quinta-feira, 7 de setembro de 2023
"HOMEM AUMENTADO, NÃO MELHORADO"
Via De Rerum Natura
Um dos maiores filósofos vivos deu uma aula em Portugal. Edgar Morin tem 102 anos e falou em Lisboa sobre o estado do mundo.
(Ver aqui).
É aquilo que se chama o transumanismo, isto é uma visão do homem aumentada, aumentada quantitativamente, mas infelizmente diminuída qualitativamente porque esse homem que recupera o tem do domínio do mundo, esse homem que por razões puramente quantitativas esquece que aquilo de que precisamos agora não é de um homem aumentado mas de um homem melhorado pela solidariedade e pela fraternidade."
Notas parlamentares
Os poderes do Presidente
"A principal conquista do constitucionalismo moderno, há dois séculos e meio, foi a substituição da concentração de todo o poder nas mãos do monarca (absolutismo régio) pela sua repartição por vários órgãos de poder (separação de poderes), cada um deles com a sua tarefa própria. Ora, em Portugal, o Presidente não é eleito para governar nem para mandar no Governo: não escolhe o Governo, não governa nem cogoverna, nem tem nenhuma competência para definir as orientações governativas. Consequentemente o Governo não é politicamente responsável perante o Presidente.
Obviamente, o leitor não tem de conhecer este quadro constitucional dos poderes presidenciais, mas o Presidente conhece, e bem!"
quarta-feira, 6 de setembro de 2023
Polémicas...
Existem as que surgem espontaneamente, muitas vezes, fruto de meteoritos mentais que arrastam o intelecto para a irrisão.
Contudo, pese embora o arrazoado inconsequente e a inutilidade estéril de algumas polémicas, outras acontecem sobre as quais, depois de ler, apetece reflectir e repensar, as razões extrínsecas e principalmente internas do burgo, para a razão de ser chamada à colação.
Via Diário as Beiras, aqui está um exemplo de uma polémica que proporciona leitura, reflexão, não sobre o sexo dos anjos, mas sobre a inutilidade da silly season se prolongar pelo mês de Setembro ...
"O risco do populismo não é o Trump, o Ventura, é tratar os outros como se fossem idiotas"
"Populismos?
Populismos é como o mau gosto, é sempre dos outros. O populismo parte de um princípio que, para mim, é perigoso, que é o tomar o interlocutor por estúpido e, em vez de o tentar puxar para cima, empurra-o ainda mais para baixo, para um estado de preguiça mental, moral, cultural. O risco do populismo não é o Trump, o Ventura, é o tratar os outros como se fossem idiotas.
Maioria.
A maioria está, geralmente, sempre errada. Mas não tem grande mal, porque o facto de ser maioria já lhe dá razão: tem sempre uma força grande. A maioria das pessoas em Portugal, suponho, neste momento não se está a sentir muito bem, porque está com uma dificuldade enorme em viver. E acho que uma boa governação é feita para a maioria e também para a minoria.
Liberdade.
A liberdade é como o humor, o amor, a poesia. É uma palavra que, se for definida, deixa de o ser. A liberdade está no nosso horizonte e pode ser medida por métodos e instrumentos internos e externos. A liberdade externa é simples: num país rico, temos mais liberdade de movimentos do que num país pobre. A liberdade interna é definida pela nossa capacidade, pelo nosso poder, pelo capital adquirido de conhecimento e capacidade de reflexão. E há uma coisa fundamental para a liberdade interna: tempo. E o meu receio é que no futuro, mesmo nas profissões que exerço, escritor e professor, comecem a tirar tempo para pensar. Neste momento, nas universidades e nos liceus, a burocracia é tão grande que o objetivo é um só: tirar àquelas pessoas, de quem se espera que ensinem a pensar, tirar-lhes tempo para pensar."
terça-feira, 5 de setembro de 2023
Agora falo eu
«Mais logo, os conselheiros de estado voltam a sentar-se à mesa que tem Marcelo na cabeceira. Mas, desta vez, não vão para falar. Vão apenas para ouvir. Ouvir António Costa, que tinha um avião para apanhar em julho e, por isso, acontece esta parte II de uma reunião que Marcelo quer que seja recordada e à qual quer dar importância.
Na primeira parte deste encontro do órgão consultivo do PR, falaram todos os conselheiros e, tirando uma ou outra exceção, os diagnósticos de como vai Portugal não foram nada simpáticos para o Governo. É certo que Cavaco Silva não disse, cara a cara, a António Costa, nem metade do que tinha andado a dizer e a escrever no espaço público nas semanas que antecederam a primeira parte da reunião. Limitou-se, o antigo primeiro-ministro e Presidente a falar de contas, do orçamento, da despesa e da receita. No mesmo caminho seguiu Miguel Cadilhe, antigo ministro das finanças de Cavaco, que arrasou os números do governo e explicou porque é que afinal as contas certas não são tão certas nem tão folgadas como diz o atual ministro das Finanças.
Daqui a pouco, o conselho de Estado vai ouvir António Costa, o penúltimo a falar. Será o tempo do primeiro-ministro poder fazer a sua defesa, explicar aos restantes conselheiros que rumo segue o governo, o que anda a fazer e o que pretende para o futuro breve, com a preparação do OE a ser trabalhada.
Por fim, Marcelo.
Marcelo já não quer nem precisa de ouvir mais nada. Aliás, já fez saber que já sabe o que vai dizer, que o discurso está escrito, que se foi "escrevendo sozinho" enquanto tirava notas das intervenções dos conselheiros. Ou seja, o que Marcelo já disse é que, independentemente do que venha a dizer António Costa, as conclusões já estão tiradas. Marcelo quis que se soubesse que não precisa de ouvir António Costa para saber o que dirá. A estratégia de desvalorização da intervenção de António Costa é apenas mais um episódio - na minha opinião, grave - do contrapoder que, desde maio passado, quando Galamba ficou no governo contra a vontade de Marcelo, o presidente está disposto a exercer nestes dois anos e meio que faltam para o fim do mandato e numa altura em que o espaço público já se agita com nomes e disponibilidades de presidenciáveis.Além disso, além disto, Marcelo já ameaçou que esta coisa do Mais Habitação não fica assim. "A regulamentação terá de me vir parar às mãos", disse, este fim de semana, o chefe de Estado, depois de lembrar, mais uma vez, que ele acha que o pacote não vai funcionar. E lamentou não ter havido abertura do PS para um acordo - nem que fosse pequeno - com o PSD para que o programa se tornasse mais abrangente e «estrutural». Marcelo vetou, o diploma vai voltar sem ser mexido, ele vai (ter de) promulgar e, depois, vai esperar que o documento regresse a Belém, já regulamentado.
A frente de batalha entre PR e PM está aberta, por mais que digam, um e outro, que cada um está a cumprir escrupulosamente o seu papel e que, um e outro, estão a atuar dentro das competências e atribuições que a constituição lhes confere.
Este é o conselho de Estado de Marcelo. Que marcou em maio, que lembrou frequentemente que era em julho, que teve de interromper, que retoma agora. Marcelo já tomou o pulso ao conselho. A questão é, agora, o que dirá o PR a fechar a reunião e, já agora, se os conselheiros refletem de facto a sociedade portuguesa. Ou se, pelo contrário, a sala do conselho é apenas (mais) uma bolha.»
O drama da habitação
"A delegação da Figueira da Foz “abriu portas” em Outubro de 2011 e desde 2012 que pode dispor de instalações cedidas pela Câmara Municipal o que possibilitou a colaboração, ainda hoje existente, com as juntas de freguesia de S. Julião, Tavarede, Buarcos e Marinha das Ondas. A delegação da Figueira da Foz apoia diariamente indivíduos sem-abrigo, fornecendo-lhes nas suas instalações a necessária alimentação.
Apoia, semanalmente, diversas famílias com um cabaz de alimentos e distribui, diariamente pelas famílias carenciadas todas as quebras de alimentos recolhidos nos Supermercados do Grupo Pingo Doce desta cidade. O apoio prestado pela delegação contempla também o fornecimento de roupa e calçado a toda a comunidade que deles necessite."
Contudo, o "número de pessoas a viver nas ruas da cidade está a aumentar".
Nos últimos anos, a falta de habitação pública e de arrendamento acessível está a “mandar” pessoas para a rua.
Há quem, mesmo com emprego, não consiga pagar a renda ou a prestação ao banco.
Esta realidade, já não é um exclusivo das grandes cidades. E este impasse parece não ter fim. Aliás, segundo as últimas notícias, tem tendência para agravamento: os analistas contactados preveem que o BCE vai voltar a subir os juros, apesar dos receios sobre recessão na zona euro, aumentando a pressão sobre quem tem empréstimos indexado às Euribor.
Imagem via Diário as Beiras |
Sara Tavares
"... a quem a vida tudo deu e quase tudo tirou."
DIGNIDADE E CARÁCTER.
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
Será que alguém se lembrou de alertar o senhor Ministro das Infrestruturas para a situação em que se encontra actualmente o Portinho da Gala?
Nem seria necessário grande esforço: bastaria alguém ter lembrado ao senhor ministro, para olhar para esquerda, depois de atravessar a Ponte dos Arcos, ao vir da Figueira...
Imagem Via Diário as Beiras
Na oportunidade, esteve acompanhado pelo presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes; pelo assessor do presidente da Câmara de Ílhavo, Bruno Ribau; pelo presidente dos portos da Figueira da Foz e de Aveiro, Eduardo Feio; e pelos comandantes das duas capitanias, Cervaens Costa e Vítor Conceição Dias.
Antes da sessão, o ministro João Galamba aproveitou para surfou as boas ondas da outra margem, que foi o que restou incólume depois daquela "infeliz" requalificação realizada pela anterior gestão camarária.
Quem sabe, sabe...
PAULA SIMÕES
"Se o Dia do Tavaredense é a 9 de Maio e durante alguns anos era neste dia que se faziam as grandes festas cá da Terra, porque mudaram a data e se comemoram em setembro, quando há festas em tudo quanto é lado?
Para mim, Festas em Tavarede, serão sempre o S. Martinho em Novembro e o Dia de Tavarede em Maio!
Respeitemos a História!
Para mais tarde recordar...
Via Diário as Beiras
"Administração portuária quer construir uma nova infraestrutura no Cabedelo, indo ao encontro das pretensões de Santana Lopes"
As festas acontecem, porque o Povo gosta de festas....
Por este Portugal de lés a lés, do litoral ao interior, quem é que ainda tem dinheiro para satisfazer os desejos do Povo? Fácil de responder: as Câmaras Municipais, como por exemplo, a de Montemor-o-Velho.Montagem a partir de uma imagem sacada ao Diário as Beiras
Os 50 Anos do 25 de Abril comemoram-se em 2024. Contudo, uma democracia adulta e saudável é isto?..
Qualquer português minimamente informado reconhece isto.
Já lá fui muitas vezes. Ainda na edição 2022 lá estive.
Em 2023, porém, havia uma razão de interesse especial: o Avante!, era uma festa de olhos postos em Paulo Raimundo. O secretário-geral do PCP estreou-se no comício deste domingo como líder do partido na Festa do Avante!
Era no comício da Festa do Avante! onde Paulo Raimundo se estreou como secretário-geral do PCP este domingo que os olhos estavam postos.
domingo, 3 de setembro de 2023
Portinho da Gala
O Portinho da Gala foi inaugurado em 2004. Cerca de 10 anos depois, a autarquia inaugurou um centro cultural e de convívio, que custou cerca de 120 mil euros, para a comunidade piscatória. Pelo meio, foram construídos os 80 armazéns. O assoreamento e a falta de manutenção dificultam a actividade das várias dezenas de pescadores de pesca artesanal que têm a sua base logística no Potinho da Gala.
Foto António Agostinho. Mais fotos aqui. |