terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O litoral e os conflitos de interesses

Fotos de Pedro Cruz

A faixa litoral constitui uma peculiaridade no território, quer na perspectiva da sua ocupação antrópica, quer pela sua dinâmica natural.
Na realidade, é fácil constatar que à escala global o crescimento demográfico é assimétrico, com variantes sociológicas bem marcadas, mas com uma componente geográfica em que as regiões costeiras registam sistematicamente valores elevados.
O litoral constitui, assim, um espaço de interface onde se travam os maiores conflitos, entre modelos de ocupação, entre as várias actividades em desenvolvimento, e entre estes e os valores de conservação ambiental.
È neste território, escasso, que têm de coexistir interesses vários: urbanos, industriais, comerciais e turísticos.
È precisamente o que se está a passar no litoral do nosso concelho. O prolongamento do molhe norte em mais 400 metros é disso exemplo.
E o grave da situação, para nós, habitantes do sul do concelho, é que as “obras no Molhe Norte, têm precisamente impacte maior nas praias a sul”.

E estudos aprofundados sobre tão sensível matéria não existem. Conhecemos este Estudo de Impacte Ambiental relativo às Obras destinadas à melhoria das condições de acesso ao Cais Comercial e Porto de Abrigo (consultar clicando aqui).
Sobre, o sector sul dos molhes é muito pragmático.

Contudo, ainda assim, considera que “a instabilidade da faixa costeira é mais grave, porque com a drástica redução do caudal sólido a agressiva dinâmica marítima provocou uma intensa erosão na linha de costa”.
Que, aliás, nos últimos dias se agravou substâncialmente, conforme este blogue tem vindo a alertar.
Felizmente, os nossos continuados alertas vão encontrando eco noutros meios. Ontem, o cova d´oiro deu conta das nossas preocupações. Hoje, outros espaços acompanham o tema da erosão da nossa orla costeira, como podem ver a seguir.

Cova Gala ... entre o rio e o mar...
Exigem-se Medidas Urgentes,Concretas,Responsáveis...

“Não poderia deixar de publicar esta imagem,tirada da"OUTRA MARGEM" ,que ilustra bem o que está acontecer nas praias da Cova Gala,ali mesmo junto ao café "Pôr do Sol" e Hospital, o que considero de muito grave.”

Diário de Coimbra
Mar continua a destruir zona sul e ameaça habitações

“O mau tempo que se tem feito sentir por todo o país tem tido também reflexos no mar. Tal como o nosso Jornal divulgou no início da passada semana, a forte ondulação e os ventos têm contribuído para que toda a zona da costa a sul da Figueira (em S. Pedro, Lavos e Leirosa) esteja a ser fustigada por ondas fortíssimas que têm “engolido” toneladas de pedra, protecções, passadiços e tudo o que lhe surge pela frente. No entanto, dizem os pescadores, a «coisa está feia e ainda vai ficar pior», porque «até quinta-feira as águas vão continuar a crescer», dizem, salientando que este ano «está 200 ou 300% pior que nos anos anteriores».”

X&Q568


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Preocupante...

Ontem, dia 25.01.2009, a situação ainda era esta.

Um dia depois, é esta, que pode ver na foto de Pedro Cruz, sacada daqui.


ACTUALIZAÇÃO (22.28 dia 26.01.2009)

Cova d'oiro
Agravada diária e constantantemente pela conjugação de factores climatéricos e de marés, a erosão costeira coloca em risco, não só os areiais das nossas praias mas, também, a continuar a este ritmo, a própria povoação da Cova. Não nos esqueçamos que a cota a que a Cova e a Gala estão implantadas é muito baixa e, nalguns pontos, negativa.
É sintomático o pouco interesse que esta matéria merece do poder que governa a nossa cidade.
Na nossa opinião roça a irresponsabilidade.
Esperemos não necessitar, a titulo de urgência, dos serviços da Protecção Civil. Por muito bem que possam vir a correr estes serviços, eles representarão sempre o corolário de incompetências várias e de inacção ao longo dos tempos.
Em relação à foto acima há a referir que, hoje às 14 horas, o passadiço já não existia, o mar lambia o passeio da estrada à direita na foto e todo aquele maciço de areia desapareceu pura e simplesmente."

Ainda a Morraceira...



A questão da jurisdição da Ilha da Morraceira , como escrevemos recentemente, “é uma questão antiga e sobre a qual já foi dita tanta coisa...”
Num trabalho da agência LUSA, que pode ler e ouvir, clicando aqui, sublinha-sese, que “por todas as razões jurídicas, históricas e circunstanciais», o documento advoga que a ilha da Morraceira, exceptuando a parte que pertence a São Pedro, «deverá ser reintegrada na freguesia de São Julião da Figueira da Foz, à qual esteve adstrita durante mais de um século (…).
Evitar-se ia, assim, qualquer partilha do tipo salomónico»."

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domingo, 25 de janeiro de 2009

Orla costeira da freguesia de São Pedro - hoje à tarde junto ao Largo do Hospital

Foto de Pedro Cruz sacada daqui

A erosão é uma das maiores ameaças às zonas costeiras europeias. Os principais factores causadores deste fenómeno, têm a ver com a urbanização desmesurada, o declínio de sedimentos disponíveis no sistema (por exemplo, devido às extracções e venda das areias) e a redução progressiva de áreas dedicadas à conservação dos sistemas naturais.

Um dia depois de Sócrates ter falado ...


Depois das suas afirmações de quinta e do comunicado de sexta, falou também ontem sobre a Freeport: repetiu que a reunião que manteve com os promotores da Freeport "aconteceu unicamente a pedido da autarquia de Alcochete e que a sua intervenção no caso se limitou à participação nessa reunião".
Já se sabia, há muito, que em Portugal os licenciamentos oscilam entre os lentos e os de "celeridade invulgar".

A defesa da orla costeira e os esporões


Aproveitem, hoje é domingo...


... licor Beirão, o Licor de Portugal!...

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sábado, 24 de janeiro de 2009

Grupo Desportivo Cova-Gala

Seniores:
COVA-GALA/ ÁGUIAS
Resultado e fotos aqui.

Juvenis: COVA-GALA / UNIÃO DE COIMBRA

Resultado e fotos aqui.

Futsal feminino:
CRIA/COVA-GALA
Resultado e fotos aqui.

A nova função do Portinho da Gala

Foto de Pedro Cruz sacada daquiAs instalações terrestres de apoio aos pescadores do Portinho da Gala deveriam ter começado a ser construídas durante o ano de 2008, já que em PIDDAC estavam inscritos 400 mil euros para a obra.
2008 já lá vai e, mais uma vez, a promessa não foi cumprida.
Enquanto a promessa não é cumprida, os putos descobriram uma nova função para o Portinho da Gala, aproveitando a amplitude dum espaço "que custou 2,0 milhões de euros" e divertem-se!...
Ao menos "que se explique para que serve realmente, para além de permitir a atracação de uns quantos botezitos de pesca artesanal ou de recreio, e servir, todo aquele enorme espaço, de tranquilo poiso a alguns pescadores à linha de um ou outro robalito que por ali apareça distraido. A promessa da obra data dos despreocupados tempos do santanismo (com Santana) e do guterrismo, durante os quais, populista ou beatificamente, se distribuia dinheiro a rodos, e se prometia a felicidade terrena para todos. Mais tarde, levou, claro, o apadrinhamento da Câmara Municipal e do governo Durão-Portas . Na sua qualidade de Ministro da Defesa, Paulo Portas fez questão de vir ele mesmo inaugurar a grandiosa obra da “Marina”, com muita festa, pompa, circunstância, entusiasmo e belos discursos . A lembrar a auspiciosa efeméride, ficou lá a inevitável placa de mármore com as inevitáveis letras a dourado, com a inevitável referência ao nome de Sua Excelência."

X&Q566


As coisas são como são…

De vez em quando, o poder choca com o ambiente.
Por uma ou outra boa razão mas, e essencialmente, quase sempre pelos piores motivos, como foi o caso há dois dias atrás, da erosão costeira a sul do Mondego.
O concelho - em particular as freguesias de São Pedro, Lavos e Marinha das Ondas - tem razões de sobra para se alarmar com este assunto.
Estas coisas do ambiente, tal como as da cultura, as da solidariedade, ficam bem na boca do poder. Mas, na prática, o que é determinante, são os interesses e o o dinheiro.
Qualquer área protegida, facilmente passa a urbanizável, perante um projecto imobiliário duvidoso, logo classificado como de interesse local.
Em São Pedro, se for aprovado o Plano de Urbanização, o tal que por motivos óbvios era tão urgente (era para ter ido a reunião de Câmara em Dezembro passado e, depois, em Janeiro corrente, e agora parecer estar em “banho Maria” a aguardar melhores dias), muita coisa, nesse campo ficará explícita.
E não se poderá acusar a Câmara Municipal da Figueira da Foz e junta de freguesia de São Pedro de omissão. Bem longe disso. As coisas são como são…

Tio e sobrinhos...


"O tio materno de José Sócrates, Júlio Monteiro, admitiu ter proporcionado o encontro entre o actual primeiro-ministro e Charles Smith, sócio da Smith & Pedro, empresa contratada para conseguir o licenciamento do Freeport. As declarações fazem parte de uma entrevista dada pelo tio do ex-ministro do Ambiente ao semanário “Sol” e que será publicada amanhã. Paralelamente, um primo de Sócrates, Nuno Carvalho Monteiro, confirmou ao "Expresso" a existência de um encontro entre um intermediário do negócio do Freeport e o então ministro do Ambiente.“Foi através de mim que ele conseguiu a reunião”, afirmou Júlio Monteiro, que, contudo, garantiu não saber mais nada sobre o desenrolar dos acontecimentos. O tio de Sócrates sublinhou estar a ser “inconveniente” para o sobrinho mas disse estar-se “nas tintas porque é verdade”.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Só para avivar a memória....

A protecção da orla costeira da nossa freguesia sempre foi uma das preocupações de quem faz este Outra Margem.
Este blogue viu a luz do dia em Abril de 2006.
Para avivar certas mentes, recordamos parte de um post, que pode ler na integra clicando aqui, que publicámos em 11 de Dezembro de 2006.

"A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."


O espírito do nosso trabalho foi sempre o mesmo: lutar por aquilo que consideramos serem os genuínos interesses da Cova-Gala. Por isso, sobre a defesa da nossa orla costeira fomos publicando, de 2006 para cá, inúmeras matérias que podem ser vistas na íntegra por quem quiser, pois estão disponíveis neste blogue. Para poupar tempo e trabalho aos nossos leitores, destacamos apenas algumas dessas postagens: esta, esta, esta, esta, esta, esta.

Sabemos – somos ingénuos, mas assim tanto também não – que este nosso posicionamento mexeu com interesses - uns já instalados e outros a instalaram-se.
Por isso mesmo, fomos caluniados, ameaçados e perseguidos...
Isso, porém, não tem importância absolutamente nenhuma... O importante é que os “poderes”, nomeadamente o autárquico, assuma que a protecção da Orla Costeira, no nosso concelho e na nosssa freguesia, não termina na protecção das praias e das regiões da costa arenosa. Passa, forçosamente, pela necessidade de melhorar o exercício das políticas de urbanismo e Ordenamento do Território junto à linha da nossa costa.

E isso tem a ver com a política urbanística da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
A pressão urbanística desmesurada, que já se verifica e está planeada por este executivo municipal junto à linha de costa da freguesia de São Pedro, fruto, essencialmente, da construção desregrada para fins turísticos, por demais conhecida e identificada, constituiu um autêntico atentado contra o património costeiro e dunar da Cova-Gala.


A protecção da nossa orla costeira, nomeadamente das dunas, areais e frentes edificadas que lhe são próximas, é, por conseguinte, mais do que um imperativo, é uma necessidade elementar para a sobrevivência - NOSSA E DA NOSSA TERRA .

Lá por Lisboa, esta gente que anda a comentar nos blogues é demais!...



Tem tempo disponível?...

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