns a outro que canta fado porque não canta o que ele gosta, e que deve estar a deitar cá para fora um comunicado sobre a importância de aceitar a liberdade de expressão e a diferença." 

João Quadros, «Não somos todos Charlie»

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Morreu Joaquim Gil, advogado e colaborador da comunicação social local e distrital

O advogado Joaquim Gil, 60 anos, foi encontrado sem vida pela mulher, na noite de quinta-feira, junto à entrada da casa de banho, na sua habitação da Figueira da Foz. 
Foi vítima de morte súbita. 
Joaquim Gil, o último Director do extinto jornal o Figueirense, exercia advocacia em Coimbra e na Figueira da Foz. 
Era conhecido também pela sua participação em órgãos de informação figueirense e distrital.

Via Figueira na Hora.

A passarinha da Cátia Palhinha...

"Agora um assunto que pode parecer cozinha caseira. Mas não é. Embora seja um tema nacional é bem o exemplo do que é a desregulação real em que vivemos. O BES foi sujeito a toda a espécie de testes por parte da troika (e a troika é composta pelo FMI, BCE e UE, entidades que deveriam estar munidas de ferramentaria sofisticada para detectar tramóias, números camuflados, manipulação de indicadores, etc) e a conclusão foi que era um banco sólido, resistente a qualquer crise. Para além disso, estando cotado, o banco estava sujeito ao escrutínio da Bolsa, era acompanhado pelo Banco de Portugal e, como qualquer empresa, era sujeito a auditorias.

E, no entanto, tal a qualidade de todos esses mecanismos, foi o que se viu: o total descalabro. O que significa que os actuais mecanismos de regulação e vigilância são tretas, poeira para os olhos da populaça, uma coisa para fazer de conta que sim.

Mas ouvimos alguém a vir para a rua a exigir que poucas vergonhas destas não voltem a acontecer? É o ouves.

E o desfiar a evidências continua.

Esta semana ouvimos o revisor de contas do GES dizer que era bem pago mas que não queria prejudicar a amizade pessoal de um administrador pelo que preferiu não olhar para as contas. Mas alguém, nas redes sociais e arredores, pergunta: então para que servem os revisores de contas? É o perguntas.

E o contabilista da ESI disse que sim, manipulou as contas (embora sob instruções de Ricardo Salgado) e com o conhecimento de José Castella, controller do GES. E, no entanto, nunca ninguém deu por nada nem os próprios administradores e membros da família. 


E, pelo clandestino relatório da auditoria forense, fica a saber-se que 
"Reunião entre no BES, entre o CFO da PT SGPS, Eng. Luís Pacheco de Melo, Dr. Carlos Cruz, diretor financeiro da PT SGPS, e o CFO do BES, Dr. Amílcar Morais Pires sobre a continuação das aplicações existentes em papel comercial emitido pela Rio Forte. O Eng. Luís Pacheco de Melo refere que a reunião ocorreu a pedido do Dr. Henrique Granadeiro. O Dr. Amílcar Morais Pires refere que a reunião ocorreu a pedido do Dr. Ricardo Salgado e ainda que este teria afirmado que, no essencial, já estaria tudo acordado sobre o tema entre o Dr. Ricardo Salgado, o Dr. Henrique Granadeiro e o Eng. Zeinal Bava"

Ou seja, meio mundo sabia a bandalheira que por ali havia de encobrimento de prejuízos, transvases de dinheiro entre partes relacionadas, GES e BES, PT e BES, PT e Rioforte, ESI e não sei quê, uma confusão. 

Mas sabia mais ou menos - e, como já muitas vezes referi, até nem me choca acreditar que sabiam ao de leve, pela rama. Quem é que dali trabalhou alguma vez a sério? Quais daqueles que enchem a boca para dizer que só nas empresas privadas é que se trabalha a sério e que os portugueses gostam de viver acima das suas possibilidades, é que alguma vez se deteve a trabalhar a sério, a analisar números, a pedir comprovantes, a pedir explicações, a fazer contas? Não errarei muito se disser que, se calhar, nenhum deles. Muitos daqueles que temos ouvido a falar e dão pontapés na gramática como se não houvesse amanhã, provavelmente nem a tabuada sabem. Ganham ordenados monstruosos, prémios obscenos, são condecorados por Cavaco Silva, são honrados com a distinção de doutores honoris causa pelas Universidades (que ajudam a financiar), animam seminários, participam em conferências, participam em roadshows entre a alta finança, almoçam e jantam convidando-se uns aos outros, fazem viagens, participam em torneios de golf, patrocinam causas beneméritas, sponsorizam trinta por uma linha, e são todos a favor da sustentabilidade, da responsabilidade social, têm detalhados códigos de ética, coisas assim, mas, trabalhar, trabalhar, para isso não têm tempo. 
Nada disto seria grave por aí além se, quando as coisas se descontrolaram, tudo não tivesse sido vertiginosamente arrastado para um buraco negro. As maiores empresas do País viram-se reduzidas a cinzas. O GES é um grupo fantasma, o banco foi espoliado e os accionistas viram-se roubados, e vamos ver a que mãos vai parar. A PT, que era uma das empresas bandeira de Portugal, está quase destruída, exposta aos abutres. Milhares de empregos se perdem nesta voragem, muita da autonomia autonómica desaparece, e a honradez do tão propalado empresariado português está na lama.

E tudo, uma vez mais, se passou à vista desarmada, perante os olhos cegos dos portugueses. Mas os portugueses nunca vêem nada, nunca desconfiam de nada, aceitam todas as mentiras, acatam todas as ordens, vergam-se a todas as humilhações. No dia em que acontece alguma desgraça agitam-se, as redes sociais animam-se, repetem-se uns aos outros, espantam-se, revoltam-se, solidarizam-se mas, dois dias depois já se esqueceram de tudo e já estão prontos para se inflamarem com a próxima causa e, quando não é isso, é RIPs por todo o lado de cada vez que alguém morre, seja escritor de que nunca ouviram falar, cantor estrangeiro, qualquer um. 

E isto são os portugueses mais evoluídos porque a larga maioria quer é saber da passarinha da Cátia Palhinha, do ódio entre o Carrilho e a Bárbara Guimarães..."


(daqui)

Pesca da sardinha, um sector em grandes dificuldades

Os 2500 pescadores de sardinha vão continuar em terra e sem ajudas do Governo até março. 
E daí até maio haverá quota limitada, que se esgotará em cinco dias de mar para cada um dos 130 barcos.
A partir de maio, há mais limites...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Da Madeira, with love...



João Jardim prepara-se para entrar na corrida para Belém.

Vai lá estar, pelo menos, um figueirense


Uma boa crónica de jornal seria conseguir colocar uma freguesia a pensar sobre si mesma mesma...


João Proença?!..

Carlos Silva, excelso e ilustre sindicalista, que só depois de devidamente autorizado por Ricardo Salgado, chegou a secretário-geral da UGT, propôs a António Costa, secretário-geral do Partido Socialista, o nome de João Proença, ex-secretário-geral da UGT, para presidir ao Conselho Económico e Social. 
António Costa, secretário-geral do Partido Socialista, achou a ideia "uma sugestão interessante, que merece uma apreciação positiva".

Grandes primeiras páginas!







quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A taxa do desemprego...

É tão simples como isto...
Após a revelação do embuste, a taxa de desemprego voltou a crescer em Novembro.

Nada de novo...

Depois do anunciado aumento dos juízes, camuflados como subsídios de exclusividade, eis mais do mesmo: “300 técnicos superiores das Finanças podem ser aumentados”!
Depois de jovens contra velhos, empregados contra desempregados, funcionários públicos contra trabalhadores do sector privado, o governo decidiu que seria boa ideia por funcionários públicos contra funcionários públicos...

Independentes...

Em Portugal, nos últimos tempos, muitos independentes andam por aí. 
Primeiro, temos os juízes - são sempre independentes. 
Depois, nas televisões, os comentadores são sempre independentes – mesmo Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Santos Silva, Manuela Ferreira Leite... 
Os jornais  são todos independentes – menos o Avante, claro!.. 
Vivemos num País de independentes, eu incluído, onde ninguém tem uma ligação óbvia ao poder político, por motivos ideológicos ou simplesmente clubísticos, de amizades chegadas e objectivamente promiscuas... 
Somos todos uns santinhos independentes!
Hoje na sua crónica no jornal AS BEIRAS, o eng. Daniel Santos escreve algo com o qual concordo, importa assim reconhecer que não há propriamente independentes. O que há, isso sim, são cidadãos intelectualmente honestos que colocam à frente de tudo o interesse da comunidade onde se inserem. Defendendo- se e defendendo os seus congéneres. Como disse Agostinho da Silva, «eu não voto por rótulos. (...) Eu não quero saber das campanhas eleitorais para nada. Eu quero saber das ideias que as pessoas têm e da maneira como depois as vão defender e praticar.»”