Às vezes, faz bem olhar para dentro. Hoje, dia de reflexão, é um desses dias.
Este
Outra Margem, que há três anos e picos, eu e os meus parceiros de percurso –
o Pedro, com as suas magníficas fotos, e o Fernando, como o seu apurado sentido de humor – produzimos, editamos e sustentamos, tem clientela fixa e numerosa.
Verifico isso, ao espreitar, de vez em quando, ali para a coluna da direita…
Este Outra Margem, dá trabalho. Sobretudo, absorve muito tempo, é causa de muitas incompreensões e algumas ameaças. Em caixa, possuo um espólio de impropérios que, alguns, que se pensam gente de bem, insistem em proferir, julgando-se, seguros e impunes, à sombra do mais reles e cobarde anonimato, que nem vos digo. Muito menos, vos conto.
Simplesmente inqualificável.
Passemos adiante.
Por vezes, como qualquer ser humano, penso. E surge, naturalmente, a interrogação: porque ando por aqui?
O que é que me impele a expor-me, ao ponto de partilhar inquietações e preocupações sobre o mundo, o meu país, o meu concelho e a minha Terra, com gente que, maioritariamente, não conheço?..
Neste mundo, cada vez mais materialista, confesso que não consigo entender este meu masoquismo, que se tornou quase num vício de todos os dias, de aqui vir colocar palavras sobre coisas que me vão na alma.
Mas, aquilo que não consigo perceber mesmo, é porque este Outra Margem consegue ter tantos leitores diários, que aqui vêm, suponho, partilhar a exposição de um palerma que não se deixa domesticar.
Se calhar, além de palerma, estou a ser, também, presumido e parvo…
E o que as pessoas, na realidade, cá vêm procurar, mesmo, são as fotos do Pedro e o humor do Fernando…
O que, aliás, só revela inteligência por parte dos frequentadores deste Outra Margem, pois, quer as fotos do Pedro, quer o humor do Fernando, são produtos de qualidade garantida.
Como diz uma pessoa, que muito prezo, amanhã é outro dia. Um dia bom para continuar a andar por aqui...