sábado, 24 de agosto de 2024
Quem é que o Francisco Mendes da Silva julga que é?
O caos da saúde da maioria dos portugueses e o dinheiro
O orçamento para a Saúde subiu, num esforço orçamental que tem procurado minimizar as dificuldades. Porém, quando sabemos que a classe médica - e a sua nobre função de salvar vidas - é essencial num País civilizado, também não desconhecemos que muitos destes profissionais, por variadas razões, ainda que lhes sejam atribuídas compensações, não querem exercer longe da sua zona de conforto. Esta posição reflete o comodismo do país, num sector em que o problema é também uma questão de gestão de recursos humanos.
O que sucedeu com o serviço de saúde tem responsáveis políticos: é da inteira responsabilidade política de sucessivos governos democráticos, que optaram pela liberalização, criando classes privilegiadas, sem interesse, ou capacidade, de perspectivar o sector de forma estratégica e a longo prazo.
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
III Cabedelo Art Experience
Na abertura, dia 5, a Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa mostrará o trabalho desenvolvidos pelos seus artistas. No dia seguinte, será a Magenta - Associação dos Artistas Pela Arte a expor as peças realizadas pelos seus associados. O evento encerra no dia 7, exibindo peças da “curadoria” da Victor Costa Art Gallery.
O evento, de entrada gratuita, é realizado pela Surt+Arte e apoiado pela Associação de Desenvolvimento mais surf.
"... a verba final angariada vai ajudar três famílias"
“Sem dúvida, o resultado é o que menos importa. A Naval só tinha que fazer isto”. As palavras do presidente da Naval 1893, Augusto “Joca” Mateus, demonstram o espírito solidário do conjunto figueirense que, na quarta-feira, promoveu, juntamente com a formação Sub-23 do Benfica, um jogo amigável que angariou fundos para as famílias dos pescadores que perderam a vida no naufrágio da embarcação «Virgem Dolorosa», no passado dia 3 de julho".
"VARIANTE DE QUIAIOS. FINALMENTE."
A variante de Quiaios, apesar da traição em 2020, uma aspiração com dezenas de anos, pode arrancar neste mandato.
«A variante que ligará Quiaios à Praia de Quiaios terá cerca de quatro quilómetros e é uma antiga aspiração dos autarcas e da população quiaense.A Junta de Freguesia de Quiaios, doou uma área de 8,5 hectares de terreno à Câmara Municipal para viabilizar a construção da variante rodoviária que sirva a localidade.
A informação de que a escritura de doação foi realizada na manhã de ontem, sexta-feira, foi avançada pelo presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, em reunião ordinária.
O autarca explicou que o terreno doado vai servir para efectuar uma permuta com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), procedimento fundamental para viabilizar a construção da variante a Quiaios.
A futura variante terá uma extensão de cerca de quatro quilómetros e deverá usar o traçado correspondente a um aceiro que já existe, dentro de uma área que é propriedade do ICNF.
“É uma estrada fundamental para garantir o ordenamento da circulação em Quiaios e para aliviar aquela localidade do congestionamento que tem actualmente”, sustentou Santana Lopes, em declarações aos jornalistas.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz estimou que a futura variante possa representar um investimento na ordem dos dois milhões de euros e esteja lançada e em execução ainda neste mandato.
Apesar do projecto de obra ainda não estar definido, Santana Lopes adiantou que a via terá uma faixa de circulação para cada lado e ciclovia. “Será uma estrada tão eco quanto possível”, sublinhou. A futura via vai ligar a localidade de Quiaios à praia com o mesmo nome.»
"Mais bairristas do que racistas"
" ...somos o país onde um Orçamento foi aprovado tendo como moeda de troca medidas protecionistas para o queijo limiano" |
O que o líder do Chega parece ter percebido é que segue em perda. Se os governos do Partido Socialista lhe deram corda e campo para crescer, o atual tem uma estratégia diferente, enrolando-se em algumas bandeiras de André Ventura. Dos mais jovens às forças de segurança, Luís Montenegro anunciou medidas e conseguiu acordos, captando a simpatia de uma parte do eleitorado do Chega.
Mesmo não sendo aceitável extrapolar com total assertividade para o plano interno, o resultado nas eleições europeias foi o primeiro arrepio de André Ventura, uma perda de relevância política que o partido tem procurado contrariar com a busca incessante de ganhos nas redes sociais. A estratégia, básica e decalcada do pior que se vê noutras latitudes, vive de publicações que sustentam a lógica extremista.
É verdade que somos o país onde um Orçamento foi aprovado tendo como moeda de troca medidas protecionistas para o queijo limiano.
Mas não vale tudo e, felizmente, somos mais bairristas do que racistas."
Vitor Santos, Diretor- executivo do Jornal de Notícias
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
Quantas vezes já não pensei nisto...
Na foto, J. M. Coetzee, em 2004 |
"Temos que cultivar, todos nós, uma certa ignorância, uma certa cegueira, ou não conseguiremos tolerar a sociedade."
- J. M. Coetzee, escritor sul-africano, Nobel da Literatura
Felizes são aqueles que passam pela vida sem muito pensar e sem muito refletir?
"A Ucrânia volta a surpreender", ou o mundo está cada vez mais perigoso?..
Imagem: daqui |
A incursão ucraniana do início deste mês, por territórios onde os russos travaram algumas das mais intensas batalhas contra os nazis, tem todo este peso histórico e surpreendeu inimigo e aliados. Um novo capítulo numa guerra onde continua a balançar o equilíbrio geoestratégico do mundo. Os ucranianos mostraram-se, outra vez, capazes de espantar todos, com um gesto táctico de consequências imprevisíveis, sem que se saiba até onde levarão a sua iniciativa.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Imposto sobre super-ricos de Portugal valeria 3600 milhões ao Estado
Via Público
«Se Portugal aplicasse um imposto especial sobre as maiores fortunas, tal como se faz em Espanha desde o final de 2022, arrecadaria mais 6,6% de receita fiscal para os cofres do Estado. As contas são de dois especialistas em economia e finanças num estudo internacional apresentado ontem, semanas depois de o G20 ter sido desafiado a discutir a subida de impostos sobre os super-ricos.»
Esta deliberação está relacionada com a defesa da continuidade da atividade da pastelaria, padaria e café, que teria de encerrar para aquele edifício da Junta de Maiorca poder ser reabilitado e reconvertido em oito apartamentos com renda acessível, de acordo com as condições impostas pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana
Se as eleições fossem hoje, os figueirenses davam maioria absoluta a Santana Lopes e à FAP
Penso que já deu para ver que o seu desempenho como primeiro-ministro a comandar este Governo não tem sido brilhante.
Ser Governo em Portugal, em 2024, não é fácil. Basta olhar para Saúde, nomeadamente a grave crise nas urgências nos hospitais e na maternidades.
Na Figueira, porém, ser poder tem sido um passeio para a minoritária FAP.
No poder, está o Dr. Pedro Santana Lopes.
A oposição é, não digo inexistente, mas tornou-se invisível há muito.
Não passa de uma ficção democrática sem préstimo ou valor, mesmo para quem está no Poder.
A opinião pública ignora-a.
Pode ser que o concelho se lembre dela, numas próximas eleições, quando se quiser vingar da governação anterior..."
Precisamos mesmo de tantos turistas?
«Itália, Espanha, Grécia lutam há anos com o excesso de turismo, que tem levado à descaracterização das cidades e brutal inflação e ao desespero dos próprios habitantes, expulsos da sua vida e residências por um mercantilismo avassalador de baixo nível. Valerá isto a pena face aos supostos lucros que o mesmo turismo traz? No livro Grande Hotel da Europa, que recomendo, um funcionário da Câmara de Amesterdão calcula que o turismo rende à cidade cerca de 64 milhões de euros por ano, mas, em contrapartida, o aumento das despesas em limpeza municipal, sobrecarga dos serviços de saúde e de policiamento, reparação de danos, entre outros, ascende aos 71 milhões, aos quais acresce o prejuízo causado pelo afastamento dos habitantes para as periferias. Discute-se um novo aeroporto, de custos astronómicos, para que mais milhões de turistas nos visitem e destruam o que ainda existe, sob o lema de que “o progresso é inevitável”; não seria mais produtivo investir na modernização do nosso sistema político e judicial e na desburocratização administrativa, promovendo assim o nosso real desenvolvimento? Com tantos exemplos europeus, será que não devemos parar e pensar no que queremos para o nosso país?»
Isabel Ribeiro, jornal Público
Fumo tóxico na Madeira
Via Público
«O incêndio da Madeira veio também pôr a claro um outro problema, que é o do tóxico ambiente político que se vive no arquipélago. As críticas da oposição, justas ou injustas, fazem parte do jogo político e é natural e desejável que surjam quando há dúvidas sobre a forma como foi feito o combate ao incêndio. Muito menos normais, e censuráveis em democracia, são os termos escolhidos pelo presidente do governo regional para rebater essas críticas. Expressões como “um conjunto de abutres políticos” ou “treinadores de bancada”, dirigidas a quem está a exercer o seu papel na oposição, são de quem não vive bem com o escrutínio que deve esperar do seu exercício de poder. Se lhe juntarmos o alijar de responsabilidades para o poder central, justificadamente podemos começar a pensar que Alberto João Jardim pode ter saído do poder, mas o poder regional não conseguiu afastar-se muito do estilo belicoso de Jardim. Pelo contrário, os ecos que chegam da Madeira mostram que estamos cada vez mais afastados do clima de abertura que se viveu nos tempos finais do jardinismo...»
terça-feira, 20 de agosto de 2024
Nascer na Figueira deixou de ser possível há quase há 18 anos. Entretanto, como malandros que somos, enceraram-nos a morgue. Mas, isso pode mudar...
Foi uma bebé russa que encerrou bloco de partos. Uma menina com 3.230 gramas, com mãe de nacionalidade russa, nasceu às 00h30 do dia 1 de Novembro.
Este nascimento, fechou um ciclo que durava há 59 anos e que havia sido criado para responder a uma necessidade de um concelho, que se acreditava estar em desenvolvimento.
Nessa noite, nos corredores da maternidade do HDFF o ambiente era sereno, mas sentia-se a tristeza. Os sorrisos tímidos, as palavras quase nenhumas e o carinho com que se abraçou a última bebé ainda foi maior.
A última bebé a nascer no bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira veio ao mundo poucas horas depois de se conhecer a data de encerramento daquele espaço.
Por curiosidade, fica o rosto politico do fecho da Maternidade da Figueirara da Foz: CORREIA de CAMPOS, ministro da saúde de um governo socialista chefiado por José Sócrates.
Entretanto, também encerraram morgue.
Não podemos “nascer na Figueira”, não podemos “morrer na Figueira”!
Portanto, “nascer e morrer longe da Figueira”, foram medidas tomadas para ajudar a resolver a crise! ...
Em primeiro lugar estava a resolução do défice! ...
A maternidade encerrou, por não conseguir 1500 partos por ano! ...
A culpa é sempre nossa! ...
Somos uns malandros: nem procriamos a valer! ...
Encerrar a morgue foi algo esperado e compreensível: se somos malandros a nascer, teríamos de ser empreendedores a morrer? ...
Uma morgue não pode ser ridícula. Tem de ter número de mortos a sério.
Para não termos de ir morrer longe, teríamos de morrer muito - e em força!...
Na Figueira, nem para a morte houve há saída!...
Ainda havemos de poder continuar a “morrer na Figueira”! ...
Sejamos bairristas em tudo. Mesmo no futebol e na morte! ...
Temos de contribuir para salvar o futuro. De forma gratuita, aqui fica o meu contributo para a campanha “MORGUE ABERTA”.
“Há mínimos a cumprir/Quer que a morgue da Figueira volte a viver?/Mate-se já!/A valer./Força!/Juntos vamos conseguir! ...”
Temos aí algo que nos pode ajudar a ter de reabrir a morgue: exploração do caulino.
Há pouco, decorreu a consulta pública do pedido de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de minerais de areias siliciosas e argilas especiais, nomeadamente caulino, para a área designada Feteira, lê-se no edital da Direção-Geral de Energia e Geologia. O pedido para a realização das sondagens nos terrenos foi apresentado pela empresa Aldeia, S.A., com sede no concelho de Leiria. A contagem do prazo para a participação na fase da consulta pública, no Portal Participa (na internet), começou no dia 3 deste mês e prolongou-se por 30 dias úteis. Os eventuais interessados puderam consultar os documentos do processo – memória descritiva do pedido de prospeção e pesquisa, cópia do requerimento, mapa de localização, dados da área do pedido e pareceres das entidades consultadas.
A consulta dos referidos documentos foi feita através do citado portal e da página da Direção-Geral de Energia e Geologia na internet. Segundo o edital da Direção-Geral de Energia e Geologia, naqueles documentos já constam as reformulações resultantes da alteração oficiosa da área promovida por este organismo público decorrente da análise das condicionantes apresentadas pelo parecer da Câmara Municipal da Figueira da Foz, igualmente disponível para consulta.
Por último, ainda de acordo com o citado edital, as observações e sugestões no âmbito da consulta pública, especificamente relacionadas com aquele pedido de prospecção e pesquisa de caulino na localidade de Feteira, devem ser apresentadas no Portal Participa, onde, afiança o edital da Direção-Geral de Energia e Geologia, “serão devidamente analisadas e consideradas”.
Questionado a meio do mês de Julho passado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, sobre a posição da Junta de Freguesia de Vila Verde em relação à eventual exploração de caulino na freguesia e que diligências e ações pretende levar a efeito, em caso de oposição, o presidente da Junta de Vila Verde, Vítor Alemão, respondeu: “cabe ao povo decidir e defender a sua vontade”.
Neste momento, creio que a Assembleia Municipal da Figueira da Foz é a entidade que pode impedir a realização do projeto.
Mas, porque deveria fazê-lo?
Em 2024, no nosso País, o Interesse Público não passa por defender um concelho com ar puro e água potável, fauna e flora saudáveis, seres humanos livres de doenças provocadas pela ganância de outros seres humanos, animais convivendo em equilíbrio saudável com outros animais e com os seres humanos, ruas limpas e segurança física dos moradores, sobretudo, crianças, mas satisfazer eventuais interesses económicos de empresas privadas que procuram o lucro.
Perante o risco de prejudicar o lucro de um grupo económico, o que representam para os políticos os habitantes do concelho, em especial os malefícios infligidos aos habitantes da freguesia de Vila Verde, mais concretamente aos habitantes do Casal da Marinha, do Ervidinho, da Feteira de Baixo e da Feteira de Cima, de Lares e aglomerados incluídos, Casal Andrade, Vale de Avito, Gândara de Lares?
Não sei exactamente porquê, mas nestas alturas lembro-me de Miguel Torga.
“É uma tristeza verificar que a política se faz na praça pública com demagogia e nos bastidores com maquinações. E mais triste ainda concluir que não pode ser doutra maneira, dada a natureza da condição humana, que nunca soube distinguir o seu egoísmo do bem comum e vende a alma ao diabo pela vara do mando. A ambição do poder não olha a meios, pois todos lhe parecem legítimos, se eficazes.”