terça-feira, 29 de agosto de 2023

Caravela Vera Cruz pode ser vistada hoje na Figueira

Via Município da Figueira da Foz

Nota:
A embarcação só irá estar na Figueira da Foz hoje. Amanhã prossegue a viagem.

Está a ser "lavada a cara" da entrada da cidade

 Via Diário as Beiras

Presidenciais 2026: "motor" Santana Lopes atira outras "máquinas" para a pista...

«O autarca da Figueira da Foz lança farpas a Marques Mendes de quem diz que até “saudações manda aos vencedores do torneio de petanca numa zona recôndita do país”
Diz que avança mesmo que Marques Mendes e Paulo Portas o façam. Só há um nome que o faria recuar: Pedro Passos Coelho.»
Falta ainda muito tempo para as próximas presidenciais. Contudo, sinais do óbvio escondido, começam a aparacer... 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Piscina Mar, dotada de água salgada e com uma paisagem soberba para o oceano...

 Via Executivo do Município da Figueira da Foz

Presidencias de 2026: sinais do óbvio escondido

Falta ainda muito tempo para as próximas presidenciais. Contudo, o assunto já é objecto de comentários e especulações.
Tempo, porém é o que não falta, para as candidaturas serem pensadas, preparadas e lançadas (ou não).
Em 2022, ao aparecer na Festa do Pontal do PSD, de braço dado com Luís Montenegro, Pedro Passos Coelho deu, na altura, fôlego às especulações.
Já nessa altura, Luís Marques Mendes - ex-ministro, ex-líder do PSD, conselheiro de Estado pessoalmente escolhido por Marcelo e comentador político dominical na SIC - deu sinais de querer ser candidato. Disse que ficava "sensibilizado" quando as pessoas lhe "apontam" esse "objectivo".
Em Agosto de 2023, a vida política do país atravessa mais um momento (a)típico. Fala-se da crise, dos sacríficios precisos para a debelar, até de novos amanhãs que cantam, mas tudo soa a falso, a efémero e conjuntural. Discute-se tudo, menos a realidade.
Citando Marques Mendes, a política "está muito futebolizada"
Montenegro dificilmente conseguirá manter os  militantes do PSD focados nos objectivos eleitorais mais próximos: europeias, legislativas e autárquicas.  
O debate sobre o escrutínio presidencial está definitivamente lançado nas hostes sociais-democratas. 
Mesmo sem o presidente do partido se pronunciar sobre o assunto.
Marques Mendes, depois de 16 anos de ausência, esteve este ano no Pontal.
Já começou a especulação: Luís Marques Mendes, ontem à noite, no seu espaço de comentário na SIC, admitiu a possibilidade de se candidatar à Presidência da República. "É uma decisão livre, pessoal, individual".
Começou por clarificar que nunca falou sobre o assunto com o actual líder do PSD, Luís Montenegro, mas admitiu pela primeira vez de forma clara que Belém pode estar no seu caminho. 
"Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo", assegurou, dizendo que, neste momento, "não há nem decisão nem sequer inclinação".
Depois, veio a explicação política: "se um dia achar que, com uma candidatura à Presidência da República, posso ser útil ao país, que é isso que conta, tomarei essa decisão"
Sobre o assunto, disse ainda no seu habitual espaço de comentário na SIC: "se houver utilidade para o país e um mínimo de condições, se não houver estes requisitos não haverá decisão nenhuma e também está tudo bem", para a seguir considerar que "é uma decisão muito pesada" e salientar faltar "uma eternidade" para as presidenciais de janeiro de 2026.
Andam por aí muitas alminhas inquietas e indignadas com a importância e tempo de antena dadas ao Dr. Marques Mendes. Creio que o alarme é injustificado: uma putativa candidatura de Marques Mendes, mesmo dentro do seu próprio partido, não suscita nenhum entusiasmo especial.
Contudo, um candidatura sua pode ser relevante para dividir votos à direita e impedir a vitória de outro candidato do mesmo espectro político.
E, isso, pode não ser irrelevante para a continuação do funcionamento do centrão e da tradição da adaptação às circunstâncias dos dois partidos do "chamado arco do poder".

... "a liberdade não tem de ser feliz "...

Luis Osório sobre Victor Cunha Rego:

"Victor, apesar de ser um dos que mais conspirou e influenciou o poder e contrapoder em Portugal, apenas uma vez visitou a Assembleia da República. Morava lá perto e alguns o tentaram. Houve direções do PS e PSD que chegaram a fazer apostas para lá o levar – Sá Carneiro e Soares marcavam reuniões em que devia estar presente e ele, de aparente arrogância posta, nunca apareceu. Abriu uma exceção para assistir à apresentação do I Governo Constitucional, depois nunca mais.

Fazia-lhe confusão a perda da inocência quando esta ainda era fundamental. Recordei o episódio entre copos e os mais jovens da mesa fingiram não sorrir – o poder sem inocência quase sempre termina mal, dizia Victor. Por isso, a ti te confesso: foi o mais livre dos que encontrei. Porque nele a recusa dos privilégios não era forçada e por só se sentir bem e em consciência quando estava do outro lado do poder."

domingo, 27 de agosto de 2023

FERNANDO PIMENTA: É SÓ CANOAGEM

Adelino Meireles/Global Imagens
"Se os níveis de movimento de capitais, corrupção e mediatismo da canoagem fossem semelhantes aos do futebol, Fernando Pimenta já teria merecido a presença dos órgãos de soberania numa das suas magnifica prestações, um aeroporto com o seu nome, um busto (de qualidade), um convite para ir para a Arábia Saudita e obviamente também já teria tido a devida atenção de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e demais instituições."

Daqui

Mesmo visto de cima, o perigo que é o Cabedelo depois da "requalificação" é bem visível...

Esta imagem do Município da Figueira da Foz obtida a partir do ar, mostra a nova paisagem do espaço público cimentado que é o Cabedelo. 
"Requalificação" disseram eles! 
Arquitectura de implantação de cimento num sítio em que tal nunca deveria ter sido permitido (estamos a falar de uma duna primária), concretizada através do princípio de quem olha de cima para os espaços a requalificar. 
Sabendo que até as criancinhas agradecem que nos baixemos para falar com elas cara a cara, podemos afirmar o que já sabíamos: esta arquitectura dos implantes de cimento não serve nem respeita a natureza. Escondeu linhas de água, arrasou as sinuosidades do terreno e a vegetação natural, para distribuir cimento, tornando o espaço uma superfície agressiva para quem quer aceder à praia para lá trabalhar: revestiram a maior parte do chão com materiais que nem ao maior pobre diabo lembrariam!..
Duvidam? Perguntem aos maiores utilizadores do Cabedelo: os surfistas. 
Depois, logo a seguir ao molhe, para sul, temos bem definida aquela "barra" que o vídeo (com mais de 75 mil vizualizações) que podem ver abaixo nesta postagem, bem demonstra e alerta pra o perigo que o Cabedelo passou constituir após a tal de "requalificação".
Outubro está quase à porta...

Setembro a aproximar-se...

Tarda nada e estamos nos dias de Setembro com as tardes a adormecerem frescas.
Às 20 horas já a escuridão cobre as janelas. 
A chegada de Setembro, além de trazer tardes que já adormecem frescas, inícia as longas e escuras noites em que é possível viajar pelas memórias da infância, o tempo em que ainda não é demasiado tarde e temos disponibilidade para o entusiasmo do que é importante - o futuro e tudo o que isso implica.
E todos sabemos sabemos que onde há futuro há morte.
O passado é uma herança de memórias, algumas apenas calcadas e ainda por enterrar. Como esta que a imagem mostra de fome. 
A foto é de 1943. Mostra a realidade da Cova e Gala desse tempo. Na altura, vivia-se em plena II Grande Guerra. Aqui, neste cantinho à beira-mar plantado, imperava o desemprego, o medo, o racionamento e a miséria. Éramos gente cabisbaixa, vencida e resignada, entregue a um destino sem sentido e ferida na sua dignidade. Valia o altruísmo de alguns a quem doía a visão da fome e da miséria. Estávamos em 1943 em plena Cova num local que alguns, porventura, ainda reconhecerão.
Eram os tempos dos invernos da fome - duros e prolongados. 
Os homens iam para a pesca do bacalhau e as mulheres ficavam a governar a casa.
O dinheiro faltava. Recorrria-se ao "livro" nas mercerias da Aldeia.
Mas, havia invernos ainda mais duros e mais prolongados e ainda com mais fome.
E, aí, restava o último recurso: o "Senhor dos Aflitos"
"Senhor dos Aflitos", como contei um dia destes, era a "casa dos penhores" que funcionava na Caixa Geral de Depósitos. 

Esta foto, recorda tempos duros e difíceis, mas também é um testemunho visual, que retrata a paisagem humana e a vida da  população de uma Aldeia piscatória no Portugal profundo, que perdurou até às décadas sessenta e primeira metade da de setenta do século passado. 
A emigração em massa dos jovens, nas décadas de cinquenta e sessenta, e a Guerra Colonial, que sacrificou a vida  dos jovens da minha geração, abriu as portas para a Revolução de Abril, que devolveu a liberdade aos portugueses e permitiu uma nova era de progresso económico e social.
O acto libertador dos capitães de Abril, laboriosamente preparado - fruto e no quadro de uma resistência que nunca desistiu -, foi o minuto histórico do tempo da euforia de respirar Liberdade, associada à melhoria das condições de vida. Logo depois - nas horas do relógio da História que se seguiram - foi o tempo de confrontar a situação de um país atrasado economicamente. 

Em inevitável mudança.
"Um País no final do III Plano de Fomento (1968-73), que definira coisas que se impunham, como a extinção dos distritos e a criação de regiões, no arranque de um IV Plano de Fomento (1974-79) que a nada poderia dar continuidade porque nada pressupunha de mudança, no rescaldo de uma reforma industrial que derrapava, em arranjos para que a diluição da EFTA com a adesão do Reino Unido e outros à CEE, nos arrastara com a assinatura de um acordo comercial com a mesma CEE, em 1972.
Assim se entreabrira, tímida e forçadamente, a autárcica economia portuguesa dominada por um reduzido número de grupos monopolistas, num Estado (que os criara, no algodão em rama de todas as protecções), num Estado por esses grupos domesticado, orçamentalmente garrotado por uma guerra colonial que se prolongava até à derrota final e que, de certo modo – perverso… –, internacionalizara a nossa economia e punha Portugal como um dos centros de um mundo em ebulição (crise monetária, crise do petróleo, importância crescente, no contexto internacional, do “mundo socialista”, de países ex-colónias, de não-alinhados).

Nesses anos de encruzilhada, o Portugal nascido teve, ainda, de confrontar, objectivamente, uma fortíssima pressão demográfica – fecho da “válvula de escape” da emigração, desmobilização militar e retorno das colónias, desemprego por ausência de investimento – que coincidiu e se juntou à fuga de capitais, ao abandono de empresas, à sabotagem, ao boicote até ao terrorismo, na ilustração da luta de classes - em que uma trincheira procura, de todas as formas, impedir a alteração da correlação de forças.
De 18 de Julho de 1974, posse do II Governo Provisório, a 6 de Setembro de 1975, data da demissão do V Governo Provisório, são os “governos Vasco Gonçalves”. Menos de 14 meses, 415 dias (mais dia, menos dia…), quantos bastaram para que, enquanto se testava, dia a dia, hora a hora, a mudança na correlação de forças, se mudasse o País que éramos.
Como resumidamente inventariou o professor Teixeira Ribeiro:
“…desde o congelamento das rendas urbanas e a nacionalização dos bancos emissores, a que procedeu o II Governo, e a lei de arrendamento rural, obra do III, até às nacionalizações dos sectores-chave e das empresas monopolistas, decretadas quase todas pelo IV Governo, e algumas pelo V, à reforma agrária do IV Governo,  e à Lei do controlo operário, aprovado pelo V, mas que não chegou a ser promulgada…”.

E a economia portuguesa resistiu. Com governos – os governos Vasco Gonçalves – a apoiar o trabalho e os trabalhadores. E a resistir a todo o tipo de ataques. Dos interesses beliscados, fossem eles económicos, de grupos nacionais ou internacionais, fossem eles de partidos com uma concepção de democracia que fica abandonada à porta das empresas e tem a acumulação do capital como motor da economia, como se não fosse o trabalho o único criador de valor.
O facto é que, como de norma a quem sucede e se quer escudar na “pesada herança” que teve, a avaliação/auditoria pedida no final de 75 e realizada por uma equipa de técnicos no âmbito da OCDE – onde se integrava o jovem Paul Krugman, hoje prémio Nobel e “guru” de tantos economistas –, considerou estar a economia portuguesa de surpreendente saúde."

Surpreendente? 
Talvez… Para quem tem concepções de economia que assentam, não no trabalho, mas na exploração dos trabalhadores.
E veio o futuro, hoje presente.
E todos sabemos, que onde há futuro há morte.
E foi morrendo muita coisa. E continua a morrer muita coisa que cheira a Abril.
E Portugal está a definhar. E com o definhamento de Portugal, as nossas vidas vão no mesmo sentido.

sábado, 26 de agosto de 2023

Políticas que metem medo

"Há áreas da nossa vida em sociedade em que se conjugam insuficiências da ação governativa e do Estado (que tem muitas instituições e atores para além do Governo), com práticas privadas desrespeitadoras de princípios e valores da democracia. É assim na saúde e na habitação. 

Mete medo sabermos que, nas praças de jorna que contratam médicos à tarefa, é atribuído um valor remuneratório mais elevado às horas trabalhadas por aqueles que mais altas passam aos doentes. A ganância e a impunidade dos interesses privados sobrepõem-se ao direito à vida. Uma engrenagem perversa, com cada vez mais tentáculos, vem sugando e atrofiando o Serviço Nacional de Saúde (SNS). E todos os governantes sabem que as políticas se desenham e efetivam por ação ou por inação."

"Problema durava há várias décadas"

 Via Diário as Beiras

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Homenagem a Fernandes Tomás este ano decorreu de forma diferente: teve música, canto e artes plásticas

 Via Município da Figueira da Foz

«Manuel Fernandes Tomás, “Patriarca da Liberdade”, foi ontem homenageado, pelas 18h30, na Praça 8 de Maio, numa cerimónia que este ano juntou várias artes. 

A cerimónia de homenagem reuniu, várias dezenas de pessoas, entre cidadãos, autarcas e representantes de entidades civis e militares e paramilitares. 

Primeiro ouviu-se a «Marcha do Vapor» e depois, perante a guarda de honra dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz foi desposta uma coroa de flores junto ao túmulo de Manuel Fernandes Tomás, tendo-se seguido o cumprimento de um minuto de silêncio em sua memória. 

Seguiram-se as intervenções, breves, do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa, Fernando Cabecinha; do Presidente da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto, Rui Miguel; do Presidente da Associação Manuel Fernandes Tomás, Fernando Cardoso; do familiar do homenageado, Filipe Fernandes Thomaz e do Presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes.

A tónica das mesmas foi posta na importância de continuar a evocar a figura de Manuel Fernandes Tomás e os ideais, valores e princípios pelos quais se bateu ao longo da vida, principalmente junto dos figueirenses mais jovens, que devem compreender o papel que teve na História. 

A cerimónia prosseguiu com a leitura de uma súmula do trabalho realizado no ano letivo 2022/2024 Divisão de Cultura do Município e pelos Agrupamentos de Escolas do Concelho que, no âmbito do Plano Nacional das Artes, trabalharam a figura de Manuel Fernandes Tomás e tudo o que ele representa em termos históricos para a Figueira da Foz e para o país.

Seguiu-se um momento musical a cargo de Hilton Costa, violinista e diretor adjunto do Conservatório de Música David de Sousa (CMDS) e Nathalie Gal, coordenadora do Departamento de Classes de Conjunto do CMDS. Os músicos interpretaram a peça «Avé Maria», de Gounod (1859) e o tema "O Amor a Portugal", de Ennio Morricone.

Já no final, o Presidente da Câmara Municipal apresentou cumprimentos aos artistas plásticos das associações Magenta – Artistas Pela Arte e AAAGP- Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa, que se associaram à iniciativa e promoveram, ao longo do dia, uma sessão de pintura ao vivo com o tema “Manuel Fernandes Thomaz, a sua Vida, Obra e legado”

"Sentir Portugal" é isto?..

Montenegro, recorde-se, foi 5 anos lider da bancada parlamentar do partido que no Governo fechou autarquias, escolas, postos de saúde, tribunais, repartições de finanças no interior do país.

Montenegro, recorde-se, considerou o fecho de balcões dos bancos e retirada de terminais multibanco como algo normal: era o mercado a funcionar...

Agora, depois de uma visita ao nordeste transmontano, Montenegro quer que "não se cobrem impostos às empresas que se instalem no interior, com relevância para aquelas que assumirem o compromisso de criarem empregos durante 15 ou 20 anos"!

Será que Montenegro considera que a vida das pessoas que vivem no interior se resume a trabalhar?

Será que Montenegro acredita, convicta e honestamente, que alguma empresa tem condições para garantir 15 ou 20 anos de actividade em sítios onde fecharam - por isso não existe... - o resto?

Escolas, postos de saúde, tribunais, repartições de finanças, balcões de bancos e terminais multibanco, acesso à cultura...

"Tudo se discute neste mundo, menos a democracia" *

"O programa «Linhas Vermelhas», da SIC Notícias, cumprirá em setembro dois anos de existência. 

Sendo a estética do programa já familiar, chamou-me à atenção a expectável substituição de Mariana Mortágua por Catarina Martins, em representação do BE. Mas também a estranheza de ver representado um partido que já não tem assento no parlamento (CDS-PP), quando outro, tendo assento parlamentar (e não sendo igualmente um partido recente), continua a não ter ninguém no programa (PCP).

O PCP, continua a não entrar por quê?"

Nota: 
* O título é uma frase de José Saramago.

"Ninho dos Passarinhos" alvo de limpeza

Via Município da Figueira da Foz

«Depois de a 24 de maio deste ano ter assinado o contrato de comodato com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra para cedência da Casa da Criança Infanta D. Maria, mais conhecida por “Ninho dos passarinhos”, pelo período de 50 anos, o Município deu de imediato início à limpeza dos espaços verdes do imóvel.

Ontem, tiveram início os trabalhos de limpeza de todos os resíduos de construção decorrentes dos danos causados pela tempestade Leslie, bem como mobiliário, roupas e outros materiais degradados pela quantidade de chuva que entrou no edifício devido ao aluimento do telhado e de alguns tetos.
Os trabalhos decorrem até ao próximo sábado, ao abrigo de uma “Prestação de serviços de limpeza de edifícios e instalações”

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

É dia de prestar homenagem ao Patriarca da Liberdade, Manuel Fernandes Thomaz, que liderou a Revolução Liberal a partir do Porto, a 24 de agosto de 1820

Na Figueira, talvez mais do que em qualquer outra cidade, os génios são quase todos póstumos.

Jurisconsulto e político, Manuel Fernandes Tomás, n
asceu na Figueira da Foz, em 7 de agosto de 1770 (outras fontes indicam 30 de junho de 1771), e morreu em Lisboa, a 19 de novembro de 1822. 
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada. Manuel Fernandes Tomás foi preciso morrer na miséria e na amargura para, postumamente, lhe reconhecerem o devido valor.

Ficou conhecido como o “patriarca da liberdade portuguesa”.

201 anos depois da morte de Fernandes Tomás, figura cimeira do Constitucionalismo português, que levou à revolução de 24 de agosto de 1820, que transformou a  sociedade portuguesa e que teve uma grande influência também na Europa, não podemos esquecer que a ambição de implantar em Portugal um regime constitucional e representativo alimentou e esteve presente em toda  a acção de Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana.

As raízes do moderno constitucionalismo português estão na Revolução Liberal de 1820 e na Constituição de 1822. Na recusa do absolutismo, o novo regime liberal inicia um período de desenvolvimento de direitos cívicos e liberdades políticas, continuado pela I República, ainda que de forma insuficiente e contraditória, mas claramente interrompido a partir de 1926 e só retomado, de forma democrática, em 25 de abril de 1974.

A divulgação pública dos ideais liberais, republicanos e democráticos, que estiveram presentes na actividade política de Fernandes Tomás é uma tarefa que compete ao exercício da cidadania. 

Evocar aquele que é o filho mais notável da terra, Manuel Fernandes Tomás, é recordar um homem público que poucos poderão igualar. Oxalá que no país, e em especial na sua terra, nos tempos actuais, haja quem lhe siga as pisadas no amor à causa pública. Se formos capazes disso, honraremos não só a nossa cidade, como também o importante e extraordinário legado do figueirense Manuel Fernandes Tomás.

Quanto mais distantes estamos do passado, mais a memória colectiva tem tendência a ir desvanecendo. Como podemos salvaguardar, ou até mesmo fortalecer, a memória e «os últimos instantes de um homem grande, para que os presentes e os vindouros aprendam o modo heróico de afrontar a morte»? Na "oração fúnebre", lida a 27 de novembro de 1822, em sessão extraordinária da Sociedade Literária Patriótica, Almeida Garret considera Fernandes Tomás "o patriarca da regeração portuguesa""E quem choramos nós: quem lamentam os portugueses? Um cidadão extremado; um homem único; um benemérito da Pátria, um libertador dum povo escravo".

Em 2023, continua a ser de toda a justiça lembrar "um homem que honrou a natureza e como cidadão a Pátria, o libertador dos Portugueses, que salvou a Pátria e morreu pobre".

Idalécio Cação vai ser lembrado em Moinhos da Gândara

"A Biblioteca foi inaugurada em agosto de 2017 e alberga o espólio doado por Idalécio Cação."
Imagem via Diário as Beiras

Comecei a ouvir falar de Idalécio Cação no final da década de 70 do século passado, na redacção do jornal Barca Nova, onde publicou alguns textos, pela voz do Director do semanário - o meu MESTRE José Martins

Recorro a um texto de Cardoso Ferreira, para deixar uma imagem de quem foi este escritor com origens gandaresas, que se formou tarde em Letras, mas foi um professor e autor de relevo. 

«Com origens gandaresas, mas radicado há muito em Aveiro, Idalécio Cação formou-se tarde em Letras, mas foi um professor e autor de relevo. 
Idalécio Silva Cação, antigo professor da Universidade de Aveiro e um destacado escritor das terras e gentes gandaresas, faleceu em Aveiro, no dia 28 de dezembro de 2016, tendo sido sepultado no lugar de Ribas (freguesia de Moinhos da Gândara, no concelho da Figueira da Foz), freguesia à qual pertence a aldeia de Lafrana, a terra onde nasceu, no dia 22 de março de 1933.
Depois da escola primária de Ribas, fez os estudos secundários na Escola Comercial e Industrial da Figueira da Foz (hoje Escola Bernardino Machado), onde concluiu o Curso Geral de Comércio. Após esse curso, e enquanto não conseguiu emprego, trabalhou nas courelas das areias da Gândara e também nos arrozais da Quinta de Foja, onde os pais aí cultivavam uma terra arrendada.
Mais tarde, com 21 anos, empregou-se numa empresa de celulose situada no concelho de Aveiro, na qual trabalhou durante mais de duas décadas. Nessa região viria a fixar-se e a constituir família. Já tinha mais de 40 anos de idade quando, em 1977, se licenciou em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, após ter sido admitido na primeira edição dos exames “ad hoc” para ingresso naquela universidade.
Para além da Universidade de Aveiro, onde se reformou em 1996, lecionou na Universidade do Minho.

Actor e dirigente do CETA

Idalécio Cação era um homem apaixonado pelo teatro, motivo pelo que foi actor e dirigente, durante vários mandatos, do Círculo Experimental de Teatro de Aveiro (CETA).
Foi ainda durante essa época que começou a militar na oposição democrática, tendo feito parte da Comissão Administrativa da Câmara Municipal (Pelouro da Cultura), aquando do 25 de Abril. Logo após esta data, foi co-fundador do semanário aveirense “Libertação”, e membro da sua redacção. Aqui trabalhou com Álvaro de Seiça Neves, João Sarabando, Fernando Lavrador e Flávio Sardo, entre outros.
Colaborou nos suplementos literários do “Diário Popular” e do “Jornal de Notícias”, nas revistas “Vértice” (Coimbra) e “Seara Nova”, “A Xanela” (Galiza), “Cadernos de Literatura” (Universidade de Coimbra), “Encontro” (Brasil), “Gandarena” (Mira), “Letras & Letras” (Porto), “Mar Alto” (Figueira  da Foz), “Revista da Universidade de Aveiro, Sol XXI”, “O Professor”, entre outras publicações.
Alguns dos seus poemas foram publicados no Correio do Vouga.
Foi um dos entusiastas dos serões literários que, nos anos 90, se realizaram um pouco por todo o País. Já nos anos 60 tinha estado ligado aos Encontros das Páginas Literárias dos jornais das províncias, que se realizaram na Figueira da Foz, em Torres Vedras, em Guimarães e em Cascais (este último não chegou a concretizar-se devido à intervenção da polícia política PIDE). Neles tomaram parte como convidados Armando de Castro, Mário Sacramento, Arsénio Mota, Mário Braga, Nuno Teixeira Neves e João Palma Ferreira.
Enquanto professor, pertenceu à Direção do Sindicato dos Professores da Região Centro, de que faziam parte, entre outros, Linhares de Castro e Mário Nogueira, o atual líder da Fenprof.
Para além do teatro, Idalécio Cação integrou diversas colectividades, sobretudo das áreas da cultura, da literatura, do jornalismo e do património.

Homem de relevo na literatura gandaresa

Idalécio Cação era uma figura que gerava consenso ao nível da literatura gandaresas, sendo autor de uma vasta obra publicada, motivo pelo que o seu nome foi escolhido, em 2012, para patrocinar um prémio literário com o seu nome, abrangendo os municípios de Mira, Cantanhede e Figueira da Foz.
Ainda em setembro de 2016. O escritor foi homenageado por dezenas de amigos, alguns dos quais escritores.

Idalécio Cação venceu o Prémio Literário Miguel Torga, em 1990

Como escritor, publicou contos, poesia e crónicas, onde manifestou compreensão e denúncia dos problemas da região. Entre os títulos de que é autor, destacam-se “Raízes na Areia”, “Os sítios nossos conhecidos”, “O chão e a voz”, “Memória de João Garcia Bacelar” ou “Daqui ouve-se o mar” (com que ganhou o Prémio Literário Miguel Torga, atribuído pela Câmara Municipal de Coimbra).
Foi autor do primeiro glossário de termos gandareses, do livro Crónicas Gandaresas” e de obras sobre moinhos e habitação tradicional da região da Gândara.»

A terminar ficam palavras de Idalécio Cação
“Tanto que fazer
e nós aqui sentados.”

A memória é curta e selectiva, mas autarquias que viraram “Comissões de Festas” é um assunto que já vem de longe...

Anda por aí alguma polémica sobre pagamentos aos artistas que tentam o impossível: animar Portugal… Oliveira do Hospital, segundo o Correio da Beira Serra, lidera: "pagou mais aos artistas que o resto do pais…"


A criação do Poder Local teve como objectivo garantir uma  maior eficácia na resolução dos problemas das populações. Porém, nos últimos anos, muitas autarquias tornaram-se autênticas “Comissões de Festas”. Uma parte significativa do seu orçamento vai para a organização de festanças, festas e festinhas avulsas sem objectivos estratégicos para o desenvolvimento integrado e sustentado dos municípios.

Lamento dizê-lo, mas os cidadãos tornaram-se muito pouco exigentes com os seus autarcas satisfazendo-se com pouco mais que “pão e circo”. As pessoas necessitam de se divertir – completamente de acordo –  mas precisam sobretudo que as autarquias resolvam os seus principais problemas.

A função de uma autarquia é muito mais que a organização de eventos. Nunca percebi porque as autarquias gastam tanto dinheiro em espectáculos.

Nada disto é novidade. Por exemplo, na Figueira, na sessão de Câmara de 1 de Agosto de 2016, a "temperatura" aqueceu. No essencial, por "culpa" de Anselmo Ralph! Recordam-se?

«Uma proposta do executivo socialista em apoiar financeiramente um concerto do cantor Anselmo Ralph, promovido por uma empresa privada e com entradas pagas, gerou polémica na reunião camarária da Figueira da Foz e mereceu a reprovação da oposição.

Em causa, estava um concerto do artista angolano agendado para 12 de agosto de 2016. Segundo os termos do acordo com o promotor, obrigava a autarquia a desembolsar 13.400 euros, mais IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado], num total de cerca de 16.500 euros, caso o número de bilhetes vendidos, a um custo unitário de 10 euros, não atingisse os nove mil.

"O que nos está a dizer é que se eles não faturarem 90 mil euros, nós damos-lhes 13 mil?", questionou na altura Miguel Almeida, vereador da oposição camarária, dirigindo-se ao presidente da Câmara, João Ataíde (PS) e apelidando o acordo de "beneficio indevido".

Na resposta, João Ataíde argumentou com o que chamou de "factor de risco" do concerto, que será assumido pela autarquia. Miguel Almeida voltou a questionar os números apresentados, nomeadamente o preço apresentado à autarquia pelo espectáculo, que, segundo o presidente da Câmara, se situa nos 78 mil euros.

"Não somos contra o concerto, nem contra o financiamento. Mas se fossem quatro mil bilhetes [o valor a partir do qual a câmara não teria de financiar] era aceitável. Agora, nove mil? Pelo levantamento que fizemos, o concerto [de Anselmo Ralph] custa metade dos 90 mil", disse à agência Lusa Miguel Almeida.

Segundo fontes ligadas à produção de espectáculos, na altura o preço de um concerto de Anselmo Ralph, já com som e luz, situava-se entre 40 a 45 mil euros acrescidos de IVA.

O acordo entre a promotora Malpevent e a autarquia da Figueira da Foz pressupunha ainda a isenção de taxas de ocupação de espaço público e licença especial de ruído, no valor de cerca de 8.800 euros e apoio publicitário e pagamento de elementos da Cruz Vermelha Portuguesa (cerca de 3.500 euros).

Na reunião, Miguel Almeida começou por questionar a sustentação legal da isenção de taxas a uma empresa privada, tendo o presidente da Câmara retorquido com o "interesse público" do espectáculo, possível de acordo com a leitura que fez do regulamento municipal.

"Aqui é para trazer milhares de pessoas à cidade, tenho interesse em trazer o Ralph", frisou João Ataíde, voltando a argumentar que o apoio financeiro "é um incentivo à produção", já realizado no passado.

"Podia ser uma coprodução, mas não vejo interesse nenhum. Não acho que o que estamos a dar seja excessivo, estou convencido de que não vamos pagar nada, porque vamos ter mais de nove mil bilhetes vendidos, não vejo nada do outro mundo nesta proposta", acrescentou.

Depois, é que foram elas: no concerto realizado em 12 de Agosto de 2016, Anselmo Ralph vendeu apenas 2.720 bilhetes, contra as nove mil presenças esperadas pelo presidente da câmara!..

Por conseguinte, a receita de bilheteiras do concerto de Anselmo Ralph, na praça do Forte, ficou muito abaixo das expectativas.

A autarquia figueirense tinha assinado um acordo com a Malpevent, cujos termos obrigava o município a pagar à promotora do concerto 16.500 euros (IVA incluído), caso não se atingisse os 90 mil euros de bilheteira. Cada ingresso teve um custo de 10 euros. Venderam-se 2 720 bilhetes. O espectáculo orçou em cerca de 78 mil euros.

“Fizemos, em termos de promoção, o possível, mas os números não foram atingidos, ficaram muito aquém das expectativas que tínhamos pelas referências do artista. O risco foi assumido, nem mais nem menos”, referiu o presiednte da câmara.

E acrescentou: "teremos de rever esta situação no futuro e, em função deste exemplo, reenquadrar uma futura participação ou colaboração e assumir um controle mais atento sobre estes eventos".

Uma "má leitura do potencial" do artista e a sobreposição com outro concerto FINDAGRIM (os Azeitonas tiveram 6 000 pessoas) foram apontadas como causas prováveis do reduzido número de presenças.»

E pronto, ficámos assim. Além de um fantástico momento de comédia do improviso, em jeito de rescaldo final, é uma das muitas cenas que aconteceram na Figueira, num mês de agosto do ano da graça de 2016 que, pelos vistos, não ficaram na memória dos figueirenses...

A memória, é sabermos em que ponto nos encontramos. Já que temos memória, os passos a dar no futuro deviam ter em conta essa memória. Já que temos memória, deveria ser a partir dela que tudo deveria ser pensado e construído.

Ela - a memória - é o nosso alicerce. Preservá-la, não é sinónimo de saudosismo, mas uma atitude de sobrevivência. Até as más memórias nos são úteis...

Só por isso, me dei ao trabalho de fazer esta postagem.

A memória, seria a garantia de que, como figueirenses, poderíamos ter um futuro muitíssimo diferente, para melhor, do passado recente e do presente.

A memória dos últimos 17 anos na Figueira, goste-se, ou não, passa por aqui...