Nota:
A embarcação só irá estar na Figueira da Foz hoje. Amanhã prossegue a viagem.
Luis Osório sobre Victor Cunha Rego:
"Victor, apesar de ser um dos que mais conspirou e influenciou o poder e contrapoder em Portugal, apenas uma vez visitou a Assembleia da República. Morava lá perto e alguns o tentaram. Houve direções do PS e PSD que chegaram a fazer apostas para lá o levar – Sá Carneiro e Soares marcavam reuniões em que devia estar presente e ele, de aparente arrogância posta, nunca apareceu. Abriu uma exceção para assistir à apresentação do I Governo Constitucional, depois nunca mais.
Adelino Meireles/Global Imagens |
Via Município da Figueira da Foz
«Manuel Fernandes Tomás, “Patriarca da Liberdade”, foi ontem homenageado, pelas 18h30, na Praça 8 de Maio, numa cerimónia que este ano juntou várias artes.
A cerimónia de homenagem reuniu, várias dezenas de pessoas, entre cidadãos, autarcas e representantes de entidades civis e militares e paramilitares.
Primeiro ouviu-se a «Marcha do Vapor» e depois, perante a guarda de honra dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz foi desposta uma coroa de flores junto ao túmulo de Manuel Fernandes Tomás, tendo-se seguido o cumprimento de um minuto de silêncio em sua memória.
Seguiram-se as intervenções, breves, do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa, Fernando Cabecinha; do Presidente da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto, Rui Miguel; do Presidente da Associação Manuel Fernandes Tomás, Fernando Cardoso; do familiar do homenageado, Filipe Fernandes Thomaz e do Presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes.
A tónica das mesmas foi posta na importância de continuar a evocar a figura de Manuel Fernandes Tomás e os ideais, valores e princípios pelos quais se bateu ao longo da vida, principalmente junto dos figueirenses mais jovens, que devem compreender o papel que teve na História.
A cerimónia prosseguiu com a leitura de uma súmula do trabalho realizado no ano letivo 2022/2024 Divisão de Cultura do Município e pelos Agrupamentos de Escolas do Concelho que, no âmbito do Plano Nacional das Artes, trabalharam a figura de Manuel Fernandes Tomás e tudo o que ele representa em termos históricos para a Figueira da Foz e para o país.
Seguiu-se um momento musical a cargo de Hilton Costa, violinista e diretor adjunto do Conservatório de Música David de Sousa (CMDS) e Nathalie Gal, coordenadora do Departamento de Classes de Conjunto do CMDS. Os músicos interpretaram a peça «Avé Maria», de Gounod (1859) e o tema "O Amor a Portugal", de Ennio Morricone.
Já no final, o Presidente da Câmara Municipal apresentou cumprimentos aos artistas plásticos das associações Magenta – Artistas Pela Arte e AAAGP- Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa, que se associaram à iniciativa e promoveram, ao longo do dia, uma sessão de pintura ao vivo com o tema “Manuel Fernandes Thomaz, a sua Vida, Obra e legado”.»
Montenegro, recorde-se, foi 5 anos lider da bancada parlamentar do partido que no Governo fechou autarquias, escolas, postos de saúde, tribunais, repartições de finanças no interior do país.
Montenegro, recorde-se, considerou o fecho de balcões dos bancos e retirada de terminais multibanco como algo normal: era o mercado a funcionar...
Agora, depois de uma visita ao nordeste transmontano, Montenegro quer que "não se cobrem impostos às empresas que se instalem no interior, com relevância para aquelas que assumirem o compromisso de criarem empregos durante 15 ou 20 anos"!
Será que Montenegro considera que a vida das pessoas que vivem no interior se resume a trabalhar?
Será que Montenegro acredita, convicta e honestamente, que alguma empresa tem condições para garantir 15 ou 20 anos de actividade em sítios onde fecharam - por isso não existe... - o resto?
Escolas, postos de saúde, tribunais, repartições de finanças, balcões de bancos e terminais multibanco, acesso à cultura...
"O programa «Linhas Vermelhas», da SIC Notícias, cumprirá em setembro dois anos de existência.
Sendo a estética do programa já familiar, chamou-me à atenção a expectável substituição de Mariana Mortágua por Catarina Martins, em representação do BE. Mas também a estranheza de ver representado um partido que já não tem assento no parlamento (CDS-PP), quando outro, tendo assento parlamentar (e não sendo igualmente um partido recente), continua a não ter ninguém no programa (PCP).
O PCP, continua a não entrar por quê?"Via Município da Figueira da Foz
«Depois de a 24 de maio deste ano ter assinado o contrato de comodato com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra para cedência da Casa da Criança Infanta D. Maria, mais conhecida por “Ninho dos passarinhos”, pelo período de 50 anos, o Município deu de imediato início à limpeza dos espaços verdes do imóvel.
Ficou conhecido como o “patriarca da liberdade portuguesa”.
201 anos depois da morte de Fernandes Tomás, figura cimeira do Constitucionalismo português, que levou à revolução de 24 de agosto de 1820, que transformou a sociedade portuguesa e que teve uma grande influência também na Europa, não podemos esquecer que a ambição de implantar em Portugal um regime constitucional e representativo alimentou e esteve presente em toda a acção de Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana.
As raízes do moderno constitucionalismo português estão na Revolução Liberal de 1820 e na Constituição de 1822. Na recusa do absolutismo, o novo regime liberal inicia um período de desenvolvimento de direitos cívicos e liberdades políticas, continuado pela I República, ainda que de forma insuficiente e contraditória, mas claramente interrompido a partir de 1926 e só retomado, de forma democrática, em 25 de abril de 1974.
A divulgação pública dos ideais liberais, republicanos e democráticos, que estiveram presentes na actividade política de Fernandes Tomás é uma tarefa que compete ao exercício da cidadania.
Evocar aquele que é o filho mais notável da terra, Manuel Fernandes Tomás, é recordar um homem público que poucos poderão igualar. Oxalá que no país, e em especial na sua terra, nos tempos actuais, haja quem lhe siga as pisadas no amor à causa pública. Se formos capazes disso, honraremos não só a nossa cidade, como também o importante e extraordinário legado do figueirense Manuel Fernandes Tomás.
Quanto mais distantes estamos do passado, mais a memória colectiva tem tendência a ir desvanecendo. Como podemos salvaguardar, ou até mesmo fortalecer, a memória e «os últimos instantes de um homem grande, para que os presentes e os vindouros aprendam o modo heróico de afrontar a morte»? Na "oração fúnebre", lida a 27 de novembro de 1822, em sessão extraordinária da Sociedade Literária Patriótica, Almeida Garret considera Fernandes Tomás "o patriarca da regeração portuguesa". "E quem choramos nós: quem lamentam os portugueses? Um cidadão extremado; um homem único; um benemérito da Pátria, um libertador dum povo escravo".
Em 2023, continua a ser de toda a justiça lembrar "um homem que honrou a natureza e como cidadão a Pátria, o libertador dos Portugueses, que salvou a Pátria e morreu pobre".
Anda por aí alguma polémica sobre pagamentos aos artistas que tentam o impossível: animar Portugal… Oliveira do Hospital, segundo o Correio da Beira Serra, lidera: "pagou mais aos artistas que o resto do pais…"
A criação do Poder Local teve como objectivo garantir uma maior eficácia na resolução dos problemas das populações. Porém, nos últimos anos, muitas autarquias tornaram-se autênticas “Comissões de Festas”. Uma parte significativa do seu orçamento vai para a organização de festanças, festas e festinhas avulsas sem objectivos estratégicos para o desenvolvimento integrado e sustentado dos municípios.
Lamento dizê-lo, mas os cidadãos tornaram-se muito pouco exigentes com os seus autarcas satisfazendo-se com pouco mais que “pão e circo”. As pessoas necessitam de se divertir – completamente de acordo – mas precisam sobretudo que as autarquias resolvam os seus principais problemas.
A função de uma autarquia é muito mais que a organização de eventos. Nunca percebi porque as autarquias gastam tanto dinheiro em espectáculos.
Nada disto é novidade. Por exemplo, na Figueira, na sessão de Câmara de 1 de Agosto de 2016, a "temperatura" aqueceu. No essencial, por "culpa" de Anselmo Ralph! Recordam-se?
«Uma proposta do executivo socialista em apoiar financeiramente um concerto do cantor Anselmo Ralph, promovido por uma empresa privada e com entradas pagas, gerou polémica na reunião camarária da Figueira da Foz e mereceu a reprovação da oposição.
Em causa, estava um concerto do artista angolano agendado para 12 de agosto de 2016. Segundo os termos do acordo com o promotor, obrigava a autarquia a desembolsar 13.400 euros, mais IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado], num total de cerca de 16.500 euros, caso o número de bilhetes vendidos, a um custo unitário de 10 euros, não atingisse os nove mil.
"O que nos está a dizer é que se eles não faturarem 90 mil euros, nós damos-lhes 13 mil?", questionou na altura Miguel Almeida, vereador da oposição camarária, dirigindo-se ao presidente da Câmara, João Ataíde (PS) e apelidando o acordo de "beneficio indevido".
Na resposta, João Ataíde argumentou com o que chamou de "factor de risco" do concerto, que será assumido pela autarquia. Miguel Almeida voltou a questionar os números apresentados, nomeadamente o preço apresentado à autarquia pelo espectáculo, que, segundo o presidente da Câmara, se situa nos 78 mil euros.
"Não somos contra o concerto, nem contra o financiamento. Mas se fossem quatro mil bilhetes [o valor a partir do qual a câmara não teria de financiar] era aceitável. Agora, nove mil? Pelo levantamento que fizemos, o concerto [de Anselmo Ralph] custa metade dos 90 mil", disse à agência Lusa Miguel Almeida.
Segundo fontes ligadas à produção de espectáculos, na altura o preço de um concerto de Anselmo Ralph, já com som e luz, situava-se entre 40 a 45 mil euros acrescidos de IVA.
O acordo entre a promotora Malpevent e a autarquia da Figueira da Foz pressupunha ainda a isenção de taxas de ocupação de espaço público e licença especial de ruído, no valor de cerca de 8.800 euros e apoio publicitário e pagamento de elementos da Cruz Vermelha Portuguesa (cerca de 3.500 euros).
Na reunião, Miguel Almeida começou por questionar a sustentação legal da isenção de taxas a uma empresa privada, tendo o presidente da Câmara retorquido com o "interesse público" do espectáculo, possível de acordo com a leitura que fez do regulamento municipal.
"Aqui é para trazer milhares de pessoas à cidade, tenho interesse em trazer o Ralph", frisou João Ataíde, voltando a argumentar que o apoio financeiro "é um incentivo à produção", já realizado no passado.
"Podia ser uma coprodução, mas não vejo interesse nenhum. Não acho que o que estamos a dar seja excessivo, estou convencido de que não vamos pagar nada, porque vamos ter mais de nove mil bilhetes vendidos, não vejo nada do outro mundo nesta proposta", acrescentou.
Depois, é que foram elas: no concerto realizado em 12 de Agosto de 2016, Anselmo Ralph vendeu apenas 2.720 bilhetes, contra as nove mil presenças esperadas pelo presidente da câmara!..
Por conseguinte, a receita de bilheteiras do concerto de Anselmo Ralph, na praça do Forte, ficou muito abaixo das expectativas.
A autarquia figueirense tinha assinado um acordo com a Malpevent, cujos termos obrigava o município a pagar à promotora do concerto 16.500 euros (IVA incluído), caso não se atingisse os 90 mil euros de bilheteira. Cada ingresso teve um custo de 10 euros. Venderam-se 2 720 bilhetes. O espectáculo orçou em cerca de 78 mil euros.
“Fizemos, em termos de promoção, o possível, mas os números não foram atingidos, ficaram muito aquém das expectativas que tínhamos pelas referências do artista. O risco foi assumido, nem mais nem menos”, referiu o presiednte da câmara.
E acrescentou: "teremos de rever esta situação no futuro e, em função deste exemplo, reenquadrar uma futura participação ou colaboração e assumir um controle mais atento sobre estes eventos".
Uma "má leitura do potencial" do artista e a sobreposição com outro concerto FINDAGRIM (os Azeitonas tiveram 6 000 pessoas) foram apontadas como causas prováveis do reduzido número de presenças.»
E pronto, ficámos assim. Além de um fantástico momento de comédia do improviso, em jeito de rescaldo final, é uma das muitas cenas que aconteceram na Figueira, num mês de agosto do ano da graça de 2016 que, pelos vistos, não ficaram na memória dos figueirenses...
A memória, é sabermos em que ponto nos encontramos. Já que temos memória, os passos a dar no futuro deviam ter em conta essa memória. Já que temos memória, deveria ser a partir dela que tudo deveria ser pensado e construído.
Ela - a memória - é o nosso alicerce. Preservá-la, não é sinónimo de saudosismo, mas uma atitude de sobrevivência. Até as más memórias nos são úteis...
Só por isso, me dei ao trabalho de fazer esta postagem.
A memória, seria a garantia de que, como figueirenses, poderíamos ter um futuro muitíssimo diferente, para melhor, do passado recente e do presente.
A memória dos últimos 17 anos na Figueira, goste-se, ou não, passa por aqui...