quinta-feira, 4 de abril de 2024

A primeira impressão da fotografia com o novo primeiro-ministro e os 17 ministros...


"Novo Governo. Mais organizado, mas com grande distância entre os ministros"

Para pensar...

"Emigrantes e imigrantes são uma e a mesma coisa. Apenas muda a perspectiva. Quem emigra, também imigra (ou vice-versa), no mesmo momento.

Para mim, será sempre um mistério como emigrantes/imigrantes votam em massa num partido hostil a imigrantes/emigrantes.

Talvez seja a confirmação de que, para muita gente, igualdade, direitos humanos, etc., são válidos apenas quando se trata de si próprio."

Cristina Torrão, via Delito de Opinião

Nota de rodapé.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Enigma

"
O Partido Socialista governou 22 dos últimos 28 anos", disse Montenegro no discurso de ontem no acto de posse como primeiro ministro.
Fica uma pergunta, também constatação: ... todavia, os portugueses em geral só se lembram das maldades feitas por Cavaco Silva e Passos Coelho...
Curioso, não é?!..
Alguém tem a chave do enigma?

Quem tem vergonha da sua história?

Pedro Tadeu

"Estive a ler um documento partidário que muito me impressionou, um programa político para a governação de Portugal que tem esta máxima: “Não há verdadeira democracia sem socialismo, nem socialismo autêntico sem democracia.”

Concordo.

O texto critica o capitalismo, embora assinale a sua capacidade de “expandir a produção a um ritmo extraordinário” e de ir “criando as condições de satisfação das necessidades humanas numa escala nunca atingida”. Porém, o mesmo texto não se esquece de que “o capitalismo multiplicou por toda a parte as desigualdades, a dependência económica e política, a alienação e a desagregação sociais. E ameaça o futuro da Humanidade através do rápido esgotamento dos recursos naturais, da destruição da natureza e da poluição do ambiente”.

Concordo.

Sobre a distribuição da riqueza do país, esse documento historia: “Mentiu-se ao povo, dizendo que a economia nacional não comportava salários mais altos. Mas, de facto, manteve-se uma distribuição funcional do rendimento que atribuía ao trabalho menos de metade do valor do produto e, em alguns ramos de atividade, menos de um terço. Este estado de coisas traduziu-se numa escandalosa desigualdade económica.”

Concordo.

Afirmando-se a favor da paz, este documento “admite a adesão à NATO apenas enquanto não estiver institucionalizado um novo sistema internacional e multilateral de segurança. Entretanto, a contribuição portuguesa financeira e humana deve diminuir progressivamente”.

Concordo.

Este partido defende que “os trabalhadores passem a participar concretamente, desde já, na gestão das empresas e no capital criado. Essa cogestão implica que os representantes dos trabalhadores tenham assento e voto deliberativo nos órgãos de gestão das empresas, por forma progressiva, com vista à aproximação do ideal da autogestão, próprio da realização integral do socialismo; e implica também que a propriedade de uma parte dos reinvestimentos da empresa advenha aos trabalhadores, sendo-lhes distribuídos os títulos representativos desses aumentos de capital”.

À falta de melhor, concordo.

Este partido defende que “o princípio da propriedade privada, sem limitações substanciais, gera situações criadoras de profundas injustiças e de dominação do homem pelo homem, e tende a usurpar poderes que devem pertencer ao Estado”. 

Concordo.

Está também contra “a passagem dos meios de produção para a propriedade exclusiva do Estado” porque “o poder monopolístico e o poder da burocracia centralizadora constituem entraves à liberdade e à iniciativa dos cidadãos”.

Como princípio geral, concordo.

Em várias áreas estratégias da economia, como na energia, este partido defende que o setor, “deverá ser fortemente integrado, vertical e horizontalmente, em grandes empresas nacionalizadas ou com forte predomínio do Estado”.

Concordo.

Eis, portanto, um partido que defende a construção do socialismo para Portugal, que é contra o capitalismo desregulado explorador da Humanidade e ameaçador para a vida no planeta, que exige uma distribuição justa da riqueza criada, que quer, a prazo, sair da NATO, que defende a participação dos trabalhadores na gestão das empresas, que combate monopólios privados e burocracias estatais e que exige que o Estado seja dono de vários setores estratégicos da economia.

Concordo com tudo - afinal, não há partes que são quase comunismo?... 

Acontece, porém, que este programa partidário está disponível no site do PSD, o partido dominante no novo Governo que tomou ontem posse, liderado por Luís Montenegro. 

O PSD de 2024 propõe-se combater qualquer ideia socialista para Portugal, pretende dar mais liberdade ao capitalismo, acredita na falácia de que a um maior crescimento da economia corresponderá uma maior distribuição de riqueza, quer reforçar o orçamento militar para a NATO e quer tirar o Estado da economia.

O partido de Luís Montenegro é o mesmo partido deste programa político que Sá Carneiro, Francisco Balsemão e Magalhães Mota subscreveram em 1974, no então recém-fundado PPD, o antecessor do PSD.

Como lidam os, nominalmente, sociais-democratas com tamanha contradição com o passado? Será que alguém deste Governo leu esse programa do PPD? Será que alguém, no passado, andou a enganar alguém? Será que alguém, no presente, anda a enganar alguém? Será a História ou é o presente que os envergonha?"

"De barman a super ministro"...

Segundo o
Diário as Beiras, edição de hoje, «o
 desde ontem ministro da Educação e do Ensino Superior, o figueirense Fernando Alexandre, trabalhou durante oito anos como empregado de balcão (barman) na discoteca Flashen, na Praia de Quiaios. Começou a trabalhar ali quando frequentava o ensino secundário e continuou enquanto estudava economia na Universidade de Coimbra.
“É uma pessoa com uma personalidade muito vincada. Muito honesto no trabalho, tinha um relacionamento humano bom e era profundo na análise. Trabalhava e, em simultâneo, seguia o percurso académico. Era um excelente aluno”, afirmou Álvaro Azenha, proprietário da histórica discoteca Flashen»,  ao jornal.
Como já tínhamos dado conta aqui e aqui, o novo ministro é alguém que vai ter um papel importante no governo que ontem foi empossadoVoltando a citar a edição de hoje do Diário as Beiras, o actual ministro da Educação e do Ensino Superior e ex-secretário de Estado do Governo de Passos Coelho fez o seu percurso escolar no concelho que o viu crescer, na Escola do 1.º Ciclo da Murtinheira - localidade vizinha da Praia de Quiaios, onde tem casa - , na Escola João de Barros (2.º e 3.º ciclos) e na Escola Secundária Joaquim de Carvalho. licenciatura e o mestrado na Universidade de Coimbra e o doutoramento na Universidade de Londres - Birkbeck College. 
Álvaro Azenha, “tem um orgulho enorme em Fernando Alexandre. Era muito trabalhador e muito dedicado aos estudos. Em tudo o que ele fazia, gostava da perfeição”O melhor é não acreditar em rankings...

Dez&10 vai ter uma nova série

 Via Diário as Beiras

Nota:  O Dez&10 é um ciclo de entrevistas conduzido pelo jornalista Jot’Alves.

E depois do resultado da leitura do povo, esse grande leitor, o que vem por aí?..

Clicando
aqui, podem ler o discurso feito por Montenegro, na tomada de posse do novo primeiro-ministro e antigo líder da bancada parlamentar do PSD, no tempo do governo de Passos Coelho. Tal como seria de esperar, foi um discurso tipo Miss Mundo: foi "tudo e o seu contrário, tudo e o que quiserem que seja, que a margem é larga, tudo o contrário do que se defendeu durante o percurso  enquanto líder de bancada parlamentar."
Isto é tudo tão bom, que se este Governo cair não será por incompetência, falhanço do primeiro-ministro, mas por culpa do maior partido da oposição, outra inovação introduzida na tomada de posse de um Governo. Portanto: "as oposições têm de os deixar trabalhar". Façam eles o que fizerem.
A poucos dias do 25 de Abril comemorar 50 anos, enquanto fazia tempo para o Benfica-Sporting de ontem à noite (que apesar de tudo acabou por ser de boa memória) passei um tempito divertido e bem passado com os paineleiros das televisões a perorarem sobre "um grande discurso, cheio de grande estratégia política de sobrevivência", que imitando o Papa Francisco, (quando no início de Agosto do ano passado esteve em Lisboa, citou vários poetas e escritores portugueses de Camões a Sophia de Mello Breyner, a Fernando Pessoa e a José Saramago, passando pelos fados de Amália Rodrigues), Montenegro até lembrou Camões e Sophia de Mello Breyner. 
E, assim, de normalização em normalização, vai-se tentando normalizar tudo: embora noutro contexto, para Rui Rio o fascismo nunca existiu em Portugal...
Recordemos, Marcelo em Novembro de 2023: "Entrou-se num tempo novo. Vamos ver como o povo lê o que se passou nestes meses e dias".
Já sabemos como é que "o povo, esse grande leitor", leu... 

terça-feira, 2 de abril de 2024

CUIDADO COM O MINISTRO

Soares Novais

"Luís Marques Mendes (LMM) avaliou positivamente os ministros que integram o Governo que hoje toma posse. Joaquim Morais Sarmento, Rita Júdice, Paulo Rangel, Nuno Melo e Fernando Alexandre, apenas para citar alguns dos 17 novos governantes, integram, segundo ele, um dream time que guindará Portugal ao topo. Confirme aqui.

Tal avaliação não espanta se se tiver em linha de conta que LMM é “psd”desde pequenino, e assumido porta-voz das aspirações e dos desejos presidenciais. Acontece, porém, que esta verdadeira equipa de galáticos, segundo tal comentador, integra um elemento envolto em questões misteriosas. Os sectores da Educação, Ciência e Inovação devem ter bem presente esta história protagonizada pelo agora senhor ministro. Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém…"

Sobrevivência da espécie está em risco: “Se fôssemos coerentes, deveríamos fechar a pesca da lampreia"

 Via Diário as Beiras

Para ler melhor clicar na imagem

Investimento realiza-se até 2030, no âmbito de uma candidatura da CIM-RC

"O Município da Figueira da Foz vai realizar investimentos de 19 milhões de euros, até 2030, na área dos resíduos, numa média anual de 2,8 milhões de euros. O investimento será feito ao abrigo de uma candidatura da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM-RC). 
Com aquele investimento, até 2030, o município poupará 11 milhões de euros, por via da redução da recolha e do tratamento de resíduos sólidos urbanos indiferenciados, serviço assegurado pela Ersuc, adiantou, ao DIÁRIO ASBEIRAS, o vereador do Ambiente, Ricardo Silva. 
“A Figueira da Foz quer voltar a estar na vanguarda da reciclagem e em todas as medidas que visam reduzir a produção de resíduos e aumentar a reciclagem no concelho”, afiançou o autarca. Ricardo Silva acrescentou que os investimentos e as medidas, em curso ou programadas, “fazem parte da estratégia do município para a área dos resíduos”
Entretanto, até 2030, será aplicado um sistema de cobrança da taxa que fará corresponder o valor pago com a quantidade de resíduos sólidos urbanos produzida. Os investimentos são transversais a várias áreas de ação, como aquisição de viaturas, mudança da estratégia da recolha de resíduos sólidos urbanos, distribuição de compostores e outras soluções que concorrem para a redução dos resíduos, diferenciados e indiferenciados. Nos últimos meses, o Município da Figueira da Foz entregou, gratuitamente, mais de 300 compostores, no âmbito de uma campanha que tem por finalidade sensibilizar os figueirenses para a compostagem de biorresíduos. Os compostores foram entregues nas freguesias e nas escolas Pintor Mário Augusto, Pedrosa Veríssimo, na Cristina Torres, João de Barros, Joaquim de Carvalho e Infante D. Pedro. A campanha ainda não terminou. 
Papeleiras inteligentes e contentores castanhos 
O Município da Figueira da Foz prevê começar a instalar papeleiras inteligentes - compactam os resíduos introduzidos no recipiente - durante esta semana, em vários locais da cidade. Por outro lado, serão instalados contentores castanhos para a deposição de resíduos orgânicos. Estes depósitos serão testados em diversas localidades do concelho, tanto na zona urbana como na zona rural. 
As medidas para reduzir os resíduos e, por arrasto, os custos associados à recolha e ao tratamento, como já foi referido, tem várias frentes de ação. Entre as quais um sistema de reciclagem de vidro para restaurantes, para aplicar até junho. 
Este sistema será instalado ao abrigo do Canal Horeca, que promove a separação de embalagens não reutilizáveis de estabelecimentos de hotelaria, restauração e similares."

Para quem não conhece o novo governo

Tem um economista à frente do ministério da Educação, Ciência e Inovação... 

Imagem via Delito de Opinião

"Corte do 14.º mês para as reformas acima dos 1500 euros mensais devia ser definitivo".

Cinquentenário é quando o homem quiser?

Os 49 anos do cinquentenário do 25 de Novembro. "IL, Chega e CDS pedem inclusão do 25 de Novembro de 1975 no programa dos 50 anos do 25 de Abril."

"As datas são como alguns cheiros, provocam sensações, fazem-nos viajar. Para os partidos desta aliança, o 25 de Novembro de 1975 é o 24 de Abril de 1974 que se pôde arranjar."

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Habitação - uma ideia política

 Imagem sacada daqui.

Hotel para pássaros em Amesterdão.

Faltam médicos nas extensões de saúde de Vila Verde, Bom Sucesso, Quiaios e Marinha das Onda

 Via Diário as Beiras

Porque há muita falta de memória...

Estamos no primeiro dia do mês de Abril, 50 anos depois.
Para que possam saber o que foi realmente o 25 de Abril, há um livrinho ilustrado muito útil e elucidativo chamado O Meu Primeiro 25 de Abril, da autoria de José Jorge Letria e com ilustrações de Helder Teixeira Peleja. O ilustrador já nasceu em Democracia (em 1978). O autor do texto, em 1974 era jornalista e cantautor e viveu com grande emoção esses dias de alegria na cidade de Lisboa ao lado de pessoas como Zeca Afonso. Este livro conta como tudo aconteceu. 
Neste tempo, de que parece que já existe muita falta de memória (estou farto de encontrar gente que não faz a mínima ideia do que foi um dia tão importante para Portugal como o 25 de Abril de 1974), talvez não seja má ideia ler este livro.
Palavras de José Jorge Letria num almoço com a mãe, em Cascais, no dia 24 de Abril de 1974 e reproduzidas neste livro.
“Mãe, amanhã fique em casa, não vá às compras e vá sempre ouvindo rádio. Eu sei o que vai acontecer e estou seguro.” 

Imagem via jornal Público

sábado, 30 de março de 2024

Custo dos contribuintes com a banca dava para pagar mais um Plano de Recuperação e Resiliência

Lugares-comuns, duplicidades, agendas escondidas no contínuo político-mediático

 José Pacheco Pereira no jornal Público

«Duplicidade – A duplicidade é o mais perverso processo em curso. Até à queda do Governo do PS, o silêncio era falta de transparência, agora é recato. Se este Governo fosse do PS, havia um clamor sobre um “governo de partido”, que “não se abriria à sociedade”, feito a partir do aparelho partidário, em que a tão elogiada “experiência política” seria vista como uma coisa negativa, etc., etc.»

Para ler o artigo na íntegra clicar aqui.

Da série, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga... (IV)

 O poder brilha

"O investimento de milhões do dono da polaca eurocash, Luís Amaral, no observador e no menos liberdade está a começar a pagar: os liberais até dizer chega estão neste Governo dos ricos, pelos ricos e para os ricos. Não há mesmo almoços grátis na luta político-ideológica. 
O menos liberdade tem por referência apoiantes de Mussolini e de Pinochet, como Mises, Hayek ou Friedman. Isso é suficiente para Luís Aguiar-Conraria, com o rigor que se lhe conhece, apodar Fernando Alexandre, membro da sua direção, de social-democrata. Ignorância ou desonestidade intelectual? 
Sendo estudioso de Mises, Hayek e Friedman, considero a qualidade intelectual relativamente independente do posicionamento político-ideológico, mas daí a chamar Fernando Alexandre de “académico brilhante”, como faz o Diretor do Público, vai uma grande distância, até porque tem tido muitos afazeres fora da academia, das polícias aos aeroportos. Dou dois exemplos da distância. 
Em primeiro lugar, mobilizo o estudo de que Alexandre e Conraria foram coautores para a Associação Portuguesa de Seguradores e onde advogam a privatização da segurança social, o que é muito social-democrata, como se sabe. Esqueceram-se aí de dois pormenores da melhor teoria económica prática: é o investimento que determina a poupança e não o contrário, estando o primeiro dependente das expectativas de vendas; o sistema de pensões por capitalização, como o de repartição, distribui em cada momento entre quem está no ativo e quem não está. Não há almoços grátis, mas nos almoços servidos por capitalização só restam ossos para os reformados, já que a carne foi comida pela finança. Da Argentina à Polónia, esta experiência neoliberal tem sido revertida, mas isso não impede Alexandre e companhia de tentarem. Os cortes nas pensões são um meio.
Em segundo lugar, lembro que Alexandre esteve no Tudo é Economia, onde debatia semanalmente com Ricardo Paes Mamede. A sua prestação era de tal forma penosa que teve de encontrar um pretexto para sair do programa, sendo substituído pelo mais capaz Ricardo Arroja. A maioria dos neoliberais não se aguenta num debate em igualdade de circunstâncias. Daí terem necessidade de monopolizar a comunicação social, no que contam com a colaboração dos proprietários. 
Enfim, Alexandre, pela sua ligação aos interesses capitalistas, tem poder anti-social-democrata. Poder não é brilhantismo, embora brilhe."