A iniciativa do município ciclo de debates Figueira da Foz - Encontros da Claridade, teve a sua primeira edição realizada no dia 13 de
julho, no jardim interior do CAE, com Santana Lopes a assumir o papel de moderador, dedicada
ao futuro da Europa.
Como convidados estiveram Nuno Rogeiro e António Martins da Cruz.
A segunda, teve lugar na passada quarta-feira. Falou-se sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa e voltou a lotar o espaço.
A
próxima será em novembro. No final do debate (que pode ser ouvido na íntegra clicando aqui), que juntou Luís Machado, José Furtado e Carlos Brazão, defensores das opções de Alcochete, Alverca e Santarém, respectivamente, Santana Lopes voltou a lamentar aos jornalistas que a região Centro “não tenha apresentado um projecto que faça pensar o país de outra maneira”. “Devia ter sido apresentado um projecto para a
região Centro que defendesse a coesão territorial”,
disse Pedro Santana Lopes, que moderou o debate “Um aeroporto três soluções”, no âmbito da iniciativa “Figueira Encontros da Claridade”, realizada,
quarta-feira à noite, no Centro de Artes e Espectáculos (CAE).
O autarca, depois de já ter sido presidente entre 1997-2001, de novo a gerir o concelho da Figueira da Foz, desde Setembro de 2021, considerou que as estruturas regionais não trabalharam para apresentar
“um projecto que fosse o mais conveniente” para o
Centro, que estivesse actualmente a ser analisado
pela comissão técnica. “O país todo ele precisa de ser repensado no
seu equilíbrio, mas o problema é que muitas vezes o resto do país fica à espera de que as pessoas
de Lisboa apresentem projectos”, referiu o antigo
primeiro-ministro, que quando exerceu essas funções defendeu a abertura da Base Aérea de Monte
Real à aviação civil.
Para o presidente da Câmara da Figueira da Foz,
“se a região tivesse apresentado um projecto que
fosse o mais conveniente para o Centro, tinha ido à
luta com os outros projectos” que estão a ser analisados.
Santana Lopes, recordou que, já há 20 anos, na sua primeira passagem pela
autarquia, lhe fazia impressão que a região Centro
não estivesse representada nas comitivas oficiais
do Presidente da República e do primeiro-ministro
nas visitas ao estrangeiro.
Na opinião de Santana Lopes, Santarém ao apresentar uma proposta para instalação de um novo
aeroporto “tapa um bocado” a possibilidade do
Centro ter um a infraestrutura aeroportuária com
outra centralidade regional.
“Santarém fez, se calhar, embora privados, o que
a região Centro devia ter feito. Podia ser mais a sul
ou menos a sul da região, mas devia ter estado
neste processo todo desde o início”, sublinhou.
Recorde-se que no início de Junho, o presidente da autarquia figueirense disse que o Município não subscrevia a
deliberação de apoio à localização do novo aeroporto em Santarém tomada pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra e defendeu
que o Centro devia ter uma infraestrutura aeroportuária.
“Não queremos manifestar nenhuma preferência por nenhuma das nove opções, mas há uma
posição de princípio: a região Centro deve ter o seu
aeroporto”, disse, na altura, Santana Lopes, numa
intervenção no período antes da ordem do dia da
reunião do Executivo.
A Comissão Técnica Independente terá de entregar ao Governo, até 31 de Dezembro, o relatório
com as conclusões do seu trabalho indicando qual
é a melhor solução para o futuro aeroporto da região de Lisboa.
Questionado sobre se a Região Centro
continua a ser apenas uma zona de passagem
entre Lisboa e o Porto, Santana Lopes, respondeu
assim: “O que disse há 20 anos foi que aquilo que
nós vemos é um baile mandado a passar-nos por
cima entre Lisboa e o Porto. Já não é tanto assim,
mas ainda é um bocado assim. E esta questão
[do futuro aeroporto] é um bom exemplo”.
Foto: Diário as Beiras