É normal uma notícia destas ser apresentada como um
sucesso?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
IMPERDÍVEL!..
6ª Feira, 30 Novembro, 18h30
Inauguração da Exposição "Achados &
Caricaturas" de Fernando Campos
"Esta é a minha primeira exposição de caricaturas - que
assino como fernaocampos e publico desde 2008 no blog
ositiodosdesenhos.blogspot.pt - a que juntei umas quantas peças das que comecei
a construir em 2005, com objectos achados ao acaso.
As 50 caricaturas são retratos políticos sucintos,
sintéticos porém acabados, de alguns rostos da classe dirigente e de alguns
amigos. São impressões em papel trisolv Postart 130 grs. a partir de desenhos
originais que, embora digitais, foram concebidos com recurso a uma ferramenta
gráfica quase tão elementar com um simples pau de carvão. Tratam-se portanto de
múltiplos únicos, por isso mesmo referenciados 1/1 e autenticados com a minha
firma manuscrita.
Quanto aos Achados, são 7 composições com objects trouvés,
vagamente escultóricas porque tridimensionais. Foram construídas pela paciente
e sofisticada técnica da assamblage, com um desvelo lúdico o mais
politicamente-incorrecto possível, o non-sense suficiente e algum humor - umas
vezes negro, outras apenas bastante sardónico.
Além destas é com grato prazer, e supremo deleite, que
apresentarei, em exclusiva première mundial, dois quase-ready-made, cúmulo
artístico das minhas recentes elucubrações no domínio do pensamento mais
puramente conceptual, que são outros tantos “comentários à contemporaneidade”:
uma paráfrase da célebre “Fountain” de Marcel Duchamp (esse filósofo escarninho
e blagueur anti-arte, tido por muitos como o mais influente artista do século
XX) e uma homenagem, modesta ça va de soi, a uma das suas mais dilectas
herdeiras no século XXI: a mui capitosa e não menos iconoclástica porém
portuguesa Joana Vasconcelos.
Esta exposição não pretende ser exactamente “uma bofetada no
gosto do público” que aprecia merdas bonitas. Tampouco pretende agradar-lhe.
Não pretende aliás ser nada mais do que é, ou seja, uma amostra, uma
demonstração ilustrada de que a resignação do artista não significa tédio.
Fastio, ou abulia. Ou recusa de ser testemunha do seu tempo. Muito menos
renúncia ao puro gozo, o mais sério divertimento."
Ponte Galante, um "elefante branco", resultado de uma enorme suspeita de corrupção que varreu a Figueira no início deste século XXI…
Segundo um texto ontem publicado no diário AS BEIRAS, o
presidente da Câmara da Figueira da Foz está moderadamente optimista em relação
à conclusão do empreendimento hoteleiro e habitacional da Ponte do Galante.
"Tenho um optimismo moderado", disse João Ataíde, convidado do
programa "Estado concelho", da Figueira TV.
João Ataíde tem diligenciado a favor da conclusão das obras, o que neste momento depende de um fundo imobiliário liderado pela Caixa Geral de Depósitos.
João Ataíde tem diligenciado a favor da conclusão das obras, o que neste momento depende de um fundo imobiliário liderado pela Caixa Geral de Depósitos.
Recorde-se, que este processo encontra-se rodeado de uma nebulosa desde
a hasta pública para a venda do terreno municipal, com os vencedores a
alienarem o lote, em 24 horas, por um preço várias vezes superior ao da compra.
A venda do terreno destinava-se, apenas, a uma unidade
hoteleira, mas os novos proprietários condicionaram a construção do hotel à
aprovação, pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, do empreendimento habitacional.
A autarquia não só o aprovou como alterou planos para o
hotel ganhar mais alguns metros do passeio da marginal oceânica. Travado
durante cerca de um ano por providências cautelares, o projecto arrancou em 2004.
Porém, os problemas financeiros que entretanto surgiram foram atrasando as
obras e a inauguração da unidade hoteleira tem vários anos de atraso.
Entretanto, se as dificuldades financeiras não bastassem,
António Cereja Bastos, sócio da promotora do empreendimento, matou um indivíduo
que lhe roubava combustível das viaturas estacionadas nos armazéns, em Porto de
Mós, decorria o ano de 2009.
«Passar o dia sem fazer nada, só a dizer mal do governo ou da oposição, é o que nós fazemos todos os dias», terá sido o que quis dizer ontem um político?...
Tal como “O Cantigueiro”,
não tenho jeito para balanços…
Porém, estou em condições de garantir, que ao contrário do
que se julgava, a greve afinal não foi geral… É que o Presidente da
República não fez greve!..
Depois de
desconsiderar o cargo e a instituição Presidência da República, ao abdicar da correspondente remuneração em favor da reforma, o Presidente que nos calhou em
sorte mostra um desconhecimento total das instituições e da Constituição da
República...
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Elogio da Dialéctica
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro As coisas não continuarão a ser
como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nós
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
Bertolt Brecht
Greve Geral
Outra Margem junta-se ao protesto contra as políticas económicas e sociais que travam o crescimento e
provocam desemprego.
A nosso ver, justifica-se a luta contra as gravosas medidas de
austeridade, em particular a drástica redução dos rendimentos, o enorme
agravamento de impostos e do custo de vida, o desmantelamento dos serviços
públicos e a brutal diminuição da protecção social na doença, na invalidez e na
reforma.
Outra Margem apoia a Greve Geral.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Loira e burra...
Para quem, como eu, nunca teve queda para loiras
("queda", no meu caso, pode e deve também ser lido no sentido da
"desgraça"…), ver a cegueira ideológica do discurso da Merkel, uma loira burra (sim, há loiras
inteligentes – e muito ….) até arrepia.
À semelhança dos
economistas que a aconselham - e infelizmente são a maioria na Alemanha, não
tem consciência de que a política que está a impor à Zona Euro foi a mesma que
criou as condições financeiras, económicas e sociais para a subida ao poder do
Nazismo.
A diferença…
Sabem qual é a diferença entre a crise portuguesa vista pelo
ministro Gaspar e uma licenciatura
tirada pelo ministro Relvas?...
A crise portuguesa, para Gaspar, é uma prova de fôlego e de de fundo, tipo maratona, e as
licenciaturas, para Relvas, são corridas brevíssimas, tipo 100 metros!..
No rescaldo da primeira visita oficial da Senhora Merkel a Portugal...
“Está tudo bem assim e não podia ser de outra maneira” *
Um dia depois, será que
alguém pode explicar o que é que Angela Merkel veio fazer a
Portugal durante 6 horas?..
Em tempo.
«Na Europa, cada manifestação "do orgulho Gay" contou, em média, com 100.000 pessoas. Cada manifestação Contra a Corrupção teve, em média, cerca de 2.500 pessoas! Estatisticamente, fica provado que há mais gente a lutar pelo direito de levar no rabo, do que lutar para não ser enrabado.»
"Dá que pensar", segundo Miguel Esteves Cardoso.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Já agora, uma clássica de aeroporto...
(Merkel já está em Portugal.
Com Lisboa assim e tendo em conta a importância, a gravidade e a emoção do momento que atravessamos, fica a anedota do dia.)
Com Lisboa assim e tendo em conta a importância, a gravidade e a emoção do momento que atravessamos, fica a anedota do dia.)
- Origem?
- Berlim.
- Nome?
- Merkel.
- Ocupação?
- Não. Desta vez estou só de visita...
Merkel, a senhora que vem aos saldos...
para frau Merkel, mas não só... |
Num mundo que se forma, cada vez mais a dois, a poderosa China e os states talvez sejam dois hemisférios. Será neste enquadramento que a Chancelarina quer, com a sua Alemanha, fazer de equador?
Será que é intenção de sua eminência transferir parte da produção a baixo custo, uma espécie de produção à chinesa para o sul da Europa? Pensará esta gente que o futuro da Europa se faz com Portugal, Espanha, Grécia e Itália como fábricas dos ricos do Norte?
Não me parece grande opção e só entendo o ok dos queques de leite do PSD e do CDS a esta ideia porque estão a ver se conseguem um tachito.
No centenário de Álvaro Cunhal, um Homem que esteve sempre ao lado de quem trabalha
foto Egídio Santos |
Uma ironia que alguns, por não passarem de canalhas, não
admitem. Outros que, por puro preconceito, não querem ver. Outros ainda que,
apenas por ignorância ou estupidez... não entendem.
Aparte estes casos particulares, o sentimento geral é de
respeito pela dimensão humana, pelo valor artístico, pela importância política
e pela coerência de vida deste português.
Um punhado de homens e mulheres, escolhido muito
cuidadosamente ainda no tempo em que era um jovem-adulto, conheceu-o como
Duarte. Um número bem maior de amigos e outras pessoas interessadas, conheceu-o
igualmente e mais tarde, como Manuel Tiago. Para todos os restantes (onde eu me incluo), foi Álvaro Cunhal.
Via O Cantigueiro
domingo, 11 de novembro de 2012
Wolfswinkel marcou
Se Wolfswinkel não tivesse marcado, muito provavelmente a frase da noite seria: “os erros em alta competição pagam-se muito
caro”.
Mas, Wolfswinkel marcou e a frase da noite é: “Sporting vence SC Braga com golo solitário de Wolfswinkel.”
Porquê Tzé Maia?..
Com tantos portugueses que, ao longo de séculos, partiram em direcção do sol posto e mar ameno, por que carga de água é que o meu bisavô materno - o Tzé Maia - veio de Ílhavo, à procura de peixe e água potável que lhe permitisse a sobrevivência, para fundar a Gala e ficar na merda deste país?...
Passo a passo, caminhamos para a fundação do Estado esmolar...
Quando entro num supermercado e me deparo com mais uma das promoções do Banco Alimentar Contra a Fome de Isabel Jonet – aproximamo-nos de mais uma – sou possuído por um duplo sentimento de revolta e desconforto porque há quem precise de mendigar para sobreviver.
Depois, à medida que vou fazendo as compras, começo a pensar nos milhões extra que o Belmiro e o Soares dos Santos irão acumular nesse dia, sem encargos suplementares nem promoções. E nos milhões que o IVA da caridade – porque ao contrário do que se pensa esta caridade paga imposto e não dá lugar a quaisquer deduções – irá deixar nos cofres do Estado. Esse mesmo Estado que corta os ordenados, aumenta os impostos e diminui ou retira os subsídios e as pensões. Os mesmos milhões que se multiplicam com as Popotas e as Leopoldinas e mais quejandos que na época do Natal, como a que atravessamos, nos inundam de gigantescas promoções instigando ao consumo supérfluo em nome da exploração sem limites do sentimento de solidariedade que domina a época natalícia. No fim, a troco de uns tostões de solidariedade, ficarão os cofres do Estado e dos Belmiros e Cia cheios de milhões.
Passo a Passo, Passos Coelho caminha para a fundação do seu Estado esmolar. Para já, vai semeando a fome. Depois, proclamará que é Natal todos os dias. (Via abrasivo).
Em tempo.
"Para quem tem uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível: eles já comeram."
Bertolt Brecht, há 70 anos...
Depois, à medida que vou fazendo as compras, começo a pensar nos milhões extra que o Belmiro e o Soares dos Santos irão acumular nesse dia, sem encargos suplementares nem promoções. E nos milhões que o IVA da caridade – porque ao contrário do que se pensa esta caridade paga imposto e não dá lugar a quaisquer deduções – irá deixar nos cofres do Estado. Esse mesmo Estado que corta os ordenados, aumenta os impostos e diminui ou retira os subsídios e as pensões. Os mesmos milhões que se multiplicam com as Popotas e as Leopoldinas e mais quejandos que na época do Natal, como a que atravessamos, nos inundam de gigantescas promoções instigando ao consumo supérfluo em nome da exploração sem limites do sentimento de solidariedade que domina a época natalícia. No fim, a troco de uns tostões de solidariedade, ficarão os cofres do Estado e dos Belmiros e Cia cheios de milhões.
Passo a Passo, Passos Coelho caminha para a fundação do seu Estado esmolar. Para já, vai semeando a fome. Depois, proclamará que é Natal todos os dias. (Via abrasivo).
Em tempo.
"Para quem tem uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível: eles já comeram."
Bertolt Brecht, há 70 anos...
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