sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Há mais vida para além de Trump!
Quem está contra o BYPASS?
Manuel Traveira, 07.11.2024
«Hoje faz precisamente 10 anos que defendi a minha tese de mestrado intitulada: [Figueira da Foz: Do Cabaret ao Deserto (Evolução urbana da frente marítima/fluvial da Figueira da Foz, do século XIX à actualidade: O Mar no projecto da Cidade)], na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
INEM não atendeu. PSP levou mulher ao hospital onde viria a morrer
Notícia foi avançada pelo jornal "Público". A idosa terá tido um AVC durante uma diligência no Tribunal de Almada.
Uma mulher na casa dos 70 anos estava a ser ouvida na segunda-feira à tarde no Tribunal de Almada quando se começou a sentir mal. Os serviços do Ministério Público de Almada, onde tinha ido prestar declarações enquanto queixosa num processo de violência doméstica, ligaram para o 112 para accionar o socorro, mas durante hora e meia não conseguiram ser atendidos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Acabou por ser a PSP a transportar a idosa ao Hospital Garcia de Orta, onde morreu.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro, disse ao PÚBLICO desconhecer este caso. Não ignora, contudo, que fruto da greve que o seu sindicato decretou às horas extraordinárias (começou na passada quarta-feira e não tem data para terminar) têm estado menos profissionais nos CODU a atender e a triar as chamadas de emergência. Estes técnicos, a classe mais representativa dentro do INEM, exigem aumentos salariais — ganham brutos 922 euros e precisam de dez a 13 anos para passarem para o nível seguinte, onde ganham mais 50 euros — e uma revisão da carreira.
Porque ignora isso Ana Paula Martins, Ministra da Saúde?
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Essa é que foi essa, como diria o Eça: tanta promessa e nada aonteceu...
Foram construídos em meados da década de 1980, mas encontram-se devolutos há vários anos, com os pisos térreos emparedados, já depois de terem sido vandalizados.
Na reunião de câmara realizada a 25 de Nombro de 2019, a então vice-presidente, Ana Carvalho, anunciou que os dois blocos de apartamentos “estão num fundo do Estado”. Até final de 2020, iriam sofrer obras de reabilitação.
“Vão por frações a arrendar, com renda acessível, virada para a classe média. Não é habitação social, serão praticados preços 10 a 20% abaixo do preço de mercado”, disse Ana Carvalho.
Já o presidente da autarquia, Carlos Monteiro, disse na altura acreditar que no início de 2021 os blocos de apartamentos “já estavam reabilitados e a ser habitados”.Entretanto passaram os anos e não conteceu nada.
Trump perto de ser eleito pela segunda vez
E agora?
Resta esperar que Trump, neste segundo mandato como Presidente, não consiga ser tão mau, como o foi enquanto candidato.
Porque conseguiu Trump tantos votos?
Trump ganhou porque uma boa parte dos americanos votou nele e isso foi possível porque contra todas as opiniões publicadas muitos americanos se mobilizaram para que ele ganhasse.
Trump é presidente dos americanos graças aos votos dos americanos, eles quiseram um capitalista daqueles que usa o dinheiro para agarrar mulheres por onde bem entende, que pode impedir a contratação de negros e que confunde colombianas com mulheres-a-dias.
A América continua a não ser só Harvard, São Francisco ou Hoolywood, é também Trump. E não é só na América que temos gente desta.
Basta ler os jornais e quanto a políticos do seu calibre, é só puxar um pouco pela memória. Talvez seja bom que Trump tenha ganho. É bom que a Europa se confronte com a realidade e medite sobre as anormalidades que a política está parindo. Não merece a pena dizer que Trump é um mentiroso e ignorar que Ventura fez da mentira pura e dura uma forma de estar na política.
Trump é muito daquilo que já temos por cá semeado e não vale a pena dizer que só na América sucedem trampas destas.
Tramp não é uma invenção americana. O que não falta na Europa são pequenos Trumps. Não foi a Europa que pariu Hitler? Não vale a pena ignorarmos a verdade, depois de invadir a França Hitler teria ganho quaisquer eleições com muitos mais votos do que Trump e na Europa, assim como nos EUA, o que mais havia eram admiradores de Hitler, desde o Lindberg até ao príncipe Eduardo, sucessor ao trono inglês.
Não vale a pena os jornalistas bem pensantes andarem a condenar as redes sociais, na sua maioria vão acabar por tecer elogios a Trump. Não teremos de esperar muito tempo, já vimos isso com Ronald Reagan e com George Bush.
Resta saber se a escolha de Trump, pela segunda vez, tem o efeito de pandemia ou de vacina, para escolhas futuras que teremos que fazer...
terça-feira, 5 de novembro de 2024
O embaraço de Pedro Nuno Santos no bairro do Zambujal
O secretário-geral do PS falava ontem aos jornalistas no final de uma visita ao Bairro do Zambujal, na Amadora, na sequência dos tumultos que se iniciaram há precisamente duas semanas, depois de um polícia ter alvejado mortalmente um dos habitantes. Pedro Nuno Santos condenou o voto a favor dos socialistas de Loures à moção apresentada pelo Chega que defendia precisamente o despejo de inquilinos das habitações municipais. “Acho que o PS, em nenhum lado, em nenhum sítio, deve viabilizar moções do Chega, muito menos moções do Chega com aquele teor”, defendeu o secretário-geral. “Nenhum senhorio privado pode despejar cidadãos que foram condenados ou aplicar penas.
VAMOS PRECISAR DE MAIS OFERTA NO TURISMO
Pedro Santana Lopes (Campeão das Províncias)
Pergunta: Um turismo de qualidade ou várias qualidades de turismo. Qual é a receita para a Figueira da Foz?
Resposta [PSL]: Definitivamente vários tipos de turismo, incluindo um turismo de qualidade. Mas eu não rejeito turistas, de nenhum tipo. Há quem tenha esse discurso, eu não. Caravanistas, campistas, há lugar para todos, por isso é que ouço as queixas mas, enquanto não há outro lugar, deixo estar os caravanistas no Parque das Gaivotas. Temos é de evitar os malefícios do excesso de turismo, seja no lixo ou na subida do preço das casas, ter bom-senso, estar atento.
Onésimo Teotónio Almeida: integrados, os portugueses nos EUA “pensam como republicanos”
O filósofo e escritor açoriano Onésimo Teotónio Almeida aposentou-se há meses da carreira académica nos Estados Unidos da América. Entre lá e as suas ilhas, observa o risco de novo caos pós-eleitoral. "O problema não é meramente americano. É mundial".
Concluiu uma carreira académica de cinco décadas nos Estados Unidos. Lá voltará em breve. Por agora, Onésimo Teotónio Almeida assiste a partir dos seus Açores ao desenlace das eleições presidenciais norte-americanas. Diz que não perde um sono à prova de fenómenos telúricos e crê que as instituições sobreviverão a um possível regresso de Donald Trump, mas admite os riscos de um novo cenário de caos pós-eleitoral em Washington. O filósofo e escritor, ex-professor no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade Brown, condecorado duas vezes por Jorge Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa, e escolhido por este para presidir às cerimónias do Dia de Portugal em 2018, diz que Trump é porta-voz de um problema latente. E global.
Vale a pena ler o artigo do jornal Público:
"... apercebo-me cada vez mais daquilo que defendi num livrinho de 2010 intitulado De Marx a Darwin. O lado animal do ser humano, hoje, está cada vez mais à solta, mesmo na América, que durante 250 anos nos fez acreditar que era possível controlar a besta obrigando-a a conviver civilizadamente. O problema não é meramente americano. É mundial. E é isso que me preocupa sobremaneira."
Nota: clicar aqui.
Um sítio como outro qualquer
Para lá da nossa cidade, não há cidadão ou Constituição
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
O dia seguinte
«Da semana que passou, apesar das dezenas de especialistas convidados para falar sobre a morte do Odair e os consequentes incidentes, foi Claúdio Gonçalves “Tibunga” – modelo e morador do Bairro do Zambujal – que disse na televisão o mais óbvio e certeiro. Qualquer coisa como: “Quando mataram o meu amigo não quiseram saber, quando começaram a incendiar caixotes começaram a interessar-se”. (…)
A vitória do Chega na campanha autárquica do PS
«Há apenas duas semanas, escrevi neste espaço uma crónica com o título “A vitória do Chega no Congresso do PSD”, depois das arengas de Luís Montenegro contra a disciplina de Cidadania.
Hoje, depois do silêncio da direcção socialista e de Pedro Nuno Santos sobre o caso Ricardo Leão, é difícil não concluir que o Chega também está a vencer a campanha para as próximas autárquicas do PS. A questão é tão grave, tão grave, que o PS ficar calado sobre a aprovação, pela Câmara de Loures, da proposta do Chega transforma-se numa rendição aos discursos da direita populista radical. Recordo que a proposta defendia que os envolvidos em distúrbios, como os que ocorreram na sequência do assassínio de Odair Moniz por um polícia, deviam ser despejados das habitações propriedade da câmara. Agora, falta o PS arranjar um discurso um bocadinho mais xenófobo (mesmo que deixe a disciplina da Cidadania em paz) para ter o pacote completo. Que isto aconteça sob a direcção do PS alegadamente “mais à esquerda de sempre” é um susto.
O antigo deputado Ascenso Simões veio defender, na sua página do Facebook, o presidente da Câmara de Loures. E usou precisamente o argumento de que, para evitar que o Chega tome conta das autarquias da Área Metropolitana de Lisboa, são precisos mais Ricardos Leão. Cito: “Eu não gosto do Chega, mas não fecho os olhos à sua existência e, principalmente, aos problemas que lhe dão razões (…). Leão não é um autarca fora-da-lei como alguns dos seus camaradas quiseram fazer acreditar nos últimos dias. Leão tem é a realidade do seu lado e, se nada fizer, um dia teremos Loures, Amadora e outros concelhos governados pela extrema-direita.” De onde se conclui que, para travar a extrema-direita, é usar os seus argumentos e o PS tem a vitória garantida.
Este texto de Ascenso Simões foi apoiado (pôr um “gosto”, em léxico faceboquiano) por Davide Amado, que sucedeu a Marta Temido na presidência da concelhia de Lisboa do PS. Também pelo antigo secretário de Estado do Desporto e actual deputado João Paulo Correia. Outro apoiante foi o deputado Carlos Pereira, vice-presidente do grupo parlamentar do PS. Há muitos socialistas a apoiarem Ricardo Leão e Ascenso Simões: o ex-deputado Pedro Cegonho, antigo presidente da Associação Nacional de Freguesias, é outro. Ricardo Leão, confortado com o suposto apoio que terá recebido da direcção do PS (o inevitável “quem cala consente”), veio decretar ao PÚBLICO, no sábado, que “a questão está resolvida” e que tudo isto “é uma polémica que não existe” e que não há assunto, “tendo em conta as mensagens e telefonemas de apoio” que recebeu. Entrementes, desconvocou a reunião da Federação da Área Urbana de Lisboa — a que preside — marcada para hoje.
É um facto que houve socialistas que se demarcaram de Leão. Mas todo este episódio e tudo o que tem vindo a público até agora induzem a pensar que o PS, em vez de ser “o PS mais à esquerda de sempre”, acabará por seguir o caminho de outros partidos socialistas europeus que cederam, tal como os seus parceiros europeus da direita democrática, à direita populista.
Estas autárquicas vão ser o teste do algodão, e tudo indica que o PS vai querer competir no mesmo terreno onde a AD já tinha entrado — o discurso demagógico e populista “justiceiro”. Sem dó nem piedade.
Quando se perdem os princípios, perde-se tudo. Eu sei que isto não tem directamente que ver com este assunto (ou só remotamente tem), mas neste sábado pus-me a ler a história da vida de Oswald Mosley, o presidente da União Britânica dos Fascistas. Antes de fundar os seus partidos, Mosley foi do Partido Trabalhista, da sua ala mais à esquerda. Aderiu ao Independent Labour Party, uma espécie de “partido irmão” do Labour, mais radical. Mosley era olhado por personalidades importantes no movimento trabalhista britânico como possível futuro líder. Aneurin Bevan (líder da ala esquerda do Labour e fundador do NHS) gostava muito de Oswald Mosley, antes de este se tornar fascista. A deputada Jennie Lee — da ala mais radical do Labour, que virá a ser ministra da Cultura no governo de Harold Wilson — adorava-o, assim como Beatrice Webb, outro nome decisivo do movimento trabalhista do início do século XX. A História serve para alguma coisa.»
A minha alegre casinha tão modesta como eu... *
«Para muitos portugueses, a casa é quase tudo o que têm. Principalmente junto das classes mais pobres da população, onde a sua habitação, no caso de ser comprada, vale mais de três quartos de todo o seu património líquido, segundo os dados do Banco Central Europeu (BCE) relativos ao primeiro trimestre deste ano. Um valor que contrasta com os portugueses com mais rendimentos, para os quais o imobiliário só vale pouco mais de um terço do património detido. Nos primeiros três meses deste ano cada agregado familiar tinha em média um património de €295 mil, mais 54% do que em 2014. Para esta variação contribuiu principalmente o aumento do valor das casas, que continua a ser o maior ativo dos portugueses.
Pois foi...
"... uma situação absurda que se vive na Figueira: há dezenas de famílias à espera de habitação social e o Estado (o Exército) tem dois prédios de habitação abandonados nas Abadias, a perder valor e “contribuindo para o défice” e “imparidades reais no sector imobiliário estatal”."
Decorridos 8 anos e dois executivos socialistas depois, Santana Lopes assina, amanhã, dia 5 de Novembro de 2024, pelas 16H00, na Casa do Paço na Figueira da Foz, o contrato de empreitada para 24 fogos a custos controlados, em imóveis que eram do Ministério da Defesa.
domingo, 3 de novembro de 2024
Inconsciência ambiental
«A tragédia que inundou Espanha nos últimos dias despertou-nos para os efeitos catastróficos das alterações climáticas. Centenas de vidas perdidas, um registo incontável de desaparecidos, um quadro medonho de destruição que deixou a Comunidade Valenciana mergulhada num cenário de guerra. Quase sem darmos conta, passamos de simples sinais e alertas validados cientificamente para as consequências trágicas destes fenómenos extremos. Choveu tanto num dia como num ano inteiro. E sabemos que voltará a acontecer, cada vez com mais frequência.»