Via БЛОГ "UM JEITO MANSO" ПРОСИТ МИРА"O Presidente Marcelo consegue sempre surpreender-me e sempre pela negativa, o que voltou a acontecer nas JMJ.
A forma com o Presidente tem acompanhado a visita do Papa - desde a tentativa que fez para "desconjuntar" Sua Santidade quando o cumprimentou pela primeira vez, passando pela presença contínua, com ar enlevado, nas diversas cerimónias e culminando hoje (veremos o que mais fará o Sr. Presidente até ao fim da visita Papal) com a subida a pé o Parque, dando autógrafos e tirando selfies - revela um provincianismo e uma constante ânsia de protagonismo que ultrapassam o razoável.
Sendo Portugal um estado laico, parece-me impossível que estas manifestações de conluio com a Igreja Católica sejam feitas como Presidente da República; e, se são feitas a nível individual, como cidadão com opções religiosas legítimas, isso deve ser devidamente esclarecido e publicitado.
Não podemos nem devemos esquecer as mais do que infelizes declarações do Sr. Presidente sobre os abusos sexuais na Igreja numa tentativa, felizmente, frustrada, de tentar minimizar as responsabilidades da Igreja.
Se é verdade que o Papa tem algumas posições interessantes sobre vários temas e parece tentar combater o que de mais errado acontece no seio da Igreja, não é menos verdade que o Papa é o atual chefe da Igreja Católica, a qual cometeu inúmeros e gravíssimos erros que ocorreram continuamente ao longo de séculos, pelos quais é naturalmente corresponsável.
Ouvindo algumas frases dos discursos do Papa e verificando a presença constante do Sr. Presidente junto de Sua Santidade, resta a esperança de que o Sr. Presidente enverede por um caminho diferente, praticando o bem de forma virtuosa, respeitando a verdade e os outros, não se deixando cair na tentação da constante notoriedade, enfim, exercendo a Presidência de outra uma forma mais próxima dos ensinamentos de Cristo. Também é possível que Sr. Presidente, após a visita Papal, sinta um chamamento, o qual deverá seguir, escolhendo uma Ordem Religiosa que imponha o silêncio e o retiro espiritual.
Já agora a afirmação do Sr. Presidente de que as JMJ são o acontecimento mais importante do Portugal democrático é de gargalhada ou resulta de insolação. Basta, por exemplo, recordar a importância das primeiras eleições livres e comparar com o que representa a JMJ para o Povo Português."